Chegamos ao hospital e então fomos recebido pela sua esposa, que estava em choque. Nós a confortamos e ficamos esperando o laudo do médico, que não demorou muito a aparecer.
- Aqui é a família do senhor Júlio Medeiros? - o médico perguntava.
- Sim - Mark respondeu.
- Bom, o quadro dele é estável, mas não corre risco de vida. Ele está em coma induzido e, após ele acordar, iremos fazer alguns exames pra ver se o AVC deixou alguma sequela. - o médico se retirava.
Após o laudo, ficamos mais um pouco com a Soraya e em seguida fomos pra casa, já que teríamos aula no dia seguinte. O Mark me deixou em casa e depois foi pra casa dele, mas não antes de me dar um beijo de boa noite.
Eu cheguei em casa e expliquei melhor tudo o que tinha acontecido com o treinador pra minha mãe, que também se sensibilizou com o caso. Depois disso todos fomos dormir.
No dia seguinte o Mark me pegou e nós fomos pro colégio. Ao chegarmos, todos já sabiam do ocorrido com o treinador. Fomos pra sala e a primeira aula, como todas as segundas, seria a do professor de literatura.
- O Barroco foi um período ocorrido durante o período do século XVI, marcado pela crise dos valores renascentistas...
Alguém batia na porta da sala.
- Pode entrar - era o diretor do colégio.
- Bom dia a todos. Bom, como sabem, o treinador da equipe de natação está internado por tempo indeterminado, então vim apresentar o novo treinador de vocês. Pode entrar, treinador Otávio.
O tal treinador se apresentou para nós e disse que queria todo o time de natação naquele mesmo dia a tarde.
As aulas se passaram e depois voltei pra casa com o Mark e então almoçamos juntos e a sós, já que por algum motivo, ninguém estava em casa naquele dia. Convidei a Dolores pra almoçar conosco e ela negou, mas eu e o Mark fizemos uma birra e falamos que só íamos comer quando ela se sentasse conosco. Depois de muita birra ela sentou-se e começamos a conversar sobre o nosso dia no colégio e outros assuntos aleatórias. Eu adorava a presença da Dolores porque ela conseguia me acalmar desde que eu era pequeno. Depois do almoço, levamos nossa louça a pia e em seguida fomos pro quarto namorar um pouco.
Quando adentramos o quarto ele estava bem frio, já que nesse dia havia chovido um pouco e o ar condicionado colaborava um pouco pra aquilo. Dormimos agarradinhos no frio até as duas, que era a hora de voltarmos da escola.
- Mark, acorda - ele dormia profundamente.
- MARK - dei um grito.
- Hum? - ele respondeu ainda dormindo.
- Nós estamos atrasados, veste a camisa - ordenei.
- Assim, sem nenhum beijinho? - ele me beijou e nós ficamos namorando um pouco mais na cama.
- Caralho, olha a hora, bora logo - eu saí da cama e ele também. Após isso fomos no carro dele em direção ao colégio e fomos cantando músicas. Tudo não poderia estar mais perfeito.
Ao chegarmos no colégio já estávamos um tanto atrasado e a cara do novo treinador não era uma das melhores.
- Estão atrasados! - ele gritava.
- Desculpa, o pneu do carro furou e... - fomos cortados pelo treinador que foi logo mandando nós fazermos 50 flexões.
Após terminarmos os exercícios, entramos na água. Quando eu fiquei de sunga o tal treinador me olhou dos pés da cabeça e pareceu não acreditar no que via.