Voce me deixou intrigado 13.5

Um conto erótico de JeD
Categoria: Homossexual
Contém 3532 palavras
Data: 18/06/2014 01:43:26
Última revisão: 18/06/2014 01:54:10

Depois de voltar daquela viagem, minhas impressões, e tenho certeza que a de quem escutou a história do Daniel, mudaram completamente. Agora era como se eu conseguisse ver a razão dele ser fechado, sério, misterioso, frio e tudo o que ele era até alí, mas ao mesmo tempo sabia que ele podia ser diferente, era como se tudo o que ele se mostrasse fosse uma forma de se proteger depois de tudo o que ele passou.

Ja em casa eu não tinha muita coisa pra fazer, então malhava, dormia, jogava video game ou ia andar com o Tay e numa dessas chamei o Daniel pra levar seus cachorros tambem (Tay agora ja tinha dobrado de tamanho e não parava de crescer, comia pra caralho). No meio da conversa percebia ele ainda meio aflito, fiquei meio relutante em perguntar como ele estava, mas acabei sedendo. Era de tarde quase noite, o céu estava limpo e ainda tinha um pouco de sol, mas ventava frio. Sentamos na calçada de uma rua bem inclinada e ficamos olhando o por do sol enquanto dávamos água pros cachorros

Eu: E ae, como andam as coisas?

Daniel: Com a minha mãe foi a mesma coisa, ta desde ontem recebendo mensagem e ligação dos outros pra saber da história.

Eu: Que situação ruim cara... mas e você, como ta?

Daniel: Sinceramente, não sei -ele fez uma pausa e eu achei que ele não queria falar sobre aquilo, mas continuou-. Eu ja tinha chegado no fundo do poço quando estava no Rio e quando o suicidio não deu certo, vim pra cá como medida desesperada. A situação lá era sufocante e eu me mudei na tentativa de me livrar daquilo tudo. No inicio eu só quis fugir de lá, sabe? Tudo fazia eu me sentir mal, as pessoas, os lugares, nada me fazia melhor, só piorava minha situação, ai achei que vindo pra um lugar totalmente novo, com pessoas novas me livraria das lembranças ruins. no inicio melhorou bastante, ninguem sabia de nós e ficou tudo calmo... mas mesmo assim ela não ia voltar pra mim, eu fiquei sem objetivos nenhum, não sabia pelo que viver. Depois de uns meses fazendo tratamento e tomando remedio eu aceitei que uma hora iria precisar tocar minha vida pra frente, ai voltei a fazer academia, decidi entrar logo pra faculdade, conheci vocês -ele deu um sorriso simpatico e ao mesmo tempo triste- e por algum tempo eu... consegui esquecer quem eu ja fui, minha vida antiga, meus problemas, e comecei a viver me sentindo uma pessoa nova, mas eu não resolvi os problemas, só deixei eles pra trás, e quando vi as mensagens e ligações chegando, tudo o que eu sentia antes, o desespero, a tristeza, a culpa, o medo... e principalmente a falta dela, voltaram igual uma bomba... e ai vocês me encontraram naquele estado -uma lagrima caiu do seu rosto-.

Eu: Fica assim não, a gente ta aqui e não vai te abandonar.

Daniel: Valeu pela consideração.

Passei meu braço em volta de seu pescoço e dei um abraço nele. A intenção inicialmente foi só consolar mesmo, mas quando senti seu cheiro meu coração acelerou e logo fui tratando se solta-lo, levantamos e continuamos nossa caminhada.

Eu: Posso te perguntar? Você tem todo direito de não responder, claro.

Daniel: Pode perguntar, respondo sim.

Eu: Você ainda ama ela? -sua expressão ficou triste-

Daniel: Sim... e nunca vou deixar de amar, mesmo sabendo que ela me abandonou.

Eu não sei qual a resposta que eu queria, tambem nem sei porque perguntei aquilo, mas agora quem estava triste era eu.

