Resolvi deixar o celular e retornar uma outra hora, me sentia fraca e precisava me recompor.
Nem bem me aproximei da geladeira, o telefone tocava insistentemente. Eu sabia que era ela que ligava mais uma vez e resolvi atender. Absurdamente grossa e quase gritando ao telefone disse:
“O que tanto você estava fazendo que demorou esse tempo todo para me atender, Daniela?”
Ela já sabia da resposta mas, não quis acreditar ou aceitar.
Permaneci calada por instantes e quando tentei começar a responder ela disse:
“Abre a porta, acabei de entrar no elevador.”
Desligou. Ela me desafiava e eu gostava disso e ao mesmo tempo detestava. Eu estava apenas de hobby de seda. Não pude colocar o conjunto pois quando pensei em colocar ela já tocava a campainha. Sorri comigo confirmando que eu levaria uma boa bronca.
Abri a porta e o furacão Larissa passou por mim. Olhou ao redor da casa e a princípio não viu ninguém, sendo assim voltou-se para mim e disse:
“Me fala agora! Que história é essa de você ser noiva? Por qual motivo você não me atendeu? Cadê o seu noivinho?”
Em todas as perguntas o seu tom de voz era incisivo, frio e me parecia que também havia uma pontada de ciúme.
Não precisei responder, o Rodrigo apareceu. Saiu do quarto, veio em minha direção, analisou a Larissa mais uma vez e me disse:
“Amor, o que ela faz aqui?”
Sorri constrangida e mencionei sobre o trabalho que valia nota e o beijei, tentando amenizar a situação já que a Larissa, literalmente bufava a nossa frente.
Ele continuou:
“Amor, vou resolver uma coisas agora, fazer umas ligações, não demoro. Quer que eu fique? Tudo bem eu te deixar?
Me senti desconfiada das tais ligações mas, adorei o fato dele ir resolver outras coisas e me deixar sozinha com ela afinal, precisávamos conversar. Respondi amavelmente:
“Não, amor, eu entendo. Só não demora a dar notícias, certo? Cuidado.”
O levei até a porta e ele encarando a Larissa como quem quisesse que ela fosse embora de súbito disse:
“Tchau, Garota.”
Ela permaneceu imóvel e apenas disse:
“Tchau, noivinho da Dani!”
Olhei embasbacada para ela, pensei comigo mesma: - como uma pessoa poderia ser tão arrogante, ignorante e ao mesmo tempo linda e perfeita? - Larissa, me despertava mais do que tesão, me encantava em tudo.
Nem bem fechei a porta e ela já foi me segurando firme o pulso e dizendo:
“Estou esperando as minhas respostas, Guria.”
Esse sotaque puxado de gaúcho com carioca, me fez rir e ceder aos seus encantos.
Disse calmamente:
“Se senta, se acalma e quando isso acontecer, vamos conversar como duas pessoas civilizadas. Ok?”
Não adiantou pedir, ela fez justamente o contrário. Avançou em minha direção incisivamente e eu andava para trás tentando evitar os olhos, a boca, o cheiro e as perguntas.
Ela parou, me olhou assustada. Analisou o meu hobby, tirou a alça do meu ombro e eu arrepiei com o toque, me olhou assustada. Se aproximou mais, afastou meu cabelo e me perguntou:
“O que houve com você? O que esse monstro fez com você?”
Me notei absurdamente vermelha e dolorida, voltei a me sentir fraca e exausta. Me afastei em direção a cozinha para beber água e ela deixou de lado a preocupação e começou a brigar. Brigava, gesticulava, me olhava e eu cada vez mais exausta senti tudo rodar e aos poucos fui perdendo a força. Só me segurei na mesa e disse:
“Lari...”
Acordei ainda dolorida, gemi um pouco e senti a Lari bem próxima me chamando e me tocando. Pedi com a voz rouca e pausadamente:
“Assim dói, Lari.”
De pronto ela respondeu:
“Dani! Ainda bem! Você desmaiou, te trouxe pro quarto, estou aqui com você. Fiz algo para você comer, acho que por causa dos machucados no seu corpo e por não ter comido nada que isso aconteceu. Olha pra mim, Dani. Não faz isso comigo. Estou preocupada.”
Eu fiz esforço para dizer que tudo estava bem, não consegui, pedi que ligasse para o Rodrigo e ainda que sem vontade, fez o que eu pedi. Ele não atendia, então, apenas pedi que ela me desse algo para comer que eu ficaria bem. Cada toque dela, me fazia gemer. O desconforto pós-sexo com o Rodrigo era sentido e visível para mim e pra ela. E já não sabia mais o que fazer, resolveu me deixar na cama e cuidar de mim. Eu não conseguia acreditar que quem cuidava de mim era a mesma pessoa que um pouco antes brigava comigo e me cobrava insistentemente respostas.
