Eu não me lembro muito bem como tudo começou. Foram vários estágios até eu realmente “conhecer” ele. Vou contar tudo, provavelmente a mais ou a menos pois como disse, não me lembro bem. Lembrem-se que: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. Aliais, vou usar o nome fictício de Rodrigo.
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Era madrugada e eu estava no Facebook, tinha aula no dia seguinte (Estou no primeiro ano do ensino médio integrado ao técnico para constar). Sei que não deveria estar até tarde, mas estava conversando com uma amiga da antiga escola, logo ela foi dormir e me deixou sozinho em meus pensamentos.
Comecei a falar com Olivia, uma amiga que não via a quase cinco anos e como havíamos escolhido o mesmo curso técnico na mesma unidade, seria bom ter a amizade novamente. Havia passado já o primeiro trimestre do ano letivo, começamos a comentar sobre o choque da situação: notas baixas e estado de depressão.
Eu estava deitado, acessava a rede social pelo celular. Deslizei pelo layout dos posts até um intervalo entre eles: Amigos sugeridos. Boa parte dos “sugeridos” eu conhecia, mas não queria ter o prazer de adiciona-los, continuei deslizando até parar em um perfil.
Era um garoto, via somente ele do peito para cima, estava na frente de uma parede laranja e usava uma camisa listrada e um boné virado para trás. Olhar autoritário e o jeito rebelde me chamou atenção, porem o que mais me chamou atenção foi seu nome: Rodrigues Oliveira.
- Quem é você para ter a proeza de dividir quase o mesmo nome que o meu – disse em meus pensamentos.
Ele é todo o foco da história.
Alguns dias depois eu saia da escola, caminhava junto a multidão rebelde que gritava e causava ódio aos motoristas de carro e ônibus. Nunca podia se saber o que esse bando de adolescente poderia fazer. Eram cerca de 500 metros até o ponto de ônibus, caminhava tranquilo ouvindo musica (Adele não se discute), meu ônibus sempre vinha lotado e passava a cada três minutos nesse horário, por volta de 19:00 horas, então não tinha pressa.
Logo o ônibus veio, entrei normalmente e passei a catraca eletrônica. O máximo que consegui avançar foi até onde geralmente fica a vaga de cadeirantes, na porta do meio, joguei a mochila no chão entre as pernas e parei de costas para porta e de frente ao vidro vendo meu reflexo. Então ele parou ao meu lado.
No momento não reconheci ele, só reconheci muito tempo depois que logo vou contar. Era alto e magro, estava com uma blusa azul sem zíper e uma camisa branca por cima conforme o uniforme da escola, sem o jeito rebelde e muito mais formal. Ele me olhava como se tentasse me reconhecer, não diretamente, mas sim pelo reflexo do vidro. Fitei seu olhos varias vezes pelo reflexo porem ele não desviava o olhar.
- Você é bonito – pensei.
O ônibus freou, claro que não foi intencional, mas fui para cima dele por alguns segundos e logo me recuperei. Não sei a reação dele pois logo desviei o olhar, nunca me importei muito com minha aparência mas comecei a olhar meu reflexo no vidro. Pela primeira vez vi como era desleixado: meu cabelo desarrumado e grande necessitando um corte, estava com um calça moletom azul marinho com o símbolo da escola, a camisa branca amassada e já um pouco suada coçava, mas ai eu vi o problema principal, a manga da minha camisa era muito larga para meu braço e como eu segurava na barra alta, a tendência dela era cair, ou seja, uma parte da minha áxila estava a mostra. Poxa que vergonha.
Tratei de cobrir, vi seu riso leve e cruzei em seu olhar novamente. Ele agia como se tentava me reconhecer antes, mas agora, acho que ele já havia me reconhecido de algum lugar, mas eu não me lembrava dele. Era branco, pele praticamente sem imperfeição nenhuma, tão fofo.
- Eu vou apertar você quando descer – pensei – São varias pessoas aqui, duvido que você me ache, e se me achar, já vou estar fora do ônibus.
Infelizmente, por ironia do destino que já me acostumei, ele desceu antes que eu. Que tristeza.
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Bom galera, é isso. Deixem opiniões, querem que aumente o tamanho, as descrições são boas? Quero o melhor para vocês.