Olhei com surpresa para o Felipe, que segurava levemente o meu braço.
Eu – Não tem mais clima para ficar aqui depois do que aconteceu. Sinto muito mesmo por fazer você passar por aquele constrangimento.
Felipe – Não se preocupe comigo, já passou. Vamos voltar para a mesa?
Ele me olhava docemente com os seus grandes olhos azuis. Eu não pude negar e retornei a mesa com ele.
Felipe – Não!
Eu – Não?
Felipe – Estou respondendo a sua pergunta. Não tenho nada contra você ser gay. Tenho um irmão que é gay.
Respirei aliviado ao ouvir aquilo. Tudo o que menos precisava naquele momento era sofre com o preconceito.
Eu – Fico feliz em ouvir isso.
Felipe – Mesmo antes de saber sobre meu irmão, nunca tive preconceito com os homossexuais. Para mim a sua sexualidade não interfere no seu caráter.
Eu – Quem dera mais pessoas tivessem esse pensamento.
Voltamos a conversar como se nada tivesse acontecido. Contei para ele um pouco sobre a minha vida e ele sobre a sua. Ele havia terminado um noivado recentemente, após descobrir que sua noiva o traia com a metade da cidade. Fiquei com pena dele, pois pelas horas que conversamos pude perceber que ele era uma boa pessoa.
Eu – Pelo visto somos azarados em relação às questões amorosas.
Felipe – Creio que sim! Não vamos desperdiçar nosso latim com que não merece. Hoje eu vim aqui para me divertir e é isso que vou fazer.
Eu – O que você tem em mente?
Felipe – Aceita pegar uma balada?
Eu – Faz um bom tempo que não vou a uma.
Felipe – Mais um motivo para aceitar o meu convite. Gosta de eletrônica?
Eu – Sim!
Felipe – Vem comigo!
Ele me puxou pelo braço e me arrastou para fora do bar, após pagarmos a conta. Aqui em Curitiba existe uma avenida onde está localizada boa parte das baladas. Deixamos nossos carros no mesmo estacionamento e fomos a pé para a DUC, uma das melhores baladas eletrônicas da cidade. Confesso que fiquei um pouco incomodado de inicio, mas após algumas cervejas eu já estava mais a vontade. Dançamos muito aquela noite. Quando estávamos exausto fomos sentar um pouco.
Eu – Havia me esquecido de como isso era divertido. Estou com as pernas tremendo.
Felipe – Isso é bom demais. Para mim é uma terapia, coloco todas as energias negativas para fora.
Eu – Adorei a noite.
Felipe – Foi melhor que eu esperava.
Sentamos no sofá para recuperarmos o folego, mas sem querer encostei minha cabeça em seu ombro e cochilei. Acordei minutos depois com alguém acariciado minha mão.
Eu – Nossa! Dormi sem querer. Me desculpa!
Felipe – Você precisa parar de pedir desculpa. Não foi nada. Te acordei mais para irmos embora, você deve estar cansado.
Eu – Bastante!
Além do sono, eu estava um pouco alterado devido às várias doses de álcool. O Felipe viu meu estado e passou o braço pela minha cintura me fazendo levantar, cuidadosamente me levou a até fora da balada.
Felipe – Você não está muito bem para dirigir.
Eu – Acho que exagerei na bebida. Não pretendo dirigir assim. Chama um táxi para mim?
Felipe – Capaz mesmo! Eu te levo para casa.
Deixei meu carro no estacionamento e fomos para o carro do Felipe. Ele recostou o banco do carona para eu poder deitar, não demorou muito e novamente peguei no sono. Só me lembro dele me perguntar o endereço, mas eu não respondi.
Na manhã seguinte, quer dizer, na tarde seguinte acordei com uma tremenda ressaca. Depois de lembrar o meu nome, percebi que aquele não era o meu quarto. Peguei meu celular no criado mudo e vi que já se passava das três da tarde.
Eu – Acho que dormi demais.
O quarto estava escuro deixando o ambiente mais aconchegante ainda. Eu voltei a deitar e me cobri até a cabeça. Tentei lembrar a noite passada, mas nada me vinha a cabeça. Tentando lembrar acabei dormindo de novo. Acordei novamente de novo com um carinho em minha mão. Ao abrir os olhos vi um grande sorriso em minha frente. Tudo me veio a mente, o Felipe, a balada, a bebedeira e principalmente o idiota do Carlos.
Felipe – Estava ficando preocupado com você. Vim várias vezes ver se você estava respirando.
