E aí galera, como vocês estão? Antes de começar eu tenho que contar para vocês uma linda história.
"Era uma vez um pobre garotinho que gostava de escrever histórias, um belo dia ele escreveu o melhor capítulo do seu conto só que quando ele foi publicar a sua conta deslogou e o seu conto não salvou. Esse garoto ficou tristonho e decidiu mandar todo mundo ir se foder, só que como a vida é bela ele voltou a escrever, só que dessa vez ele resolveu mudar um pouco o rumo das coisas e saiu matando os seus personagens como se fosse um capítulo de Game of Thrones.Assim agora,com ódio no coração, ele conseguiu postar a historinha pra vocês e ele viveu feliz para sempre"
"HenriQ": E você é!
"CrisBR1": Foram apenas 9 dias kkkk me perdoa? Prometo que o próximo eu posto em menos de uma semana.
"Riquinho_" : Depois desse capítulo eu assumo que eu sou mau mesmo kkkk mas todo mundo tem um lado lazarento assim mesmo e depois desse capítulo eu acho que você vai querer me matar mais ainda
"geomateus" : Muito bom é você por aqui meu amigo :DVIII- Está a caminho
Sai aquele dia da escola o mais feliz possível, feliz por ter voltado para o time e também por causa do Rodrigo. Peguei minha mochila e fui correndo para o ponto pois eu já estava atrasado. Corri umas três ruas até chegar lá, o ponto estava cheio de gente e eu perguntei para uma moça se meu ônibus já tinha passado e ela disse que tinha acabado de passar.
"Típico" pensei.
O próximo ônibus que ia pro meu bairro iria demorar uma hora para passar, e eu estava cansado morrendo de sono.Não aguentei ficar nem dois minutos em pé e logo me joguei na calçada do lado. As pessoas me olhavam estranho mas eu liguei o foda-se e fiquei lá esparramado no canto da calçada. De repente vejo uma mulher levantando do banco e vindo em minha direção. Pensei que ela ia me xingar mas a única coisa que ela fez foi me imitar e se jogar no chão também.
Se eu tivesse força e ânimo até riria um pouco mas acabei fechando os olhos e tirando um cochilo.
Depois de uns 15 minutos escuto alguém me chamando.
- Nossa não sabia que você era um mendigo - eu olhei pra cima e vi um rapaz. Eu bocejei enquanto me situava no mundo e ele me deu a mão para me ajudar a levantar. Eu reconhecia ele mas não sabia de onde.
Minha mente começou a trabalhar para me situar, ele usava um All star, uma calça jeans preta e uma camisa gola V rosa que espremia seu corpo semi-definido. Bastou eu olha-lo naquele rosto delicado, aqueles cabelos pretos com uma pequena franja e os brincos destacados na orelha e então eu lembrei: era o rapaz da balada que tinha me chupado!
- E aí cara, ta tudo bem com você? - ele disse com uma risadinha meio falsa.
- Tô sim - eu não sabia o que responder - Graças a deus.
Ele me observava enquanto eu pegava a minha mochila do chão e olhava no celular para ver as horas.
- Posso perguntar o porque você está jogado no chão?
"Não, não pode", pensei. Mas mesmo assim eu respondi.
- Eu perdi meu ônibus agora tava esperando o próximo passar e daí eu resolvi tirar um cochilo.
- Entendi - mais uma risada forçada - tá afim de dar uma volta?
"Não, não quero", pensei de novo.
- É que daqui a pouco meu ônibus passa, então eu acho melhor não - eu nunca conseguia dar fora em ninguém.
- Se você quiser eu te dou uma carona - ele disse olhando para o seu carro do outro lado da esquina, era um Fox vermelho bem bonito mesmo.
- Meu pai sempre falou que era perigoso andar em carro de gente estranha - agora a risada forçada foi minha.
- E o que o seu pai acha de ir pra balada no meio da noite pra fazer safadeza ? - "Filho da puta" - Qualé, eu não vou te estuprar não.
Fiquei parado sem saber o que responder, ele me percebeu que eu estava meio nervoso e acabou falando:
- Ok então, esquece a saída. Eu só te levo direto pra casa.
Meu ônibus ia demorar pelo menos mais umas meia hora pra passar e eu estava morto. Então resolvi aceitar a carona logo de uma vez.
Atravessamos a rua eu comecei a puxar papo perguntando o que ele estava fazendo ali. Ele disse que estava comprando algumas coisas e quando passou pela rua me viu jogado na calçada e veio me dar um oi.
Entrei no carro, tinha cheiro de carro novo, coloquei o cinto e tudo mais e ele foi saindo devagar.
