ENTRE HOMENS
CAPITULO 42 – APENAS UMA DE AMOR
Olha para pelo retrovisor, tenta ajustá-lo um pouco. Sente-se um pouco ansiosa pelo que possa encontrar adiante. Mesmo assim toma a direção do carro com mais garra. O celular toca mais está dentro de sua bolsa. Curiosa tentar ver de quem é a chamada. Nesse meio tempo sua bolsa cai e tenta pegar a bolsa. Bastou uma fração de segundos e quando consegue tomar pra si a bolsa, voltando-se para a pista ver uma cobra atravessando a pista. Na tentativa de desviar da mesma perde o controle do carro...
O carro derrapa um pouco na pista indo na direção de uma plantação de cana de açúcar. Como a velocidade do carro era mediana foi possível Rita frear antes que o carro tivesse um choque maior com a vegetação. Mas isso não impediu que a professorinha esbarrasse com a sua cabeça do volante do carro. Por algum tempo Rita fica desacordada em cima do volante.
Depois de algum tempo Rita acorda ainda meio atordoada, nenhum sinal de vivente naquela estrada que pudesse lhe prestar socorro. Tenta soerguer sua cabeça, mesmo sentindo tonturas. Passa a mão sobre o seu ventre. Graças a Deus aparentemente nada acontecera com o seu bebê. Tudo parecia certo. Ufa, ainda bem! Mas bem que o susto que a mocinha levou não era pra ficar muito tranquila.
A professora consegue tirar o cinto de segurança, abre a porta do carro, sai e respira um pouco tentando acalmar-se do acontecido. Sempre tocando no seu ventre para sentir que estava tudo certo com o seu bebê.
Ainda com a voz meio ofegante e ainda sentindo um misto de sorte e alívio, Rita consegue agradecer: “Obrigada, meu Deus por não ter acontecido nada de ruim nem comigo e nem com o meu filho. Muito obrigada mesmo meu Deus.”
Ainda com a respiração ofegante olhando para o horizonte sabia que teria que recompor para dar prosseguimento a sua viagem. Respirou mais profundamente entrou no carro, colocou o cinto de segurança, olhou pelo espelho e vi que tinha apenas algumas marcas devido o esbarrão no volante do carro. Tomou para si um cd e colocou no toca cd.
“Tenho que continuar... Tenho que prosseguir por nós meu filho... Mamãe te ama muito.”
Coração Pirata (Roupa Nova)
‘Quando a paixão não dá certo
Não há porque me culpar
Eu não me permito chorar
Já não vai adiantar
E recomeço do zero sem reclamar
O meu coração pirata toma tudo pela frente
Mas a alma adivinha
O preço que cobram da gente
E fica sozinha...
Levo a vida como eu quero
Estou sempre com a razão
Eu jamais me desespero
Sou dono do meu coração
Ah! O espelho me disse
Você não mudou...
Sou amante do sucesso
Nele eu mando, nunca peço
Eu compro o que a infância sonhou
Se errar, eu não confesso
Eu sei bem quem sou
E nunca me dou!
Quando a paixão não dá certo
Não há porque me culpar
Eu não me permito chorar
Já não vai adiantar
E recomeço do zero sem reclamar
Quando a paixão não dá certo
Não há porque me culpar
Eu não me permito chorar
(Já não vai adiantar)
E recomeço do nada sem reclamar
As pessoas se convencem
De que a sorte me ajudou
Mas plantei cada semente
Que o meu coração desejou
Ah! O espelho me disse
Você não mudou
Sou amante do sucesso
Nele eu mando, nunca peço
Eu compro o que a infância sonhou
Se errar, eu não confesso
Eu sei bem quem eu sou
E nunca me dou!