Tive que rir da graça que ele fez.
Eu – Parece que fui atropelado por um trator.
Felipe – Realmente você está com cara de acabado.
Eu – Obrigado! Por que não me levou para casa?
Felipe – Você dormiu antes de me falar o endereço. Não tive escolha a não ser trazê-lo para cá.
Eu – E se eu fosse algum doido?
Felipe – Com essa carinha de menino bonzinho que você tem?! Resolvi correr o risco.
Eu – Você é ótimo para levantar a moral.
Felipe – Disponha!
Eu – Eu juro pra você que não sou do tipo de beber até cair. Já faz alguns anos que não bebo deste jeito, estou super envergonhado.
Felipe – Deixa disso! Às vezes é preciso enfiar o pé na jaca. Só posso dizer que a noite foi maravilhosa.
Eu – Me diz uma coisa?
Felipe – O que?
Eu – Você é bi?
Felipe – Na verdade nunca me senti atraído por outro homem. Por que pergunta?
Eu – Esse seu cuidado comigo me impressionou. Nunca conheci um hétero que tivesse esse comportamento.
Felipe – Como te disse antes, o fato de você ser gay não faz diferença. Gostei muito de você desde que nos encontramos no bar, senti uma energia boa da sua parte. Estou precisando de pessoas assim ao meu redor.
Eu – Também gostei de conhecer você. Tive sorte de achar uma pessoa como você e gostaria muito de ser seu amigo.
Felipe – Amigo já somos. Já até dormiu na minha casa.
Eu – Você arranjou um amigo bem folgado.
Demos muitas risadas ali no quarto. Levantei e fui surpreendido por uma farta mesa, comi um almoço\jantar maravilhoso. Me despedi do Felipe e fui direto buscar meu pimpolho na casa dos avós. Passamos o resto do domingo assistindo filme no meu quarto, ele acabou dormindo comigo aquela noite. Conhecer o Felipe foi muita sorte mesmo, principalmente depois daquela cena deplorável do Carlos. Ele era engraçado e muito atencioso, um verdadeiro achado levando em consideração ele ser hétero. O comportamento dele comigo foi incrível. Em nenhum momento ele demonstrou outro interesse além da amizade por mim. Eu também não o via com outros olhos, apesar de reconhecer que ele era extremamente atraente. O saldo da noite foi positivo, claro que eu poderia ter me controlado na bebida, mas ainda bem que eu tinha uma boa pessoa ao meu lado, o Felipe.
A semana começou e com ela o meu bom humor estava nas alturas. Conhecer o Felipe realmente me deu um novo animo. Nos falávamos diariamente pelo whats, nosso papo não tinha fim. Para compensar o seu cuidado comigo, o convidei para um jantar em casa. Preparei uma massa deliciosa que é minha especialidade. O João esperava ansioso para conhecer o meu novo amigo de tanto eu falar dele. Confesso que eu estava um pouco ansioso, principalmente para saber se ele iria gostar da minha comida. Eu já tinha entendido que da sua parte só teria amizade, o que para mim já estava de bom tamanho. Com ele eu pensava menos no Carlos, suas palhaçadas me faziam esquecer que agora o Carlos pertencia a outro. Quando ele chegou fiquei impressionado como ele estava bonito e cheiroso, estava simples, mas muito atraente.
Felipe – É aqui que vai rolar a comilança?
Eu – É aqui mesmo! Entra Lipe.
Felipe – Trouxe um vinho para acompanhar a massa que disse que faria.
Eu – Que bom! Vem cá que eu quero que conheça uma pessoa.
Fomos até a sala para que ele conhecesse o João, que estava assistindo TV quase dormindo.
Eu – Acorda filho.
Ele bocejou e quando viu que tinha alguém ao meu lado ficou com vergonha.
João – Quem é esse, pai?
Eu – Esse é o Felipe, o amigo do papai.
O João levantou e o cumprimentou.
Felipe – Então você é o João. Seu pai sempre fala de você. Trouxe um presente para você, espero que goste.
Ele entregou um embrulho com chocolates. O João é doido por chocolate.
João – Eba!!!! Chocolate!!!!
Ele abraçou o Felipe e correu para o quarto, pois sabia que eu iria tirar a caixa da mão dele.
Eu – Agora ele não vai querer jantar.
Felipe – Deixa ele curtir o chocolate, uma vez não vai fazer mal.
Fomos até a varanda e sentamos nas cadeiras, ali ficamos degustando o vinho e jogando conversa fora.