- Você deve pensar que eu sou um viado engolidor de porra né ?
- Não que isso - falei, mas era exatamente isso que eu pensava.
- Você não me adicionou no Facebook né ?
- Eu to no Orkut ainda, então quase nem entro no Face - soou ridículo mas dessa vez ele acreditou.
- Quando entrar me adiciona lá "DOUGLAS" - ele fez aspas e tudo, me lembrei que eu tinha mentido meu nome para ele.
- É que me meu pai chama Douglas e então a maioria me chama assim também , mas você pode me chamar de Cesar.
- Eu sou o Pietro, se você quiser saber meu nome né. - com a risadinha forçada de novo.
Fui falando o caminho de casa para ele enquanto ele perguntava.
- Você sai da escola essa hora? - eram quase cinco horas.
- Não eu saio meio dia e meia, mas eu fico até as quatro para jogar vôlei.
- Ah entendi.
Ficamos um pouco em silêncio até que eu quebrei o gelo.
- O que você faz, estuda, trabalha ?
- Estudo, to no primeiro ano de administração. - ele me olhou um pouco - pensou que eu era garoto de programa?
- Não né, aquele dia você nem cobrou - agora ele ficou envergonhado - brincando, só queria saber mesmo.
- Ah poderia cobrar agora né ? - fiquei com medo mas logo ele riu e falou que era brincadeira também.
- Mas fala aí cara, você curte sair chupando todo mundo assim numa boa?
- Não cara que isso, foi só contigo mesmo...
Então ele me contou toda a sua história. Pietro veio de uma cidade menor para cá fazer faculdade.Ele disse que deixou para trás amigos, família e tudo mais e quando chegou aqui estava se sentido sozinho.
-... Eu tinha terminado com meu namorado - ele disse meio entristecido - crescemos juntos desde pequenos e nossa amizade foi aumentando e depois de algumas brincadeiras e declarações estávamos namorando. Era escondido, claro, mas mesmo assim a gente estava muito feliz, passamos todo o colegial juntos. De vez em quando até tentamos ficar com meninas mas mesmo assim sempre acabávamos se pegando. Então a escola acabou e ele foi trabalhar na loja do pai e eu vim pra cá fazer minha faculdade. Até tentamos relacionamento a distância mas não rolou. Quando ele terminou comigo eu fiquei muito mal e comecei a ir para essas festas e baladas tentar esquece-lo. - ele parecia envergonhado - fui estúpido. Agora ele está lá feliz vivendo a vida dele e eu estava aqui sofrendo.
- Poxa cara, mas se você gosta tanto dele porque sei lá... deve ter um jeito.
- Eu já superei - pela primeira vez seu sorriso não soou falso - e fica a dica: amor adolescente não dura, um dia os dois vão se separar e o que vai sobrar vai ser sofrimento.
Automaticamente pensei em Rodrigo, fiquei imaginando como nós dois iríamos "acabar".
- Aonde fica a sua casa mesmo ? - ele perguntou quando chegamos no bairro.
- Pode me deixar naquela esquina.
Ele parou na frente do mercadinho, me pediu o número do meu celular antes de descer e eu acabei dando. Na verdade fiquei até com dó dele, por tudo que tinha passado e tudo mais.
- Está entregue rapazinho - ele me disse - e se quiser uma carona pra gente ir batendo um papo é só ligar.
- Beleza cara, valeu mesmo.
Eu fui dar um aperto de mão quando ele simplesmente me pucha e me da um selinho. "Filho da puta". Ele se afastou e começou a rir.
- Não fique em choque e se quiser mais você sabe para quem ligar.
- Sei... - não sabia o que falar.
Desci do carro e fiquei parado vendo ele virar a esquina e seguir caminho de volta.Até poderia ter feito alguma coisa mas agora eu só estava procurando a minha cama.
Cheguei em casa e a primeira coisa que eu fiz foi dormir.
Sonhei que estava com Rodrigo em casa e estávamos deitado na minha cama. Começamos a nos beijar e o negócio foi ficando cada vez mais quente até que ele se levantou e do lado dele estava Pietro, os dois também começaram a se beijar. De repente o treinador estava deitado no meu lado e enfiou a sua língua na minha boca. Perguntei desesperado o que estava acontecendo e escuto os três falando para mim "Amor adolescente não dura", "um dia os dois vão se separar", "vai sobrar apenas sofrimento" e depois eles começaram a dançar frevo em cima de mim. Acordei suado e sem fôlego, minha cabeça ainda escutava "Amor adolescente não existe". Jantei e voltei a dormir, rezando para que dessa vez não tivesse nenhum sonho.
...