Quando a paixão não dá certo
Não há porque me culpar
Eu não me permito chorar
Já não vai adiantar
E recomeço do zero sem reclamar
Quando a paixão não dá certo
Não há porque me culpar
Eu não me permito chorar
Já não vai adiantar
E recomeço do nada sem reclamar
Faço o que quero, estou sempre com a razão
Eu jamais me desespero
Sou dono do meu coração
Ah! O espelho me disse
Você não mudou!
Você não mudou!
Não mudou...’Na Fazenda Paraíso.
Taumaturgo observa que o seu irmão caçula está na varanda muito quieto com o olhar perdido para um horizonte distante. Sem perceber que o ex-padre se aproximava dele, Humberto apenas respirava vagarosamente, na espera que tivesse alguma notícia ou mesmo a presença de sua Rita ao seu lado. Taumaturgo pousa sua mão no ombro esquerdo de seu irmão, que sentir o peso da mesma toma certo susto.
“Ufa! É você meu irmão.”
“Claro Humberto pensava que fosse um fantasma?”
“Sei lá estava meio distraído, devagando...”
“Isso é saudade da Rita?”
“Também. Sabe mano senti algo estranho com essa história da Rita ir sozinha para visitar seus pais. Sinceramente não entendi... Sabe esperava ir com ela pra conhecer os meus futuros sogros e também o meu futuro cunhadinho.”
“Entendo seu ponto de vista. Mas procura entender também a Rita. Tenta entender que aquela menina que veio para cá apenas trabalhar, com o tempo se envolveu com um peão e filho do patrão e que agora está grávida. Talvez ela quisesse ter esse momento com os pais dela, tenta amenizar a situação e até mesmo preparar o terreno para que o choque com toda essa novidade não fosse tão grande para os pais dela.”
“Pensando assim mano, acho que você tem razão. Acho que coloquei minhocas na minha cabeça.”
“Mano coloque uma coisa na sua cabeça: a Rita te ama muito, ela te amou mesmo no momento que ninguém acreditava em você, mesmo quando você era uma espécie de bad boy.”
“Verdade meu irmão, principalmente naquele tempo que te machuquei muito com o meu preconceito.”
“Humberto o preconceito vem disfarçado de várias maneiras: pelo jeito de olhar, o jeito de tratar as pessoas, a forma como lidamos socialmente... As pessoas julgam os outros pelos o que elas vestem. Tente imaginar alguém entrando de sandálias havaianas num shopping?”
“Caramba mano, sabe que nunca imaginei isso. Sabe acho que passei isso quando fui assim meio despojado para uma loja comprar um sapato. Você acredita que o vendedor quando lhe perguntei se tinha o numero 44, simplesmente o cara nem me deixou entrar. Pelo menos ele poderia ter me mostrado outros sapatos ou tênis.”
(Risos).
“Você calça 44?”
“Claro.”
“Não entendi a graça Taumaturgo?”
“Calma mano, relaxa. Não sabia que você era pesudo. Só isso.”
“Vê você está de preconceito comigo.”
“Seu bobão claro que não. Eu calço 42 molecão.” Falou Taumaturgo abraçando e com uma das mãos bagunçando os cabelos de seu irmão. Aproximando dos dois irmãos estava seu Fernando.
“Como é bom ver os meus dois filhos na maior animação.”
“Vem aqui paizão... Queremos dar um abraço no senhor.” Disse Humberto.
“Vocês estão loucos, vocês dois vão me quebrar. Seu velho não é mais o mesmo fisicamente enquanto vocês dois são duas muralhas.”
“Vem aqui pai prometemos que vão devagar (risos).”
“Cuidado com o velho de vocês!”
“Vem logo pai...”
Os três se abraçaram na maior alegria pareciam como três crianças se alegrando com algum prêmio ganho por bom comportamento.
“Pai já ia me esquecendo, o Enzo convidou a mim e o Miguel para irmos visita-lo e também conhecer o Rio de Janeiro.”
“Vai ser bom pra vocês reatarem a amizade um pouco estremecida com os últimos acontecimentos, Taumaturgo.”
