No dia seguinte eu acordei mais cedo e queria preparar um café da manhã especial pra ela, mas é meio difícil fazer isso se você não sabe cozinhar, então eu levantei, tomei banho rapidinho e fui acordar a Juliana.
Eu: Acorda, dorminhoca.
Juliana: O que? Não, deita aqui comigo. Dorme mais um pouco.
Eu: Não, não, não. Vamos! Levanta. Quero te levar num lugar especial.
Ela abriu os olhos e disse: Onde? Espera! Você já tomou banho e se arrumou?
Eu: Sim. Vamos logo!
Juliana: Onde nós vamos?
Eu: Eu quero te levar pra conhecer um lugar muito especial pra mim. Faz um tempinho que eu não vou lá. Mas hoje eu acordei querendo ir e nada melhor do que ter você como companhia.
Juliana levantou, tomou banho e se arrumou rapidinho.
Juliana: Vamos tomar café primeiro?
Eu: A gente come por lá.
Juliana: Eu preciso me arrumar melhor?
Eu: Não, você ta ótima!
Juliana: Mas você ta com a roupa de ontem. Camisa e jeans. Está bem arrumado.
Eu: é porque eu não tinha outra coisa pra usar.
Juliana: Certo. Nenhuma dica?
Eu: Não. Mas eu preciso fazer uma ligação antes. Pega alguma coisinha pra você comer no caminho. Eu sei como você fica de péssimo humor quando está com fome.
Juliana: Eu não fico, não!
Mas mesmo assim ela foi à cozinha pegar algum na coisa pra comer durante a viagem. Enquanto isso liguei pra minha mãe.
Eu: Mãe?
Mãe: Oi, Pedro. Aconteceu alguma coisa?
Eu: Não, senhora. Te acordei?
Mãe: Sim, mas já estava na hora mesmo. O que foi?
Eu: A casa verde. Eu queria saber se tem condições de eu ir hoje lá?
Mãe: Na casa verde? Mas faz tempo que você não vai lá. Aconteceu alguma coisa?
Eu: Eu sei... E não, não aconteceu nada...é só que eu queria levar a Juliana lá...passar o dia lá... tudo bem?
Mãe: Claro. Que horas que você vai pra lá?
Eu: Eu estava pensando emir agora...
Mãe: Agora? Oh meu Deus. Então deixa eu desligar e ligar pra rosa e mandar ela cuidar de tudo por lá. Cuidado na estrada hein!
Eu: Pode deixar. Obrigado!
Mãe: Por nada.
Desliguei o telefone e a Juliana perguntou: O que é casa verde?
Eu: um lugar que eu quero que você conheça. E chega de perguntas! Você já ta sabendo muito.
Peguei a Juliana e fomos pra “casa verde”. Quando entrei na estrada a Juliana: Nós vamos pra estrada? Já Passamos da barreira. Onde estamos indo?
Eu: Relaxa. Confia em mim.
Juliana: Ainda falta muito?
Eu: Mais 15 km. É rapidinho.
Vinte minutos depois chegamos na casa verde. A casa verde é o sitio da minha família. É um lugar que adorava.
Juliana: Humm.. Então aqui é a casa verde?
Eu: A placa diz que sim, então sim! Rsrs.
Juliana: Besta... Então, o que tem depois desse portão de madeira?
Eu: Uns 3 km de estrada de terra e depois uma casa.
Juliana: Hummmm... Como vamos entrar? De quem é?
Eu: Rapidinho. Espera! Dei 3 buzinadas e 2 minutos depois ouvi 3 buzinadas vindo de dentro.
Dei só mais uma pra confirmar que era eu. Era assim que fazíamos desde sempre quando íamos pra lá. Assim o caseiro tinha noção de quem estava no portão.
Juliana: O que foi isso?
Eu: O caseiro está vindo abrir.
Juliana: De quem é esse sítio?
Eu: Dos meus pais.
Juliana: Entendi... Então, porque você quis me trazer aqui?
EU: Você já vai ver.
O caseiro apareceu e abriu o portão. Ele falou: Ooooohhh, Pedrinho! Quando tempo, rapaz!
