Me Ensine a Amar 1

Um conto erótico de Chel
Categoria: Homossexual
Contém 4067 palavras
Data: 19/06/2014 18:41:29

Capítulo 1: A primeira fera.

Com quase 1,90 de altura, eu não era uma pessoa que a primeira vista inspirasse conforto ou amizade, mas o contrário disso. Todos os seis integrantes de minha família falavam que meus lábios tinham nascido para ficarem todo tempo crispados e que meus olhos a todo momento estava estreitos. Já briguei feio com o meu irmão mais velho por causa disso, entramos na porrada mesmo. No final eu sai com vários hematomas pelo corpo e ele com um nariz quebrado e uma luxação na coxa. Sabe por que eles falam isso? Quando eu escutei isso da boca do meu pai eu pirei, ele chegou um dia em casa, acompanhado de minha mãe, mandou eu sentar no sofá e meus pais se sentaram no outro, na minha frente, e ele soltou: “Sabe Chel, o seu psicólogo nos falou que você tem um probleminha”. Acho que ele viu quando eu transformei meus punhos em bolas apertadas, meu pai ficou tenso – como eu, meu pai era alto, tinha 2,03 – minha mãe se levantou apresada e foi parar atrás do sofá, se escondeu de mim. Vendo a reação dos meus progenitores eu respirei fundo e perguntei, entre dentes: “E qual seria esse probleminha?” meu pai ainda estava alerta, mas ele respondeu tentando não deixar o nervosismo transparecer em sua voz.

“Que você tem problemas para controlar a raiva”

No começo foi bastante difícil ter que acreditar naquelas palavras, eu já ia naquele maldito psicólogo há bastante tempo, eu odiava o tom da voz dele, a maneira como ele me olhava, ou quando, as vezes, ele me tocava. Em uma dessas tentativas de toque foi que eu soquei ele pra valer, eu não gostava de ir todas sextas e sábados para aquela clínica e ele ainda tentou me tocar, eu pirei, bati mesmo. Ri bastante em casa quando me lembrei do ocorrido, eu um pirralho de 14 anos, alto pra idade e magro demais dei uma surra em um cara de quase trinta anos muito mais forte que eu. E no dia seguinte meu pai me disse o diagnostico do psicólogo que eu dei uma surra. “Não consigo controlar a raiva” e realmente não conseguia. A medida que eu ia crescendo o descontrole ficava cada vez mais controlável. Acho que isso se deu a duas novas descobertas. A primeira eu descobri com quase 15 anos. Estava no banho, tinha passado o dia todo com um calor infernal, um mau humor satânico e minha raiva beirava ao descontrole. Na escola eu não conversei com ninguém, não olhei e muito menos toquei. Meu corpo estava borbulhando e eu não sabia o que era. Não sei como não explodi, na hora de ir embora eu parecia um diabo fugindo do inferno, queria tomar banho, minha pele estava quente, úmida e pegajosa quando eu tocava.

Deixei um rastro de roupa da sala até o meu quarto, não ficava ninguém em casa a essa hora, meu irmão mais velho estava na faculdade e os mais novos ainda na escola, meu pai e minha mãe no trabalho. Gemi aliviado quando a água quente fez contato com a minha pele febril, enquanto eu me ensaboava eu senti que meu pau estava dolorido e quando olhei para baixo ele estava duro, fiquei espantado. É claro que eu já tinha olhado meu pau duro, toda vez que eu acordava eu estava de pau duro, mas aquele tipo de ereção era diferente. A glande parecia maior e mais brilhante, pulsava bastante, e a rigidez era dolorida. Já arfando em expectativa eu coloquei minha mão sobre o meu pau. Gemi. Nos meus curtos quase 15 anos de vida eu nunca tinha sentindo nada parecido. Passei quase toda a minha curta vida com excesso de raiva que eu não tinha percebido que tinha outros prazeres na vida. Foi a minha primeira masturbação, e me lembrando agora, eu acho que foi bastante tardia. Nesse dia eu sai do banho tão feliz, meu corpo todo estava tão relaxado que quando os meus pais chegaram com os meus irmãos mais novos ficaram espantados com a minha serenidade. A partir desse dia não tinha um dia que eu não me masturbasse.

