Por Favor... Me Ame! 12

Um conto erótico de Evan
Categoria: Homossexual
Contém 3905 palavras
Data: 01/06/2014 22:30:23

Capítulo 12: Corra, corra, corra... e, por favor, vença.

Eu não me desgrudei de Lion uma vez sequer enquanto, alucinadamente, eu corria por entre a densa floresta. Mesmo eu tido me queixado de todas aquelas roupas apertadas, até que elas tinham suas vantagens, parecia que eu não estava vestindo nada, além do par de coturno. Não sabia por quanto tempo Lion e eu estávamos correndo, só sei que eu já estava bastante cansado e suor descia bastante pelo meu corpo, empapando as minhas roupas, deixando-as grudadas em meu corpo. Eu ficava olhando para trás a cada nova inspirada, o ar ali no meio da densa floresta era mais carregado, muito mais úmido. Eu tossia bastante, a umidade no ar que entrava pelos meus narizes se embrenhavam em minha garganta, formando assim, um comichão danado. Quando eu não conseguia mais dar um passo, eu cai, extremamente cansado, no chão fofo da floresta. Nem sei bem que aquilo que eu fazia no chão podia ser chamado de respiração, estava mais para algum tipo de tosse arquejada espirada, minhas mãos tremiam devido ao esforço e o meu estômago se revirava e contraia dolorosamente. Lion caiu, pesadamente, ao meu lado, respirando com tamanha dificuldade que eu não sabia se ele estava bem. Mesmo quase tendo um ataque pulmonar, eu estiquei a minha mão trêmula e suada e enrolei-a em uma das mãos do meu amigo. Estava com sede, muita sede, aquela umidade toda não estava me fazendo nada bem, as gotas de água se condensavam nas folhas verdes das árvores e as gotas de água caiam por toda a parte. Com um sorriso débil eu o puxei um pouco mais para perto de mim. Ele também tentou dar um sorriso, mas sua tentativa foi tão falha quanto a minha, os únicos sons que eram ouvidos naquele espaço eram os das nossas respirações, as gotículas de água quando arrebentavam no chão e a cacofonia de sons que emanavam da floresta que nos cercava. Meus escassos músculos gritavam em protesto devido a longa e rápida corrida que eu tinha feito, as minhas panturrilhas tremiam incontrolavelmente, os meus pés pareciam muito grandes, fazendo parecer assim, que os coturnos estavam apertados. O comichão em minha garganta estava cada vez pior, meu nariz também estava bastante irritado e minha cabeça estava girando vertiginosamente em todas as direções. Foi ai que eu percebi que eu estava uma merda, meu condicionamento físico estava muito deficiente, não tinha preparo suficiente para participar daquele jogo.

Lion desmoronou, definitivamente, no chão. Ele também não era um atleta como eu, seu peito subia e descia rapidamente e aquilo me deixou um pouco preocupado. Não era a pessoa mais responsável do mundo, curioso? Estabanado? Precipitado? Sim, aos três últimos, mas eu era um ótimo amigo, não tinha como negar. Desde de criança eu era assim, meus irmãos nunca admiraram essa minha, digamos assim, habilidade. Sempre fui pequeno, corria atrás deles com as minhas pernas infantis, tentando, desesperadamente, chamar a atenção deles para mim, mas nunca dava certo. Eles sempre me colocavam de lado, me deixavam de forra de todas as brincadeiras. Acho que foi por isso que quando eu arrumava um amigo eu não o deixava escapar de forma alguma, e assim seria com Lion, ele se mostrou um perfeito amigo me salvando quando eu mais precisava e quando menos podia ajudar a mim mesmo. Mesmo com o corpo todo reclamando, eu me levantei, pontadas de dor alfinetaram todos os músculos dos meus membros inferiores, meu baixo-ventre e meu estômago. Respirei fundo, e, mais uma vez, o ar denso daquele lugar me fez ficar momentaneamente sufocado e depois tossi furiosamente.

Lagrimas intrusas se esguelharam por entre meus canais lacrimais e transbordaram pelos meus olhos. Com a palma da mão eu recolhi as gotas de água salgada do meu rosto. Não sabia ao certo o porquê daquelas lágrimas, podia ser por qualquer coisa. A umidade, as pontadas de dor que irradiavam pelo meu corpo ou podia ser também as imagens que explodiam em minha memória. Todo aquele sangue, a dificuldade em respirar, que eu estava sentindo naquele momento e toda a dor que eu senti.

