MEMÓRIAS – NA MINA DE DIAMANTE – ÚLTIMO CAPÍTULO

Um conto erótico de KRÉU
Categoria: Heterossexual
Contém 1835 palavras
Data: 17/06/2014 11:46:09
Última revisão: 18/06/2014 09:41:57

Continuação do Capítulo 17

Percebi que os seguranças eram diferentes dos mineradores. Eram negros mais negros, mais altos e mais fortes e duas coisas me chamaram a atenção em especial: seus olhos amendoados e meio avermelhados, além da sua conformação craniana. Tinham a cabeça afilada, comprida para cima, se assim posso descrevê-la, enquanto os demais tinham cabeças redondas. Eram sérios e falavam pouco ou quase nada com os demais. Eles ocupavam um alojamento separado dos demais. Fomos recebidos pelo encarregado geral, um alemão já de idade. Mal encarado e mesmo quando tentava sorrir, o fazia de forma desagradável. Não gostei dele desde que meus olhos cruzaram com os seus. Andava armado e isso me incomodou. Aos poucos, fiquei sabendo que cada setor tinha um encarregado, todos subordinados diretamente ao velho alemão. Quando manifestei interesse em conhecer a mina por dentro ele foi contra, mas com a interferência do meu marido, ele teve que se curvar à ordem do patrão. Chamou um dos seguranças armados, um daqueles negões “diferentes” que fiquei sabendo serem da tribo zulu vindos de Zimbábue. Os olhos amendoados e ligeiramente vermelhos me causaram temor, mas como para mim o que vale são as emoções fortes, segui com ele. Mpande foi escolhido para me acompanhar por falar português e foi me dizendo a finalidade de cada equipamento que encontrávamos. Depois de percorrermos uns duzentos metros a pé, subimos num vagonete para duas pessoas. Nossas coxas (todos os homens lá usavam bermudas) ficaram coladas e meu joelho ficou na metade da coxa dele. O calor era insuportável e aumentava cada vez mais em que o vagonete ia descendo rumo às profundezas do túnel escavado em declive que chegava a alcançar 800 metros de profundidade. Minha blusa estava encharcada de suor e resolvi desabotoar dois botões da blusa para refrescar um pouco. Como não poderia deixar de ser, meus seios suados ficaram expostos e passaram a ser objeto de atenção de Mpande. Aqueles homens ficavam ali o mês inteiro e se revezavam nas folgas de uma semana, o que significava que meu segurança devia estar “seco” já há bastante tempo. Mpande então falou:

—Se a senhora com essa blusa fina está assim toda suada, imagine eu aqui nessa fornalha de brim. Se eu pudesse ficaria era sem roupa nenhuma. Não sei como esses coitados aqui aguentam.

O vagonete ia mergulhando nas profundezas da terra e passando pó dezenas de mineradores que escavavam as paredes do túnel com picareta enquanto outros enchiam um comboio de vagões que transportava a terra para cima onde uma máquina trituradora transformava as pedra e a terra em pó. Logo, deixamos para trás aqueles mineradores e continuamos a descer para uma parte ainda inexplorada até que chegamos ao fim da linha. Mpande abriu a portinhola do vagonete e falou:

—Vamos descer e esticar um pouco as pernas. As minhas estão dormentes.

Quando ele se levantou foi que vi o quanto “dormente” estava seu pau. A bermuda, apesar do brim grosso, estava estufada.

—Desculpe patroa. Isso foi involuntário e não pude evitar. São quase trinta dias convivendo só com homens e depois... Seus seios ficaram à mostra e nossas coxas grudadas...

Será que preciso repetir como eu estava? Vocês que já conhecem minha tara por negros? Acho que não! O que escorria pelas minhas coxas não era só suor, era também suco vaginal.

—Só porque viu uma parte de meus seios fez você ficar assim? E se você mamasse neles, o que aconteceria?

—A senhora não vai fazer uma maldade dessas comigo... Se eu mamar nos seus seios vou querer mamar em outros lugares e a senhora depois pode se arrepender.

—Arrepender de quê?

—Das consequências.

—Não me importo com as consequências, vamos subir porque estou sufocando aqui embaixo.