A segunda melhor coisa eu descobri com dezessete anos. Bom, na verdade eu não descobri sozinho. Eu já era um punheteiro de primeira com dezessete anos, já sabia muito bem que eu não sentia atração por garotas, eu nem me estressei muito com isso, se eu gostava de garotos o que eu poderia fazer? Nada, absolutamente nada. Nesse espaço de tempo eu tinha ficado um pouco mais alto, mas em vez de continuar magrelo eu engordei na medida proporcional a minha altura. Minhas pernas eram o que mais chamavam atenção, longas, torneadas e morenas pernas. Com 17 anos eu tinha 1,75 de altura e pesava 70 quilos. Era o meu último ano no ensino médio. Minha falta de controle com a raiva não tinha sumido, eu ainda tinha sérios surtos de raivas, mas a masturbação ajudava bastante. No último dia de aula toda as turmas de terceiro ano viajariam, na minha antiga escola era assim, guardávamos dinheiro desde o primeiro ano e quando chegava o dia da formatura no último ano gastávamos o dinheiro como quiséssemos. E nesse ano pegamos a quantia e compramos passagens de ônibus para todos os quase quatrocentos alunos de terceiro ano, alugamos uma chácara por uma semana. Nesses três anos tínhamos juntado uma quantia bastante grande de dinheiro, então nossa formatura foi foda.

Foi na primeira festa na chácara alugada para nós que eu descobri os prazeres do álcool, e juntos com os prazeres as vantagens de ficar bêbado. Também foi na primeira festa que eu descobri uma forma muito melhor para controlar minha raiva: o sexo! Já estava bêbado ao ponto de qualquer ventinho me jogar no chão, meus amigos não me ajudavam a ficar em pé novamente, eu tinha que me virar para permanecer sobre minhas pernas. Deixe-me dar um conselho, um bando de adolescentes sem supervisão de um responsável mais velho não é nada legal. No auge da festa, já com todo mundo embriago, todos os pudores foram empurrados para o fundo da mente quando o álcool entrou no organismo. Estava agachado no chão vomitando o coração pela boca quando percebi que beber não era o meu forte. Lavei minha boca com a água da piscina, que tinha gosto de carne malpassada, quase vomitava de novo. Levantei bamboleando e fui atrás dos meus amigos, mas nem andei muito, um cara que saiu não sei de onde me deu um beijo na boca. Tenho que admitir que o meu primeiro beijo não foi lá essas coisas, mas eu estava bêbado, ele estava bêbado. Sua boca tinha gosto de álcool, seu hálito cheiro de álcool, e eu fiquei com medo de vomitar na boca dele. Então desse beijo a coisa evoluiu para um amassa amassa maluco, e depois ele estava entrando e saindo de dentro de mim, sem proteção e sem emoção.

Já tinha ouvido falar que transar depois de fumar uma e beber duas faz o ato muito mais prazeroso. E realmente faz, mas eu tinha bebido quase duas grades de cerveja, dois litros de uísque e um sem número de caipirinha. Ele se derramou dentro de mim e a sensação foi indescritível em toda a sua loucura. No dia seguinte eu acordei com a sensação de que tinha um machado atravessado na minha cabeça, estava nu, todo grudento de esperma e vomito – não sabia disser se era meu o do garoto que estava desmaiado ao meu lado – e todo dolorido, um conselho: nunca transem no chão, ainda mas se for um chão de terra batida. Coloquei minha mão na frente da boca e baforei, quase desmaio novamente, eu parecia um posto de gasolina. Dei um chute no cara que estava ao meu lado e lembranças estilhaçadas da noite anterior cortaram momentaneamente o efeito da minha ressaca. Eu tinha transado com alguém! E sem camisinha! Um completo estranho! Ele acordou, gemendo de dor e quando eu gritei para ele perguntado se ele tinha alguma doença ele gemeu mais, mas no final ele me garantiu de pé junto que era limpo. Eu fui o primeiro a me vestir, depois fechei o zíper da bermuda do cara que tinha fodido comigo, o filho da puta tirou toda a minha roupa, mas só abriu o zíper do seu calção e mandou ver.

