Unindo uma nova família #03

Um conto erótico de Leandro Santiago (R.S.)
Categoria: Homossexual
Contém 1680 palavras
Data: 26/06/2014 20:56:08

Olá amigos da Casa dos Contos! Hoje vem mais um capítulo. Hoje haverá muito diálogo entre os personagens principais, pois o Leandro vai encarar o Emanoel. Quero saber o que acharam desse capítulo!

Feedback:

> Alguem93: Obrigado! Vou continuar sim, querido!

> Edu19>Edu15: Quem diria, né Edu?! O filho assumindo o papel que normalmente é do pai... A de dar o veredicto!

> Josivan65: Mais or menos, viu?! Pelo menos não estou tão óbvio assim... Mas a história vai se desenrolar assim: Os dois vão brigar pela guarda do filho, mas eles vão se entender, com a ajudinha do Henrique. O que vai dar o "start" ao romance entre eles dois. Estou aiinda desenvolvendo essa parte aqui no meu computador. Eu tenho um roteiro pronto, faltando só escrever os capítulos.

> andrediogo: Pô, André Diogo?! Você já sabe o final da história antes de mim (#BRINKS) #PodeIssoArnaldo?

> Ru/Ruanito: OI Ru! Qual conto você não gostou? O do "Pitbull"????

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Acordei cedo, preparei o café da manhã do meu filho, pedi uns dias de folga na faculdade e comprei as passagens pela internet. Se meu filho queria conhecer o pai biológico dele, eu o apresentarei – mas antes, ele e eu teremos uma conversinha!

Assim que o meu filho foi pra escola, eu fui para a rodoviária da cidade e peguei o ônibus com destino a Porto Seguro. Eu cochilei a viagem inteira, nem deu para aproveitar as belezas do trajeto. Isso porque a minha mente estava cheia de preocupações sobre essa visita. Entre as muitas perguntas que invadiam a minha mente estavam “O que será que vai acontecer quando eu chegar lá? Será que ele mudou e se tornou uma boa pessoa, ou ainda tem aquele mesmo comportamento infantil da época da faculdade? Será que ele vai amar meu filho assim como eu?”.

Lá fui eu descobrir as respostas a estas perguntas!

Cheguei ao local indicado no cartão de visitas que meu filho me deu. Era uma pousada grande, com muita área verde e três piscinas grandes e azuis. Enfim, um lugar muito lindo! Eu nunca fui para um hotel de luxo em minha vida, por isso que eu admirava o local como um bobo. Logo um funcionário me aborda.

FUNCIONÁRIO: Pois não!

EU: É... Eu gostaria de falar com o senhor Emanoel Santos? Ele está?

FUNCIONÁRIO: Está sim! Quem deseja falar com ele?

EU: Eu sou Leandro Santiago. Diga a ele que é o pai do Henrique.

FUNCIONÁRIO: Por favor, me siga!

E assim fomos até a entrada do hotel. O funcionário foi conversar com a atendente da recepção do hotel enquanto eu me sentei no sofá, aguardando. Uns trinta segundos depois, o rapaz veio até onde eu estava sentado.

FUNCIONÁRIO: Senhor Leandro, o senhor Emanoel já foi avisado da sua presença. Por favor, espere um pouco até ele vir te receber.

EU: Será que ele vai demorar muito para me atender? - disse, depois de me levantar do sofá.

FUNCIONÁRIO: Eu vou ser sincero contigo: ele costuma demorar muito para vir atender as visitas que não estão programadas, mas sug... - ele é interrompido pela voz - familiar - vinda detrás dele.

EMANOEL:Senhor Leandro!

O funcionário me olhou surpreso, mas não disse mais nada e se retirou da onde estávamos.

EU: Olá senhor Emanoel. - e apertei a mão dele.

EMANOEL: Eu recebi o recado que você quer falar comigo. O que foi que aconteceu? É algo com meu filho?

EU: Sim, é algo com o "seu filho". - usei um tom irônico, vocês já devem imaginar o porquê - É algo importante e que envolve você.

EMANOEL: Certo! Me acompanhe até a minha sala e lá conversaremos. - e em seguida foi caminhando em direção ao elevador, e eu o segui.

Chegamos até o quarto andar e entramos numa sala. Muito legal por sinal. O Emanoel se sentou na poltrona principal e eu me sentei numa poltrona que ficava de frente para ele.

EMANOEL: Pois então! O que você gostaria de falar comigo?

EU: Senhor Emanoel, o Henrique já sabe de que você é o pai biológico dele. Eu tive que contar tudo pra ele, porque o senhor resolveu falar pra ele que era o pai dele. E agora ele quer te conhecer.

Emanoel sorriu, mas não parecia um riso sarcástico mas de alegria.

EMANOEL: Sério isso?

EU: Sim! Foi por isso que eu estou aqui! Eu vim marcar um dia para que você vá pra minha casa, para te ver. - Claro que eu estava um pouco triste com tudo isso, pois estava com medo de que meu filho passe a gostar mais do pai biológico do que de mim.

EMANOEL: Bom, pode ser amanhã mesmo, pela tarde, lá em sua casa.

EU: Pra mim, tudo certo! Mas eu queria falar com você antes. Por que você abandonou a Rafaela quando ela estava grávida de um filho seu?