“Não sei não... Será que o Enzo é confiável, mano. Não podemos esquecer que ele era afim do Miguel.”
“Calma mano. Temos que acreditar que as pessoas mudam. Além de que parece que Enzo está conhecendo um cara lá. Vamos acreditar que tudo muda nessa vida. Lembre-se ninguém pisa no mesmo rios, pois as suas águas sempre se renovam.”
“Sei lá... Mas se você acredita nisso. Quem sou eu pra dizer o contrário.” Defendeu-se HumbertoNa Fazenda dos Silvas.
(Batidas na porta no escritório do André).
“Entre!” Ordenou André.
“Com licença, patrãozinho.” Falou tirando o chapéu e colocando perto de seu peito o peão espião infiltrado dentro da Fazenda Paraíso.
“Você tem alguma novidade pra mim?”
“Patrão parece que o seu Taumaturgo e o Miguel vão viajar.”
“Eles vão pra onde?”
“O que deu de escutar me parece que é pro Rio de Janeiro.”
“Você sabe quando será essa tal viagem?”
“Nesses dias patrãozinho.”
“Muito interessante... Agora você pode ir... Quero que você continue sendo os meus olhos naquela fazenda.”
“Pode deixar patrão... Não aguento ver aquela pouca vergonha. Aonde já se viu dois machos se agarrando em pleno dia. É muita falta de vergonha mesmo. Me admira o seu Fernando que apoia aquele filho veado dele...”
O peão tecera tal comentário sem se dar conta que o seu ouvinte nutria os mesmo sentimentos homossexuais pelos quais o tal peão abominava. Apenas depois de terminar de expor sua opinião pessoal se retirou deixando André na solidão de seu escritório.
André toma o telefone convencional que fica na sua mesa e faz uma ligação misteriosa:
“Oi... Está na hora de você ressuscitar meu caro. Nosso amigo está de partida para onde você está agora e quero que você torne a estada dele muito especial!”
O seu ouvinte apenas confirmava suas ordens do outro lado da linha.
“Nunca se esqueça de que a vida boa que você tem aí deves a mim... Por isso quero que você me seja bastante grato por tudo.”
“Farei tudo que estiver ao meu alcance.” Respondera o ouvinte da linha.
“Mas tarde lhe darei todas as instruções necessárias. Quero que esse momento de lua de mel seja inesquecível.” Ironizou André, desligando logo após o telefoneNa praia.
O entardecer era um convite para admirar a beleza que a própria natureza não cansava de enaltecer com os seres que teciam uma ode de cosmologia perfeita. O céu crepuscular invadido pelos últimos raios de sol que penetravam as nuvens indo em direção ao mar, que parecia tragar de forma singela os últimos raios do dia.
Alan apenas escorado numa pedra com sua calça dobrada no joelho e com o par de sapatos próximo a si apenas admirava o espetáculo gratuito da natureza.
O modelo e surfista distraído bem distraído com o choque das ondas espraiando a beira mar, com o revoar dos pássaros nem percebera que alguém se aproximava dele. Duas mãos envolveram sua face. Apenas tocara as mãos envolventes e sentido o perfume disse:
“É você, Enzo, meu amor.”
“Como você adivinhou, rapaz?”
(Risos).
“Evidente que iria saber que seria você somente pelo cheiro.”
“Pelo visto estou me tornando inesquecível.”
“Não somente inesquecível... mas o homem que eu mais amo neste planeta... Senta aqui do meu lado amor.”
“Nossa Alan nunca te senti tão amoroso como agora. Parece que trocaram o meu namorado. Tem certeza que é você mesmo? (Risos).”
“Bobo. Como não se pode ser lampejos sentimentais diante de uma natureza tão deslumbrante como essa. Sabe nada neste mundo pode nos dar tudo isso que se encerra diante da gente. Nem mesmo todo o dinheiro do mundo.”
