Deixei o Mateus dormindo no sofá e fui para o meu quarto descansar um pouco, o simples fato de ficar no mesmo lugar que ele mexia um pouco comigo. Depois desse dia passei a evitá-lo, e isso me doía, mas era o certo a fazer, ele percebeu que eu o estava evitando e parou de tentar conversar comigo e voltou a sua velha rotina de sair todo dia e chegar tarde.
Estava no final do 1° período da faculdade e eu era elogiado como um dos melhores da sala, meus professores me diziam que eu poderia ter um grande futuro na área. Entre um período e outro, tínhamos uma semana de descanso, e eu queria aproveitar essa semana pra ler alguns livros que eram referencia bibliográfica obrigatória no curso. No terceiro dia do recesso, estava lendo quando alguém bate na porta, imaginei que fosse o Guilherme e mandei entrar sem nem ao menos prestar atenção em quem estava ali, quando terminei o capitulo que estava lendo, olhei por cima do livro e vi o Mateus me encarando, ele estava vestindo uma regata e uma bermuda branca que pareciam realçar seus olhos azuis
- Te incomodei? Ele me perguntou
- Não, só estava adiantando a leitura pra faculdade – coloquei o livro em cima da cômoda – posso te ajudar em alguma coisa?
- To com saudades de conversar contigo, de uma hora pra outra você passou a me ignorar
- Não estava te ignorando, só estava ocupado com a faculdade
- Certeza?
- Absoluta – respondi
- Então joga xadrez comigo? Ele me pediu
Fiquei um pouco surpreso de um cara como aquele saber jogar xadrez
- Claro
Ele foi pegar um tabuleiro e começamos a jogar. Estávamos no meio da partida conversando como se nada tivesse acontecido, até que não agüentei e perguntei:
- Como você aprendeu a jogar xadrez?
- Meu pai sempre disse que saber jogar xadrez era um requisito para um homem de sucesso, então ele me contratou um professor particular pra me ensinar a jogar
- Entendi
- Sabe por que eu moro nessa republica? Ele perguntou
- Por quê?
- Porque meu pai me expulsou de casa, na verdade ele não me expulsou literalmente, ele disse que se eu não fizesse administração, era melhor eu ir morar em outro lugar
- Que foda mano – respondi
Fizemos mais algumas jogadas e ele me pergunta:
- Como é seu relacionamento com a sua família?
- Normal, eles me apoiam nas minhas decisões e sempre me incentivaram em qualquer coisa que eu quisesse
-Sorte a sua
-Xeque mate bobão – eu disse
- Que saco – ele disse batendo as mãos na cama – cara tive uma super idéia, vamos lá à praia surfar?
- Eu não sei surfar
- Eu te ensino, vamos cara – ele me disse com uma cara de pidão
- Ok, mas não vai me trocar por uma vadia qualquer em – eu disse rindo, mas ele ficou serio
- Me desculpa por aquela vez, eu sei lá, às vezes faço as coisas sem pensar
- Relaxa cara
Fomos para a praia e até que o Mateus não era um mau professor, no fim da tarde eu já estava conseguindo me equilibrar na prancha sozinho
- Viu, eu falei que não era tão difícil – ele disse ao me ver equilibrando na prancha
Apenas sorri, ao voltar para a republica o Guilherme estava jogando Playstation, e ao nos ver entrando rindo ele disse
- Todos amigos novamente?
- Nunca deixamos de ser amigos – eu disse
Guilherme apenas sorriu, disse
- Mateus, uma tal de Amanda ligou te procurando
Ao ouvir isso alguma coisa mudou dentro de mim, eu estava sentindo ciúmes do Mateus?
- Deixa ela pra lá – o Mateus disse
- Quem é Amanda? Perguntei não me contendo de curiosidade
- Uma menina que eu fiquei e agora ta no meu pé
-Sei – respondi friamente
Fomos jogar com o Guilherme e depois jantamos, eu estava muito feliz com aminha amizade e do Mateus, pela primeira vez desde que me mudei para a republica, eu estava realmente feliz. Depois das voltas as aulas, estava tudo indo bem até o dia que eu voltava da faculdade e vejo o Mateus se agarrando com uma menina na esquina, nesse momento eu fiquei com um misto de raiva e ciúmes e me sentia que eu havia sido traído, passei por eles depressa sem nem ao menos fazer questão de cumprimentá-lo, já estava um pouco distantes dele quando vejo um carro parar do meu lado e abrir os vidros e para a minha surpresa era o Mateus
- Entra ae – ele disse
Não sei por que, mas simplesmente entrei
- Tá tudo bem com você – ele me perguntou
-Sim
Ele começou a dirigir
- Aquela era a Amanda? Perguntei
-Não, porque o interesse?
-Atoa – passamos alguns minutos em silencio – você gosta dela?
- Não, na verdade tava com ela pra tentar esquecer outra pessoa
- Foda, e quem é essa pessoa?
Ele ficou um tempo em silencio
- Ninguém
Apenas suspirei e seguimos em direção a republica
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Fala ae galera, desculpa a demora, prometo tentar agilizar as postagens haha comentem pra eu saber a opniao de vocês sobre o conto, qualquer coisa é só me mandar um email: rafinhaolliver352@hotmail.com ,te mais galerinha