Eu: E aí? Seu Mário. Tudo bem com o Senhor?
Mário: Tudo Sim. Vamo entrando.
Entrei na propriedade e rapidamente chegamos à casa. Saímos do carro e Dona Rosa, esposa do seu Mário nos esperava na entrada.
Rosa: Pedriiiinho! Ô menino, que saudades que eu tava de você.
Eu a abracei e disse que também senti saudades.
Mário: E quem é essa moça bonita,Pedrinho?
Eu: Essa moça linda? É minha namorada, Juliana.
Juliana: Prazer.
Rosa: Meus parabéns, Pedrinho. Você escolheu bem.
Eu: Obrigado. Então rosa, como estão as coisas por aqui? Tudo na paz?
Rosa: Sim. Só um minuto. Mário, vai lá dentro e apaga o forno enquanto eu levo esses dois pra dentro. Vamos?
Eu peguei a Juliana e entramos.
Eu: Eu vou já te mostrar o lugar. Depois que tomarmos café.
Juliana: Certo. To morrendo de fome.
Eu: Eu sei. Rsrs.
Rosa: Sua mãe me ligou dizendo que você estavam vindo. Sorte que eu tava fazendo bolo de milho e tem pão caseiro que eu fiz ontem.
Eu: Pão caseiro? Noooooooosssa. Faz muito tempo que eu não como. Já estou salivando aqui. Amor, o pão que a rosa faz é de comer de joelhos!
Rosa: Também não é para tanto.
Juliana: Deve ser sim. O Pedro não sabe cozinhar,mas me compensação ele é muito enjoado pra comida.
Todos rimos e fomos nos encaminhando pra cozinha. Lá no sítio,não tem essa frescura de refeição em sala de jantar nem nada. A gente sempre comeu na cozinha ou no chão da sala ou ainda no pátio da frente. A Rosa preparou uma mesa bem boa. Tinha além do bolo que ela havia feito. Leite, suco, geléia caseira de cupuaçu, doce de leite. Uma maravilha. Estávamos comendo e conversando, aí eu lembrei: Mário, e como estão o farofa e a Serena?
Mário: Rapaz...aqueles dois ficaram muito bonitos. Só você vendo.
Eu: E onde eles estão?
Mário: Devem estar por aí correndo. Daqui a pouco a Rosa bate a panela aqui pra por ração e eles vem rapidinho.
Me virei pra Juliana e disse: Eu tenho dois goldens retrivier aqui. Quer conhecê-los?
Juliana: Claro! Eu amo cachorro.
Puxei a Juliana e dei um assobio. Cara, eles apareceram do nada correndo com tudo. Eu: Eeeei amiguinhos. Que saudades, cara!
Juliana caiu com a serena lambendo ela todinha e eu me joguei junto. Foi uma festa. A rosa veio logo arás com as vasilhas de ração e os dois saíram correndo pra comer.
Eu: Ei! A Serena ta estranha.
Mario: Ela deu cria. O corpo dela ta se reajustando.
Eu: Sério? Quando?
Mário: Faz uns 3 meses.
Eu: quantos nasceram? Ainda estão por aqui.
Mário: 6,mas um morreu. Foi a primeira barrigada dela. É normal morrer.
Eu: E eles estão aqui ainda?
Mário: Sim, tão lá no canil.
Eu: Canil? Mais o Thor e a Bella estão lá.
Mário: Estão separados. Não se preocupe.
Juliana: Thor e Bella?
Eu: RSRS sim, são dois pastores alemãs. Pra cuidar daqui. Guardar o local.
Juliana: Entendi. A serena e o farofa são seus?
Eu: o farofa é meu e a serena é da Laura. Mario, eu queria ver os filhotes. Vou indo lá com a Juliana, Ok?
Fomos até o canil e eu pedi pra Juliana esperar fora pra eu ver se tava tudo certo com o Thor e a Bella. Estava tudo certo, então entramos. Os filhote eram as coisas mais fofas. 3 fêmeas e 2 machos. A Juliana se apaixonou por uma que não parou de morder seu pé.
Eu: Gostou dela?
Juliana: Muito.
Eu: Qual nome você daria pra ela?
