Cap.11
- Ah pai, desculpa, mas eu amo ele. Ele é humano, mas eu amo ele.
- Não pode ser. Marvericks não se misturam com humanos, e você sabe muito bem porque.
- Ah pai !
- Você sabe sim, o porque !- minha mãe falou- Marvericks, quando amam humanos, aos poucos vão se tornando humanos.
- Mas porque tem que ser assim !
- Porquê é assim !
Não senti muita verdade nessa resposta, mas decidi ficar calado.
- Afaste se desse garoto filho, ele não vai fazer bem pra você !
- Não mãe, eu amo ele, eu quero ao menos ser feliz, nem que eu tenha que... um dia morrer pra isso. - falei subindo as escadas. Me joguei na cama e fiquei pensando. Por quê será que isso acontecia com a gente ? Será se era por causa da genética ? Será que tinha alguém por trás disso ? Pensava com meus botões e a todo tempo eu pensava em como viveria sem o Arthur. A aquela altura do campeonato eu já imaginava que viveríamos pra sempre. Como viveria sem o fofucho da minha vida ! Eu sentia, eu sei que ele é o amor da minha vida ! Desde o primeiro momento em que eu o vi naquela universidade, o nosso toque de mãos, eu sabia que era ele ! Será se era a isso que eu estava fadado ? Pensei tanto que acabei dormindo. Acordei com o barulho da porta abrindo.
- Filho, você quer comer ?- minha mãe falava
- Não- ela já ia sair, mas eu a chamei de novo- mãe, me diz uma coisa. O que vai acontecer comigo se eu continuar namorando com ele ?- ela respirou fundo e sentou na beira da cama
- Bem filho. É complicado. Mas é mais ou menos assim. Todos aqueles que se apaixonam por humanos acabam se tornando um. Nosso corpo perde os poderes e fica como um humano. Mas não se esqueça que você tem 170 anos, e se virar um humano, vai envelhecer em questão de segundos e do mesmo modo morrer !- me assustei com o que ela falou- é por isso que você tem que se afastar dele, é para o seu próprio bem.
- Mãe, sinceramente. Se for pra eu viver eternamente, mas triste, eu prefiro virar humano, morrer... mas morrer feliz, morrer com a sensação de ser amado.
Ela se levantou, não falou nada e saiu. Tinha que ter algum tipo de antídoto, sei lá, para esse problema. Eu não podia viver assim com Arthur, ele sofreria muito comigo morto. Decidi que viajaria pelo mundo todo, até encontrar uma solução para esse problema. Mas antes, eu tinha que falar com Arthur. Chamei ele para um passeio numa praça. Fui até a casa dele e de lá fomos.
- Oi Amor ! - falou ele, me dando um beijo
- Oi. Precisamos conversar.
- Ihhhh,pelo visto seus pais não aceitaram né.
- Tem um motivo para isso. Eu não sabia, mas, se eu continuar o namoro, eu vou envelhecer rapidamente, e vou morrer.
- Como é que é ? Você tá brincando né ?
- Não. É tipo assim. O sentimento faz com que percamos nossos poderes e fiquemos como seres humanos. E como eu tenho 170 anos, eu envelheceria bem rápido, e morreria.
- Então... Você quer terminar ?
- Não. Apenas quero avisar que eu vou viajar. Eu preciso achar um jeito de fazer com que isso não aconteça comigo. Eu quero... eu preciso ficar com você. Eu sinto que você é o amor da minha vida. Eu leio o seu futuro e me vejo nele sempre. Ele nunca muda. E é por isso que eu vou achar um jeito de fazer com que isso não aconteça comigo.
Dei um ultimo beijo nele, pedi licença do colégio e parti. Primeira parada, Macapá. É, a única cidade brasileira dividida pela linha do equador tinha um dos mais antigos Marvericks. Quem sabe ele não saiba uma cura. Seu nome é Jairo, ele tem 896 anos. Ao desembarcar no aeroporto, peguei um táxi e fui até sua casa. Resposta: nada. Ele não sabia um jeito de curar isso, disse que nunca tinha visto uma cura para esse fenômeno. Passei por Manaus, Goiânia, São Paulo, Rio, Porto Alegre, nada... ninguém sabia nada. Era hora de sair do Brasil. Buenos Aires, Montevideu, Bogotá, Cidade do México, Santo Domingo, Miami, Chicago, Nova Iorque, Los Angeles, Honolulu, nada... continuava sem respostas. Parti para Ásia. Terra do sol nascente. Tóquio, Pequim, Macau, Mumbai, Katmandu, Doha, Dubai, entre outras, nada... estava começando a perder as esperanças. E agora, será se eu não conseguiria viver com ele para sempre ? Passei pela Europa, pela África, e nada. Minhas esperanças estavam na Oceania. Passei por toda a extensão, e quando cheguei em Fiji, foi quando obtive uma resposta.
- Olha, eu conheço um homem que diz saber como se cura isso. Ele mora numa Ilha Deserta próximo daqui. Você tem que pegar um barco e ir até lá.
Será se a mulher não estava me enganando. Podia ser, mas era a única pista que eu tinha depois de um mês andando pelo mundo. Eu tinha que ir atrás. Peguei o tal barco e quando cheguei na ilha, me impressionei. O homem não morava numa cabana de palha como eu pensava, e sim num palacete. Não sei nem como ele tinha feito aquilo numa incógnita de lugar como é aquela ilha. O procurei e logo o achei.
- Me avisaram que você viria Daniel !- falou ele, em bom português. Eu conhecia ele, era meu tio Isandro.
- Então é você titio. Eu só vim aqui por causa de uma coisa. Eu preciso saber. Você sabe como acabar com o efeito da transformação por amor ?
- Sei
Continua
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