— Lion – Ofeguei com o pouco de ar que me restava nos pulmões – Lion, levanta dai. Vai! Levanta!

— Me deixa descansar, Evan – Resfolegou o meu amigo – Eu estou morto de cansaço.

— Você estará morto se não se levantar dai – Acusei, com uma pitada de irritação em minha voz.

— Você parece uma velha rabugenta, Evan – Lentamente, o meu amigo, se levantou – Que mal tem de nós ficarmos aqui por um tempinho?

— Mal? Bom, não deve fazer nenhum – Respondi, com uma discreta dada de ombros – Mal quem vai fazer são aqueles caras com calças apertadas e armas brilhantes quando nos encontrar.

— Tá, o.k. — Primeiramente apoiou as mãos no chão, depois fincou os joelhos na terra e finalmente se levantou, cambaleante, mas levantou – Pra onde vamos agora?

— Sei lá! — Minha voz se elevou um pouco – Eu só não quero levar uma daquelas agulhas na bunda e cair duro no chão.

— Como você sabe se vai ser na bunda? — Mesmo nós estando suados, cansados e muito paranoicos, eu ainda consegui da uma pequena risadinha – Afinal, não é que todos os outros vão mirar nessa bundinha pequena.

— Vá te lascar! — E sai andando, sem direção aparente.

Mas não foi dois minutos para ele está ao meu lado. Tentávamos fazer o mínimo de barulho possível, não queria chamar atenção. Com as mãos afastávamos os galhos baixos das árvores, vários já tinham arranhado meu rosto. As vezes caiamos nos sulcos que estavam feitos ali. Em uma nesga de pensamente eu desembainhei a arma prateada do coldre preso em minha perna, segurei-a com a mão direita, meu dedo indicador fazia uma leve pressão sobre o gatilho, já tinha dado dois tiros par ver como me saia atirando. O resultado não tinha sido tão bom, mas eu também não era ruim. Lion vendo a minha iniciativa também tirou a sua arma do coldre, e assim andamos. Com os joelhos um pouquinho arqueados e com a arma em riste em minha frente. Eu ia a alguns passos na frente e Lion um pouco mais atrás, ouvimos uma série de barulhos, vozes exaltadas e aqueles característicos sons de sucção. Olhei para meu amigo e ele me olhou com os olhos arregalados, nós meio que nos comunicamos via aquele olhar. Corremos.

Mas acho que não foi uma boa ideia, antes os sons eram indefinidos, não sabia em que direção eles vinham. Mas agora estava concentrado em uma única direção: a nossa. Corri mais rápido, minha arma chacoalhando loucamente ao lado do meu corpo. Vi uma mancha amarela e rapidamente fiquei alerta, a cor do meu colete era vermelho, o outro time ficou com o colete amarelo. Mas que merda! Por que não poderia ser alguém do meu time? Trazendo-me um copo de água ou do gênero? Mas, não. Agora eu tinha que evitar ser pego por aqueles homenzarrões. Eles começaram a gritar palavras de ordem, mas eu ainda não tinha ouvido nenhum som de disparo. Não sei se o que eu fiz foi digno de um Oscar ou foi apenas idiotice mesmo. Finquei meus pés no chão fofo, virei na direção dos nossos perseguidores. Eram dois homens e uma mulher, todos trajando coletes amarelos. Apontei a minha arma na direção deles, segurando com as duas mãos eu apertei o gatilho. Uma vez, duas vezes e uma terceira vez também. Provavelmente o que me fez acertar as três pessoas com apenas três disparos, foi a famosa sorte de principiante. Os espasmos musculares que os acometeram foram muito brutais, os braços de um homem de pele escura se retorceram de uma maneira nada comum, a mulher, que deveria ser oriental, ficou completamente retraída. O terceiro homem, que eu reconheci como o homem que ficou do meu lado naquela roda no começo de tudo, caiu duramente no chão. Seu rosto beijou o chão folheado e enraizado daquela floresta. Não sabia onde os dardos tinham mordido as suas peles, mas que eles foram atingidos, ah eles foram atingidos.