Foi a melhor semana de toda a minha vida, eu transei com ele a semana toda, ele era ótimo na cama, mesmo sendo mais baixo que eu, na cama ele era um verdadeiro gigante. No último dia de festa foi o melhor, transamos na piscina, no meu quarto, no quarto dele e dentro do ônibus quando todos estavam dormindo devido ao cansaço. Engatamos um namoro que não tinha nenhum sentimento, era apenas sexo. Foi por causa dele que eu fui expulso de casa, eu estava em casa sozinho quando Thiago me ligou e começou a falar um bocado de putaria pelo telefone, meu tesão foi subindo, subindo, e subindo e quando eu cai na real ele já estava na minha casa, no meu quarto, dentro de mim. Em algum momento enquanto conversávamos pelo telefone eu o convidei para vir até a minha casa. Mas não contava com uma coisa, que meu pai chegasse cedo em casa para pegar algo que tinha esquecido e me visto beijando Thiago, nós já tínhamos transado só estávamos dando uns amassos para ver se conseguíamos transar mais uma vez. Foi um quebra pau dos infernos, ele me bateu pra caramba, mas eu não levantei a voz nem a mão para ele, mesmo ele me batendo sem dó ele ainda era o meu pai. Como eu disse ele era alto pra caramba, sua mão grande pesava mais que tudo quando se chocava contra minha pele. Eu passei apenas mais uma semana sobre o mesmo teto que ele, não fiquei bravo com o meu pai por ele ter me batido e me expulsado de casa, não mesmo, a casa era dele e eu era apenas um agregado. Eu tinha passado no vestibular e num átimo de coragem coloquei para outro estado. Foi uma semana certinha, eu abri o site dos aprovados, vi que eu tinha passado para o curso, mas quase grito de frustração quando percebi que em vez de colocar biologia como opção eu tinha colocado psicologia. Mas fui mesmo assim, a bagunça já estava feita.

No dia anterior a minha saída eu coloquei toda a minha família na sala de estar, meu pai ainda não me olhava sem raiva, e contei para eles que iria para o sul do país na outra semana, mas que sairia de casa amanhã. Minha mãe ficou besta com o meu comunicado, tentou de todas as formas me fazer desistir da minha ideia, mas não tinha como voltar atrás. Eu tinha pedido ajudo para o governo federal e era assim que eu iria me manter no outro estado. Meu pai não falou nada e eu nem esperava que ele falasse. Nem jantei naquela noite, não tinha como, fui arrumar minhas coisas. Não era muita coisa, eu deixei a maioria das minhas roupas dentro do guarda-roupa, as únicas que eu coloquei dentro do sacolão de viagens foi as roupas que eu comprei com o meu dinheiro, não era muitas, mas eram minhas. Nem demorou muito, olhei minha patética mala e sufoquei o choro, não demonstraria fraqueza agora, já tinha feito a minha escolha.

Meus irmãos vieram até o meu quarto naquela mesma noite para se despedi de mim. Ângela e Leona tinha 13 e 14 anos respectivamente. Elas choraram nos meus ombros e imploraram que eu não fosse, mas eu estava convicto em minha decisão. Elas saíram do quarto chorosas e tristes, mas não conseguiram me fazer mudar de ideia. Depois veio o irmão do meio, Danilo, com seus lisos cabelos pretos cobrindo os olhos, ele também chorou um pouco, abracei-o com força e disse baixinho em seu ouvido:

— Não chora, Dan – Eu mesmo estava tentando não chorar – Eu só vou sair de casa, não vou morrer, então levanta, limpa essas lágrimas e vai se divertir um pouco. Ninguém merece perder o tempo com o segundo irmão mais velho otário.

— Você não é otário – Respondeu com a voz chorosa – É meu irmão, mamãe está conversando com papai, Chel. Por favor, não vai, ela vai consegui, você sabe como papai sempre faz o que a mamãe pede.

