Ja fazia um mês que eu e Beatriz estávamos namorando e tudo ia na mais perfeita e abençoada paz,a cada dia que se passava eu me descobria mais apaixonada por ela,nos víamos praticamente todos os dias,quando ela não estava dormindo em minha casa eu estava na dela,nossos amigos até brincavam dizendo que nos já estávamos casadas.
Sai do trabalho na sexta cansadíssima,não por qualquer tipo de esforço que eu pudesse ter feito durante o dia mas pela noite mal dormida ao lado da minha morena,nós parecíamos fogo e gasolina,entrei no elevador do prédio com um sorriso no rosto ao me lembrar da nossa noite,tínhamos brigado mas tudo acabou muito bem resolvido,e depois tivemos uma boa noite de amor.
Domingo retrasado eu estava em casa deitada no sofá tentando ver o programa imbecil que minha irmã assistia na tv,nada me distraia nem me fazia mudar o pensamento,Renata nada boba como me conhece muito bem sacou pela minha cara que tinha algo errado comigo,desligou a televisão se virando pra mim.
-- Ta legal mana,pelo bem de suas unhas,me conta o que esta acontecendo.
Ela parecia ansiosa,acho que devia achar que eu e Bia brigamos,desfiz a cara de nada que eu estava e me virei pra ela mais ansiosa ainda,na verdade minha namorada tinha ido almoçar com os pais,desde aquele dia em minha casa ela não via e nem falava com nenhum deles,eu estava com medo,medo de eles machucarem ela mais uma vez,da ultima vez ela sofreu muito.
-- A Bia foi almoçar com os pais..- no mesmo instante minha irmã fez uma careta
-- Vishee..
-- Até agora nada de me ligar Re,eu to preocupada sabe?
Minha irma pensou por um tempo.
-- Você tem medo que eles façam a cabeça dela pra te deixar?
Era pra ela me ajudar? nem tinha pensado nisso quando ela falou até uma pontada no peito eu senti.
-- Credo Renata! nem tinha pensado nisso..
-- Ah se fosse eu pensava em tudo Sofi,é lógico que eles vão tentar,ela ainda por cima é filha unica!
Ponto pra filha da mãe da minha irmã,se colocar minhocas na minha cabeça e acabar com o ultimo restinho de tranquilidade que minha tarde tinha era o que ela queria,tinha conseguido,engoli em seco e me levantei do sofá me sentindo completamente angustiada.
-- Valeu pela força maninha! -ironizei.
Antes de sair da sala ainda a ouvi se perguntando.
-- Eu hein,mais o que foi que eu fiz?
Entrei em meu quarto batendo a porta e logo em seguida me joguei em minha cama bufando,agora sim minha cabeça estava a mil por hora,já se passava das três da tarde e nada de Bia me dar sinal,nenhuma ligação ou uma mensagem sequer,ela sabia que eu estava preocupada com ela e mesmo assim não me dava noticias,completamente desorientada comecei a procurar o que fazer pra distrair minha mente sem sucesso algum,a todo o instante eu pegava o celular em busca de algum sinal dela e nada,um tanto quanto frustrada comecei a me perguntar se minha irmã não estava certa.
Eu estava perdida em pensamentos quando minha mãe entrou em meu quarto com uma foto nas mãos.
-- Filha,eu estava olhando umas fotos antigas nossas e me lembrei de alguém que estava sempre aqui e não vem mais..
Eu já sabia que se tratava da Fernanda,mamãe gostava muito dela,pra falar a verdade eu também gostava e estava morta de saudades,me lembrei da ultima vez que nos vimos,depois de tanto eu insistir pra conversarmos do pedido que ela me fez.
-- Sofi eu preciso te esquecer,preciso ficar longe de você.. Por favor não me procure mais,ainda doí muito saber que você e Bia estão juntas,ela é .. era minha melhor amiga.Enfim.. quando tudo isso passar eu te procuro ta bem?
Nós estávamos em uma lanchonete perto da casa dela,depois de insistir muito ela aceitou falar comigo,quem não gostou muito da ideia foi a Bia,alias ela odiou e acabamos brigando por isso.Depois deste dia eu e minha prima não nos vimos mais ,eu realmente estava sentindo a falta dela mas respeitaria e faria o que ela tinha me pedido.