Fiquei parado ali, em choque. Não estava acreditando naquilo, não mesmo. Lion apareceu não sei de onde e se postou ao meu lado. Olhando, embasbacado para o mesmo lugar onde eu olhava fixamente. Sua própria arma estava em sua mão, mas ele não atirou uma vez sequer. Foi eu quem derrubou três soldados experientes com a minha inexperiência estabanada. Andando até onde eles estavam eu fui lentamente, Lion parecia a minha sombre, do meu lado e sempre ali. Notei que as minhas mãos estavam tremendo, de descrença, só podia ser. Agachei-me ao lado da mulher que estava com os membros todos atrofiados de maneira nada normal. Tentei normalizar os músculos tensos daquela mulher, mas minhas tentativas se mostraram infrutíferas. Nada nela se movia, mesmo eu colocando bastante força em meus braços e mãos. Lion tentou fazer a mesmo coisa com o homem de pele marrom, mas de nada adiantou, todo o corpo daquelas pessoas pareciam terem sido esculpido em pedra. Remexendo nos corpos em senti algo gélido, duro e metálico fazer contato com a minha mão. O rastreador! Foi bastante trabalhoso virar a mulher e os outros dois homens para que eles ficassem em uma posição mais confortável. Apertei o botão de ativação do rastreador, me levantei e antes de voltar a andar eu peguei as três armas prateadas que no chão estavam jogadas. Procurei alguma coisa para colocá-las e não encontrei nada. No final eu rasguei uma tira enorme da minha camisa preta de camuflagem, passei o tecido rasgado pelos aros que circuncidavam os gatilhos das armas e amarei as outras pontas em um passador do meu cinto militar.

As armas chacoalhavam a medida que eu andava, meus espólios eram um pouco pesados. A tira que eu tinha tirado da minha camisa era bastante grande, a calça era acima do meu umbigo e o que restava da minha camisa estava cobrindo apenas a parte dos meus mamilos para cima. Não sabia por que eu tinha pegado as armas, mas eu estava com uma sensação estranha, se eu não pegasse, provavelmente alguma outra pessoa as pegaria. A minha própria arma estava em riste bem na minha frente, meus braços não eram grossos ou longos como de todos os outros, mas eu tinha firmeza para atirar. Tinha lido que quando uma pessoa é experiente em tiro a arma pode machucar tanto você quanto o seu alvo. Claro que aquela arma era diferente, mas, mesmo assim, quando eu atirei, deu para sentir o coice que a arma produziu.

E assim que o tempo foi passando, eu tinha conseguido atingir mais duas pessoas e Lion mais três. Também fomos quase atingidos, mas com a ajuda dos nossos minúsculos corpos conseguíamos correr, nos esguelhar, caber em buracos apertados que os outros simplesmente não conseguiam nos alcançar e nem nos atingir. Quando o grupo adversário tinha mais do que quatro pessoas, nós preferíamos nos esconder do que fazer um combate de armas. Também já tínhamos encontrado pessoas do nosso time, grupos de três, quatro e uma vez eu vi de relance um grupo com sete pessoas. Mas sempre que tentávamos nos juntar a eles, não eramos aceitos. Nos olhavam de ponta a ponta, davam uma desculpa esfarrapada qualquer e depois saia correndo, nos deixando para trás. No primeiro grupo que fez isso conosco, Lion e eu ainda tentamos segui-los, mas alguns metros depois de caminhada fomos surpreendidos por um pequeno grupo adversário com seis pessoas. Dardos paralisantes voaram para todos os lados, foi lá que eu tinha conseguido atingir a minha quarta pessoa e Lion suas duas primeiras. Depois disso decidimos que seguiríamos apenas nós dois, já que nos achavam inútil, que eles fossem atingidos longe de nós.

O mais estranho de tudo é que nós ainda não tínhamos encontrado com Marvo nem Lago, ou aquele homem que mais parecia uma montanha. Só outras pessoas – homens e mulheres – que eu nem meu amigo não sabíamos nomear. Fiquei preocupado com o meu soldado e com o seu colega, acho que Lion estava dividindo a minha preocupação também, as vezes eu o via olhando ao redor, mas não com um olhar cauteloso ou assutado, estava mais para um olhar ansioso e preocupado. Eu também olhava esperançoso a minha volta, queria que meu soldado viesse me buscar e me levar para um local seguro. Sei que esse era o pensamente mais gay de todos os tempos que eu já um dia já tive, mas naquela hora era apenas isso que eu queria. Queria o meu soldado, o meu Marvo.

— Evan, já chega! — A voz irritadiça de Lion chegou até os meus ouvidos. Desfazendo as fantasias que eu estava tendo com Marvo – Eu estou cansado de andar e... que droga! Acho que nós já passamos por aqui!