— Mas eu acho que dessa vez ele não vai fazer – Peguei seu rosto em minhas mãos, limpei suas lágrimas e dei um beijo na sua testa – Por favor, Dan, não tente convencer o papai para que eu fique, fale para as meninas também, não quero isso. Um dia eu teria que sair de casa mesmo, eu estou apenas adiantando as coisas.

- Não faz isso – Ele tentou falar mais alguma coisa, então eu pressionei seu rosto no meu ombro impedindo que o som se propagasse. Ele ficou em meu quarto um tempão, adormeceu em meus braços e fui eu quem o levou até o seu quarto. Seu rosto estava inchado. Dei um beijo na testa dele e fui para o meu quarto.

Minha mãe não foi em meu quarto, mas eu vi quando ela passou como um foguete e se trancou no seu quarto, eu ouvi ela chorar também, meu pai não subiu a escada naquela noite. A última pessoa que me visitou antes de eu ir embora foi meu irmão mais velho Felipe. Ele era apenas uma versão mais alta e mais forte de mim, Felipe era quatro anos mais velho que eu e nunca, nunca tinha dado tanto trabalho para os meus pais como eu tinha. Eu estava sentado na ponta da minha cama, não conseguiria dormir nem se eu quisesse, estava com o estômago revirando. Ele ficou parado na porta do meu quarto, com o ombro no umbral da porta. Nós não falamos nada, ficamos apenas olhando um para o outro. Meu celular apitou, fiquei bastante nervoso, mas era a hora, eu tinha feito minha decisão, agora iria cumpri-la. Deixei o celular sobre a cama, tinha apagado tudo dele, deixei-o como tinha ganhado... do meu pai. Respirei fundo, joguei a bolsa por sobre os ombros e andei, mas meu irmão me abraçou por um tempo bastante grande.

— Sabe Chel – Começou ele – Eu vou sentir a sua falta.

— Eu também, Lipe.

Ele me soltou e abriu espaço para eu passar. Quando olhei para trás ele estava com a cabeça encostada na parede do meu quarto, seu corpo tremia e foi quando eu chorei. Nunca tinha visto meu irmão mais velho chorar. Minhas pernas tremiam bastante e eu fiquei com medo de cair enquanto eu descia as escadas, meus soluços também não eram nada bonitos. Encontrei meu pai sentado no mesmo lugar onde eu o vi na última vez, ainda estava escuro do lado de fora, tinha planejado sair antes da minha família acordar, mas meu pai nem dormiu. Ele me seguiu com os olhos, não sei de onde tirei coragem quando eu abri a minha bolsa e mostrei para ele o que tinha ali dentro.

— Não trouxe nada do que você me deu – Falei – Está tudo no mesmo lugar.

Ele não respondeu, mas seus olhos brilharam quando eu falei isso. Sai de casa e o resto foi resto, passei a semana seguinte na casa de uma amiga, disse para a mãe dela que meus pais tinham viajado e não tinham me levado, resumindo eu não queria dormir sozinho em casa. Tinha guardado um bom dinheiro quando eu fazia um bico de babá, tinha uma quantia razoavelmente boa para comprar a passagem de ônibus e me alimentar durante a viagem. Na última sexta feira da minha última semana na minha cidade eu fui o primeiro a chegar na rodoviária, dentro do ônibus eu chorei mais um pouquinho. Eu, um nordestino, moraria no sul do país, sei que foi loucura, mas eu estava tão disposto a sair daquele casa que nem prestei atenção nos detalhes. Agora eu estudaria psicologia no sul do país, foram quatro dias e três noites dentro daquele ônibus, eu já estava no ápice da raiva, o cara que estava do meu lado ficava lançando cantadas baratas para cima de mim, se ele não tivesse uma barriga que tinha o mesmo peso que eu, acho que até poderia transar com ele dentro do ônibus. No final das contas eu dei um soco bem forte no meio da sua cara e no seu lugar colocaram uma senhora que cheirava a canela e chocolate e eu gostei bastante dela, nem tive que gastar muito, só tinha que comprar água por que a senhorinha me dava bastante comida, ela disse que eu parecia com o filho dela.