Eu: Ela devia ser uma ótima companheira.

Daniel: Tambem, mas o motivo de eu me sentir assim vem de mim mesmo. Como ja disse, eu demoro pra me relacionar com as pessoas, mas quando acontece, é forte e verdadeiro, e se for o caso de amor... me conheço bem o suficiente pra saber que vai ser pelo resto da minha vida, mesmo se a pessoa não estiver do meu lado...

Eu: Então se você odeia uma pessoa, vai odiar ela pra sempre tambem? -eu não tinha o que dizer, mas queria contornar aquele assunto-

Daniel: Se é assim pra um sentimento, tem que ser pra todos, né?

Eu: Vou tomar cuidado daqui pra frente hahahha.

Daniel: Fica tranquilo, só odiaria você se fizesse alguma merda muito grande comigo hahaha. Mas e você?

Eu: Eu o que?

Daniel: Ja amou alguem?

Eu:... Não...

Daniel: Então fica ai a dica pra tomar cuidado por quem você se apaixona, digo por experiência própria.

Eu: "Tarde demais pra isso..." -pensei-. Ok, vou anotar no meu bloquinho.

Nos levantamos, continuamos a caminhar e depois voltamos pras nossas casas. No geral essas férias se resumiram a jogar video game ou sair com o Daniel e o pessoal, ficar em casa, malhar e cheguei a sair algumas vezes com o Gustavo também.

Eu estava tentando dar mais atenção ao Gustavo, conversava mais com ele, nos encontrávamos com mais frequência... Bom eu estava tentando. Quando as férias acabaram, voltamos pra faculdade e nossas vidas normais.

Logo no inicio do período Andressa cismou que não queria fazer uma matéria relacionada a cálculos, logo Bruno e Clara também se revoltaram contra essa matéria e decidiram ficar de fora também, Daniel não aderiu ao motim e manteve em sua grade, eu fiquei com pena do coitado e resolvi fazer a matéria também. Antes que vocês me xinguem, eu não fiz isso só porque eu sentia alguma coisa por ele, mas nós já éramos muito amigos e eu queria tentar gostar de outra pessoa, não deixar de ter sua companhia, então fiz porque gostava de estar perto dele independente de meus sentimentos.

No início desse segundo semestre eu e Daniel principalmente por causa da matéria que fazíamos juntos, passamos a nos aproximar ainda mais, tínhamos mais intimidade. Por causa do que eu estava tendo com o Gustavo, meus sentimentos pelo Daniel pareciam estar dando uma trégua, óbvio que eles não iam ir embora tão cedo, se é que algum dia iriam, mas já não eram tão incontroláveis quanto antes. Com o tempo passando eu fui tendo mais certeza de que eu ia apostar no Gustavo e assim estava fazendo.

Num domingo desses em que eu almoçava com meus pais, começamos a conversar sobre faculdade, empregos, amigos coisas alheias e o assunto foi rolando e chegou em relacionamentos.

Pai: Ta namorando ninguem?

Eu: Não...

Pai: Nem dando uns beijos em alguma garota por ai?

Eu: Não...

Pai: Ué, você sai tanto pra essas baladas aí e não beija ninguem?

Eu: Não posso ir só pra sair com meus amigos?

Pai: Você ta com eles praticamente todos os dias, oras. Ja ta na hora de arrumar uma namorada, mas tem que ser uma menina boa pra casar e ter filho, isso de ficar trocando de mulher toda hora só da problema.

Eu: É pai, eu sei... -respondia eu brincando com a comida por impaciência-.

Pai: Tambem não ta gostando de nenhuma na faculdade?

Eu: Não pai, que saco, voltei a ter 13 anos agora?

Pai: Tsc, pode isso Edna? Um menino bonito e forte mas bobo desse jeito.

Mãe: Deixa o garoto Jeferson, vai querer fazer casamento arranjado agora?

