Capítulo 14: Quando dois não querem... o terceiro briga.
Eu tinha um sorrisinho minúsculo quando entrei na minha casa, mas esse pequenino resquício de sorriso evaporou-se do meu rosto como orvalho em uma manhã ensolarada. Todo o meu corpo estava tenso e eu tentava de tudo para disfarçar. Até as minhas passadas estavam esquisitas, não conseguia dar um passo largo sequer, eram pequenos e desajeitados passos que eu dava. Com um short preto folgado e uma camiseta laranja pendurada no ombro esquerdo, Júnior estava tão ameaçadoramente gostoso que foi difícil me lembrar que eu tinha um namorado três vezes mais gostoso que ele. Não tinha como eu não comparar os dois, Marvo era mais alto e mais forte que Júnior e eu continuo o mesmo baixinho curioso de sempre. Mesmo com todo o meu corpo estando em total estado de alerta, eu com o meu grande talento teatral, andei calmamente até a minha pequena cozinha, abri a geladeira, inclinei um pouco meu corpo quase petrificado, meti a mão dentro do espaço de ventos gelados, comecei a mexer nos diversos potes, compostas e garrafas que ali estavam sendo preservado, só para depois de muito tempo pegar uma garrafinha rosa de iogurte. Eu coloquei-a em minha boca e o liquido rosa, denso e gelado invadiu a minha boca, deixando um rastro doce e gélido pela minha garganta. Estendi a garrafinha, já com metade do conteúdo, para ele e em troca recebi um duro olhar de reprovação. Uma nesga de sorriso se espreitou pelo meu rosto, mas a minha cara petrificada não ajudava em nada, nenhuma expressão tomava conta do meu rosto a não ser uma apreensão mal disfarçada. Dando de ombros eu caminhei até um dos bancos de pernas altas que ficava adjacentes a o balcão que dividia a minha cozinha da sala, quase corei com um pensamento repentino, foi ali que eu perdi a minha virgindade e foi ali também que Marvo me me afogou em todo o seu ser, me subjugando completamente.
Ele ainda continuava parado ali, no mesmo lugar, na minha sala. Parecia uma estátua que tinha ganhado o dom da vida, seus lustrosos cabelos negros balançavam languidamente quando furtivas rajadas de ventos que vinham da floresta entravam em meu chalé pelos inúmeros espaços abertos nas paredes. Dei duas pequenas sacudidelas na garrafa que estava na minha mão, na esperança que nenhuma gota daquele denso liquido me escapasse. E a todo momento, a cada movimento meu, Júnior não tirava os olhos de mim, me sentia violado, não gostava daquela sensação evasiva que o seu olhar estava me transmitindo. Ele não falava nada e muito menos eu, não saberia o que dizer para ele e tinha uma leve desconfiança que ele também não. Os únicos sons audíveis ali eram as nossas respirações, o atritos das folhas das árvores que faziam um circulo de sentinelas de madeira ao redor da minha casa e a suave batucada que a garrafa de plástico vazia fazia quando se chocava com o mármore polido da minha bancada. Meu corpo ficou ainda mais retesado quando ele começou a andar, minha costa ficou ereta na hora e eu estava mais do que disposto a jogar o objeto que tinha na mão em sua cabeça e sair correndo. Duas longas e graciosas passadas depois ele estava sentado na minha frente, me encarando, a sensação de invasão ficou muito mais forte com a sua aproximação. Ele estendeu a mão em uma velocidade assustadoramente rápida, pegou a garrafa da minha mão, amassou entre os seus dedos esguios e fortes e jogou-a do outro lado da casa. Escutei o som abafado quando o objeto se chocou contra a parede.
Segurou fortemente em minhas mãos e me puxou para frente, meu nariz ficou pressionado contra o seu, sua respiração forte e compassada era uma coisa forte e incomoda. Parecia que alguém estava apontando vapor quente diretamente na pele fina do meu rosto. Olhei diretamente para os seus lindos olhos para ver se conseguia achar alguma razão naquela insanidade toda, já ia fazer quatro meses desde que nós nos envolvemos sexualmente, e só agora ele resolveu me procurar? Mas não encontrei nenhuma resposta para a minha pergunta não verbalizada, o que vi foi mais perturbador e intimidador, seus olhos – grandes orbitas azuis – dançavam alucinadamente em uma confusão de sentimentos e outras coisas. Raiva, era o principal sentimento que eu via ali naquele redemoinho distorcido, seus antigos olhos luminosos estavam embaçados por algo que não era sentimental. Quando ele abriu a boca para falar foi que eu soube o motivo do seu repentino aparecimento e seus olhos baços. Ele tinha bebido.