Agora estávamos eu e minha mãe em meu quarto paradas uma frente a outra e caladas,minha mãe ainda segurava o álbum de fotos nas mãos e tinha um olhar de interrogação em minha direção,enquanto eu me lembrava de Nanda e colocava meu cérebro pra funcionar,o que eu diria a minha mãe? a verdade que não!
-- Pois é mãe..
Me limitei apenas a dizer isso,minha mãe compreendendo que eu não queria falar sobre Nanda apenas caminhou em minha direção me entregando uma foto nas mãos.
-- Fica tranquila,seja la o que aconteceu entre vocês mas dia menos dia vou ver a Nandinha toda sorridente entrando por essa porta,lembra desse dia?- ela me perguntou se referindo a foto em minha mão.
Sorri olhando a foto e me lembrando do dia,a Nanda tinha recém chegado em Curitiba e minha mãe já quis arrastar a coitada pro centro,tudo ia bem até perdermos ela na muvuca de pessoas que andavam pela rua XV ,mamãe e eu entramos em total desespero,parecia que onde eu olhava eu via ela mas não era,procuramos feito loucas até encontrarmos ela as gargalhadas com um rapaz e detalhe.. Longe de onde nos perdemos.
-- Ué vocês que me perderam,eu é que não ia entrar em desespero com esse monte de gatinho andando por aqui né?
Foi o que ela nos disse quando saímos de perto do rapaz,Fernanda sempre foi assim,faz amizades com facilidade e nunca perde a calma nem o sorriso nos lábios,derramei uma lagrima ao me lembrar da tristeza que vi em seus olhos no nosso ultimo encontro,pensar que o motivo da sua tristeza era eu me deixava pior ainda.
-- Eu vou até o centro comprar umas coisas,quer ir comigo? quem sabe passamos la na casa dela pra ver como esta e vocês conversarem? - minha mãe sempre se preocupou muito com a Nanda,era como filha pra ela,mas eu não podia aceitar ir,tinha que respeitar esse afastamento dela embora a saudade dominasse meu coração.
-- Mãe eu não vou não! Eu to preocupada com a Beatriz,ela foi almoçar com os pais e ficou de vir pra cá depois me contar como foi,vou esperar ela chegar.
-- Entendo,mas vai dar tudo certo,daqui a pouco ela ta aqui,não fica se martirizando!
-- Eu to tranquila mãe..
-- Não esta não Sofi,eu te conheço! Mas já que não aceita ir eu vou indo minha filha,guarde essa foto com você.- disse já se retirando.
Soltei um suspiro e me sentei em minha cama olhando a foto,no mesmo instante em que mais uma vez a porta se abriu,subi os olhos acreditando que fosse novamente minha mãe pra logo em seguida abrir um sorriso largo ao ver Beatriz entrar e fechar a porta logo em seguida,dobrei a foto rapidamente e coloquei no bolso de traz da minha calça.
-- Oi minha linda,como foi la? eu tava tão preocupada,por que não me ligou?
-- Foi mais ou menos amor,precisamos conversar!- ela falou seriamente me fazendo lembrar do que minha querida irmãzinha tinha enfiado na minha cabeça,senti um gelo no estomago e respondi agoniada.
-- O que houve Bia?
Percebi que ela exitou um pouco pra me dizer,eu já estava com um nó se formando na garganta,minhas mãos estavam geladas e meu rosto já começava a queimar,percebendo meu estado Bia tratou de me acalmar.
-- Calma,não é nada que atrapalhe nosso namoro.
UFA..
-- Meu pai quer que eu deixe o apartamento,me deu um prazo de três meses pra isso,e foi bem claro quando disse que se por acaso eu voltar pra casa deles terei de andar na linha.
Andar na linha? Na visão dos pais dela andar na linha era terminar comigo,de certa forma Renata tinha razão,tirar o apartamento dela era uma forma de tentar fazer Bia querer terminar,Bia me olhava seriamente esperando por uma resposta,mas sinceramente eu nem sabia o que dizer,pensei por um tempo e fui sincera.
-- Você acha que ele vai mesmo te fazer sair de la? Sera que não é uma maneira de te dar um gelo?