Pai: Só disse que ja ta na hora dele começar a pensar na vida, oras.

Eu: E quem disse que eu não penso na vida? Só porque não tenho namorada não penso na vida?

Pai: Então por que não ta namorando ainda? -fechei os olhos e respirei fundo-.

Eu: Porque eu sou gay...

quando abri os olhos minha mãe me encarava com um olhar solidário e respondi do mesmo jeito, ela pegou na minha mão e sorriu, mas fomos interrompidos com o barulho da cadeira arrastando no chão e meu pai em pé me olhando com um misto de raiva e algo que parecia medo.

Pai: GAROTO... QUE HISTÓRIA É ESSA!?! -eu não esperava essa reação do meu pai e estava assustado, mas não demonstrei-

Eu: É pai, eu sou gay.

Pai: NÃO, NÃO É! FILHO NENHUM MEU É VIADO!

Mãe: Jeferson, que merda é essa?! É do seu filho que você ta falando!

Eu: Pai, por favor, tenta entender-

Pai: ENTENDER PORRA NENHUMA, EU NÃO TENHO FILHO VIADO!

Mâe: JEFERSON, PARA!

Eu: Qual o problema disso?!? eu vou deixar de ser homem só porque eu sou gay?!?

Pai: MULEQUE, CALA A BOCA E SAI DA MINHA FRENTE!

Eu: Porque você ta agindo assim agora?! Infelizmente não posso mudar quem eu sou, e eu sou gay! -ele me deu um soco no rosto que me fez cair no chão-.

Mãe: JEFERSON! -correu pra me ajudar-

Pai: ENTÃO VOCÊ NÃO É MAIS MEU FILHO! -isso doeu mais que qualquer dor fisica-

Eu:...Pai... o que... -uma lagrima desceu em meu rosto, não pelo soco, mas por suas palavras-

Pai: SAI DA MINHA FRENTE!

me levantei, fui pro meu quarto e logo em seguida escuto meus pais gritando um com o outro. Eu tinha acabado de ser renegado por meu pai. O que mais me doía é que eu sempre vi meu pai como exemplo, ele não brigava com minha mãe, nunca me bateu quando criança, não passava todo tempo do mundo comigo e minha irmã, mas eu não tinha o que reclamar pois sempre soube que ele fazia aquilo por nós porém se meu pai tinha reagido daquele jeito, o resto da minha familia provavelmente tambem me rejeitaria. Sentei em minha cama e comecei a chorar enquanto escutava meus pais discutindo por minha causa, se eu ficasse ali só iria piorar as coisas. Pensei em ligar pra minha irmã, mas com certeza só traria mais briga pra minha casa. Gustavo me passou na cabeça, mas isso só pioraria as coisas pra mim e pra ele se meu pai descobrisse. Pensei na Clara, Bruno e Andressa, mas Clara e Bruno deviam estar ocupados com suas familias e provavelmente meu pai culparia Andressa. Logo me veio Daniel, e por algum motivo achei que ele seria o unico que me confortaria naquele momento. Peguei meu celular e liguei pra ele.

Daniel: E ai cara, beleza?

Eu: Ei, aham. Posso-

Daniel: Cara, que gritaria é essa? Ta rolando briga ai na sua casa?

Eu: É... ta sim...

Daniel:...Você ta chorando? Cara, ta tudo bem ai?

Eu: Tem como eu dormir hoje na sua casa?

Daniel: Claro cara, pode ficar mais tempo se quiser, Você vem agora?

Eu: Posso?

Daniel: Pelos gritos que eu to escutando, você deve.

Eu: Obrigado cara.

Daniel: Sem problema, traz o Tay tambem.

Eu: Ok, daqui a pouco eu chego ai.

Daniel: Tchau.

Eu: Tchau.

