Essa semana estava trabalhando numas curiosas reportagens sobre coisas hiperbizarras. Tentando me ocupar... Com textos super curtinhos, mas, bem interessantes. Na verdade, dava para colocá-los numa matéria só. Já havia escrito vários outros. Bom, agora, eu estava atrasadérrimo! “Fim de semana me abraça!” torcia.
Já estava exausto de ter que ir para o trabalho e ficar “abanando meu rabinho“ atrás d’O Grandão, Veloso. Logo no início, eu ainda estava no início, todos me temiam. Pois, era o que dava ‘teco’. E como havia criado amizades, havia também criado ‘A Inimiga’.
A minha inimiga era aquela que ninguém gostaria de ter por perto. Sempre te olhando com uma cara péssima e fazendo com que todos se afastassem de ti. Sempre se mordia de raiva quando eu era elogiado ou quando alguém era simpático comigo. Claro, seu nome? Fabíola.
Nesse momento eu olhei para uma caixa com um laço, vermelho super-hiper-mega-ultra lindo, Augusto subornava a diarista e ela colocava em cima do meu sofá os presentes que ele, Augusto, me envia. Mas, eu os devolvia, em geral, guloseimas. Desviei desse foco e lembrei-me do meu atraso.
Olhei para a chave, no chaveiro, um presente havia ganhado junto com meu apartamento. Estava na garagem, mas eu não sabia nem a diferença entre embreagem e freio e, muito menos como trocar de marcha. Nem sabia para que servia essas coisas que eu tinha mencionado.
Fui de táxi mesmo. Mas, quando eu entrei na redação todos me olharam com estranheza, com uma expressão quase que de repulsa. Menos é claro as expressão de Faby, para o íntimos, que me olhou com um sorriso.
Veloso deveria estar uma fera, logo meu telefone retrô cor abobora começa a berrar. Atendo Veloso. Ele me pede que eu vá até a sala dele.
Eu? Eu vou, é claro. Ele me puxa e me coloca no seu colo.
― Não tás com raiva? ― Ele nem ligou para o que eu falava.
― Claro que não. ― falou ele ainda me agarrando demonstrando que minha opinião estava errada.
Nesses poucos dias tentei manter-me o mais longe possível dos caras. Homem só dá problema! Tá, eu sei. Eu também sou homem, mas eu sou diferente e mesmo assim sou tão confuso como os demais. Ah, sei lá sou bicho pensador acho que isso que importa. Pensando bem talvez eu seja alien, só que não.
― Precisa de mim? ― perguntei com o mesmo jeito que falei com a freira que me pegou quando fugi da capela do colégio.
― E como. ― falou me colocando de quatro no chão.
― Para. ― disse saindo-me. ― O que pensas que eu sou?
― Beleza. Por que está me ignorando, me deixando de lado? ― falou ele se sentando na cadeira dele. A persiana deixava passar alguns raios de luz. ― Foi o... ― ele estalou os dedos. ― Ai, caralho como ele se chama ... Merda! Aquele o...
― O Augusto? ― falei apoiando minhas mãos no espelho da cadeira e olhei para ele. Fiz-me de “muito interessado”.
― É, esse mesmo. Antes ― ele pegou uma caneta dourada, tampou-a, girou-a e bateu-a, bem de leve, com ela na mesa fazendo com que seus dedos deslizassem por ela. ― você era atencioso comigo. Tratava-me muito melhor. — Enumerou “as mudanças”, lentamente.
― As coisas mudam e ― Ajeitei-me ― pelo amor de Deus, Jeová, seja lá o que você acredite. Não fale mais no Augusto para mim. Tudo bem? Posso ir?
Eu poderia estar sendo infantil, mas o Augusto me colocava na coleira sem ao menos me pedir permissão (como se eu deixasse). A mesma coisa dum time “cantar vitória” antes do tempo.
― Como assim? ― Quando me direcionei a porta ele pareceu não entender muito bem, me olhou com estranheza. Segurou meu braço.
― Ei, nós estamos no ― me sentia estranho dizendo aquilo, talvez careta, mas disse ― trabalho. E não me trata como qualquer. ― Ele estava com uma cara muito estranha.
Eu saí. Meio que corri à cozinha para beber um copo de café me apoiando na pia. Fui para minha mesa. Abri minha bolsa carteiro de couro cinza. Tirei meu bloco de papel reciclável com a capa dura, meu celular, minha caneta tinteiro e lapiseira.