-- Não Sofi,não é só um gelo! - Ela pensou por um tempo e continuou a falar.
-- Eles não me mandaram dinheiro nenhum esse mês e minha mãe não fez as compras como sempre faz todo mês.
Percebi mesmo que algo estava errado,Bia quase não estava me chamando pra dormir na casa dela e na ultima vez me levou pra comer na rua,mas eu não imaginava que a situação estava tão critica assim,olhei pra garota a minha frente e ela estava como poucas vezes vi,com vergonha,vergonha do que tinha me contado.
-- Ai amor não fica assim,a gente da um jeito,qualquer coisa você pode vir pra cá,eu vou amar dividir meu quarto com você.
-- Não Sofi,sua mãe pode não gostar da ideia,alem do mais eu tenho 3 meses pra arranjar algo.
Sua expressão agora era de tristeza.
-- O que mais me doí é que eu achava que eles tinham marcado o almoço porque sentiram minha falta quando na verdade era mais uma tentativa de me afastar de você.
Nesse momento percebi sua fragilidade,era difícil ver minha namorada assim tão exposta,tratei de abraça-la e mostrar o quanto eu estava feliz por ela preferir estar comigo.
-- Eu to com você e vou estar sempre meu amor,a gente da um jeito nisso tudo juntas ta bom?! - Selei nossos lábios.
Bia separou seus lábios dos meus suspirando,continuamos abraçadas em silencio até que eu resolvi quebra-lo com uma brincadeira pra diminuir a tenção.
-- Então quer dizer que a senhorita não quer dividir quarto comigo?
Bia se separou do abraço sorrindo.. Ponto pra mim!
-- Quero sim,eu divido o quarto e principalmente a cama.. - e me lançou aquele sorriso cafa que me deixa doida.
Bia se jogou pra cima de mim colando nossos lábios,tentei resistir por um tempo e quando estava quase fazendo o que meu corpo tanto queria ofeguei contra os labos dela.
-- Bia calma, a porta..
-- Dexa a porta amor,eu quero agora..- Desceu uma das mãos entrando por dentro da minha calça.
-- Aiii - gemi em seus lábios
Ela tirou sua boca da minha descendo seus lábios até meu pescoço,chupando e mordendo me causando arrepios pelo corpo todo,quando me sentiu completamente entregue,subiu a boca mordiscando meu ouvido falando.
-- Gostosa.. Da pra mim?
Sua voz soou rouca e sedutora me fazendo perder completamente o juízo,eu que já estava excitada senti meu sexo pulsar com suas palavras,levei minhas duas mãos por baixo da camiseta que ela usava massageando seus seios no mesmo instante em que seus dedos ultrapassaram a barreira da calcinha tocando meu sexo encharcado,gememos juntas uma na boca da outra,quando ouço duas batidas na porta do quarto,empurrei minha namorada de cima de mim com tanta força que ela foi parar do outro lado do quarto em quanto eu me levantava num pulo arrumando minhas roupas,Bia tinha um sorriso divertido nos lábios e estava tão ofegante quanto eu,abri a porta dando de cara com Renata.
-- Que foi? - perguntei de mal humor por ela ter estragado o momento.
-- Ixii,atrapalhei?
Se eu já não estava vermelha antes tenho certeza que devo ter ficado depois da pegunta.
-- Não!
Mas Bia cara de pau como sempre gritou da cama.
-- Atrapalhou sim cunhadinha!
-- Calada Bia!- gritei com ela pra logo em seguida me voltar a estraga prazeres a minha frente.
-- Que que foi Re?
-- Desculpa mana eu não queria cortar o clima de vocês mas é que a mamãe ligou e me pediu pra te dizer que esta no shopping muller e esqueceu a carteira dela,é pra você pegar o carro e ir até la!
Aff.. é pra acaba mesmo!! Fechei a porta e a cara ao mesmo tempo.
-- Você quer que eu vá com você amor? - Bia me perguntou.
-- Você quem sabe linda.
-- Eu vou.
-- Tá,só vou trocar de calça e vamos então.