Arrumei minhas coisas numa mochila, botei o Tay debaixo do braço pra ser mais rapido e saí. Meus pais continuavam brigando e quando minha mãe me viu veio falar comigo

Mãe: Filho?! Pra onde você vai?!?

Eu: Pra algum lugar que não é aqui. -sai de casa e fechei a porta, mas continuei escutando meus pais enquanto caminhava-

Mãe: VIU O QUE VOCÊ FEZ COM NOSSO FILHO?!? ISSO É CULPA SUA!!

Pai: A CULPA É DELE POR SER ASSIM!

Chorava enquanto me dirigia a casa do Daniel pensando se aquilo realmente era culpa minha. Quem sabe realmente não fosse culpa minha? Será que meu pai iria me aceitar alguma hora? Se não, como eu iria viver dali pra frente? Eram coisas que eu não queria pensar por hora, e quem sabe Daniel não me fizesse esquecer um pouco. Cheguei em sua casa, toquei a campainha e logo Daniel aparece pra abrir o portão de sua casa. Ele abre e me olha com uma cara de surpresa.

Daniel: Entra... Isso foi um soco? Quem fez isso?

Eu: Meu pai...

Daniel: Caralho, por que ele fez isso?

pergunta ele passando a mão no sangue do canto da minha boca. Tentei responder mas voltei a chorar, ele me dá um abraço tentando me consolar. No mesmo instante me senti mais seguro, nada iria se resolver só por causa de um abraço, mas ja me sentia melhor mesmo assim. Meus pensamentos de preocupação foram apagados pelo cheiro de Daniel e por seu corpo quente que me abraçava, logo parei de chorar e entramos em sua casa. Entrei e senti cheiro de comida sendo feita, dona camila estava sentada no sofá assistindo tv e quando me viu veio falar comigo.

Camila: Julio? O que aconteceu?!

Eu: Briguei com meu pai.

Camila: Oh meu deus, você ta bem?

Eu: to sim, tia...

Camila: Quer botar um band-aid?

Eu: Pode ser.

Camila: Ta bom, fica à vontade, a casa é sua. - entrou em um dos cômodos-

Daniel: Ta com fome?

Eu: Não...

Daniel: Vish, então a coisa foi feia mesmo.

Eu: ahhaha só tu pra me fazer rir agora... -ele fez uma cara de preocupação que se não fosse minha cabeça cheia, teria ficado com vontade de agarrar ele alí mesmo-

Daniel: Você quer falar disso agora ou quer deixar pra depois?

Eu: Não sei...

Daniel: Po faz o seguinte então, toma um banho quente pra relaxar, quando acabar a gente janta e depois conversa

Eu: Serio, obrigado mesmo.

Daniel: Fica tranquilo, quando fui eu que precisei você me ajudou, agora eu to aqui pra qualquer coisa que você precisar. -dei outro abraço nele- pode usa aquela toalha que ta no banheiro mesmo.

Me dirigi ao banheiro e tomei um banho quente, pensei nas coisas, esfriei mais a cabeça e quando saí a comida estava pronta. Quando olhei o strogonoff lembrei que não tinha comido nada em casa e de repente me veio a fome. Jantamos assistindo tv e depois fomos pro quarto do Daniel, ele me disse pra eu dormir em sua cama, deitei e fiquei olhando Tay perturbar os cachorros do Daniel, que as vezes me tirava umas risadas, esperando enquanto ele tomava banho. A essa hora a chuva ja caia, Daniel terminou o banho, apagou a luz e se sentou na cama de frente pra mim e ficou brincando com meu cachorro.

Eu: Ja vai domir?

Daniel: Não, por que?

Eu: Você apagou a luz do quarto.

Daniel: Ah, é que eu prefiro assim, quer que eu acenda?

Eu: Não precisa.

Daniel: Tá... Se quiser conversar agora...

Eu:...Você escutou na sala quando disse que briguei com meu pai.

Daniel: Certo...

Eu:...