Juliana pegou ela e olhou olho no olho e disse: Donatella!
Eu: Donatella? Hahah Por que?
Juliana: Porque ela é loura e tem cara de rica.
Eu: Então Donatella, será!
Juliana: Como assim?
Eu: é sua!
Julina: Minha?
Eu: Sim. Pega como mais um presente.
Juliana me deu um sorriso e um beijo e disse: Obrigada. Adorei.
Eu: De nada.
Juliana: E os outros?
Eu: Que eles também?
Juliana: Nãaaaao. Tá doido.
Eu: Não sei,vou perguntar do Mário o que eles estavam planejando.
Juliana: Fazia tempo que você não os via?
Eu: Sim. Uns dois anos. Eles vieram pra cá com 6 meses e a última vez que eu os vi eles tinha um pouco mais de um ano.
Juliana: E porque isso?
Eu: Vamos caminhar. Quero te mostrar o resto da propriedade.
O Mário veio pra ver se tava tudo certo e eu disse pra ele separar a cadelinha, limpar e arrumar uma caixa que a gente ia levá-la.
Mário: Pedrinho, eu posso pegar uma e dar pra minha sobrinha?
Eu: Claaaro que pode.
Mário: é que seu pai mandou vender todos.
Eu: Hummm.. ele sabia que tinham dado filhotes?
Mário: Eu liguei dizendo e ele disse que quando desmamassem eu poderia vender e mandar o dinheiro.
Eu: Faz o seguinte. Tira um pra sua sobrinha. Você tem mais alguém que queira?
Mário: Sim. O meu genro queria um também.
Eu: ótimo é dele. Agora sobraram dois. Deixa esses dois aqui. Não vende e nem dá. Esses serão meus e da Laura. Um macho e uma fêmea, de novo.
Mário sorrindo disse: Seu pai não vai gostar.... é mais ração,veterinário...
Eu: Não tem problema. Eu me comprometo com esses.
Mário: Tudo certo.
Eu: ótimo. Agora eu vou dar uma volta.
Fomos conhecer a propriedade.Mostrei pra Juliana onde ficavam as árvores de frutas e onde ficavam alguns bicho (galinhas, pato, porco), a piscina, quadra e lá no final, um lago. Meu lugar favorito em todo o lugar.
Juliana: Nossa, aqui é lindo.
Eu: Sim. Me dá uma Paaaaaz...
Sentamos à beira e eu tirei minha camisa pra não sentarmos na grama.
Juliana: Você vinha muito aqui né?
Eu: Todo final de semana desde que meu pai comprou quando eu tinha 11 anos até meus 18/19 anos mais ou menos.
Juliana: E porque parou de vir?
Eu: Ahh... coisas da vida...
Juliana me olhou séria e eu desviei o olhar.
Juliana: Você não quer contar,né?
Eu: Melhor não...Aqui ta tão bom,sem problemas. Outro dia eu te falo. Mas não é nada de serio como lugar, não. Tenho ótimas lembranças daqui. Eu só meio que me desliguei das coisas que eu gostava nos últimos dois anos.
Juliana: E por que você quis vir aqui hoje?
Eu: Porque eu queria te mostrar o meu lugar favorito. Esse lago. Essa vista. Eu passei o fim da minha infância e adolescência inteira aqui. E eu queria que você conhecesse. Queria compartilhar com você.
Juliana: eu fico emocionada por isso.
Eu: Você gostaria de vir outras vezes aqui comigo?
Juliana: Você quer voltar a freqüentar?
Eu: Sempre que possível.
Juliana: Então eu quero vir com você.
Eu: ótimo. Você pode trazer seus pais também. Convidar quem quiser. Aqui tem muito espaço.
Juliana: Você devia ter me dito que viríamos aqui. Queria ter trazido biquíni.
Eu: Mas eu acho que a gente pode resolver isso. Minha mãe sempre deixou biquíni, roupa intima, escova de dentes pra convidados. Acho que deve ter alguma coisa La dentro. Quer?
Juliana: Sim!
