- Eu quero que você saia daqui agora, Marcelo. Você fica, Mark. - disse o treinador.
Eu fui pra sala quase chorando enquanto morria de preocupação com o Mark. Apesar de ele ter sido um idiota, eu o amava. A aula de biologia parecia não passar. Finalmente o sino bateu e eu pude ir atrás do Mark, mas nenhum sinal dele. Quando voltei pra sala, sua bolsa não estava mais em sua carteira.
- Lucas, cadê a bolsa do Mark?
- Ele veio aqui e pegou. Deve ter ido embora.
Peguei minha bolsa e fui atrás. Rodei toda a escola e não o encontrei, até que decidi ir olhar no campo de futebol. Ele estava lá, deitado na grama com a cabeça apoiada na grama e com os raios de sol batendo em seu rosto, deixando seus olhos e seus cabelos mais claros do que já eram. Me deitei ao seu lado e nenhum de nós conseguia dizer nada, apenas encarávamos o sol com a vista cerrada.
- O que ele te disse? - perguntei.
- Que eu tenho que ficar longe de ti, caso contrário ele vai me tirar do time e eu vou perder minha porcentagem da bolsa. Se eu perder, minha mãe não vai querer pagar... - disse o Mark.
- Ué, mas você só tem 20% de desconto, isso não é muito - falei.
- É, mas minha mãe só quer um motivo pra me tirar da escola. Ela desconfia sobre nósHum - foi tudo que eu conseguia dizer.
Continuamos nos encarando até que ele me deu um selinho.
- Você só pode tá maluco - falei, rindo entre o beijo.
- É, talvez eu esteja. Mas talvez eu só esteja apaixonado - e continuou me beijando.
Eu queria me render mas não podia. O seu beijo era como a minha kriptonita, me deixava fraco. Mas ao mesmo tempo era meu refúgio, me fazia sentir como se eu pudesse vencer tudo ao lado dele.
- Pera... - eu disse.
- Qual foi? - ele sussurrou assustado.
- Nós temos que colocar umas cartas na mesa - me levantei.
- O que?
- Você ainda tá se encontrando com aquela mulher? - perguntei.
- Claro que não... e você, ficou com quem?
- Com o fefo - respondi.
- PUTA QUE PARIU MARCELO, CARALHO - ele ficou alterado.
- Tu não pode reclamar de nada, já foi. Agora o que a gente pode fazer é começar tudo de novo, se você quiser.
- É claro que eu quero - respondeu ele, me dando outro selinho.
Enquanto nos beijávamos, o sinal pra última aula finalmente tocou e nós subimos juntos pra sala. Entramos e nos sentamos, até que o professor chegou na sala. A aula de físico-química foi boa e nós fomos liberados. Mark me levou até minha casa e ficamos nos beijando por um bom tempo.
- Amor, tenho que entrar - falei.
- Do que tu me chamou? - ele perguntou.
- De Mark, uai.
- Não, tu me chamou de amor.
- Não, não chamei. Pra eu ter te chamado de amor a gente tinha que tá juntos.
- E nós não estamos? - ele perguntou.
- Não, você não pediu. - eu ri.
- Então tá... Marcelo Bastos Stica, você aceita namorar comigo?
Eu não respondi nada e apenas o beijei. Minha mão acariciava sua barba por fazer e ele passava a mão na minha barriga. Eu já estava de pau duro naquele momento e então resolvi acabar com a brincadeira.
- E eu acho que isso é um sim - ele disse, rindo.
Sai do carro e entrei em casa e ele ainda ficou ali parado me observando entrar em casa. Eu estava com um sorriso na cara e minha mãe logo tratou de perguntar o que era.
- Mãe, eu vou lhe falar, mas a senhora não pode dar piti - falei.
- Ok
- Eu tô namorando com o Mark.