Olá amigos da Casa dos Contos. EU VOLTEI!!!!
Estava com saudades de postar contos aqui. Eu acompanho todos os contos daqui e gostaria de postar um novo conto aqui. Me desculpem gente mas eu não consigo escrever as partes eróticas aqui similar aos outros, mas me esforçarei.
Eu estou emocionado com o comentário do meu amigo leitor, Gerfried, que comentou no meu último conto postado. Honestamente eu tinha desistido de postar aqui, mas senti falta do feedback que vocês, amados leitores faziam ao meu conto.
Curtam um dos meus contos que mofavam nos meus arquivos.
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Uma fotografia. Eu estava chorando por causa de uma fotografia. Parece estranho para alguns, mas aquela foto tinha um peso enorme pra mim. Nela estava sorrindo a minha doce Rafaela. Ah, Rafaela!
Olá para quem está lendo a minha história! Meu nome é Leandro Santiago, tenho 35 anos e sou professor. Minha profissão é uma das mais desvalorizadas do Brasil. Ganho muito pouco pelo que eu valho - aliás pelo que qualquer professor merece. Mas ensinar é a minha paixão, e estou nela por livre e espontânea vontade.
Foi na faculdade de letras que eu conheci a minha Rafaela. Ela era uma mulher encantadora, mansa e verdadeira com o que sente. Foi paixão à primeira vista! Quando eu a pedi em namoro, ela confessou que estava grávida. O "pai" da criança era um irresponsável, que fugiu logo quando soube que engravidou a Rafaela. Ela realmente o amava, era horrível que um homem fizesse tanto mal a ela como ele fez! Mas até nisso a minha amada Rafaela era boa, ela o perdoou.
Essas qualidades me fizeram amar-la com todas as minhas forças! Eu a pedi em casamento e ela aceitou. Nos casamos e eu disse a ela que eu assumiria aquele filho que ela estava esperando, ele seria o meu filho!
Quando o menino nasceu, nós ficamos tão felizes! Ele foi, e é, uma bênção para o nosso casamento. Foi até engraçado, mas quando ela e eu fomos pensar em um nome para nosso filho, só vinha em nossa mente um nome: Henrique.
Mas como é triste sentir na pele as travessuras da vida. Quando o Henrique completou quatro anos, fomos de carro para um parque de diversões, ele, minha escola e eu. O nosso pior erro foi ter estacionado na entrada no parque. Quando íamos saindo do carro, ouviu-se diversos tiros. A polícia e assaltantes de banco trocaram tiros, e uma das balas acertou em cheio o coração da Rafaela... Ela morreu na hora. Foi o pior dia da minha vida, aquela bala perdida destruiu a nossa família, matou a razão da minha felicidade. Ah, Rafaela! Eu sinto tanto a sua falta!
Eu me esforcei ao máximo para criar o nosso Henrique. Não pude o dar conforto e riqueza, mas ofereci ao meu filho órfão de mãe o melhor que tinha. E a nossa relação familiar está a mil maravilhas. A minha alegria era saber que eu sou o melhor amigo do meu filho. Essa é uma vantagem que quase nenhum pai hoje tem.
E ao contemplar a foto da minha Rafaela, eu vejo o Henrique. Ele é igualzinho à mãe. Isso me conforta da dor de perder a minha esposa.
HENRIQUE: Papai! - meu filho me tira dos meus pensamentos. Ele percebe que eu contemplava a foto da minha esposa - Sente falta da minha mãe, né?!
EU: Muita! Eu realmente amei sua mãe, Henrique. Mas ainda bem que ela me deixou de presente você! - Coloquei a foto de volta na estante da sala e me virei em direção a ele - O que foi, meu filho?
HENRIQUE: Pai... A minha turma vai fazer uma excursão para Porto Seguro, e eles precisam que o senhor autorize e pague R$ 200. Pai, deixa eu ir, deixa!
Eu via a animação de meu filho, e eu queria muito que ele fosse, mas eu ganho pouco e do que sobrou do salário, depois de pagar as dívidas, eu iria gastar para comprar um sapato novo pra mim e pra ele, pois eles estavam velhos.
EU: Oh, filho... Eu queria muito que você fosse, mas estamos sem dinheiro para isso. Me desculpe...
O sorriso no rosto de Henrique desapareceu do rosto. Ele bem sabia da nossa condição financeira e ele entendia bem quais eram as prioridades da casa. Mas confesso que a tristeza do olhar dele cortou o meu coração.