— Você continua uma gracinha, Evan – O cheiro agridoce do vinho em seu hálito rodopiou na frente do meu nariz, e depois viajou para dentro do meu corpo, fazendo assim que meu estômago se contraísse violentamente – Sabia que eu estou com uma enorme vontade de te beijar? Sabia, Evan?
— Não, não sabia – Respondi – Mas você me segurando desse jeito eu estou começando a saber.
— Tão rápido e sábio com as palavras – Acariciou lentamente o meu lábio inferior com o polegar direito – Mas eu não quero usar sua boca para falar.
— Então quer para que? — Lidar com bêbado é a pior coisa que existe. São apenas bebezões chapados – Pode falar, Júnior.
— Quero ouvir você gemer – Respondeu e um beijo casto foi plantado na ponta do meu nariz – E quero sua boca novamente em meu pau.
— Oh, pena que não poderei fazer isso – Suas unhas morderam fortemente a minha pele quando eu tentei me livrar do seu aperto de ferro — Nós terminamos, Júnior. Se esqueceu?
— Não me esqueci não – Quando ele percebeu que eu estava tentando me livrar dele, Júnior me trouxe mais para perto dele. Agora eu tinha que tomar cuidado com os seus lábios, cada vez que ele falava seus lábios acariciavam os meus – Mas vamos tentar novamente, e, Evan, eu te prometo que dessa vez você não vai se arrepender. Você era tão frígido, agora eu quero ver se esse cabelo vermelho é algum sinal de quando nós estivermos na cama.
— Frigido?! — Puxei minha cabeça de vez para trás e senti suas unhas rasgarem minha pele, mas nem me importei, estava puto da vida – Como você pode me chamar de frígido, Júnior? Eu só não fui para cama com você, mas de resto, eu fiz tudo!
— Mas era exatamente isso que eu queria, Evan! — Sua raiva cintilou nos seus olhos. Quando ele se levantou, abruptamente, o banco onde estava sentado caiu em um estrondo no chão – Queria te foder até você pedir para parar e, mesmo assim, implorar para que eu não saísse de dentro de você. Mas em vez disso eu recebi algumas chupadas e punhetas para acalmar o meu tesão, se nossa relação fosse adiante você iria me satisfazer apenas com as mãos e com a boca, Evan?
— Claro que não! – Andei alguns passos para trás, e, com um pânico crescente, eu percebi que ele estava vindo em minha direção. Encurralando-me na minha pequena cozinha – Eu te disse que ainda não estava preparado, nós tínhamos nos conhecido há poucos dias e você já queria me foder, me poupe! Não sou esse tipo de pessoa, não fodo com o primeiro que aparece na porta da minha casa. E se caso eu fosse assim, acho que já teria fodido com o carteiro inúmeras vezes na minha antiga casa.
— Cala essa porra que você chama de boca! — Gritou, um filete de baba rosada ficou pendurada entre seus lábios. Ele passou a língua recolhendo-a, abriu um sorriso e maquiou a súbita raiva que tomou conta do seu rosto, docilmente perguntou – Eu estou sabendo que você está dividindo o seu chalé com Lion, foi o meu maninho que me disse. Vocês andam fazendo muito sexo lésbico, Evan?
— Ah, claro que sim – Dedos frios de medo apertaram a minha garganta quando senti com as palmas das mãos, que estavam na minha costa, o gélido metal da pia. E Júnior estava cada vez mais próximo – Enfiamos uma cabo de vassoura, as vezes quando queremos nos ariscar, enfiamos pepinos.
— Por que se satisfazer no artificial quando se pode ter o natural? — Ele amassou o pau que estava rijo, fazendo pressão no tecido fino do seu short. Acho que a única coisa que não impedia que aquele fino material rasgasse de vez era a cueca – Nós poderíamos substituir por isso.