"Preciso falar com você"
Mandei mensagem para o Rodrigo enquanto descia para a cantina. Depois de tudo o que aconteceu ontem eu tinha tomado a decisão de parar aquilo tudo entre a gente. Mais cedo ou mais tarde um de nós ia acabar se machucando e eu não queria aquilo.
"Estou a caminho". Ele respondeu.
Nos encontramos na cantina e nos cumprimentamos normalmente como se nada ocorresse entre a gente.Comprei um suco para ir bebendo e ele não quis nada. Fomos andando e conversando sobre as aulas chatas que a gente teve hoje. Eu falava o quanto a professora de biologia cuspia e ele rachava o cano. Depois eu imitei o professor de inglês e mais uma vez ele caiu na gargalhada. Desgraça, porque ele tinha que ficar tão bonito enquanto ria?
Fomos para a quadra onde tinha uns moleques jogando futsal. Sentamos isolados em um canto, a gritaria impedia a galera de escutar nossos papos. Eu estava terminando o meu suco quando ele falou:
- O que você precisava conversar ?
Ele não esperava pelo o que eu iria dizer. Essa era a hora, eu tinha repassado na mente tudo o que eu iria falar. Cada palavra era importante para que a gente continuasse pelo menos amigos. Respirei fundo e disse:
- Acho que a gente tem que parar de se ver - soou mais seco do que eu imaginava.
Rodrigo me encarava pensando que era brincadeira.
- Qual é a piada ?
- Não tem piada é sério - dessa vez foi menos seco.
- Você tá zuando né ?
- Olha cara - eu disse tentando não olhar para os olhos dele - você sabe que eu curto muito você, mas eu ainda tenho medo que não de certo e a gente perca a nossa amizade.
- E porque não daria certo?
- Não sei. A gente pode acabar brigando, eu posso voltar a gostar de meninas, alguém pode descobrir ou você pode ir embora e a gente nunca mais se fale...
Ficamos em silêncio, tomei coragem e olhei para a cara dele. Seu face estava abatida, seus olhos estavam vermelho a ponto de começar a chorar. Desci mais um pouco e vi seus punhos fechados como se ele estivesse controlando a mão dele para ela não atingir o meu rosto.
Uma pena que ele não conseguiu controlar a mão e ela veio com força em minha direção.
Eu até tentei impedir o primeiro soco mas a fúria dele estava enorme.Ele começou a me esmurrar e chutar mas eu não revidava, apenas tentava proteger meu rosto."Eu merecia" pensei.
- VOCÊ É UM COVARDE DE BOSTA! SOME DE LONGE DE MIM ! NUNCA MAIS QUERO VER ESSA SUA CARA E SE EU VER EU VOU TE ARREBENTAR SEU MALDITO! - a quadra inteira escutava, só que como costume, não faziam nada.
Depois de uns três minutos me batendo e xingando até a minha sexta geração, acho que ele se cansou e olhou de novo para o meu rosto. Agora as lágrimas não paravam de escorrer pelos seus olhos e eu estava morrendo de vontade de levantar e dar um abraço nele mas eu resisti a essa vontade e apenas abaixei a cabeça. Ele limpou os olhos, chupou o ranho e disse dessa vez baixinho.
- Sai daqui e eu nunca mais quero te ver.
Obedeci e sai o mais rápido que eu consegui de láEu vou sair do time de vôlei - eu disse para a galera.
Estava em minha sala junto com a Bia, Denis, Igor e mais uma galera que eu não apresentei por aqui. Estávamos na aula de física e a professora era bem sossegada e deixava a gente conversar.
- Você tá louco - disse o Denis
- Os cara estão ferrado, quero nem ta lá para ver - Igor riu.
- Mas porque você vai sair ? - Bia perguntou
"Você sabe o porque" eu pensei olhando para ela.
- Eu to com uns problema de nota e se eu pelo menos não ir bem na próxima prova de química segunda-feira meu pai nuca mais me deixa jogar nada. É melhor eu dar um tempo e começar a estudar agora - quase acreditei nessa ladainha.
- Quanta boialagem, para de frescura Cesar - Igor disse
- É um otário mesmo, a gente dá um jeito de colar. Sempre foi assim - Denis insistiu.
- Esquece galera, esse ano tá muito zicado. Quem sabe depois das férias eu não volto
Eles ainda falaram que depois das férias não ia nem ter mais time o que era verdade pois se o time perdesse não iríamos ter nem o porque de ficar treinando e então o time acabava. Por um momento eu me arrependi, mas era necessário se eu quisesse esquecer o Rodrigo.
As últimas aulas acabaram e eu já estava guardando o meu caderno na bolsa, a sala inteira estava uma zona quando a bia chegou perto de mim e disse:
- Fala a verdade agora, porque você saiu?