Enquanto subíamos, perguntei qual era o setor dele na segurança e Mpande respondeu que era o barracão onde ficavam os explosivos.

—Vou falar com meu marido para mandar você ficar fazendo a segurança de nossa casa. Quero-o lá todas as noites. De dia você vai descansar. Seu velho chefe alemão que coloque outro em seu lugar.

—Mas senhora...

—Não tem mas... Eu já decidi. Vamos ver do que você é capaz de “guardar” dentro do meu corpo...

Trocas feitas e lá estava eu ansiosa para ter o meu segurança noturno. À noite, sentamo-nos na varanda que era toda fechada com telinha por causa dos insetos. Comentei com Roberto sob o túnel e o calor que fazia lá embaixo e como era desumano o trabalho dos mineiros e para minha surpresa, Roberto revelou seu lado ariano de ser:

—Há pouco mais de cem anos esses homens faziam esse mesmo serviço à base do chicote e com corrente nos pés. Hoje eles dão graças a Deus por não terem mais chicotes nas costas nem correntes nos pés, além do que recebem pelo que fazem. Nas nossas usinas lá no Brasil não é diferente querida. Os boias-frias trabalham por um salário de miséria, não fosse assim desde sempre, não haveria pessoas ricas como nós enquanto a maioria é explorada para aumentar nossa fortuna. Assim é o mundo desde que o mundo é mundo.

Depois de beber sua “laranjada”, Roberto começou a ficar sonolento. Dei-lhe mais uma copo de laranjada batizada com o sonífero e fomos para o quarto. Mpande estava sentado num banquinho do lado de fora fazendo a segurança. Certifiquei-me que Roberto mergulhara nos braços de Morpheus, fechei a porta do quarto e apaguei as luzes da casa. Voltei à varanda e chamei Mpande.

—Vem Mpande! Chegou a hora de trabalhar.

Levei-o para o quarto de hóspedes e o empurrei na cama. O gigante zulu caiu de costas na cama e perguntou pelo patrão.

—Ele só vai acordar amanhã depois das nove horas. Dei-lhe um sedativo. Apesar de ser noite, o trabalho na mina continuava a todo vapor. O barulho das máquinas, dos geradores e da gigantesca máquina trituradora era insuportável, mas aos poucos eu havia me habituado com aquilo e naquele momento era um handicap a meu favor. Meus gritos não seriam ouvidos. Mpande tirou toda sua roupa e eu a minha. Acendi um pequeno abajur e o cobri com minha camisola deixando o quarto semi-escuro róseo que era a cor da minha camisola. Agora imagine um guerreiro zulu, gigantesco nu. Em seu corpo, várias cicatrizes de cortes e duas de tiro. O branco dos olhos um pouco opacos pelo vermelhidão que dominava seus globos oculares poderiam causar medo e até pânico em mim, fosse outra a situação, mas naquele momento só me causava excitação. Seu pau? Junte tudo que já descrevi dos paus de meus muitos homens que já engolira desde o primeiro, Quiel, até o do velho Seu Manoel ou o do Bêbado desdentado. Também o do Gigão, lembram-se? Nenhum chegava perto do que era aquilo. Se eu pudesse, o deceparia e mandaria mumificar para guardar de recordação. Imagine uma jeba de jegue, grossa como a de um elefante. É bem por aí. Mpande permanecia deitado de pernas abertas com seu “Baobá” ereto esperando por mim. Deitei-me sobre aquele corpo monumental e ofereci meus seios para ele. Mpande começou a mamar e virou-me para baixo dele. Literalmente desapareci sob seu corpo gigantesco.

— AAAAIIII! VOCÊ ME MATA DE PRAZER! AAAIIIIIII!

Depois de me fazer gozar mamando em meus seios Mpande foi deslizando para baixo e sua língua enorme e grossa passeou pela minha barriga, umbigo e chegou no túnel do amor. Novas emoções e novos orgasmos alucinantes. Depois, começou o caminho de volta até posicionar-se para a penetração. Quando começou a meter a cabeça, senti que de fato, seria aquele o meu momento supremo. O ápice do prazer ou a morte. A cabeça começou a entrar me dilacerando e, como sempre, a dor despertou meus mais primitivos instintos de luxúria. A grossura da “broca” era tanta que eu já não conseguia saber se era apenas a cabeça ou se era o tronco grosso igual a barril que esticava as mucosas vaginais. Logo senti meu útero ser comprimido e Mpande perguntou:

—Só entrou pouco mais da metade, posso meter o resto?

