Nossa vida mudou muito depois do nascimento do bebê, não tínhamos mais tanto tempo sozinhos, nem podíamos fazer muito barulho, portanto escapadinhas ao motel se tornaram mais frequentes, minha mãe e a Clarisse me ajudavam muito com o Juninho, mas o Álvaro e eu fazíamos questão de passar o máximo de tempo que podíamos com ele, queríamos ser pais presentes, atenciosos e nos entregamos ao máximo ao nosso papel de pais sem é claro esquecer da nossa relação.
O Juninho era um bebê bastante exigente, guloso como ele só, tanto que enquanto ele mamou no peito, eu emagreci muiiito. O tempo foi passando muito rápido e logo o nosso garoto estava fazendo um ano, ele já andava e falava algumas frase pequenas nessa época, Álvaro e eu optamos por não fazer uma grande festa de aniversário para ele, mas comemoramos com a família e os amigos, a Larissa (madrinha do Juninho) estava sempre junto claro e seu irmão o Luan que se tornou um grande amigo também, o Maurício (Padrinho) e a Marina também eram uma parte da nossa família já.
A festinha foi animada e o clima era muito agradável afinal todos os presentes eram amigos e se gostavam muito, no início a Marina não gostou muito da Larissa e do fato de o Maurício batizar o Juninho junto com ela, mas depois de um tempo ela percebeu que a Larissa não se interessou muito no Maurício, mas sim no irmão dele rsrsrsrsrs, e o Lucas também pareceu se interessar bastante por ela, pois depois de conhece-la ele passou a frequentar mais nossa casa nas ocasiões especiais, quando ele sabia que a Lara estaria lá!
Meus pais continuavam os avós babões de sempre e o Dudu era um tio carinhoso, amigo e protetor.
Nossa vida estava maravilhosa, estávamos muito felizes, mas infelizmente mais uma vez tivemos uma terrível briga, por ciúmes e dessa vez eu era a ciumenta.
Tudo começou em uma noite quando o Álvaro chegou do trabalho tarde, o Juninho já estava dormindo, depois da fase das cólicas, ele já não dava muito trabalho durante a noite, e com um aninho e alguns meses ele já dormia a noite toda, nesse dia não foi diferente.
Eu: Oi amor! Você demorou hoje!
Álvaro: Desculpa eu tive que resolver um assunto, eu vou tomar um banho e nós conversamos mais tarde.
Eu fui até ele, o abracei e dei um selinho, senti um perfume familiar nele, mas não conseguia me lembrar de quem era, ele tirou a roupa e foi para o banheiro, eu fui pegar a roupa dele para por no cesto de roupa suja quando o celular dele toca, era uma mensagem e como nós nunca nos importamos de olhar o celular um do outro eu abri a mensagem.
Foi muito bom estar com você.
Muito obrigada pelo carinho.
L
Na hora meu coração se apertou, eu pensei que ia sufocar, isso não estava acontecendo, então ainda sem entender direito tudo o que acontecia disquei para o número que tinha enviado a mensagem, no terceiro toque a pessoa atendeu, eu não precisei perguntar o nome, eu conhecia aquela voz, eu fiquei muda.
Luana: Oi querido!
Luana: Álvaro, vc está aí?
Eu não disse nada a ela apenas desliguei o telefone e fiquei com ele na mão, eu estava com uma sensação de sufocamento, meu coração estava acelerado e as lagrimas desciam dos meus olhos, eu não sei por quanto tempo eu permaneci na mesma posição... então a porta do banheiro se abriu.
Álvaro: Bebê, vc está bem?
Eu não respondi, eu não conseguia falar...
Álvaro: Amor, fale comigo, porque vc está chorando?
Eu olhei para ele ainda muda e entreguei o celular, ele ficou meio confuso, pegou o telefone e começou a procurar o motivo para eu estar naquele estado e então ele leu a mensagem ele olhou para mim e depois novamente para o celular e então viu a chamada que eu fiz para o número da Luana.
Álvaro: Amor, não é nada disso que vc está pensando! Ela me procurou para conversar porque ela e o Henrique...
Eu: Não por favor... eu não quero ouvir... eu não quero ouvir... (minha voz praticamente não saia)
Álvaro: Fernanda, ele a deixou, ela estava desesperada...