Contei tudo para ela, desde a parte em que eu percebi que não daria certo entre mim e o Rodrigo até o rolezinho de carro com o Pietro onde ele mesmo disse que amor em colegial nunca da certo.
- Você só está com medo - ela disse - para de ser assim. Só porque um cara te contou que o romance dele não deu certo você vai acreditar? Deixa disso.
- Não é só por causa disso - 99% era - e agora já tá feito, não vou voltar atrás nem se eu quisesse.
Depois disso eu sai da escola. Fui andando pelos corredores cheio de alunos loucos para sumir da escola. Eu também estava assim, fui acelerando os passos antes que eu encontrasse o Rodrigo saindo da sala quando de repente alguém para na minha frente.
Mariana estava linda como sempre naquele dia e logo ela me puxou para fora da multidão de gente.
- Ouvi dizer que você apanhou hoje do Rodrigo ? - ela disse
Pelo jeito ela estava aprontando alguma coisa e eu não fazia ideia do que era.
- Eu já te contei que ele é gay né ? Então você acredita que esse filho da puta saiu contando pra escola inteira que eu sou puta que não tem limite para pica?
- Olha Mariana eu não tô a fim de ficar escutando abobrinha, se foda aí com seus problemas que eu tenho que ir pra casa.
Virei as costas e fui andando quando escuto ela dizer:
- Só quero que você saiba que a gente vai dar um jeitinho nele.
Pensei em voltar até lá e perguntar o que ela ia fazer mas eu não me importava. Sai da escola e fui andando em direção até o ponto de ônibus. Antes comprei um picolé do sorveteiro que tinha passado na rua. Só tinha de manga e eu tive que tomar esse mesmo. Meu celular tocou e eu acabei me melando inteiro de sorvete só para conseguir tira-lo do bolso. Atendi e escutei a voz do Pietro.
- E aí, to aqui perto da sua escola, quer dar uma volta? Te trago antes do seu treino começar.
- Eu não treino mais
- Ótimo, sobra mais tempo
- Beleza, estou aqui perto do ponto de ônibus.
- Firmeza - ele desligou
Cheguei no ponto e fiquei de boas lá sentado escutando música no fone de ouvido. A música era boa e por um momento eu pensei em tudo o que tinha acontecido com o Rodrigo e esqueci tudo : da escola, do vôlei, do Pietro , das aulas, da vida, do sorvete de manga e brisei legal mas meu celular tocou e eu apenas apertei o botão do fone para atender.
- Fala cara, eu estou aqui no ponto de ...
- Cesar onde você tá? - escutei a Bia gritando no celular, seu único defeito era ser histérica assim - Onde você foi ???
- To aqui no pont... - ela nem me deixou terminar.
- CORRE AQUI, OS MOLEQUES DO TERCEIRO ANO PEGARAM O RODRIGO E BATERAM NELE, ELE ESTÁ DESMAIADO AQUI NA QUADRA PARECE QUE QUEBROU ALGUMA COISA, NÃO SEI CORRE AQUI, FORAM CHAMAR UM PROFESSOR MAS NÃO TÃO ACHANDO NINGUÉM...
- Fica calma - eu sei que não adianta falar isso pra mulher - eu vou tentar fazer alguma coisa...
- VEM LOGO SEU LAZARENTO !
- Tá bom - eu levantei do banco - eu estou a caminho.
Mais uma vez esqueci de quase tudo para pensar em Rodrigo : da escola, do vôlei, do Pietro , das aulas, da vida, do sorvete de manga que era estranhamente gostoso e dessa vez eu também esqueci de olhar para os lados antes de atravessar a rua.
Escutei a buzina olhei para o lado e vi um fusca vindo com tudo em minha direção, era um fusca amarelo bem bonito.
Depois disso eu não lembro de mais nadaE por agora é só meus amigos. A primeira versão desse capítulo era bem mais feliz e agradável só que como ela não salvou eu tive que reescreve-la com ódio no coração. Espero que mesmo assim vocês tenham gostado e comentem aí o que vocês acharam de tudo.
Juro que esse fim de semana eu posto o PENÚLTIMO, sim está quase acabando e o próximo capítulo vai ter música e tudo ( os espertinhos de plantão vão até adivinhar que música é só pelo nome do capítulo), então é isso gente até a próxima e muito obrigado.
IX- "Simples canção" : O fim está próximo e agora os dois terão que lidar com as consequências de seus atos.
X- "Desliguei o foda-se": Cesar terá que tomar atitudes racionais e saber lidar com os desafios, pois todos os seus amigos dependem disso.