— Não passamos não – Respondi, já tinha parado e agora olhava para – Eu me lembraria se nós já tivéssemos passado por aqui.

— Então definitivamente você está andando em círculos – Sua voz ficou mais elevada, ele se agachou e pegou uma coisa, que eu não consegui ver, do chão – Olha isso!

Minhas palavras ficaram presas na garganta, meu queixo caiu e eu fiquei com vontade de chorar quando eu vi o que ele estava me mostrando. Era uma faixa de tecido preta manchada. Até ai tudo bem, mas o que fez que eu ficasse engasgado com as minhas palavras era que eu conhecia aquele pedaço de pano. O pedaço que antes era parte da camisa de Lion e o manchado era uma mancha de sangue. Depois de ficarmos entre o tiro cruzado de dardos paralisantes Lion e eu saímos adoidados na direção oposta do combate. Mas nessa pressa toda Lion acabou tropeçando e rasgando a pele do braço com um pedaço de madeira largado no chão. Depois que eu tirei uma tira da sua camisa e amará-la em seu braço ensanguentado nós voltamos para o local que antes nos estávamos fugindo. Quando chegamos lá todas as pessoas estavam estateladas no chão, nove pessoas no total, nenhum tinha escapado dos dardos, bom, a não ser Lion e eu. Fomos nós dois que ativamos o rastreador e eu coloquei mais nove armas na tira de tecido presa a minha calça.

— Viu?! — Ele sacudiu o pedaço de pano que agora estava empanado com areia e algumas folhas trituradas – Temos que voltar para a área central, Evan!

— E você acha que eu estou tentando fazer o que?! — Minha voz saiu aranhada e estranha devido ao choro represado – Eu quero sair daqui tanto quanto você!

— Então vamos ter que arrumar uma maneira de pegar aquela bandeira, ganhar isso e acabar com esse circo todo – A voz dele também saiu chorosa. A umidade ainda era forte, mas agora eu já tinha me acostumado com todo aquele ar denso – Você sabe pra que lado fica o norte?

— Do mesmo modo que eu sei qual é a raiz quadrada de 225 – Respondi, minha voz além de chorosa estava com uma pitada de sarcasmo – É claro que não!

Ficamos nos encarando por um tempo bastante grande, tentando achar um modo de sair daquele labirinto verde e úmido. Mas no final eu estendi a minha mão e arrastando os pés pelos inúmeros destroços que estavam no chão, Lion veio na minha direção e pego a minha mão estendida. Não adiantaria nada brigar entre nós dois, começamos a andar novamente. As armas em minha cintura faziam uma tilintar mais alto e estavam mais pesada e foi isso que me deu uma ideia. Parei, desamarei o tecido que prendia todas as armas, deixando-as cair todas no chão. Peguei uma, apontei para uma árvore próximo a mim, apertando o gatilho eu atirei na árvore. O dardo lá ficou, preso e intocável, atirei mais uma vez e mais uma e mais uma depois da última. Depois de quatro disparos eu já tinha um sulco bastante visível no tronco da árvore e quatro dardos paralisantes muito retorcidos. Pronto, agora nós tínhamos um ponto de partida, não iriamos fazer isso em todas as árvores que visemos pela frente, afinal eu tinha pego apenas as armas e nem tinha me tocado a respeitos das capsulas com os dardos. Eu ainda tinha duas de reserva e Lion também. Decidimos que marcaríamos as árvores que ficassem mais próximas das outras em uma linha reta e a medida que os dardos de uma das armas iam acabando eu colocava-a no chão apontando para a direção que nós estávamos indo. Fiz um pedido mental para que ninguém estragasse o nosso método de sair dali e nem seguir aquela trilha. Para passar o tempo nós resolvemos conversar, eu já estava com fome e muita sede, falar pioraria tudo, mas ficar calado apenas escutando os sons que nos rodeavam estava me deixando louco. Começamos a falar de nós mesmos, eu fui contando das escolas que já estudei e ele também, contei sobre como era o convívio com a minha família e ele seguiu o meu exemplo contando- me como ele interagia com a sua família. Descobri que ele tinha dois irmãos mais velhos e uma irmã mais nova.

— É muito legal o convívio com os meus irmãos – Ele respondeu a minha pergunta – Armando, o mais velho que tem 20 anos, age como um verdadeiro pai quando os nossos pais de verdade saiam. Ele faz faculdade de medicina, já está no terceiro período.

