“A lei é expressa quando se refere à convivência familiar, e importa ressaltar, a família pode ser o pai ou mãe e filhos, ou até alguém solteiro, que a partir da adoção constituirá sua família, só não é, ainda, juridicamente possível, que se entenda como família a união homo afetiva de dois indivíduos do mesmo sexo, masculino ou feminino.”
.
.
Não é uma despedida, mas agora vou demorar algum tempo para postar meus relatos aqui, quero agradecer a todos que me acompanham que participam e que assim como eu almejam algo melhor todos os dias.
Depois que tive aquele problema intestinal eu percebi e aprendi que não somos nada nessa vida, apenas compartilhamos de nossas experiências vividas, e devemos ser eternamente gratos pelo que nos é ofertado todos os dias, nossa família, nossos amigos, nosso trabalho e nosso lazer, sem esses requisitos nós não vivemos e não temos motivação para continuar.
Vocês conhecem todos os meus amigos:
Raul, Luiz, Carlão, Jorge, Ricardo (primo), Renan, Pedro, Renato (ainda considero), Lili, Vick, Mara, Mah, Lu, Iago, Estela, Mauricio, Laura sogra, Wilma e minha mãezona Nita, esses que mencionei aqui são os únicos que tenho, mas valem muito mais que todo o dinheiro que existe na face da terra, sem eles eu nem sei como seria a minha vida.
E vocês que separam um pouquinho do seu tempo para ler e comentar as minhas histórias de vida, eu nem sei como agradecer, desejo que Deus vos abençoe e ilumine todos os dias.
Recebi felicitações, criticas, todas construtivas e muitos puxões de orelhas, e muitas das vezes pessoas que de uma forma em especial passaram por algum caso parecido com os meus, e que mesmo sem me conhecer pessoalmente, de uma forma muito boa, também contribuíram para o meu crescimento.
Estou feliz, não completamente por causa da Laurinha, mas ainda assim muito feliz e desejo essa mesma felicidade a cada um de vocês.
.
.
Para quem acompanha meus relatos sabe o quanto eu penei até aqui, até chegar ao dia de hoje, minha mãe esta viajando com a Mãe do William, as duas estão em Porto de Galinhas, somente as duas, achei estranho, mas a minha sogrinha deu um tempo no relacionamento e resolveu dar uma relaxada e minha mãe aproveitou a deixa e pegou carona.
Estamos apenas nós quatro e o Marley em casa, o Igor, Rick, William e eu, semana passada eu tive mais uma audiência no caso da minha adoção, infelizmente não foi um dia para se comemorar, mais uma batalha que eu deixei ser ganha.
Meu Deus é uma menina que ninguém quer adotar, esta sozinha e precisa de acompanhamento médico para aquela cicatriz no braço esquerdo, eu faço tudo que posso mesmo ela estando no lar, mas ainda assim é pouco.
Uma frase que o Juiz disse que eu fiquei boquiaberto foi:
Quantas crianças estão DISPONIVEIS?
Como assim disponível?
Ele está se referindo a uma criança ou algum objeto, pedaço de carne sei lá, algo para ser comprado?
Não gostei da maneira que ele se referiu quando se dirigiu a assistente social fazendo aquela pergunta.
Ela esta sim aguardando que alguém a deixe ir morar comigo, ter um lar de verdade e um irmão que me deixa louco de tanta alegria que me proporciona.
O Juiz negou meu pedido de adoção alegando que não estávamos com os documentos devidamente preenchidos e homologados.
Minha vontade era subir em cima da mesa e meter uma bicuda no meio da boca daquele velho sem vergonha.
Ele não acompanha a vida e o dia a dia daquelas crianças, como elas são tratadas, quais as necessidades e o porquê foram parar lá.
A Laurinha tinha pais drogados, a mãe nem sabia o nome do pai, ou quem era o pai dela, acho que eu já falei sobre isso aqui.
Conforme a gente vai se aprofundando nesse assunto vai descobrindo várias coisas e várias lutas de pessoas que decidem adotar.
Muitos casais desistem da adoção por ser tão complicado, outros nem voltam mais por causa das exigências dos lares.
Agora pensem comigo, se para um casal convencional é complicado, imaginem como é para um casal de gays ou lésbicas.
Uma coisa boa que conseguimos foi que agora ela poderá passar dois finais de semana por mês com a gente, ainda não podemos viajar com ela, mas ela convivendo conosco já é uma ótima forma de nos conhecer e nós a ela.
Eu, o William, o Igor e o Ricardo fomos até uma loja de móveis e compramos alguns itens para decorar o quarto que era da tia Lu, nós o pintamos com duas cores lindas rosinha bebê e um azul bem clarinho que deixou o quarto todo iluminado.
Mobiliamos o quarto todo e a levamos para ver, e saber se ela aprovava.
Então meu amor, agora esse é seu novo quarto, toda vez que vir para cá, vai dormir aqui, o que você acha?
Ela andou o quarto todo, pegando nos móveis, olhando tudo e rindo, algumas lagrimas escorrendo dos olhinhos dela, ficamos três bobos olhando ela andando e rodopiando no quarto.
O Igor ria e pulava no meu colo, puxando a orelha do Ricardo.
Pai, pai?
Oi filhão.
Nana, pai.
Isso filho, agora a Laurinha é sua nana.
Ele ria e me abraçava olhando aquela menininha feliz da vida com todas aquelas novidades a vista dela.
O que eu posso dizer de tudo isso que passei:
Faria tudo novamente, passaria por tudo novamente.
Valeu muito à pena.
Eu estava à frente de uma linda garota (minha filha), meu filho Igor e o amor da minha vida, o cara que fez tudo isso acontecer, que me proporcionou toda essa felicidade:
.
Como eu já havia contato no primeiro capitulo.
Quando o meu antigo gerente nos apresentou, aquele garoto de dezessete anos:
.
Bom pessoal esse aqui é o William ele a partir de hoje vai fazer parte da nossa equipe, ele vai ajudar a todos e aprenderá com cada um de vocês.
Após a apresentação o William foi pra mesa de um dos colaboradores para já ir conhecendo o trabalho.
Passado mais ou menos um mês e meio o pessoal do trabalho já estavam loucos com aquele moleque, que não podia ver uma menina que ja ficava doido e esquecia totalmente o que estava fazendo, com seus 17 anos e os hormônios fervendo era de se esperar esses deslizes dele.
Uma manhã de segunda-feira meu gerente me chama até sua sala e diz: Binho você é minha ultima esperança para ensinar o William, ele brinca muito é desatento e bagunceiro nenhum dos demais quer ensiná-lo mais.
Se você recusar eu vou ter que dispensar o garoto, você é o único que tem paciência aqui.
Eu aceitei e me propus a ajudar aquele garoto que mudaria totalmente a minha vida.
.
Pois bem, o William mudou e continua mudando a minha vida dia após dia.
Obrigado a todos.
Continua