Ela ficou comigo o tempo todo e conversávamos entre os meus breves cochilos. E em um dos momentos que acordei a vi dormindo, a toquei gentilmente para que acordasse e pedi que deitasse comigo já que deveria estar cansada. Disse em que lugar encontraria roupas limpas e que não demorasse no banho para não gripar pois já estava tarde e ainda que receosa disse:
“Não demora...”
Sorri, virei para o lado e adormeci. Acordei e ela estava ao meu lado. Deitada comigo. Tinha contornado minha cintura com seu braço e sua respiração quente na minha nuca me fazia suspirar. Fiquei feliz por abrir os olhos e vê-la. Ela estava alí comigo e por mim, e os cuidados dela me fizeram melhor. Levantei devagar para não acordá-la, me soltei do seu abraço e cuidei de mim mesma. No banheiro pude ver as marcas ainda fortes no meu corpo e por um momento percebi que aquilo não me fazia bem e eu não iria repetir. Banhei demoradamente, lavei a alma e me senti bem melhor. Me vesti simples e em direção a cama, me deitei novamente ao lado dela. Estava frio ainda e o domingo parecia que seria perfeito. No relógio de cabeceira, as horas não me faziam a diferença, 10 horas da manhã e estava tudo perfeito por que ela estava lá. Seu cheiro era delicioso, deitei novamente e adormeci mais uma vez, só que dessa vez, eu que abraçava e respirava na sua nuca.
Um sussurro no meu ouvido:
“Acooorda, Dani!”
Me virei e era ela com uma bandeja com o nosso café-da-manhã. Nem acreditei.
Pensei rapidamente: - Uma mulher igual a Larissa e um café desses, rs, vou me apaixonar, rs.
Disse curiosa e empolgada: “Você cozinha, Lari? Nossa! Incrível!”
Ela sempre geniosa, afirmou um pouco mais serena:
“Claro! E não é só isso que eu sei fazer!” – Afirmou me olhando e mordendo o lábio inferior.
Me arrepiei olhando a mordida mas, desviei o meu olhar para os seus olhos e sorri. Ela me provocava em tudo e era absurdamente encantadora, me sentia presa à ela. Era uma maneira de agradecer. Ela sorriu de volta e mais uma vez me controlei para resistir à vontade de beijá-la. Olhei a bandeja, peguei um morango e disse:
“Não acredito! Eu adoro morango. Aiiiiii, que delícia! Parece que você adivinhou, Lari!”
Ela apenas sorriu e tomamos café juntas.
Ao retirar a bandeja eu a toquei e disse:
“Deixa que eu faço isso, você já cuidou muito de mim. Agora, eu faço as coisas, certo?”
Levantei e puxei a bandeja pra mim e ela deixou que eu levasse. Só escutei o barulho do chuveiro. Pensei e logo fiquei triste achando que ela iria pra casa. Tentei não me importar. Me lembrei da raiva que ela me fez passar, da arrogância dela e rapidamente deixei de me importar.
Por ser desastrada ao voltar para o quarto, me machuquei ficando presa ao trinco da porta, engatando a camisola que eu havia colocado e rasgando, me deixando apenas de calcinha. Nessa hora, ela saiu do banho e me olhou. Me senti devorada apenas pelo olhar e um calor me subiu o corpo. Pedi desculpas e fui em direção a toalha que ela pegou primeiro e não me deu.
Me vi mais uma vez sem saber o que fazer e tentando fugir dela. Ela vinha na minha direção e eu andava para trás com o braço e a mão protegendo os seios sem algum sucesso.
Caí na cama e ela me olhava sem pudor, me devorava.
Me disse sem parar de me olhar:
“Eu quero você, Dani. Para de fugir!”
Aquele cheiro que ela tinha, me fez fechar os olhos e suspirar. Eu já estava molhada e sentia minha boceta contrair cada vez mais.
Senti sua mão deslizar do meu pé até minha coxa. Seus dedos contornaram as laterais da minha calcinha e suas mãos tiraram o meu braço que cobria os seios. Ela mordeu a boca e gemeu de tesão. Aproximou a boca da minha orelha, mordeu, lambeu. Suas mãos seguraram a minha cintura e me fizeram suspirar de tesão e gemer com um pouco de dor. Me olhou e me pediu desculpa e eu já estava tão entregue ao tesão, a ela, que apenas disse:
“Não para!”
“Vou te fazer sentir prazer sem precisar ficar com marcas. – Beijou os meus machucados e continuou – Eu vou te amar...”
Gemi e me entreguei ao prazer dela e para ela.