—METE TUDO, ME RASGA AFRICANO DESGRAÇADO, MAS ME FAZ GOZAR!

Mpande preferiu começar a estocar e a cada estocada um pouco mais entrava. Justo, apertado, me machucando.

Comecei a gozar e me escanchei com as pernas em volta da costas do guerreiro zulu, sedenta pelo prazer insano. Os orgasmos se sucediam um após o outro e ele, sem a menor pressa, continuava estocando, cada vez mais fundo. Estávamos no portal do inferno, tamanho era o calor que fazia. Nossos corpos suavam em bicas, meus cabelos completamente encharcados. Eu o beijava e mordia em seus beiços grossos e carnudos. Por fim Mpande gozou urrando feito louco. Seus urros juntaram-se aos meus gritos que ecoaram pelo quarto e morreram abafados pelo barulho externo das máquinas. Isso se repetiu por uma semana. A essa altura eu já tinha certeza que estava grávida e resolvi contar para Roberto que nesses dias todos, fizera sexo comigo apenas um dia de tarde. Alegava cansaço e culpava o calor por isso. Imediatamente Roberto chamou o encarregado chefe e comunicou nossa partida para o dia seguinte. Roberto não cabia em si de tanta felicidade e foi nesse clima de alegria que chegamos em Abidjan. Roberto apressou-se em telegrafar para a avo, Madame Reingard dando-lhe a notícia que seu bisneto estava a caminho. Marcamos nossa viagem de volta para dali a três dias. Foi com tristeza que me despedi de Khundè nas duas noites que antecederam nossa partida. Na viagem de volta eu já determinara qual seria meu futuro. Quando Madame Reingard morresse, daria um jeito de convencer Roberto a vir morar na Costa do Marfim definitivamente. A África era um imenso continente e com centenas de etnias diferentes e eu queria “provar” seus diferentes tipos de guerreiros. Quanto mais primitivos melhor. Chegando ao Brasil, Madame Reingard nos esperava no cais do porto junto ao seu velho pajem Bowkah. No jantar, já na sua mansão no interior paulista, ela me presenteou com um colar de diamantes rosa.

—É para completar o conjunto. Os brincos, você receberá quando meu bisnetinho nascer. O conjunto completo eu ganhei do meu falecido quando nos casamos há mais de sessenta anos.

Enquanto minha barriga ganhava volume, eu ia perdendo peso. Os médicos não entendia a razão. Logo depois que meu Frederich nasceu, minha amiga e protetora Madame Reingard faleceu e eu continuava emagrecendo. Implorei para Roberto voltar comigo e o bebê para Costa do Marfim e depois de muita insistência, por fim ele concordou. No transatlântico que cruzava o Atlântico rumo à África, tive febre alta e começaram a aparecer manchas escuras na minha pele. Primeiro uma e depois várias outras. Fiquei na enfermaria do navio e quando desembarcamos fui levada direto para um hospital onde escrevi minhas memórias. Fiquei internada até que o destino cobrou minhas dívidas e me entregou nos braços da morte.

Fim!

NOTA:Vinte anos depois a ciência descobriria a doença que custou a vida daquele que viveu e morreu pelo prazer: AIDS!

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Comentários

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Olá Narciso_P, obrigado pelo seu comentário e pela sua crítica bem abalizada. Realmente foi um descuido. Já editei a última frase, acrescentando uma "nota".Embora este tenha sido um conto de ficção, não custa dar uma pincelada de realidade na história. Abraços e obrigado.

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Oi cara, eu acompanhei todo o conto,mas preferi deixar pra comentar no fim, como sempre, vc foi ótimo, como a qualidade e o cinismo de sempre, mas eu não gostei do final, foi surpreendente por ter sido triste, mas essa explicação para a morte da protagonista contada por ela ficou sem sentido nenhum. Foi o espírito dela que narrou tudo, afinal de contas? Mas por outro lado, gostei muito da sua descrição das coisas do ponto de vista de uma mulher.

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