- Pronto, to marcado! - pensei.
O tal treinador Otávio se ausentou da piscina então eu, Mark, Lucas e Pedro ficamos conversando sobre a dureza do cara enquanto ele não vinha.
- Ele tem cara de ser bravo... espero que ele não fique muito tempo aqui - disse o Pedro.
- É, celo, parece que o novo treinador não foi com a sua cara - Lucas se referiu a mim. Celo era meu apelido dado por ele e que se infestou por toda a escola. Agora todos me chamavam de celo.
- E você acha que eu não vi? - falei antes de mergulhar na piscina.
Quando voltei pra superfície, vi o treinador sentando e mandando nós treinarmos saltos na raia. Bem nível amador, mas fazer o que, ele era autoridade.
Quando o treino terminou, todos fomos para o chuveiro e ao sair ele me abordou.
- Marcelo, eu quero que você venha comigo até a secretaria.
- Pra quê? - perguntei. Nesse momento os outros meninos viam atrás de mim.
- Eu preciso pegar uns dados seus... - ele olhava com um olhar raivoso pros meninos.
- Tá, Mark, vamo lá rapidão - falei.
- NÃO! - ele se alterou. - Digo, não vai demorar e a secretaria não pode ficar cheia de gente. - ele continuou.
Claro que todos desconfiaram e não queriam me deixar ir, mas fui assim mesmo.
- Mark, me espera no carro! - ordenei.
Ele prontamente foi pro carro junto dos meninos e eu fui na secretaria com o treinador que parecia me odiar. Chegando lá nos sentamos e ele começou uma série de questionamentos.
- Qual seu nome completo?
- Marcelo Bastos Stica.
- Só isso?
- Só.
- Nome da sua mãe.
- Stella Bastos Stica.
- E do seu pai?
- Não tenho.
Nessa hora ele me olhou diferente. Eu não estava me sentindo confortável ali e ele permaneceu em silêncio por alguns minutos.
- Posso ir? - perguntei.
- Sim. - ele respondeu seco.
Dei graças a Deus ele ter me deixado ir e saí, mas antes me certifiquei de perguntar pra que ele queria os meus dados.
- Pra uma competição. - ele respondeu.
- Só os meus dados? - perguntei.
- Os seus dados estavam incompletos - ele respondeu. - Agora vá! - ordenou.
Fui pro estacionamento do colégio e o Mark já estava com o celular na mão me ligando. Eu o abracei.
- Vamos? - ele perguntou.
- Sim! - respondi.
Ao entrarmos no carro ele fez uma série de perguntas e ao sairmos do estacionamento notei que um carro nos seguia. A princípio pensei ser coisa da minha cabeça, mas ele continuou até chegarmos na esquina da minha casa. Nesse período ele parou na esquina e ficou parado por mais algum tempo.
Aquilo me deixou um tanto assustado, pois o treinador me pareceu bem estranho. Tentei não pensar nisso, mas foi em vão,
- O que tu tem? - Mark desligou o carro na frente de casa.
- Nada, uai - respondi. Entramos em casa, comemos e depois assistimos um filme juntinhos. Depois dormimos juntos e no dia seguinte fomos pro colégio.
Nada de interessante aconteceu nos meses seguintes. Outubro chegou rapidamente e já era o mês de vestibular. Todos estávamos como loucos com isso, o que acabou me distanciando mais ainda do Mark. Um dia ele foi lá pra casa e acabamos indo pro terraço da minha casa olhar as estrelas.
- Marcelo? - ele pegou na minha mão.
- Oi? - perguntei.
- Sabe - ele virou o rosto pra me observar. Que curso você pensa em fazer mesmo? - ele perguntou.
- Arquitetura ou Engenharia Civil - respondi. Por que a pergunta?
- Porque eu to pensando em me inscrever pra essas matérias - ele respondeu.
- Uai, mas seu sonho é ser psicólogo... - ele me interrompeu.
- Não! O meu sonho é passar o resto da minha vida contigo... quer namorar comigo?
E aí pessoal, tudo bom? Espero que estejam gostando do conto. Creio que daqui mais uns 5 capítulos o mesmo estará chegando ao fim. A princípio eu pensei em fazer uma segunda temporada, mas não sei se será coerente... vocês saberão o por que no final. Mas não estou descartando a possibilidade. Estou trabalhando em um outro conto também, pra postar logo depois que eu terminar esse.