— E com o resto de seus irmãos? — Estava bastante curioso com esses fatos. Parei, dei quatro disparos na árvore na minha frente e continuei a andar – É bom? Mau? Mais ou menos?

— É mesma coisa – Respondeu, bateu com a palma da mão no braço para matar um mosquito e continuou – Ricardo, o segundo mais velho, que tem 18 anos é um espírito livre, por assim dizer, ele é o mais rebelde de nós, mas é um cara legal. A pequena Luane de 13 anos é uma criancinha com peitos enormes, cintura fina e bunda grande. E você com seus irmãos?

— Ah... eu? ... eu? — Apontei para mim e minha voz estava falha e hesitante. Estava pisando em terreno de extremo cuidado – Bom, é tudo bom, uma maravilha. Somos como unha e carne.

— Está mais para gato e cachorros – Ele falou e mesmo sem eu querer eu fiquei rubro de vergonha – Eles não agem como seus irmãos. Lago é mais irmão para você do que os seus próprios.

— Não é bem assim, Lion – Mesmo sendo verdade tudo o que ele falou, eu me vi defendendo-os – Eles tem as vidas deles e eu tenho a minha...

— Não adianta mentir, Evan – Ele não me deixou terminar e foi logo falando – Acho melhor mudarmos de assunto.

Nada respondi. Repeti o meu gesto de marcar árvores por mais um bom caminho, não quis mais conversar sobre nada, o gosto amargo da realidade descia rasgando pela minha garganta quando eu me lembrava que Lion tinha razão. Meus irmãos não estavam nem ai para mim, podíamos ser gêmeos, mas quem foi que disse que todo gêmeo deveriam ser melhores amigos? Podia bem ser verdade que os gêmeos podiam ser melhores amigos, mas eu nunca tinha escutado algo falando sobre que quadrigêmeos deveriam ser amigos. Não mesmo. Lion interrompeu meus pensamentos caóticos e desconexos com a sua voz suave, depois fez alguns gestos para que eu me aproximasse. Quando cheguei bem próximo a ele, não foi nem preciso ele apontar para eu saber que nós tínhamos encontrado a área com as tendas.

No meio do grande descampado estava Chaves, linda e poderosa mesmo estando parada, toda de preto, sob o sol quente. A bandeira ondulava calmamente na sua mão estendida. Lion tentou se levantar para correr e pegar a bandeira, mas eu o impedi. O motivo tinha sido um fraco esgar de luz brilhante que veio do outro lado do descampado. Puxei-o até ele está bem sentado no chão, depois, sem emitir nenhum som, eu apontei para o local de onde vinha a luz. Dois homens estavam agachados entre um pequeno espaço que duas árvores produziam. O homem que segurava a arma me chamou a atenção, quer dizer seus traços faciais foram o que denunciaram o sujeito que empunhava a arma brilhante. Marvo! Mesmo sem olhar para o outro ao seu lado eu sabia que era Lago, justamente pela reação de Lion quando reconheceu o seu soldado. Agora que eles se achavam no direito de aparecer?! Quando eu queria que algum deles dois viessem e me tirassem dali ele não vieram, agora eles estavam ali, de guarda, prestes a pegar a bandeira e vencer aquela merda! Uma fúria repentina arrebentou pelo meu corpo, percorrendo minhas veias em uma velocidade bastante alta. Recarreguei a minha arma e apontei para onde eles estavam parado.

— O que você pensa que vai fazer? — Sibilou Lion, parando meu dedo quando eu ia apertar o gatilho – É o Marvo e Lago que estão ali.

— Eu sei, Lion – Respondi, no mesmo tom sibilado – Mas eles são do outro time, lembre-se, temos que pegar aquela maldita bandeira.

— Evan, não – Guinchou o meu amigo, quando eu apontei a arma.

Mas nem cheguei a atirar, nem sequer apertei o gatilho. Ouvimos um rugido e depois aquele gigantesco homem saiu correndo de dentro da mata serrada. Seus passos deixavam grandes sulcos no chão de terra batida. Mas foi só ele dar alguns passos para várias outras pessoas explodirem floresta afora e dardos paralisantes voarem a esmo pelo ar, atingindo uma pessoa de cada vez, as vezes, até duas ao mesmo tempo. Homens com as corres amarelas e vermelhas guinchavam, gritavam, ameaçavam, atiravam e algumas caiam no chão com os músculos atrofiados. De relance vi o meu soldado e com a raiva ainda queimando no meu corpo eu puxei Lion e corri para o fogo cruzado.