Abaixou o short e a cueca até a metade das suas fortes coxas, seu membro duro deu dois pequenos pulos quando finalmente ficou livre. Um fio transparente de pré gozo escorria do furo da uretra. Ele estava extremamente excitado. Eu nunca tinha visto ele nu e mesmo a contragosto eu tinha que admitir, ele era gostoso.
— Guarda isso, Júnior – Repreendi-o com o meu melhor tom autoritário, mas de nada adiantou, olhei em seus olhos e os encontrei mais baços do que antigamente, totalmente fora de si – Lion pode chegar a qualquer momento.
— Ele pode participar – Respondeu, ainda com um ar sonhador – Você não se incomodaria? Quero dizer, ver seu companheiro de chalé sendo fodido pelo namorado não é lá algo muito bom.
— Não me incomodaria, por que isso não vai acontecer – Ele estava bem no meio da passagem, e eu estava começando a ficar com raiva e o medo estava me golpeando cada vez mais forte – Vá embora, Júnior. Vá!
— Só se for para o seu quarto – Ele suspendeu as roupas, prendendo sua monstruosa ereção novamente. Suspirei aliviado quando ele fez isso.
Mas rápido do que meus olhos podiam acompanhar Júnior estava sobre mim, repleto de uma aura de fúria, com outros sentimentos orbitando ao redor dele. O lado esquerdo do meu rosto explodiu em dor quando a pesada mão do meu galante ex namorado fez contado com a minha pele, cai desajeitadamente no chão, mas não sem antes bater a minha cabeça na quina da pia. Estava no chão da cozinha com a cabeça explodindo em dor, senti o gosto ferroso do meu sangue na língua. Nem deu tempo de racionalizar tudo, segundos depois eu já estava sendo levantado do chão por duras mãos rudes. Antes de ser atirado do outro lado da sala eu vi como seus olhos estavam diferente, suas pupilas extremamente dilatadas, nem se parecia com ele. Ele definitivamente me jogou de um cômodo para o outro, quase como se eu não pesasse nada mais do que uma pena de ganço com uma mancha de tinta. A mesinha de centro da minha sala explodiu em uma confusão de vidros estilhaçados quando eu cai sobre ela, nem deu tempo para eu gritar. O vidro em si nem tinha me machucado muito o que me fez ulular de dor foi a barra de ferro que servia como sustento da lâmina de vidro. Alguns cacos de vidro cortaram meu rosto, braços, ombros, e o resto do meu corpo enquanto eu me contorcia em dor, a ponta do ferro tinha acertado na minha costa, a centímetros da minha coluna. Mas mesmo assim foi doloroso, era como levar um chute no estômago, só que na costa e ao em vez de um pé foi com uma barra de ferro.
— Não minta para mim, seu filho da puta! — A dor estava sobre mim, do meu lado esquerdo e direito, sob mim, dentro de mim. Resumido estava em todo lugar e Júnior estava ali para me ajudar a sentir mais dor – Eu sei que não é com Lion que você está preocupado! É com aquele homem que vem aqui comer o seu rabo que você está preocupado!
Eu tentei falar, mas as únicas coisas que saíram de minha boca foram os grunhidos e gemidos incompreensíveis. Minha cabeça era uma confusão entorpecida pela dor, pensamentos febris faziam duplos carpados mortais, parafusos e saltos em minha cabeça em estado de processamento. Ele me tirou do chão, ainda me contorcendo como um peixe fora d'água, pelo cabelo. Minha cabeça que já estava bastante dolorida ficou ainda mais quando ele puxava meu cabelo quase como estivesse montado em um cavalo e meus fios vermelhos eram as rédeas. Não sei quando foi que eu comecei a chorar, mas descobri que estava chorando quando senti o gosto salgado de minhas lágrimas na minha boca, primeiramente eu nem notei, mas depois que eu tinha me acostumado com o gosto do meu sangue foi que eu senti o sal. Ele me jogou, sem o menor cuidado, no sofá do meu chalé. Gritei por um pequeno tempo, depois sua pesada mão obstruiu o som de se propagar. Mesmo o sofá sendo confortável eu ainda sentia dor, não fazia a menor diferença se eu me sentasse em uma cadeira com pregos, apoiando minha cabeça em um travesseiro de facas e um cobertor de vidro. Estava todo dolorido, era um grande machucado. Meu choro ficou ainda mais amargo quando eu me lembrei de que foi dessa mesma maneira que eu me senti quando cai daquela cachoeira infernal.
