“Sobre a Laurinha a garotinha que estamos para adotar, continuamos na correria para a adoção, ela pode passar algumas horas dos finais de semana conosco, só que isso leva tempo, não é uma coisa do dia para a noite, é stressante para a criança, ter um milhão de esperanças, como eu falei ela tem entre seis e sete anos e por isso é mais difícil o interesse de casais em adotá-la, eu me apaixonei por ela assim que coloquei meus olhos sobre aquela pessoainha pequenina e indefesa, é linda e especial, e uma coisa que eu tenho de sobra é a paciência para esperá-la, ela será sim minha filha. A Daniela está fazendo o possível e o impossível para que isso aconteça, só que mesmo assim ainda é demorado.”
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Depois do festival, todo mundo feliz com o premio de segundo lugar resolvemos ir embora.
Eu e o William no carro, e o pessoal seguindo a gente, decidimos parar numa lanchonete e ver com a turma se o destino seria nossas casas ou algum outro lugar.
A maioria quis ir pra casa, o William pegou as chaves do carro da minha mão e decidiu dirigir o restante do caminho, eu adorei por que não gosto nem um pouco da direção.
Eu na realidade adormeci enquanto ele dirigia e cantarolava as musicas do radio, em pouco tempo sinto que ele esta reduzindo e conversando com alguém, abro os olhos, olho ao meu redor e vejo que estamos na recepção de um motel.
Mê arruma uma pá que eu vou cavar um buraco aqui mesmo, eu me senti envergonhado por estar naquele lugar.
William você está louco?
Louco por que meu amor?
Você acha que eu vou entrar nesse lugar, isso é coisa para casais e não para pessoas como nós.
Baixinho às vezes eu fico chateado com algumas coisas que você fala sabia?
Motel é um lugar para casais virem ter um pouquinho mais de privacidade, e não é só para casais heterossexuais não.
Não sei William eu fico meio envergonhado de entrar num motel.
Binho você me ama, confia em mim? Então você vai entrar aqui comigo sim!
Está bem magrelo, se você diz então eu confio plenamente.
Entramos numa das suítes e ficamos mais ou menos umas duas horas e meia ou três horas, ele queria passar a noite, mas sendo franco com todos eu não gostei!
Nós tomamos um banho juntos depois ele abriu uma garrafa de espumante rs, era uma Sidra isso sim, bebemos e na mesma hora começamos os amassos, beijos, apertões e por fim demos umas duas lá, sem parar rs.
Eu não me senti a vontade fazendo aquilo, num lugar daqueles, mas o William fazia todas as minhas vontades que eu precisava atender as dele também;
Aquilo serviu para eu perceber que a gente não tinha a privacidade que queríamos ou precisávamos em casa, eu ainda morava com a minha mãe e meu primo.
Só que eu não me via longe da minha mãe e também não tinha coragem de sair de casa, de uma casa enorme como a nossa.
Eu sentei com o William na cama e conversei com ele sobre irmos morar juntos em outro lugar ou comprar um apartamento para nós três.
Ele não quis mudar ou ir para outro lugar, ali era nossa casa e ele se sentia bem morando exatamente com a minha mãe com meu primo, aquela era a vida que ele tinha escolhido.
Domingo minha mãe resolveu sair com a Wilma e com a Laura para um passeio de senhoras, foram almoçar em algum lugar deixando a gente se virar em casa.
Eu não estava com um pingo de vontade de pilotar fogão e percebi que o William também não queria.
Bem eu chamei o magrelo, pegamos o Igor e fomos num restaurante para almoçarmos naquele domingo, eu tratei de ir brincando com o meu filhão se não ele já tinha dormido em dois minutos.
Pedimos uma mesa para dois e o garçom nos encaminhou até uma de vista para a praça que ficava em frente à igreja matriz da cidade.