Voltamos à casa e eu disse pra Rosa que nós íamos ficar pro almoço e que estávamos indo pra piscina. Passamos o resto da manhã tomando sol, namorando, conversando. Almoçamos e às 15 horas voltamos pra cidade com cadelinha. Tirei uma foto da ninhada toda e uma dos 2 que eu tinha ficado pra mostrar pra Laura. Deixei a Juliana em casa e, ainda bem que os pais delas gostaram da idéia de ter uma cachorrinha.
Quando cheguei em casa mostrei as fotos pra Laura e ela disse que um era dela. Ela quis o macho dessa vez. Deu o nome de Tobias pra ele. Eu batizei a cadela de Alice. Fui descansar um pouco e à noite minha mãe me chamou pra jantar.
Eu: To meio sem fome.
Mãe: A rosa entupiu você de comida, né?
Eu: hahah sim.
Mãe:Ainda bem que ela mandou o pão pra mim. Fazia tempos que eu não comia.
Eu: Verdade. Mãe, lá ta muito lindo! Não mudou nada.
Mãe: Sério? Que bom.Você se divertiu?
Eu: Muito. Combinei com a Juliana de ir lá sempre que der.
Mãe: Vão mesmo. Um lugar tão bonito tem que ser aproveitado.
Eu: Você não sente falta?
Mãe: Sinto. Lembra que eu levava você e a Laura pra beira do lago enquanto seu pai pescava?
Eu: hahaha lembro sim e a Laura sempre gritava bem na hora que o papai tava concentrado pescando.
Mãe: e você pulava com tudo na água.
Eu: ahuahauha é verdade!
Conversamos mais um pouco e ela desceu pra jantar. No domingo, a Juliana veio aqui pra casa e passamos o dia de bobeira.
O tempo foi passando e o mês de Junho chegou. Era um mês muito importante pois era o mês do aniversário de 18 anos da Laura, final de período da faculdade e por último, no final do mês eu teria que devolver meu carro pro meu pai.
Estava que nem um fazendo contas e economizando dinheiro. Entre o dinheiro das aulas de violão que eu guardava, mais o que tinha da mesada que sobrou, dos 3 mil que ganhei de aniversario e de quatro trabalhos de modelo que eu fiz, graças a ajuda da namorada do Carlos que trabalhava na Hering, eu consegui juntar R$12.500,00. Ia dar pra dar entrada num celtinha e eu ia parcelar. Ia precisar pedir pra minha mãe financiar pra mim, mas ia dar certo.
O aniversário da Laura era no dia 12 de Junho, no dia dos namorados,mas como ia cair numa quarta-feira, íamos festejar na sexta, dia 14. Eu e a Juliana saímos pra jantar no dia 12. Ela me deu um relógio e eu dei uma pulseira de presente. Nosso primeiro dia dos namorados juntos.
No dia 13, quando eu cheguei da escola de música à noite eu fui conversar com minha mãe.
Eu: Mãe? Tem um minutinho?
Ela estava na sala com meu pai e disse: Claro, o que foi?
Eu: Queria falar com a Senhora rapidinho. Pode subir comigo?
Ela: Claro.
Chegamos ao meu quarto e eu disse: Então, a Senhora ta sabendo da historia do carro, né?
Ela: Sim. Seu pai falou que você tinha até o fim do mês pra entregar. Eu acho isso um absurdo, mas ele disse que você quis assim.
Eu: Sim. Então, eu consegui economizar R$Mãe: Tudo isso?
Eu: Sim. Aí eu queria dar entrada num celta, que eu vi. Ele é R$27.000, com ar e direção. Aí eu queria saber se a senhora poderia financiar pra mim? Eu pago pra senhora.
Ela: Um celta? Você vai trocar seu carro por um celta?
- Meu carro é uma TR4 automática 2010, que eu ganhei quando fiz 18. Por isso o drama da minha mãe. -
Eu: Sim, é o que eu posso pagar. E muita gente da minha idade tem celta como primeiro carro. Tem gente que nem carro tem,mãe!
Ela: Eu sei. É só que... O que vão pensar?
Eu: O que vão pensar? Quem?
Ela: Seus amigos, nossos conhecidos...
Eu: Pode parar. Não acredito que a senhora está preocupada com o que vão pensar! Eu não dou a mínima pro que vão pensar.