— Responde, seu viadinho – Enterrou suas unhas profundamente no meu queixo e me obrigou a olhar para ele – Quem é o homem que fode esse rabinho todo dia?
— Meu pai, seu otário – Respondi, dei o meu melhor sorriso sarcástico que consegui – Você não sabia que eu curto um incesto?
— Não brinca comigo! — Mais um tapa, mas sangue em minha boca, que eu cuspi e mais dor para mim – Quem é?! Se você não responder por bem, vai responder por mal.
— Vá se foder, seu doente! – Não sei de onde tirei forças para fazer o que fiz. Levantei o joelho com o máximo de força que consegui e choquei-o contra a sua virilha. Um grito rouco e dolorido saiu de sua boca e gradativamente ele foi se encolhendo na direção do chão, com as mãos segurando a virilha. Antes de ele cair completamente eu soquei sua cara com o máximo de força que eu tinha, senti uma pontada de prazer quando vi sangue espirar de seu nariz, mas a dor que me acometeu depois foi cegante. Ele caiu no chão segurando a virilha e o nariz – Filho da puta.
Cambaleante eu fui para o meu quarto, cada passada que eu dava era como milhares de agulhas no meu corpo, fina e incessante dor. Chorava baixinho, umas fungadelas baixinhas, eu escutava dali do estreito corredor os gemidos doloridos de Júnior. Entrei no meu quarto, fechei a porta e coloquei uma cadeira para usar de bloqueio. Não sabia onde estava meu celular, minha mente girava de forma incoerente e eu quase gritei de frustração quando percebi que tinha deixado minha arma perto de uma das árvores que serviam de alvo para o meu treino. Tentei pular a janela do meu quarto inúmeras vezes, mas acabei desistindo, chorando no chão do meu quarto eu me senti inútil. Para que serviu aquelas incontáveis horas na floresta se de nada adiantou quando eu vi no perigo real. Eu tinha que sair dali, Deus, eu tinha que sair dali de qualquer jeito. Tirei todas as minhas roupas ensanguentadas, cortadas em quase todos os lugares e suja. Tirar as peças de roupas foi uma tortura, cada simples movimento era a minha ruína. Eu nunca tinha me machucado tanto como eu tinha me machucado nessa escola, na floresta e naquele maldito rio, meu pequeno corpo não foi feito para servir de saco de pancadas.
Eu estava com a intenção de vestir outra roupa e dar um jeito de sair do meu quarto, mas quando eu abri a primeira porta do guarda-roupa a porta do meu quarto tremeu, e a cadeira que servia de apoio rangeu terrivelmente quando foi arrastada pelo chão de madeira.
— Abra essa maldita porta, Evan! — Mais uma chacoalhada e as trancas forçadas desde a última porta quebrada cederam, a minha nova porta caiu duramente no chão. Levantando uma fina camada de poeira do chão – Evan, Evan, Evan, que menininho mal você é. O que eu faço com você?
— Que tal me deixar ir embora – Não custaria nada se eu tentasse – Por favor, Júnior, me deixe ir, por favor, é Lion que dorme comigo toda a noite, é Lion, apenas Lion. Acredite.
— Eu já mandei você calar essa boca maldita! — Saliva choveu de sua boca. Raiva distorcia terrivelmente suas belas feições – Fala logo quem é que eu vou embora.
— Não é ninguém! Para de loucura! – Até gritar doía.
— Então não vai me disser por bem? — Estalou seus dedos – Vai ser por mal.
Avançou na minha direção como um toura avança sobre um toireiro, um leão sobre uma suculenta zebra ou um gordo sobre um farto jantar. Fechei minha mão em um dos meus perfumes que guardava dentro do meu guarda-roupas e arremessei-o na direção dele. O vidro cor de marfim ovalado explodiu em uma chuva de vidro e água perfumada no meio do peito dele. O aroma doce pungente ficou impregnado no ar, um dia tinha achado aquele perfume uma coisa maravilhosa para se cheirar, agora era um dos piores cheiros, se igualava a lixo e a amial em decomposição. Com o impacto do vidro em seu peito eu cambaleou um passo e meio para trás, a camisa que estava em seu ombro quando eu cheguei a muito tempo estava perdida, então o contato com o vidro foi direto, sem interferência de tecido algum, filetes de sangue desciam dali. As lágrimas que ele não derramava pelos olhos eram derramadas pelo peito, lágrimas carmim e com cheiro característico de ferro.