E foi ai que a merda toda aconteceu,quando eu tirei a calça a foto dobrada que estava em meu bolso caiu no chão e eu não vi,terminei de vestir a outra que tinha pego e fui ao banheiro arrumar ajeitar meu cabelo,quando voltei Bia estava sentada em minha cama com a fotos nas mãos e com uma cara nada boa.
-- Você deixou cair do bolso,ia te entregar mas quando vi que se tratava de uma foto achei que não dava nada ver.
-- Mas não da nada amor,é só uma foto!
-- Uma foto de vocês duas abraçadinhas que você carrega no bolso Sofia? Essa garota é louca por você,ela quer você e pelo jeito você também esta querendo né? andando por ai com foto dela no bolso,e agora? Você vai atrás dela não vai?
-- Bia para com isso,eu não vou atras dela.. - Ela me cortou furiosa.
-- VAI SIM,ADMITE SOFIA QUE VOCÊ GOSTA DELA! SE VOCÊ NÃO GOSTASSE NÃO ANDAVA COM FOTO DELA NO BOLÇO DA SUA CALÇA!
- PARA BEATRIZ! -Gritei fazendo-a arregalar os olhos,eu nunca fui de gritar.
-- Você esta sendo injusta comigo,ela é minha prima,minha mãe bateu essa foto a três anos atras e hoje me deu ela,quando você chegou minha mãe tinha acabado de me dar a foto,pra não brigarmos como estamos agora eu dobrei e coloquei no bolso,mas nada! não ando com foto de ninguém,você sabe o que eu sinto.
Ele me olhou ainda com raiva e disse
-- Eu não sei de mais nada Sofia!
-- Você .. você ta duvidando do que eu sinto por você Bia? é isso mesmo?
Ela não me respondeu,simplesmente virou a cara,segurei em seu rosto pedindo.
-- Olha pra mim Beatriz? é isso mesmo?
-- Ah quer saber? To! eu to sim,passei a tarde toda sofrendo por deixar meus pais de lado por você e chego aqui e encontro a foto daquela.. daquela criatura no seu bolso,vocês duas abraçadinhas.. AH SOFIA,PELO AMOR DE DEUS!- ela explodiu me deixando completamente perplexa e irritada.
-- EU NUNCA TE PEDI PRA DEIXAR NINGUÉM DE LADO POR MIM,NUNCA QUIS TE AFASTAR DE NINGUÉM BEATRIZ,VOCÊ SE AFASTOU PORQUE QUIS,E QUER SABER DE UMA COISA? PRA MIM JÁ DEU! CHEGA..- E sai
Cheguei no carro tremendo da cabeça aos pés,abri a porta e me sentei,na verdade desabei no banco,apoiei a cabeça no volante e me deixei pensar em tudo o que havia acontecido,duas batidas no vidro do carro me chamaram atenção,levantei os olhos e Bia estava parada esperando que eu descesse o vidro,desci já me preparando pra me defender caso ela voltasse a discussão ,percebi que ela tinha lagrimas nos olhos,abaixou a cabeça apenas pra me dizer.
-- Eu só fiz o que o meu coração me pediu pra fazer,eu só não entendo o porque de tudo isso.. - ela parou pra puxar o ar e soltar de uma fez logo em seguida continuou e acabou comigo.
-- Eu volto pra pegar as minhas coisas!- e foi embora.
A pontada que senti em meu coração foi tão forte que eu achei que fosse desabar,e desabei mesmo com uma enxurrada de lagrimas que vieram em seguida,encostei novamente a cabeça no volante e me deixei chorar por um tempo que não sei definir ao certo,a essa altura eu já tinha mais do que certeza dos meus sentimentos por Bia,AMOR.. Era isso,eu amava Beatriz,amava e tinha acabado de perde-la,sem forças mais pra nada fiquei no carro pensando no quanto minha vida era completa com ela por perto,ali sozinha eu estava me sentido fraca,incompleta,era como se metade de mim estivesse faltando e essa metade era ela,mas ela não acreditou em mim,deixou que o ciume a dominasse e mais do que isso,duvidou do que eu sentia,duvidou do meu amor por ela.
Peguei meu celular e digitei uma mensagem pra ela,dizendo o que eu já devia ter dito antes,mas só agora estava claro pra mim
" EU AMO VOCÊ BEATRIZ" - E enviei