Ela: Certo. Deixa eu pensar aqui.
Passou um tempinho e eu já estava ficando irritado. Aí ela falou: Você sabe que o carro ta no meu nome, né?
Eu: Nunca prestei atenção nisso..
Mãe: Sim, está. Foi comprado pelo meu escritório. Mais barato pra pessoa Jurídica. Então, já que está no meu nome. Não tem pra que você devolver pro seu pai se o carro é meu.
Eu: Negativo. Foi ele quem me deu de presente.
Mãe: Não. Fomos eu e ele.
Eu: Então a senhora e ele se resolvam com esse carro. Eu só quero saber se a Senhora vai ou não financiar o carro pra mim.
Ela: Vamos fazer o seguinte, você dá esse dinheiro que você economizou pro seu pai e eu financio seu próprio carro pra você.
Eu: Mas eu não tenho como pagar por um carro como o meu.
Mãe: Seu carro já desvalorizou,ele ta mais barato, não do preço de um celta, mas com certeza bem menos do valor que foi comprado. Vou parcelar pra você como se fosse o valor do celta e o melhor, sem juros.
Minha mãe pegou a calculadora do celular, diminuiu o valor da entrada no celta e sobrava R$Mãe: Qual o valor da parcela que você pode pagar?
Eu: No máximo 650.
Mãe: Certo. Deixa eu dividir aqui....Olha, em 24 meses, fica o valor de R$604,16. Que tal?
Eu: Sério?
Mãe: Sim. Pode conferir. Isso é sem juros. Se fosse no banco, pra você ter essa parcela você teria que parcela em 48 vezes ou mais.
Eu: Claro que eu aceito. Mas quero pagar mesmo hein. Não quero depois a senhora não querendo aceitar.
Mãe: rsrs.. certo.
Dei um beijão na minha mãe e descemos pra falar com meu pai. Eu já desci com o envelope com o dinheiro. Minha mãe falou como seria o negócio e eu fiquei só olhando. Quando ele falou, ele disse: Em seis meses você fez essa quantia?
Eu: Sim, senhor.
Pai: Só estagiando?
Eu: e dando aula de violão, fazendo bico de modelo e ainda tinha aqueles três mil que o senhor me deu de aniversário, tem que dar esse desconto.
Meu pai ficou pensativo por um tempo e disse: Muito bem. Pra mim parece um negócio justo.
Eu: ótimo. Aqui o envelope. Tem os R$12.500 aí!
Meu pai pegou o envelope e nem abriu. Levantou e foi pro quarto. Minha mãe: Ele ta chocado!
Eu: Com o QUE?
Mãe: Com vocÊ!
Eu: Comigo? Por que?
Mãe: Porque você cumpriu o que disse. Ele não tava botando muita fé nisso.
Eu: imaginei.
Ficamos mais um tempo conversando e eu subi pra dormir.
No dia seguinte, no dia da festa da Laura, eu só fui pro estágio. Não fui à faculdade porque não queria fazer a prova naquele dia. Como não tinha estudado, preferi fazer segunda chamada. Fiquei em casa a tarde e a Juliana chegou umas 5 da tarde pra se arrumar junto com a Laura. Não deixou que eu a visse se arrumando, então eu fiquei de bobeira no meu quarto assistindo TV. A festa estava programada pra começar às 21:30. Minha mãe convidou todo mundo. Tinha amigos da Laura do colégio, amigos dos meus pais e alguns amigos meus também que eu convidei, entre eles o Carlos e os pais e tia da Juliana.
ÀS 21, A Juliana entrou no meu quarto vestindo uma saia cheia de babado de cor bege (ela chama de nude, ou sei lá o que) e uma blusa rosa pálido por dentro, saltos altos e o cabelos num rabo de cavalo. Os olhos estavam do jeito que eu achava sexy. Bem pretos, destacando seus olhos verdes e a boca estava natural.
Eu: Acho melhor você não chegar muito perto se você não quiser estragar sua maquiagem e amassar sua roupa!
Juliana: Você ainda está assim? Daqui a pouco os convidados estão chegando. Levanta, vai se arrumar!