— Filho da puta! — Gritou – Eu vou foder você sobre esses cacos e depois enfiar no seu cu!
— Tenta – Desafiei-o, acho que excesso de dor causa isso – Quero ver você consegui. Quer saber quem vem me comer todas as noites? Um homem melhor que você, mais dotado e mais bonito que você, quando ele enfia seu pau dentro de mim eu nem me lembro quem você é. Seu pau minúsculo não é lá grande coisa.
— Até que enfim a bicha mostrou quem é – Um sorriso para lá de irônico estava gravado em seu rosto – Mas eu sei quem é esse homem que anda te fodendo.
— Sabe é? — Dois sabiam jogar o jogo da ironia. — Diga quem é, uma coisa posso lhe garantir, não é seu irmão, ou meu pai, ou algum de meus irmãos. Então, vamos, diga!
— Um homem alto, musculoso, que só anda vestido de preto – Começou ele – Que está ao redor da escola, escondido na floresta como um índio moderno. Um sujeito que se diz espião, mas que perde completamente o controle quando você vai para cama com ele.
— Não, não, não – Arfei de pavor e descrença. Ele não poderia saber disso, ninguém poderia saber disso – Como... como... como...
— Como eu sei? Deixa eu pensar – Batucou lentamente o dedo esquerdo indicador no queixo – Do mesmo modo que você sabe quem eu sou, o que eu sou e o que eu faço aqui.
— Mas... como? — Balbuciava, ainda não conseguindo acreditar.
— Lion e você não são muito bons nesse negócio de espionagem – Riu, mas foi uma risada sem humor, vazia em todos os sentidos – Vi todo, como posso chamar aquilo? Treino? Sim, treino. Como dizia, vi todo o seu treino com a arma e até que você não é de todo tão ruim, mas, cá entre nós, eu sou melhor que você. Mil vezes melhor e sei atirar com uma arma de verdade.
— Então tudo que eles me disseram é verdade – Perguntei, meus olhos estavam embaçados por causa das lágrimas que se empoçavam nos cantos – É tudo verdade?
— Eu não sei o que eles disseram – Foi na direção da porta – Mas enfim, não vale mais a pena, você já sabe quem eu sou e eu sei quem você quer ser. Espião? Vê se pode uma coisa dessa.
- O diretor é o chefe – A pegunta fugiu da minha boca, sem o meu consentimento – Ele quem manda em tudo aqui?
— Eu sou perigoso, Evan. É bom saber disso – Passou sobre a porta caída e parou no vão da porta – Mas ele e perigoso ao extremo, aquele velho me faz medo também.
— O que vai fazer agora que eu sei de você? — Gritei quando ele sumiu corredor afora – Somos de equipes opostas.
— Isso não é um jogo, Evan – Respondeu, apenas sua cabeça apareceu – Mas sinta-se avisado, e avise os seus companheiros também.
— Por que estão fazendo isso?
— Eu nada estou fazendo, Evan. Sou pago para matar e por enquanto o diretor paga muito bem – Sua voz ecoou quando ele foi se afastando – Se você ficasse comigo não estaria todo cheio de marcas e hematomas. Se estivesse comigo tomaria banho em leite de cabra para conservar sua pele em sua brancura imaculada, se estivesse comigo você estaria feliz....
A voz foi gradativamente sumindo até que parou por completo, escutei a porta da frente deslizar e depois deslizar novamente, estava sozinho na minha casa. Me deixei cair, sem forças, na minha cama e me pus a chorar tudo que tinha para chorar. Baixinho eu disse:
— Se estivesse com você eu não seria eu.
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Obrigado a todos que leem meu conto, aos que comentam tambem e ao que votam. Enfim obrigado a todos voces, mesmo, obrigado tambem aos anominos, que eu sei que leem. Enfim é isso, Neto, Game of Thrones é a melhor serie que existe, sem sombra de duvidas. Quem quiser falar comigo, mesmo que seja para dizer que eu escrevo errado, lá vai o meu email: fllopess@gmail.com.
Beijos e até a proxima.