Também comecei a atirar. Naquela confusão toda não sabia dizer se as pessoas que caiam duras no chão, caiam por causa dos dardos inimigos, ou se era do próprio time. Derrubei mais duas pessoas e comecei a correr na direção de Chaves, que por incrível que pareça, ainda não tinha levado um dardo sequer, mesmo estando no meio daquilo tudo. Vi aquele homem monstruoso vindo em minha direção, parei e comecei a atirar, foi apenas no quarto dardo que aquele monstro humanizado caiu atrofiado no chão. Sem folego e espantado com a minha iniciativa, corri na direção daquela poderosa mulher. A maioria das pessoas já estavam estateladas no chão, outras, estavam ao longe, disputando brigas solitárias. Numa quase queda, em uma virada de pescoço, deu para ver que Lion tinha sido acertado por um projetil e estava duramente jogado ao chão. Ainda pensei em voltar para ver se ele estava bem, mas continuei com o meu objetivo. Pulei sobre algumas pessoas duras no chão e quando enrolei minha mão no tecido, sinto uma picada na cocha direita, depois uma dormência brusca e imediata tomou posse daquela parte. Meus músculos se retesaram dolorosamente, endureci como uma pedra e cai.

Com o tecido enrolado em minha mão.

Beijei o chão duro em minha queda, mas mesmo com o meu estado empedrado eu consegui ouvir quando Chaves anunciou que a equipe vermelha tinha ganhado. Se eu pudesse gritar em jubilo, com toda a certeza eu gritaria.

Gritando a todo pulmões.

***********

Sei que não ficou legal, mas está ai mais uma parte. Sei que demorei a postar, mas vocês sabem o motivo. Bom é isso, até quando der novamente. Obrigado aos comentários e incentivos, adoro ler os comentários. Neto M: Ciumento? Humm, não fale isso que eu gamo. Beijos.

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Comentários

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Muito bom, mas acho confuso toda essa coisa aí só pra espionar e derrotar o povo do mau dessa escola. Achei muito errado colocarem o Evan nessa competição idiota, ele já sofreu naquele troço da piscina, ele já aceitou espionar e ainda colocam ele nisso! Nem pra alguém acertar essa Chaves! Aliás seria legal se tivesse um conto no qual o Evan brigasse com os irmãos dele e falasse tudo que ele sempre guardou! Enfim, estou esperando pela continuação. Já disse que eu sou curioso? Queria saber sobre a construção do seu conto, tipo, dá onde você tirou o nome dos personagens da historia? Até Mais, nota 10!

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Ontem não deu para eu comentar, então aqui estou eu! Evan é um herói, muito determinado e protetor do Lion, que é mais irmão que os próprios gêmeos. Me apaixonei por esse personagem, ele é um amor! 10

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Que bom que foram eles eu ganharam, o episodio ficou muito bom.

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Muito bom! Quem diria que esses dois iam tão longe na competição.

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Ai to amando e já quero o próximo capitulo.

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Ui não fala assim não em, eu to tão abandonado e carente que eu vou acabar me apaixonando em kkk, bom mais emfim só você pra salvar minha noite mesmo em tava aqui morrendo de raiva depois de um episodio com um final extremamente revoltante de Game of Thrones agora depois de ler mais um capitulo incrível eu consegui me acalmar e ate mesmo rir, agora só me resta saber se eu devia descobrir onde você mora e ir até ai te dar um soco por me fazer rir e me deixar feliz quando eu deveria estar com raiva ou fazer o mesmo só que ao contrario de te dar um soco te dar um beijo por dissipar quase que completamente toda aquela raiva que eu estava sentindo ( a sei la eu com certeza prefiro o beijo e você? kkk), agora sobre o capitulo ele esta sensacional e devo acrescentar surpreendente também pois quem diria que esses dois iriam se sair tão bem na brincadeira e ainda mais que Evan é quem ganharia o jogo eu adorei esse final foi incrível e outra estou muito curioso pra saber o que vai acontecer com a raposinha, bom mais emfim como eu já disse foi mais um ótimo capitulo dessa historia fantástica e estou super ansioso pelo próximo capitulo, beijos pra você também e até a próxima.

Atenciosamente Neto

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