Eu sempre fui convicto que nada em nossa vida acontece por acaso, tudo tem uma explicação, as coisas, as pessoas tudo tem um propósito, hoje podemos estar tristes por algum motivo, mas e o amanhã?
Quem sabe o que nos espera o amanhã?
Isso é uma dúvida que passamos todos os dias, temos que dar graças por estarmos vivos e com saúde, era isso que minha tia sempre nos dizia.
O amanhã só a Deus pertence, nossa parte e dever é acordar, levantar e correr atrás da felicidade.
A verdade é que eu não posso cobrar nada dos outros, exigir que sejam verdadeiros comigo, que sejam companheiros, amigos e cúmplices, da mesma forma que eu não gostaria que o fizessem a mim.
Temos nossas qualidades, essas que são poucos os que enxergam, mas e os nossos defeitos que são apontados todos os dias, por aqueles que estão do lado de fora.
Aqueles que não sabem como você leva a sua vida, qual a sua dificuldade, suas esperanças e o que você espera do amanhã.
Minhas amigas adoram a minha sinceridade e o meu jeito transparente de ser, já os meninos não gostam do meu jeito certinho e sistemático, mas ainda assim eles estão comigo, são meus amigos, que aprenderam a conviver com tudo o que eu sou.
Eu fiquei desapontado com a atitude do Renato, mas ainda assim eu sei que daqui algum tempo eu vou esquecer tudo isso, e vou voltar a ter a amizade dele.
Eu não tenho o direito de julgá-lo, ou de apontá-lo pelos erros que ele cometeu ou comete, o que eu posso fazer é tentar ajudá-lo e orientá-lo para alguma coisa melhor.
O único ser que pode cobrar alguma coisa de todos nós é Deus.
Nascemos e nossa primeira lição é o tapa na bunda para mostrarmos que há vida dentro de nós.
Depois quando começamos com nossos primeiros passos, vem o primeiro tombo, mais uma lição, criar coragem de levantar e continuar tentando.
O segundo tombo é aquele que levamos quando nossos pais tiram as rodinhas reservas da bicicleta, esse tombo é o que nos dará a coragem para encaramos os desafios.
O primeiro amor, aquele inocente que surge do nada e você sem entender o que esta acontecendo, acaba se machucando e se fortalecendo ao mesmo tempo.
Todas essas fases da nossa vida nos trazem grandes e valiosas lições.
Eu contei toda a história do Renatão para minha mãe enquanto tomávamos o café da manhã, ela me disse que se eu o julgasse pelas coisas que ele fazia, estaria sendo exatamente como ele.
Minha mãe mesmo teve que aceitar as critica da família do meu pai, eles sempre deixaram claro que não gostavam da minha mãe e da família dela, que não aprovavam a união dos dois e se a minha mãe fosse uma pessoa fraca, ela teria desistido do meu pai, mas eles foram até onde conseguiram, se ele estivesse vivo hoje, garanto que seriamos ainda mais felizes.
Bom o que eu posso dizer é que ainda estou chateado com o Renato, pelas idiotices que ele fez até agora, mas se ele quis abrir o jogo e o coração comigo, é sinal de que ele ainda tem um pingo de caráter dentro dele, por isso eu desejo que ele ainda encontre a felicidade.
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Voltando para a minha viagem com os meninos a praia no carnaval de 2014.
Eu via todas aquelas pessoas se divertindo no mar, correndo, brincando e sorrindo, como era bom sair para passar um tempo, livre de todos os problemas que eu tinha passado até então.
Minha saúde enfim estava estável, minha vida estava maravilhosa e meu trabalho indo de bom a melhor.
Tinha um cara que cuidava de mim, esse era o magrelo, meu médico, meu chefe culinário, meu amigo, meu pai, meu amante, o homem da minha vida.
Ele já não tem mais vergonha de demonstrar seu amor por mim, meu filho o amava, minha mãe então nem se fale.
A gente se completava.
Naquela noite no litoral teria o show da banda asa de águia, eu não poderia perder por nada, já que eu gosto muito dessas muvucas.
Saímos do mar e voltamos para a casa, lembrei que precisava comprar algumas coisas, para comermos e fazermos nossos churrasquinhos.
Peguei o carro e fui até o mercado junto com meu guarda costas.
Parei num posto de gasolina para abastecer o carro, e aproveitar para comprar gelo que estava em promoção.
Desci do carro e fui até a lojinha de conveniências, comprei as coisas e voltei, o William foi abrir o porta malas para mim, guardei as coisas e o frentista veio me entregar à notinha do combustível.
Quando eu estava ajeitando o meu cinto de segurança, para um carro do meu lado.
Nisso desceu um rapaz de mais ou menos uns dezoito anos, barbinha por fazer, uma pele branquinha, os pelinhos do corpo todos loirinhos, era lindo!
Ele ficou me olhando bem seriamente, eu o segui com meus olhos, ele sempre fixo nos meus.
Quando ele chegou à bomba, sorriu e me acenou com a cabeça em forma de saudação.
Eu também sorri e também acenei com minha cabeça.
Bravo o William coloca a cabeça para fora do carro e com um senhor grito ele intima o garoto.
Ta olhando o que carinha?
Você é cego ou o que, não ta vendo que ele esta acompanhado?
Me dá um beliscão na perna que saiu água dos meus olhos.
Qual é Baixinho, vai ficar dando mole para aquele franguinho na minha frente?
O pessoal do posto parou para olhar.
Eu dei partida no carro e sai na velocidade da luz.
Nossa William, eu só cumprimentei o cara.
Você quer apanhar eu acho, não quer Fabiano?
Eu ria tanto da situação, que nem ligava para o olhar de nervoso dele.
Poxa magrelo rs, você está com ciuminhos está?
Baixinho, baixinho não brinca comigo que você não me viu nervoso ainda.
Para William, o menino é bonito mesmo, não tem como não olhar, e outra eu não estou te traindo, não fisicamente rs.
Ele segurou o meu braço e me mordeu e depois beijou meu pescoço.
William olha pra mim!?
Pode ter milhares de rapazes lindos todos enfileirados aqui na minha frente, mas sabe quem eu vou escolher?
Você magrelo, eu te amo, assim exatamente desse jeito.
Pode ficar com ciúmes mesmo que eu acho bonitinho, mas não precisa ter medo, que esse tipo de coisa eu nunca irei fazer.
Continua