— Como é seu nome, querido? — Até a voz dela era legal – O meu é Lena, na verdade é Marilene, mas todos me chamam de Lena.

— Michel – Respondi – Mas todos que eu conheço me chamam de Chel.

O resto da viagem foi fantástica, ainda estava zangado, mas aquela gracinha de senhora não me deixava explodir. No último dia de viagem ela me entregou uma bolsa roxa e rosa cheia de guloseimas, dei dois beijos em seu rosto quando chegamos na rodoviária e cada um foi para um lado. A primeira coisa que eu reparei quando eu cheguei ali era que era mais frio que a minha terra natal, não gostava muito do frio, eu tinha um problema respiratório que piorava quando frio aumentava. Apertei fortemente meus braços ao meu redor e perguntando para quem estava mais próximo eu fui na direção da faculdade que eu estudaria. Estava com pouco dinheiro, mas como era meu primeiro dia ali eu resolvi ir de taxi, fiquei rezando para que não passasse da quantia que eu tinha na minha carteira, mas eu devia ter alguma sorte, pois eu ainda fiquei com vinte rais para mim. Dei entrada no meu curso e ele me disse que as aulas já tinham começado a um tempão, duas semanas para ser mais exato, então eu tinha já tinha perdido o começo da primeira matéria. Começaria amanha, mas primeiro eu fui saber onde eram as republicas estudantis pagas pelo governo. Não eram nada bonitas, mas era ali que viveria pelos anos que duravam o meu curso, procurei pelo responsável pela distribuição dos quartos e perguntei onde era o meu quarto, demorou bastante tempo para achar, já que a maioria dos cursos já tinham começado e eu estava bastante atrasado. Eu teria que dividir um quarto com mais quarto pessoas, respirei fundo e não falei nada, no prédio não tinha elevador, então tive que subir seis jogos de escada. Cheguei na porta do meu quarto já arfando, uma mistura de cansaço com raiva. Tentei abri a porta, mas estava fechada pelo lado de dentro, meti a mão no bolso e tirei a chave parcialmente enferrujada e coloquei na fechadura. Quando abri a porta preferi não ter feito. O quarto fedia a sexo, mesmo eu tendo praticado apenas por duas semanas, eu conhecia bem o cheiro do coito, ainda mais quando tinha álcool envolvido. Mas mesmo assim eu entrei.

E uma bela suruba estava rolando ali, um bocado de meninas peladas, contei antes que eles pudessem me ver, tinham sete meninas e quatro meninos. Bom, os rapazes estavam no lucro, quando eles me viram, as garotas começaram a gritar e os rapazes me xingaram. Mas eu comecei a rir, mas foi uma tremenda risada, está quase quatro dias dentro de um ônibus, conversando apenas com uma velhinha não era bom para um adolescente de 17 anos.

— Qual é mermão! — Gritou um dos rapazes semi nu. Esse em particular tentava esconder o pau duro revestido por uma camisinha por detrás das mãos, falhando miseravelmente – A porta estava fechada!

— Eu sei – Respondi, meu ataque de riso ainda não tinha diminuído, todas as outras pessoas estavam tentando de cobrir – Mas eu tenho a chave, sabe, eu meio que vou viver aqui pelos próximos quatro anos, mas eu vou só colocar minhas coisas aqui, vou sair e vocês podem terminar de... fazer o que estavam fazendo.

— Você é o tal de Micael? – Um moreninho bastante bonito perguntou, não teve como eu não dar uma olhada na sua ferramenta. Balancei a cabeça em concordância, ele era dotadinho – Pensávamos que não viria mais.

— Michel – Fiz questão de frisar o meu nome – E sim, eu estou aqui.

— Bom, já que você está aqui – Disse uma menina, olhei para aquela coisa miudinha de pele branca que tentava esconder sua nudez se escondendo atrás de um garoto que mostrava sua nudez naturalmente – Quer participar? Você é bonito pra caralho!

— Não, obrigado – Respondi, dei mais um risinho – Só queria saber onde era o meu quarto, continuem, volto daqui a algumas horas – Quando ia saindo uma ideia furou o meu cérebro – Ei! Algum de vocês sabem onde posso obter informações sobre trabalho?