Daniel:... Tá, e por que brigou com ele? -Daniel olhava pra mim-

Eu: Cara, é que... -respirei fundo- eu sou gay...

olhei pra ele. Achei que ele ia esboçar alguma surpresa, mas não mudou nada, como se o que eu tinha acabado de dizer não fosse nada demais. Porque meu pai não podia ter agido do mesmo jeito? Porque o MUNDO não podia agir do mesmo jeito? Eu não queria ser tratado de forma especial por ser gay, não queria ser tratado como lixo por ser gay, queria ser tratado como sempre me trataram, afinal eu não ia deixar de ser eu mesmo por ser gay, e Daniel me fez sentir assim. Eu tentava ver o Daniel apenas como amigo, mas ele sempre me surpreendia, mostrava alguma caracteristica sua que me deixava ainda mais fascinado... assim seria impossivel deixar de sentir paixão por ele cara algum dia...

Daniel: E por isso seu pai te deu um soco?

Eu: Mais ou menos... de inicio ele parecia não acreditar, levantou da cadeira todo nervoso me negando. O que mais me dói nisso tudo é que ele nunca agiu assim antes, sempre foi tranquilo comigo, nunca tinha mostrado ser contra isso. Se ele tivesse sido assim a vida toda não iria me surpreender ser assim agora, mas não, ele virou outra pessoa, com raiva de mim e provavelmente da minha mãe por ter me apoiado. Minha mãe... larguei ela com meu pai sem nem mesmo dizer pra onde tava vindo...

Daniel: Dá uma ligada pra saber como ela tá

Eu: Boa idéia... -peguei meu celular e ela não atendeu na primeira e fiquei preocupado, mas na segunda atendeu de imediato-.

Mãe: Alô! Meu filho, onde você ta?!

Eu: Oi mãe, to aqui na casa do Daniel, mas e meu pai, fez alguma coisa com você?

Mãe: Não, eu mandei ele sair de casa um pouco pra esfriar a cabeça e pensar nas besteiras que ele fez e falou pra você...

Eu: Que bom que a senhora ta bem.

Mãe: Oh meu filho... eu não sei o que deu no seu pai...

Eu: É mãe, nem eu...

Mãe: Ele parecia que tava possuido, achei que fosse fazer alguma coisa com você, fiquei com muito medo... e o seu rosto, como é que ta?

Eu: Ta bem, mãe, só cortou um pouco mas ja botei um curativo, não é nada demais.

Mãe: Ainda bem... mas quando você volta pra casa?

Eu: Não sei mãe... pera. Cara, posso passar uns dias aqui? -perguntei pro Daniel-

Daniel: Cara, ja falei, fica o tempo que quiser.

Eu: Mãe, eu vou ficar uns dias aqui, é melhor pro meu pai pensar um pouco nas coisas sem mim por perto.

Mãe: Ok meu filho, mas saiba que eu te apoio e principalmente te amo.

Eu: Tambem te amo mãe. Beijo, tchau.

Mãe: Tchau.

Daniel: E ae, ta tudo bem com ela?

Eu: Sim... ela disse que meu pai saiu pra esfriar a cabeça...

Daniel: Bom, vamos torcer pra ele perceber que foi um babaca.

Depois fui atualizar o resto do pessoal com o que tava acontecendo e Daniel ficou assistindo tv. Decidi deixar pra falar isso com o Gustavo pessoalmente, não sei porque, mas senti que seria melhor assim. No dia seguinte foi normal, passei em casa pra pegar mais roupas e minhas coisas da faculdade em um horario que meu pai não estivesse lá, é claro. De tarde liguei pra minha irmã e contei pra ela que compartilhava a mesma surpresa que eu em relação ao nosso pai, mas me disse que podia contar com ela para o que fosse. Ja na faculdade no intervalo disse pro pessoal que ia procurar um professor e falar com ele, todos sabiam que na verdade eu iria falar com o Gustavo, menos o Daniel. Eu não sabia porque, mas não queria que o Daniel soubesse sobre mim e o Gustavo, mesmo não tendo absolutamente nada com o Daniel eu sentia como se estivesse traindo ele. Mandei uma mensagem dizendo pro Gustavo me encontrar e pouco tempo depois ele estava lá.