Um garçom mais novo se aproxima de nossa mesa e pergunta se eu gostaria que ele pegasse uma cadeira mais alta, com encostos para o Igor, eu olhando no rosto dele como se já o conhecesse aceitei e fiquei tentando me lembrar de onde eu o conhecia, enquanto ele foi buscar a cadeira.
O William ficou olhando sério em meu rosto, enquanto eu encarava o mocinho.
Senhor vocês vão querer beber alguma coisa antes da refeição?
Na mesma hora eu me lembrei dele, quando brinquei dizendo que queria champagne, ele riu e também se lembrou daquele episódio em que fomos jantar para comemorar o nascimento da Sofya.
Felipe não é?
Isso mesmo e o senhor é o Binho não?
Ual garoto que memória boa a sua rs.
Na realidade eu me lembrei do seu namorado, quando vi vocês na mesma hora eu me recordei da discussão no banheiro, aquele dia eu fiquei com muito medo de perder meu emprego.
Eu olhei nos olhos do William e ri, lembrando do constrangimento que ele me fez passar aquele dia.
Ele chamou o Felipe pelo nome e se desculpou.
Felipe estendeu a mão e apertou a do William em sinal de aprovação.
Tudo bem meu senhor, espero que vocês estejam felizes, e eu posso perguntar quem é esse meninão aqui?
Então Felipe esse aqui é o meu filho, depois daquele dia eu tive muitas aventuras por aí e numa delas nasceu o Igor.
Muito bonito o seu filho, vocês estão de parabéns, agora me deixa ir providenciar as bebidas para vocês e dar uma acelerada nos pratos, me dêem licença, por favor.
O garoto é muito simpático e atencioso, percebi que o magrelo ficou enciumado, mas soube disfarçar bem.
Nós almoçamos e depois demos uma paradinha na sorveteria que o Igor adorava, tomamos um sorvete e voltamos para nossa casa, no caminho o filhote dormiu.
Minha mãe ainda não tinha chego ainda, por isso eu coloquei o Igor no berço que ele nunca usava e fui aproveitar o resto da tarde para descansar.
Entrei no banheiro tirei minhas roupas enquanto o William assistia a algum filme de terror na TV.
Eu ensaboei minha cabeça e quando estava enxaguando ouvi uns batidinhos na porta, na mesma hora eu me virei e olhei.
Era o magrelo com a cabeça encostada no batente da porta sorrindo e me olhando.
Eu posso tomar banho com você baixinho?
Eu fiz que sim com a cabeça e ele já foi se despindo e entrando embaixo dos fios de água que caiam sobre nossas cabeças enquanto nos beijávamos.
Nem percebemos que a Dona Nita já tinha chego com as outras duas e estavam fazendo um café para tomarem a tarde, enquanto colocavam o resto da conversa em dia.
Depois do banho nós nos enxugamos e caímos na cama, eu peguei o Igor e o coloquei entre nós dois, assim nós três dormimos até umas seis da tarde.
Aquela noite o Igor daria trabalho para dormir, já que ficamos a tarde toda na cama.
À noite o Raul e o Renato apareceram lá em casa com a Sofya no colo, minha mãe correu carregá-la e brincar com ela, o Igor corria em volta das duas querendo ver quem estava no colo da avó.
Eu estava meio chateado com ele, mas ela é minha afilhada e isso me faz esquecer qualquer desavença que eu tenho contra ele.
Não somos amigos e nem nada disso, mas eu o respeito e ele faz o mesmo me respeitando também.
O William foi até a cozinha e trouxe algumas cervejas e uns petiscos enquanto nós quatro conversávamos sobre várias coisas, entre elas nossa viagem a praia e o show que o magrelo tinha sido baixista, meu Deus ele queria contar a todos sobre o bendito show.
O Renato nos contou sobre seu novo trabalho e como as coisas estavam indo bem para eles, também nos chamou para mostrar o carro que acabara de comprar e que estava muito feliz, por poder realizar aos poucos as coisas que tanto almejava.
Eu só podia desejar que ele fosse ainda mais feliz, já que eu estava muito feliz.
Continua