“Hum. Não sabia que você era comunista ou socialista.”
“Não se trata disso. Só acredito que o dinheiro não compra tudo. É terrível uma pessoa que se vende por dinheiro. É o mesmo que se prostituir mesmo não tendo nada de sexo.”
“Esse rapaz está muito radical... Vem aqui deixa acalmar um pouco esse pensamento marxista.”
“Como?”
“Assim...” Enzo dar um beijo demorado no seu namorado que apenas corresponde com muitas carícias.
“O teu beijo, Enzo, é a única coisa que compete em paridade com toda essa natureza. Por que somente ele me leva para outro mundo que fisicamente não atinjo e que somente a minha alma vislumbra com cada toque de seus lábios.”
“Tem certeza de tudo isso mesmo que você me falou meu lindão.”
“Claro. Sabe enquanto estava sozinho aqui percebi que não sei mais viver sem você, meu amor.”
“Eu também Alan. Cada segundo longe de você é uma eternidade.”
Os dois ficaram ali que abraçados deixando que a brisa da noite começasse a tomar conta de seus corpos.
“Sabe meu filho... Parece que nos conhecemos há um longo tempo né...”
“Verdade meu surfista.”
“Acredito que está na hora de estreitarmos mais ainda nossos laços.”
“Como assim, Alan?”
“Você quer se casar comigo?”
“Casar...?” A voz de Enzo ficou embargada com o pedido inesperado do modelo.
“Sim casar...”
“Mas você vai-me querer mesmo sendo assim imperfeito?”
“Enzo me avisa quando aparecer neste mundo alguém perfeito. Acredito que a imperfeição que faz a relação mais interessante.”
“Nunca tinha pensado assim, olhando por esse prisma vejo que você tem sua razão.”
“Claro que tenho afinal se você se apaixonou por mim é por perfeitamente imperfeito.”
(Risos).
“Sabe, Enzo, depois do que me aconteceu com o meu irmão, nunca pensara que o meu coração um dia pudesse se abrir novamente para o amor.”
“Entendo, Alan, mas você nunca me disse o que realmente aconteceu com o teu irmão. Quer dizer que ele foi assassinado?”
“Meu amor é uma história muito triste que aconteceu na minha história. Já havia quase me esquecido por um instante esse assunto, graças ao amor que estou sentindo por você, Enzo.” As lágrimas começaram a sair vagarosamente dos olhos do modelo emocionado em lembrar-se do seu irmão, mas ao mesmo feliz em descobrir que poderia ser feliz ao lado do seu novo amor.
Enzo logo se prontifica em amenizar qualquer sentimento negativo do seu amado, dando-lhe um abraço e deixando que seu ombro fosse um espaço propício para tranquilizar o seu coração.
“Sabe Alan eu posso dizer com toda a certeza do mundo. Olhe bem nos meus olhos... O que eu vou te dizer, é do fundo do meu coração... Realmente nunca amei uma pessoa como eu te amo, cara. Você me mostrou um mundo que realmente nem esperava mais descobrir nesta minha terrena. Eu te amo demais. Acho que te amo mais que a mim mesmo.” Ao mesmo tempo que se declarava ao seu namorado debaixo de uma noite estrelada, o modelo ia enxugando as lágrimas teimosas do rosto de seu amado surfista.
“Amor não chore, estou aqui... Lembre-se que se nos apaixonamos a culpa e das estrelas, não é verdade.”
Os dois modelos não resistiram ao amor que inundavam suas almas e começaram a se beijar loucamente.
“Enzo, você aceita se casar comigo?”
“Claro que eu aceito... Você ainda tinha duvida sobre isso?”
“Eu sou o cara mais feliz do mundo... Eu te amo Enzo, eu te amo, eu te amo.” Os dois novamente voltaram a se beijar novamente.
Apenas Mais Uma de Amor (Lulu Santos)
‘Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim, ficar
Subentendido
Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber.’
Continua...