Eu: Não sei...a vista aqui da cama ta tão boa...
Juliana: rsrs...deixa de graça. Anda, amor. Vai se arrumar.
Eu: Já to de banho tomado. Ponho a roupa num instante. Dá um beijinho pra me animar?
Ela deu um selinho e eu a puxei pra cama. Ela riu e se afastou. Eu levantei e fui me arrumar. Pus uma calça jeans preta, sapatos pretos,uma blusa social cinza e levantei as mangas e o relógio que a Juliana me deu. A medalhinha? Essa eu nunca tirei do pescoço desde que ela me deu.
Nós ficamos conversando um pouco no quarto e a Juliana me contou que a Laura tava nervosa porque ela ia apresentar um namoradinho da escola pros meus pais. Eu já o conhecia das vezes que busquei a Laura na escola e levei pra algumas festinhas. Sempre deixávamos ele em casa na volta. O menino era gente fina.
Nós descemos e a Laura estava na porta recepcionando o pessoal. Ela usava um vestido preto que minha mãe tinha mandado trazer de fora. Ela estava linda. Meus pais estavam do seu lado e eu e a Juliana nos aproximamos. O namoradinho chegou e eu falei pra Laura: Olha ali quem vem vindo.
Laura: Fala baixo, idiota. Ai meu Deus. É agora!
Eu: hauaha
Juliana: Para amor!
O menino subiu os três degraus e foi cumprimentar a Laura. Ele deu um beijo meio sem graça na bochecha dela e eu ri. A Laura virou e disse: Mãe, pai. Esse aqui é o Gabriel.
Mamãe já tinha ouvido falar dele: Oi Gabriel, finalmente é bom te conhecer. Tudo bem?
Gabriel: S-sim, senhora!
Eu dava gargalhadas e a Juliana me dava cada beliscão. Virando pro meu pai o Gabriel estendeu a mão. Meu pai o cumprimentou e disse olhando pra minha mãe e depois pra Laura: Suponho que esse seja o Gabriel que sua mãe me falou hoje de manhã?
Cara, serio! Tenho que bater palmas por ele não ter desmaiado. O moleque agüentou com fibra segurando a mão do meu pai.
Laura: é ele mesmo, pai!
A Laura tava nervosa, coitada.
Pai: Prazer,Gabriel. Seja bem vindo e depois quero conversar com você melhor.
Gabriel: S-s-sim,senhor!
Eu me espoquei de rir e fui mais pra frente salvar o menino. Puxei o Gabriel e dei um abraço nele. A Laura veio logo atrás.
Eu: E aí cara? Suando muito?
Gabriel: Poha! To passando mal.
Juliana: Relaxa.O pior já passou.
Eu: Nãaaaaao... o pior estar por vir.
Laura: Deixa de ser idiota! Gabriel, você não disse que ia trazer sua prima, Carol?
Gabriel: Sim,ela veio. É que nós viemos de carona com a amiga dela. Elas estão estacionando. Não tinha muita vaga aqui por perto.
Eu: Viiiish...elas só vão encontrar na rua de trás.
A Laura voltou pra porta com meus pais e eu, a Juliana e o Gabriel ficamos ao lado deles, só que um pouco mais atrás, sentados numas poltronas.
O Gabriel estava de frente pra porta e eu de costas com a Juliana. Aí ele levantou e disse: ó lá minha prima com a amiga dela, deixa eu ir lá com ela.
Me virei pra dar uma olhada e foi quando eu a vi. Me levantei na hora. Minha mãe já estava buscando meu olhar e meu pai ficou imóvel. A Laura cumprimentou a prima do Gabriel e logo em seguida a amiga dela. Fiquei como olhar vidrado. Não era possível. Só podia ser brincadeira. A prima do Gabriel passou por nós e a amiga parou na minha frente e dos meus pais.
Eu disse: Gabriella...
Faaaala, pessoal! Tudo na paz? Espero que sim!
Então, como prometido, está aí mais um capítulo. Agora as coisa vão ficar um pouco tensa. Acho que foi a fase que foi meu divisor de aguas na vida. Espero que estejam gostando. Abraços.