Ao final do ano 2012, meu namoro de três anos terminou. Quem já leu meus outros contos pode conhecer um pouco das minhas aventuras com R. e sabem o quanto nos divertíamos juntos na cama (ou no sofá, ou na escada, ou na estação, ou no carro...) mas acabou. Nestes quase dois anos que se seguiram, tive alguns parceiros que me proporcionaram prazeres diferentes, mas hoje não vou narrar sobre nenhum deles, então se procura uma história envolvendo um casal (ou vários) está no conto errado.
Por algum tempo, me permiti sentir prazer com homens que eu sabia que jamais me ligariam no dia seguinte (e sinceramente isso não me fazia a menor falta) e fui para eles exatamente o que eram para mim: só sexo. Mas em algum momento me deixei levar e cometi o erro gravíssimo de me apegar em alguém que não estava disposto a retribuir. E foi assim que cai na frustração. Não sentia vontade de estar na cama com mais ninguém, e até um toque um pouco mais ousado de algum ficante me deixava extremamente incomodada.
Estaria eu me tornando uma pessoa "careta"?
Senti como se estivesse perdendo a líbido e precisava fazer algo a respeito.
Então, em uma tarde de domingo, ainda me recuperando da ressaca pela noite anterior, aproveitei que todos haviam saído para redescobrir o prazer.
Fechei a janela e a porta do quarto e deitei no meio da cama, abandonando meu costume de deitar somente do lado esquerdo. Estava ainda de camisola, que é um vestido curto bem soltinho, de um tecido leve e bastante fresco.
Passei a alisar meu corpo ainda por cima da roupa e sentir cada parte de mim. Levei uma mão a cabeça e passei de leve os dedos na minha nuca. Senti um arrepio percorrer meu corpo, fechei meus olhos e sorri de canto. Tinha me esquecido de como era boa a sensação do toque nos meus cabelos.
Desci as mãos até os meus seios e acariciei. Senti os bicos enrijecerem quase que instantaneamente, então abaixei o decote do vestido e coloquei os seios, que já estavam livres de sutiã, para fora. Molhei o dedo na boca e passei pelas auréolas vagarosamente. Depois passei a brincar com os bicos, rosadinhos e muito duros, dava leves puxadinhas neles, imaginando serem mordidas de algum companheiro indefinido.
O calor tomava conta de mim, então tirei o vestido e joguei para o lado. Toquei meu corpo, agora quase nu, e gostei do que senti. Apesar de não ter as formas que gostaria, gostei de sentir a maciez da minha pele e minhas curvas nas minhas próprias mãos.
Levei a mão direita até minha vagina e pude senti-la molhada. Puxei a calcinha úmida para o lado e com dois dedos passei a me tocar. Molhava os dedos no mel que escorria de mim e voltava a tocar meu clitóris, fazendo movimentos contínuos, ficando cada vez mais excitada. A mão esquerda agora apertava meus seios, revezando entre os dois.
Poucos minutos depois, eu me contorcia na cama em um delicioso orgasmo. Torço para que meus vizinhos não tenham ouvido meus gemidos, seria um tanto quanto constrangedor.
Êxtase seria a palavra certa para definir o que senti naquele momento. Logo depois, todo meu corpo estava relaxado, então, por algum tempo, permaneci ali parada, ainda ofegante, entregue a mim mesma como nunca havia ficado antes.
Ao recuperar meu folego, fui para o chuveiro. A água morna caia sobre minha pele sensível e me causava arrepios. Tapando os ouvidos e fechando os olhos, coloquei a cabeça debaixo d'água e passei a lembrar dos meus banhos acompanhada. Lembrei de como adorava ser colocada de frente para a parede e me empinar para o parceiro que estivesse comigo. Como adorava sentir a água escorrendo pelos corpos durante uma transa.
Ensaboei meu corpo todo, aproveitando para sentir-me mais uma vez e passei a acariciar meu clitóris de novo. Não demorou até que eu gozasse tão deliciosamente como da primeira vez.
Saí do banho e enxuguei-me suavemente, de forma que ainda permanecia um pouco úmida, e voltei para o quarto.
De frente para o espelho, olhei minhas formas e os desenhos tatuados em meu corpo e sorri.
Acho que finalmente havia me apaixonado por alguém que valia a pena: por mim!