Gustavo: (depois de explicar toda a situação) Por um lado eu fico feliz por você ter contado pros seus pais, mas por outro fico triste pelo seu pai não ter aceitado.

Eu: É, ta sendo bem dificil pra mim saber que ele pensa assim...

Gustavo: Não fica assim, você ainda tem bastante gente do seu lado, uma hora ele vai perceber que tem um filho maravilhoso independente dele ser gay ou não.

Eu: Como foi pra você e sua irmã se assumirem?

Gustavo: Não foi facil, nenhum dos nossos pais aceitaram de inicio, mas nós dois nos unimos bastante nessa fase e com o tempo eles foram engolindo e hoje ja se conformaram.

Eu: Espero que com meu pai seja assim.

Gustavo: Vai sim, tenho certeza.

Ele abriu um sorriso e me deu um beijo rapido. Eu tinha muita raiva de mim mesmo por não conseguir sentir pelo Gustavo o que eu sinto pelo Daniel. Nos despedimos e cada um foi pro seu canto, voltei pra sala e logo a aula tinha acabado. Os dias foram passando normais, eu e Daniel passavamos o dia inteiro juntos fosse estudando, caminhando, jogando video game, assistindo tv ou qualquer outra coisa. Conversamos bastante tambem, falavamos sobre o que esperavamos para o futuro, nossas vidas e essas coisas, Daniel ja tinha me dito que com o termino do seu namoro ficou sem visões para sua vida mas que pensava bastante em novas metas e como seguiria dali pra frente, só que uma delas ainda tinha se mantido, que era ter um filho. Achei aquilo bem interessante vindo dele, nunca iria imaginar que algo assim seria um dos sonhos da vida dele... e mais uma vez ele me surpreendia.

No meio da semana minha mãe diz que tinha falado com meu pai e que era pra conversarmos no sabado. Eu não saberia o que vinha dessa conversa pois minha mãe não entrou em detalhes, apenas disse que sabado eu e meu pai iamos conversar e pronto. Fiquei apreensivo até chegar o dia. Daniel me disse que qualquer coisa era só eu ligar que ele, agradeci e assim fui ao encontro de meu pai.

Fala galera, desculpa ter postado só hoje, mas eu repensei conteudo e tamanho desse e dos próximos capitulos pra poder chegar aonde quero ainda essa semana, resolvi parar por aqui hoje pro próximo poder ficar coerente, mas ele sai quinta feira nem que eu tenha que ficar sem dormir pra postar então esperem pelo próximo capitulo (como se eu ja não fizesse vocês esperarem o suficiente, eu sei, me desculpem...)

Vou deixar pra responder vocês individualmente no próximo capitulo tambem mas agradeço a todos os comentarios do ultimo, to curtindo bastante todos eles, a barrinha de comentarios está sempre aberta e estou apto a receber qualquer tipo de comentario, critica e opinião, obrigado por lerem e até o próximo.

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Comentários

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Adorando seu conto cara.Deve ter sido barra,passar por um amor não correspondido. Graças a Deus não passei por isso pois nunca me apaixonei por ninguém nos auge dos meus 29 anos.Difícil receber essa reação do seu pai,até hoje não sou assumido,mas tenho duvida que eles desconfiam pois nunca me ralacionei com mulher alguma,deve se barra se agredido e humilhado por um pai que vemos como nosso herói protetor.