EMANOEL: Eu não quero falar disso! Você não entenderia...

Eu fiquei irritado com aquela resposta. Eu não entenderia, né?! Pois o filho dele também não!

EU: Eu não entenderia? É assim que você chama a covardia? Você engravida uma mulher que te amou, foge da responsabilidade, sumiu durante doze anos da vida do filho fruto desse "amor" e agora vem dizer que eu não entenderia? Claro! Eu não entendo como você consegue dormir todas essas noites sem nenhum remorso por deixar uma mulher gravida abandonada no mundo! - falei usando um tom de voz bem firme e intenso. Eu queria descarregar todo o meu ódio nele.

EMANOEL: E você? - disse num mesmo tom de voz firme e intenso, mas muitas lágrimas desciam pelo rosto dele - Entenderia se fosse obrigado a abandonar a pessoa que mais ama nesse mundo por não saber o que fazer? Entenderia a confusão que estaria na cabeça de um adolescente que soube que seria pai? Eu não tive escolha! Minha família me levou pra fora do país assim que soube que eu engravidei a Rafaela!

Essas perguntas dele me fizeram parar um pouco para pensar e escutar o lado dele. Ele talvez não tivesse realmente escolha.

EMANOEL: Eu fui para os Estados Unidos e fiquei privado de qualquer contato com a minha vida no Brasil. Não sabia como a Rafa estava vivendo, não sabia como estava o meu filho! Eu perdi uma parte importante da minha vida! - Ele parou de falar para chorar um pouco, apoiando o rosto com as mãos - Eu realmente amei a Rafa, e se minha família não tivesse me obrigado a ir pra fora, eu assumiria esse filho e lutaria com todas as forças que tivesse para viver junto com a mulher que eu amei e com o fruto do nosso amor!

Isso realmente não passou pela minha cabeça.

EMANOEL: Você não sabe quantas noites eu passei em claro, chorando por não saber nada sobre a Rafa e o filho! Então não venha dar uma de certinho pra cima de mim, esfregar meu passado na minha cara! Eu não fui covarde, mas fui vítima das circunstâncias da vida!

Eu fiquei com pena dele, mas aí me lembrei do Henrique.

EU: Reconheço que eu fiz uma má visão sobre você, mas por que você não procurou saber sobre como estava sua esposa e filho por tanto tempo? Eu acredito que todos temos escolhas, você poderia ter escolhido outra vida pra você, poderia ter procurado a sua esposa e filho depois que voltasse ao Brasil. Poderia ter escolhido enfrentar seus pais e lutar pelo amor de vocês. Mas não... - Eu me virei em direção à porta do escritório, mas parei, virei meu rosto em direção a ele e concluí - Sabe, o Henrique quer te conhecer, você pode ir vê-lo, mas vê se não estraga tudo novamente.

E saí daquela sala. Eu achei que tinha falado tudo o que estava preso na minha garganta contra ele, mas acabou que muita informação entrou na minha cabeça, e eu teria que digerir tudo isso sozinho!

Sai do hotel dele sem me despedir, fui pra rodoviária e voltei pra minha cidade. No caminho, minha cabeça tava em ebulição por causa da conversa que tive mais cedo com o Emanoel. Não vou entrar em detalhes aqui, mas eu fiquei tocado pelo motivo que o fez fugir da Rafaela.

Cheguei em minha cidade e fui pra minha casa. O meu filho estava conversando com alguns amigos de escola quando me viu. Assim que me viu chegar, ele largou os amigos dele e veio ao meu encontro, com um sorriso único dele de felicidade! Ele me abraçou e carregou minha mala pra dentro de casa.

Dentro de casa, meu filho me olhava curioso, querendo saber o que aconteceu na viagem.

HENRIQUE: Pai, e aí? Como foi lá com ele?

EU: Ah... Bem... Eu fui lá, tivemos uma conversa e ele disse que virá amanhã para nossa casa e que quer te conhecer.

HENRIQUE: Legal! Amanhã vou conhecer meu pai... biológico. Mas me conta a verdade: o que REALMENTE aconteceu no hotel?

Ele me olhava com uma cara séria que até fiquei com medo. Ele realmente me conhece e sabia que eu escondia alguma coisa.

EU: Quer saber? Ele e eu acabamos discutindo e acho que você sabe o porquê.

HENRIQUE: Eu, né?!

EU: Sim! Eu queria ouvir dele o porquê de não ter te procurado esses anos todos e só agora, que você está quase um homem. Queria entender, meu filho, o que passou na cabeça daquele homem para abandonar a sua mãe grávida de você na época da faculdade. Acabamos discutindo muito lá! Ele ouviu umas verdades, eu também ouvi. Ou seja, ficou um clima pesado!

HENRIQUE: Que situação!

EU: Não se preocupe, meu filho! Se for pra fazer você feliz, sou capaz de suportar o seu pai biológico. Eu só estou passando por toda essa situação por você.

Meu filho se levantou do sofá e me abraçou calorosamente, e depois acabou deitando com a cabeça no meu colo enquanto eu o fazia um cafuné. Só um pai que ama seus filhos podem compreender o que estou fazendo pelo Henrique. Amanhã será um dia para recordar nas nossas cabeças, como será que iremos reagir à visita do Emanoel a nossa casa?

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