Felipe – Seu filho é lindo.
Eu – Obrigado. Ele é a cara do Antônio.
Felipe – Ainda sente falta dele?
Eu – Nunca vou deixar de sentir. Sabe quando você encontra a pessoa perfeita aos seus olhos? Esse era o Antônio para mim. Ele tinha vários defeitos, mas eu o amava até nos seus maiores defeitos. Quando ele foi embora eu queria muito ter ido junto. Foi o João e os meus amigos que ajudaram a superar, mas esquecer nunca.
Felipe – Nunca senti algo tão forte assim. E o Carlos?
Eu - O que tem aquele idiota?
Felipe – Você o amo tanto assim?
Eu – Ele é um ser desprezível que só bagunçou a minha vida, mas infelizmente eu ainda gosto dele. Agora ele está noivo e a nossa chance já passou, estou mais conformado com isso.
Felipe – Então você está livre?
Eu – Sim!
Um silêncio entre nós se fez, mas logo foi quebrado pelo Felipe levantando e olhando fixamente para mim.
Felipe – Posso fazer uma coisa? Você não vai se chatear?
Eu – O que?
Felipe – Isso!
Ele me puxou fazendo nossos corpos colarem e me beijou. Posso dizer que tive a sensação de sair do meu corpo com aquele beijo. Ele tinha uma pegada muito firme, mesmo se quisesse sair dali não conseguiria, eu também nem queria sair mesmo. O beijo foi sessando aos poucos. Olhei para ele surpreso.
Eu – Pensei que você fosse hétero
.
Felipe – Eu sei. Só não consegui me controlar, esse seu sorriso é muito convidativo. Estou querendo fazer isso desde aquele dia que você dormiu lá em casa.
Eu – Nossa! Não sei o que dizer. Você me pegou de surpresa.
Felipe – Não fala nada, não vamos nos ater as palavras. Quero curtir um pouco você. Aceita?
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Boa noite pessoas!
Como estão passando de feriado? Estou de molho aqui em casa, está um frio maravilhoso em Curitiba...amo!kkkkk
Quero agradecer pelos votos de melhoras que recebi. Hoje já me encontro recuperado da enxaqueca, mas hoje caí aqui em casa e machuquei as costas. Isso é normal, sou o desastre em pessoa. Se não é caindo é esbarrando nas pessoas ou coisas.kkkkkkk
Quero agradecer mais uma vez ao meu amigo que tanto adoro pela ajuda. O mérito tbm é seu!
Quero saber a opinião sincera de vocês sobre o conto. Como estamos indo?
M. Bahia - Só você mesmo para me entender...kkkkkkk. Bjão amigo preferido!
Fortinhooo Gostoso - Quem é vivo sempre aparece...kkkkkkkkkkk. Que bom que voltou a comentar. Obrigado pelo carinho. Bjos
imor - Obrigado pelo carinho. Bjos
eulucas - Você pedindo com tanta classe não pude deixar de atendê-lo. Obrigado pelo carinho. Bjos
CrisBR1 - Quase caí para trás quando vi seu comentário. Estou muito feliz pelo seu retorno e que retorno, o conto está maravilhoso. Não nos abandone, por favor! Obrigado pelo carinho. Bjos
DW-SEX - Oh amigo querido! Realmente este meu amigo está sendo uma mão na roda. Obrigado pelo carinho. Bjos
Victor1607 - Obrigado pelo carinho. Bjos
diiegoh' - Obrigado pelo carinho. Bjos
ze carlos - Estou bem melhor da enxaqueca, mas hoje escorreguei aqui em casa e machuquei as costas...kkkkkkkkkkkk. Sou um desastre em pessoa, mas foi só um susto mesmo. Obrigado pelo carinho. Bjos
Ru/Ruanito - Você está economizando nas palavras. Você não é assim. Cadê aqueles comentários que me arrancavam risadas? Obrigado pelo carinho. Bjos
FabioStatz - Obrigado pelo carinho. Bjos
Ninha M - Pois é! Já fui para no hospital por causa dessas enxaquecas tbm. O que complica no meu caso é que a causa das crises é emocional. O jeito é tomar remédio e dormir. Obrigado pelo carinho. Bjos
ATP - Um dia quem sabe o Carlos dá um trato no Nando...kkkkkkkkkkkkkk. Obrigado pelo carinho. Bjos
Drica Telles(ametista) - Minha querida! É sempre um prazer ver você por aqui. Obrigado pelo carinho. Bjos