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Espero que seu pai tenha ti aceitado, deve doe muito ouvir isso do próprio pai, já ouvir isso da minha mãe doe, doe mais relevei, eu era tão acostuma ouvir ofensas, que te escutado umas da minha próprio mãe, não foi surpresa. São tantos fatos é algumas marcas na minha vida que tento superar eles a cada dia. Que bom que Daniel não mudou com você, na verdade ele foi bem compreensivo, como ser ele já soubesse. Aguardando o próximo, Abraço !

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Esse tipo de reação é quase uma das opções esperadas infelizmente. A maioria não está preparada ou não se prepara pras possibilidades e entra na fase da negação deliberada. Culpar a sociedade é o de praxe, mas enquanto os valores transmitidos de geração em geração não mudarem, nada vai melhorar de fato. Muitos não percebem que filho não é uma continuidade do pai/mãe/avô, mas um ser suscetível na vida a tudo mesmo. Normalmente isso se resolve com o tempo, alguns são alguns dias, outros décadas =/, sorte alguns ainda terem um ponto de apoio e os que não tem? Sorte você ter tido o Daniel e a sua mãe no momento de crash. GG próxima parte õ/. [detalheinútil]A bainha sagrada sempre protegeu o rei no momento que mais precisava ;)[/detalheinútil]

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Haha...O increvel da noite foi q assim q seu pai falou q qria vc com uma esposa e filhos vc disse que era gay, mais ai nao justificava o soco, se fosse eu manda logo uma voadora gospel nele!!Sqn :p

Eu torço pra que nesse seculo mesmo saia esse bendito beijo...Julio conta ai depois se vc eo daniel ainda estao juntos..Amamos vc lindo, tesao, bonito e gostosao...Aguardamos o proximo!!Loading...

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Julio, parabens pela coragem, pois nada e pior do q as pessoas ficarem insistindo para vc namorar alguem, independente se sao seus pais, e vc disse uma verdade, vc nao deixou de ser homem so por causa da sua opçao sexual, parabenizo sua mae, pois em momento algum ela te criticou ou te renegou, garanto q ela conseguira apaziguar e reaproximar vc e seu pai. Torço para q o Daniel com esta aproximaçao perceba q tb gosta de vc, pois mesmo sabendo q o Gustavo e um bom rapaz seu coraçao e amor esta com o Daniel. Parabens

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Espero que seu pai tenha te aceitado,e se desculpado por tudo que disse...muito bom.

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Ele vai te apoiar concerteza,ta muito bom o capitulo Julio,nao so esse mais toda sua historia.abraçao amigo.

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Que barra :/ mas o melhor é saber que voce não se deixou abater! Certinho, guri. Acho que pra postar o proximo você não precisa ficar sem dormir ne... teve um tempinho digita um pedaço e, de pedaço em pedaço, você monta o texto. Enfim, não precisa ficar se matando pra cumprir prazos ne. Claro, é muito chato ficar esperando e tal mas isso não quer dizer que você tem que abrir mão do seu sono ... See ya.

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esse cp foi bem tenso .falar pro seu pai assim de supetão da sua orientação sexual .foi o melhor que voce fez.por se voce parace pra tentar arrumar uma melhor maneira de de abrir o jogo talvez a coragem nunca ia vim. com relação ãos seus sentimentos pelo danyel..o melhor que voce faz é tentar ve lo como amigo.e investir no gustavo.sei que não é facil.mas tentar jà é um bom começo

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Ele vai aceitar,se deus quiser.Foi fundamental o apoio do Daniel nesse periodo,não?Mas ainda nao sei como ele começara a se apaixonar por você,já que ate agora nada demonstrou nesse sentido.Mal vejo a hora disso acontecer!

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espero q seu pai tenha lhe aceitado pois independente de vc ser gay vc é e sempre vai ser filho dele, na minha opinião familia e a coisa mais emportante do mundo e o exemplo tem q vir dela, se apropria familia não aceita como a sociedade vai aceitar? Mas fico feliz por vc ter uma mãe tão maravilhosa q te ama e te aceita como vc é!!! Há não podia esquecer... Nota.10.

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