— Desce as escadas – O negão do pitão veio falar comigo, dessa vez eu dei graças a Deus por eu ser moreno, senão eu ia corar de vergonha – Acho que você passou por lá quando subiu, é do lado onde você foi para buscar informações sobre o quarto.

— Valeu.

E lá fui eu, com o rosto fogueado e o tesão a mil. A descida era melhor do que a subida, definitivamente. Encontrei o quadro com informações onde ele tinha me dito, e tinham bastantes ofertas de emprego. Passei a mão por dezenas de folhas bastantes machucadas, cheias de manchas de vários líquidos. Quando eu estava quase desistindo eu vi um panfleto que me chamou a atenção.

PRECISA-SE DE BABÁ

Para qualquer informação, favor, ligar para o número no final do anuncio.

Peguei o número, anotando-o na minha mão e com a voz mais gentil que eu tinha eu pedi para o cara que eu falei mais cedo, se ele poderia me emprestar o seu celular. Ele balbuciou algumas coisas, me estendeu o aparelho e eu liguei. Só esperava que aqui nessa cidade não tivesse preconceito pelo fato de eu ser um garoto, já que o posto de babá é predominantemente de meninas. Na minha antiga cidade eu não encontrei esse tipo de preconceito. Uma voz um tanto hesitante atendeu a chamado no terceiro toque.

— Alô? — Primeiramente eu pensei que fosse uma garota, mas depois eu percebi que era um garoto. Pré adolescente, eu me ariscaria a dizer.

— Humm, alô? – Respondi – Gostaria de falar com a senhora... — Dei uma pausa e olhei para o papel – Maira.

— Maíra – Ele destacou que o i tinha acento grave – Quem gostaria de falar com ela?

— Meu nome é Michel e eu queria saber se ela ainda está atrás de uma babá – Soltei tudo de uma vez – Se você tivesse a gentileza de pedir para ela falar comi...

— Mãeeeeeeee! – Afastei o celular do meu ouvido – Tem gente querendo falar com a senhora.

Tinha se passado um minuto quando a voz da mulher responsável pela panfletagem falou comigo.

— É, dona Maíra? — Perguntei hesitantemente.

— Sim – Respondeu – Quem gostaria?

— Bom, senhora meu nome é Michel e eu gostaria de saber se a senhora ainda está contratando babá?

— Não, ninguém tinha me ligado ainda – Percebi que sua voz ficou um pouquinho mais alegre – Quem gostaria de ser a babá? Sua irmã? Prima? Alguma amiga?

— Não senhora – Falei, mas eu já tinha percebido que aquele emprego não era para mim. Me virei para o mural para ver se tinha um emprego melhor – Bom... é pra mim, mas pelo visto a senhora quer uma garota, então obrigado por ter falado comigo. Tchau, se eu souber de alguma garota que queira ser babá eu peço para ligar para a senhora.

— Não! Espera! Não desliga! — Ela gritou tão alto que deu para ouvir mesmo com o aparelho longe do ouvido – Já esperei demais e ninguém liga! Estou quase enlouquecendo, quero trabalhar e não posso, tenho um bebe de seis meses e um filho de 14 que me infernizam o dia inteiro. Então Micael...

— Michel – Por que eram um nome tão fácil? — É Michel senhora.

— Que seja! — Continuou – Então Michel, venha até a minha casa hoje mesmo que o emprego é seu, eu amo ser mãe, mas eu quero minha antiga vida de volta, tenho apenas 39 anos e pareço uma velha de 70. Venha Michel e comece a trabalhar ainda hoje.

— Onde a senhora mora? — Perguntei, com um sorriso que partia meu rosto de uma orelha a outra.

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Comentários

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Seu conto é demais, muito bom mesmo, não desista, continua.

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Ah,tá bem legal e engraçado...continua.

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meu Deus morri de ri aqui!mais serio muito legal o enredo viu!

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Vei, seu conto é demais, muito bom mesmo, não desista, continua.

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Bastante promissor para um primeiro capitulo.É ficticio?

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Caraca, esse promete! Esperando a continuação, simplesmente excelente!

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