HENRIQUE: Entendo, pai. Deixa pra uma próxima oportunidade. - Ele veio até mim e me deu um abraço e voltou para o quarto dele.
Henrique é um filho exemplar e excepcional. Ele era tão maduro pra idade dele, 12 anos, que mais parecia um adulto de quase 30. Ele me fazia o seu confidente, conselheiro, amigo, por isso ele me entendia tanto e o mesmo acontecia com ele. Na sexta feira que vem ele vai fazer 13 anos, e eu estava esperando o dia para lhe dar um presente que pudesse representar o momento tão importante na vida dele como a adolescência. Iria fazer uma festa, mas acho que o presente que ele merecia ganhar poderia ser esse passeio.
Então subi até o quarto dele e ele estava sentado na cama, de costas pra porta, pensando em voz alta.
HENRIQUE: Ah pai! Como eu queria te tirar dessa situação de pobreza em que vivemos. Mas sou muito jovem para conseguir trabalho. Mas eu juro que eu irei te dar uma vida melhor assim que eu conseguir um bom emprego.
Eu não consegui conter as lágrimas. Meu filho realmente me ama e ouvir da própria boca dele que vai ajudar o pai quando estiver mais velho foi a maior e a melhor prova de amor à família que um filho poderia dar. Ao ouvir o meu choro, ele se virou em direção a mim e perguntou o porquê de meu choro.
EU: Ah, meu filho... Eu estou chorando porque eu estou muito feliz. Talvez você não compreenda isso por agora, mas vai entender quando ficar mais velho e tiver filhos. - Enxuguei uma lágrima solitária do meu rosto - Eu vim aqui para dizer que você vai pra o passeio da escola.
Meu filho sorriu de uma forma tão intensa, que qualquer gasto que teria com a roupa era insignificante. Ele me abraçou e me entregou o documento do passeio. Ele passaria sexta, sábado e domingo num resort em Porto Seguro e voltaria na segunda, pela manhã. Eu tirei da carteira os R$ 200 que usaria para comprar os sapatos novos e o dei, junto com o documento assinado.
*****
Hoje era sexta, e era o dia do tão aguardado passeio do meu filho para Porto Seguro. Pense num menino alegre, esse era o meu filho hoje. Ele tava bem feliz, vestido e com a mochila nas costas, parecendo um andarilho de trilha. Logo o carro da escola buzinou, e eu fui me despedir do meu filho:
EU: Henrique, meu filho, aproveite o passeio, viu?! Se comporte, respeite os mais velhos, não aceite nada de estranhos....
HENRIQUE: E qualquer coisa me liga. - disse, repetindo o que estava falando - Eu sei, pai! Eu tomarei cuidado. Tchau, pai! - e me dá um beijo na minha bochecha.
EU: Tchau, meu filho! Boa viagem.
E lá ia ele entrando no ônibus. Mesmo sendo de uma família pobre, pode-se dar algumas alegrias como essa que dei ao meu filho. Eu me sentia bem.
Assim que o ônibus partiu, eu fechei a porta de casa e me sentei no sofá, relaxando um pouco. Até que a campainha toca de novo.
EU: Ah, filho... Provavelmente deve ter esquecido alguma coisa aqui...
Fui abrir a porta e fui ver quem era. O meu sorriso se desfez quando eu vi aquele homem parado em frente da porta:
Emanoel.
Emanoel foi o inconsequente que transou com a minha Rafaela e fugiu quando soube que ela estava grávida do Henrique. Infelizmente foi o primeiro grande amor de minha amada, e o pai biológico do Henrique.
EU: O que é que você está fazendo aqui? - falei usando um tom de irritação na voz.
EMANOEL: Eu vim ver meu filho! Onde é que ele está?
EU: Ele não está aqui. Mas se ele tivesse, eu não deixaria você vê-lo. Por que você resolveu aparecer aqui hoje?
EMANOEL: Ele é o meu filho, e eu tenho o DIREITO de vê-lo quando eu quiser. E não vai ser você que vai me impedir.
EU: Isso é o que iremos ver... Agora vai embora!
EMANOEL: Eu vou... Mas eu voltarei....
E ele foi embora, num carro muito caro, por sinal. Eu bati a porta de raiva! Que merda! Quando tudo está bem, o maldito passado vem para atrapalhar. E o pior é que eu não posso fazer nada para o impedir. Ele é o pai biológico, e por isso tem direitos sobre a vida do Henrique.