Gente, antes de qualquer coisa, obrigado por tudo! Dedico este conto a todos vocês que gostam do meu trabalho. E aí? Nando morre ou Nando vive? Vai ser uma tarefa difícil, mas o final do conto está quase pronto. Gente, eu quero que leiam este capitulo, com a música mais emocionante da qual você gostam. Ok? Boa leitura.
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Uma hora depois, eis que surge o doutor.
- E aí, vamos? – ele se levantou.
- Na verdade... – ele pausou. Vocês dois não são compatíveis. Vocês nem são irmãos.
Aquilo foi um baque!
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O Felipe não acreditava no que ouvia. Seu corpo estremeceu por um certo momento... A dor que ele passou longe do Nando, a perda dele, o fim do relacionamento de ambos... Tudo causado por uma mentira?
- O que o senhor está dizendo? – ele perguntou nervoso.
- Vocês não são irmãos. Nós analisamos o seu sangue e o do paciente, e ao que consta, não existe o menor vinculo de irmandade entre vocês dois, o que só piora a situação do Fernando.
O Felipe se virou para a dona Sueli com muita ira nos olhos.
- O que você fez hein? Porque fez isso? FALA! – ele gritou.
Calma Felipe. – O Sr. Gabriel tentou controlá-lo.
- Me larga! Calma? Vocês querem que eu tenha calma? – ele levou as mãos à cabeça. – Tem ideia do quanto eu e o seu filho sofremos? De quantas vezes, choramos, nos crucificando por uma mentira? Tem mesmo ideia da dor que nós dois passamos? O que você fez foi cruel. Arrancou a felicidade do próprio filho... Tudo isso pra quê? Me diz... – ele chorava ao mesmo tempo em que perdia a cabeça.
- Eu fiz tudo isso pra proteger vocês dois. Toda a família iria condená-los por serem primos e mantiverem um relacionamento... Eles iriam virar as costas pra vocês. – ela chorava.
- O que me interessa? Foda-se família! – ele gritou novamente. Eu deixei de estar ao lado do Nando no momento que ele mais precisava, por sua culpa! Por culpa da minha mãe! Vocês duas nãos prestam!
- Não diga isso Felipe! Respeite a sua tia, e minha mulher!
- Respeitar? Você sabe mesmo o que significa esta palavra? Por acaso alguém pensou na minha dor? Por acaso alguém se importou com o nosso sentimento?... Eu amo seu filho, como jamais vou amar outro alguém... – ele começou a chorar. – Sabe a dor que eu estou sentindo agora? O medo de não vê-lo nunca mais? Vocês destruíram a minha vida.
- Eu não acredito que fizeram isso com o eu irmão? – Natasha olhou para os pais com repudia, e abraçou o Felipe.
O Médico não entendendo nada, apenas procurou informar o quadro grave do paciente.
- Eu quero dizer a vocês que o Fernando não vai resistir. Nossa única esperança era que o Felipe fosse compatível com ele... Resta apenas a fila de espera, mas as chances são poucas, uma vez que a doença está num quadro avançado.
Aquilo só serviu para destruir o Felipe por dentro.
- Eu quero vê-lo. Me deixa ver o Nando? Por favor! – ele implorou, e vendo a dor dele, o médico liberou a entrada. Os pais aguardaram, e apenas choravam abraçados.
Felipe pôs um jaleco descartável e máscara. Quando viu o sue amor, fraco, magro, sem nenhum fio de cabelo, com os lábios roxos, quase desfalecidos... Ele desmoronou.
- Não vai embora meu amor. Fica comigo. Eu estou aqui. – ele segurou com carinho as mãos do Nando. Felipe o olhava com compaixão e desespero. Sua alma estava perdida e o seu coração esmagado pela vida.
- Eu te amo tanto, que dói em minha alma saber que eu posso te perder. Não me deixa meu anjo. Você é a minha luz nesta terra. Eu não sou nada sem você. – ele dizia pertinho do ouvido do outro.
Sem explicações, o amor de ambos eram tão forte, que parecia que a voz do Felipe entrou fundo no Nando, e este conseguiu falar.
- Você está aqui. – ele se se esforçou em dizer. – Meu amor... Como está tão lindo. Eu senti sua falta.
- Xiiii... Não canse a sua voz. Eu sempre vou estar perto de você meu anjo. Eu te amo muito. Fica comigo. Não me deixa sozinho...
- Eu não vou resistir muito tempo. Eu sinto dentro de mim.
- Não diga isso. – Felipe se desesperou e suas lágrimas caíram ainda mais. Seu coração estava apertado e o sofrimento era grande.
- Olha pra mim meu amor. – Nando pediu quase sem voz. – Você foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida. Eu vou te amar pra sempre! Mesmo sendo seu irmão.
- A gente não é irmãos. Eles fizeram exames... Nunca fomos irmãos... – Felipe falava chorando. – Deus não vai mais condenar a gente. Por isso que você tem de lutar com todas as forças, pra que a gente possa mostrar ao mundo, o tamanho do nosso amor.
- Você tem o rosto mais lindo que eu já vi. – Nando deu um suspiro de dor. – Se eu partir prometa que vai ser feliz? Que você vai encontrar alguém assim como eu, pra te amar de verdade.
- Eu não quero ninguém. Minha vida pertence a você. É você que eu quero, e sei que Deus vai te tirar dessa. Eu não sei como, mas acredito na força dele.
Felipe fez um carinho nele, beijando levemente a boca do Nando. Ele estava numa situação critica. Muito magro e quase sem vida. Era doloroso vê-lo naquele estado.
- Lembra o que prometemos um ao outro na região do Lagos? Que ficaríamos juntos para sempre, na nossa casinha, vivendo juntos e felizes. Eu acredito nisso! – disse o Felipe com olhos lacrimejados.
- Eu tive uma vida tão errada, e desde pequenos, a gente já se amava... Eu nunca vou esquecer nossos momentos. Ai! – ele gemeu.
- O que foi? Está sentindo dores? – Felipe se angustiou.
- Meu corpo tá doendo muito. Eu não consigo me mexer. Pegue a minha mão. – ele pediu. – Continue sendo este homem honesto e bondoso com todos. Não guarde ódio em seu coração... Mostre ao mundo o grande homem que você é. Eu te amo. – Nando chorou.
- Eu vou deixá-lo descansar. Não fala mais nada. – Felipe o deixou dormindo e saiu feito um louco da sala. Os demais apenas o viram partir com fúria.
Ele pegou carro, e dirigia feito um louco pelas ruas. As lágrimas não paravam de cair, e a sua dor naquele momento, era algo incomparável! A sensação de perda corria seus órgãos vitais. Ele acelerou ainda mais, totalmente sem rumo, sem destino certo. Até que resolveu para na beira da praia. Jogou-se na areia e desabou num choro profundo, num vazio que ele jamais sentiu igual. Gritou o máximo que pôde. Queria liberar sua angustia, seu medo. Quando a vida lhe dera um grande amor, a mesma vida parecia querer tomá-lo de volta.
- Deussss! – ele gritou olhando pro céu. – O senhor está aí? Tá me ouvindo? – seu desespero dava pena. – Não tire ele de mim. Ele precisa viver Deus... Usa teu milagre! Não arranca ele de mim. Por favor!
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No hospital...
- Nós vamos colocá-lo em primeiro na fila de doadores. Assim que surgir um doador compatível, faremos o transplante. Agora é só rezar para que ele resista a tempo. Vocês precisam se unir, para que o filho de vocês busque força para suportar, até que façamos o transplante. – disse o médico.
CONTINUA...
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