Eu: E então ela foi procurar você e você prontamente se dispôs a confortá-la, deu para entender na mensagem que ela te enviou, eu estava em casa esperando por vc, preocupada com seu atraso e você estava confortando sua ex-mulher “com carinho”, quer dizer, talvez agora eu seja a ex! (Eu disse isso olhando para o chão, eu não tinha forças para gritar, eu não tinha forças para... para nada, naquele momento eu senti vontade de morrer)
Álvaro: NÃO! ELA SÓ PRECISAVA CONVERSAR... ELA ESTAVA DESESPERADA, EU NÃO PODIA DEIXAR ELA SOZINHA NA SITUAÇÃO EM QUE ELA SE ENCONTRAVA, MAS NÃO ACONTECEU NADA, NUNCA IRIA ACONTECER NADA... AMOR, OLHA PRA MIM, POR FAVOR!
Eu não queria ouvir nada, eu só queria sair dali e foi o que eu fiz, peguei a chave do carro e saí, ele veio atrás de mim até a garagem, mas ele percebeu que eu não estava disposta a conversar naquele momento.
Eu: Eu trago o carro para vc antes da hora de vc trabalhar amanhã!
Álvaro: Onde vc está indo? Amor, por favor, fica aqui, vamos conversar, eu nunca trairia vc, bebê, por favor!
Eu não respondi eu só entrei no carro e saí, eu não sabia para onde ir, eu não sabia de nada eu só dirigi e quando dei por mim estava na frente de casa novamente, na frente da nossa casa, mas eu não tinha forças para entrar, então eu fiquei sentada no banco do motorista, acordada toda a noite. Então de manhã eu tomei coragem e entrei em casa, quando abri a porta da sala ele estava lá sentado no sofá apenas com a toalha enrolada na cintura, os olhos vermelhos, não sei se de tanto chorar ou de não dormir, ou dos dois assim como eu.
Álvaro: Eu estava muito preocupado, eu liguei para casa dos seus pais, eu liguei para a Larissa, para a Marina e Maurício e vc não estava em lugar nenhum! Então eu...
Eu: Eu só dirigi um pouco, mas a maior parte da noite eu estive aqui... na porta de casa... eu só não conseguia entrar...
Alvaro: Eu sei... eu vi pela grade do portão, mas já era tarde quando vc chegou, eram 3 da manhã quando vc parou na nossa porta, eu não sabia onde vc estava...
Eu: Eu não estive em lugar nenhum, eu só dirigi sem rumo por um tempo!
Álvaro: Eu estou sentado aqui na mesma posição desde a hora que vc estacionou na porta, eu estou esperando vc para conversarmos...
Eu: Não tenho nada para falar, eu ... eu simplesmente não consigo, eu não acredito que vc fez isso comigo, e justamente com ela... eu não... eu não sei... eu...
Álvaro: Eu não fiz, eu juro por Deus eu juro pela minha vida, pelo nosso filho, eu não fiz nada, eu não trai vc ... nunca! O Henrique a deixou, acho que por outra mulher, ela estava desesperada e me procurou, eu não queria atende-la, mas ela estava aos prantos, então eu só a levei para casa e conversei um pouco com ela.
Eu: Vcs trocaram telefones, Álvaro!
Álvaro: Não, não trocamos, meu número de telefone não mudou desde a época que eu era casado com ela, eu não dei meu número para ela, na verdade eu deixei bem claro para ela que eu sentia muito por ela, mas que nós não teríamos nenhum tipo de relação nem mesmo amizade, e eu ia te contar tudo... mas quando eu cheguei eu estava exausto e quis tomar um banho antes, mas a msg chegou antes que eu pudesse te contar tudo...
Eu: Vc tinha o cheiro do perfume dela no seu corpo quando vc chegou...
Álvaro: Ela me abraçou, eu tentei me esquivar, mas ela me abraçou, foi só isso...
Eu: Tem certeza?
Álvaro: Bebê, ela tentou, ela me tentou muito, mas isso não funciona comigo, vindo dela ou de qualquer outra mulher, nunca vai funcionar, eu amo vc, eu nunca, nunca, nunca vou trair vc, vc é a minha mulher, a mulher perfeita para mim e eu te amo muito bebê.
Eu não aguentava mais, então eu comecei a chorar convulsivamente, ele me abraçava apertado.
Álvaro: Não amor, não chora, minha vida... por favor acredita em mim!
Eu: Eu amo você... eu amo você demais....
Álvaro: Eu também amor, então não deixa essas coisas separarem agente, não me deixe!
Eu: Eu nunca vou deixar vc por nada nesse mundo e isso me dói um pouco, por que mesmo que vc tivesse me traído eu não teria forças para te deixar ir, eu não posso, eu não consigo viver sem você!
Álvaro: Amor, eu nunca vou fazer vc passar por isso. Nunca!