Meu celular tocou, algumas cabeças se viraram para olhar-me.
«Desculpa..»
«Não quis te magoar...»
«É que eu tenho uma tara e você só faz aumentá-la.»
Genial, pensei depois de olhar para essa última mensagem...
«Eu gosto de dominar...»
«E você é todo “fragilzinho”»
«Eu amo ver você sendo sarcástico, fazendo pouco caso...Seu sorriso é tão lindo.»
― Louco. ― sussurrei rindo. Eu estava todo iludidinho. Aliás, os “Velosos” amam fazer isso... te deixar lá nas nuvens para te puxa para cama deles.
Empurrei o telefone para dentro da bolsa e comecei a analisar uns textos. Mas, eram antigos e já não fazia mais sentido eu ler aquilo. Nenhuma equipe havia enviado novas matérias. Fiquei ali, revisando matérias e mais matérias. Tentado aproveitar algo de tudo e transformar em algo interessante para adolescentes e jovens aluados como eu.
No Telegram todos estavam ocupados e, sim, isso é um saco. ‘Sem querer’ fui para o Youtube e comecei a ver Blonde da Alizée (Essa música mexia com minha criança interior #Fantastique) depois fui Alejandro (Me lembrava do primeiro garoto que tentou me tentou tocar). Pulei para G.U.Y . comecei a mexer meus pés em baixo da mesa. Minha boca involuntariamente se mexia “G. U. Y”.
Meu celular gemeu e eu senti sabia que ia ser mais uma mensagem inútil, mas abri «Pensei que você odiasse inglês.» A bolsa tinha tombado para o lado e eu mexia só com uma mão.
«Odeio tantas coisas.» respondi digitei só com meu indicador apoiado no meu braço esquerdo (a maioria da minha passei assim apoiado em minhas mãos).
― Eu já pedi desculpas. ― Ele falou tirando meus fones. Apagou a tela.
― Pessoalmente? ― falei me levantando. Acho que só provoquei-o mais. Ele amava que eu fosse arrogante.
― Desculpa, beleza? Tá, mas por que não queres mais falar com o... ― Veloso poderia ser bem desagradável. Acho que ele deveria estar pulando, pois eu não estava interessado em seu rival, por assim dizer.
― Porque não quero. ― falei indo para o banheiro. (Atitude que eu tinha na sexta série, quando Bruno começava a me magoar.). Tranquei-me na cabine e sentei-me cruzando as pernas em cima do tampo quadrado de algum material sintético.
Lembrei-me dum jogo recente, um jogo qualquer (ao menos para mim) do Real Madrid. Em que eu havia encontrado Augusto e Bruno com mulheres em seu colo. Olhei com meu um olhar de eterno desprezo para eles.
Veloso não era igual a Bruno, nesse momento ele tinha se sentado em frente a minha cabine. Ele deveria ter ouvido minha voz fina e escandalosa, que nunca mudava. Por mais baixa que falasse fazia um escândalo.
« Pah, pah, pah
Le monde est aux blonde, décolorée ! »
Estava também conversando com a Jaque, mas ela tinha que ir. Ela já tava melhor e já tinha quebrado e levado o Jean para o hospital por causa de um vaso que... Sem querer parou no meio da cabeça dele. E claro, ela voltara para ele. Eu a entendia.
― Não vais almoçar? ― ele perguntou de boca cheia do outro lado. Eu ia responder que não, mas minha barriga gemeu.
― Para Augusto! ― falei saindo da cabine.
― Augusto? ― falou ele como se eu tivesse xingado-o da pior coisa no mundo.
― Ficas perguntando sobre ele toda hora. Acabou saindo. ― falei enquanto a Lady Gaga cantava G.U.Y em meu canal auditivo. ― Peço que seu ego me desculpe.
― Ah, vai tomar no cu! Caralho! ― falou ele frente a mim. Tombei, ele me agarrou. Olhou no fundo de meus olhos. Soltou-me.
― Grosso.
― Antiquado e ridículo. ― Olhou-me e foi embora. Não estava nem um pouquinho a fim de ficar ali mais um momento.
Por que os caras eram assim comigo? Engraçado isso só acontecia com meus conterrâneos brasileiros. Eu acho que irei morrer sozinho! Eu me sentia usado. Eu acho que talvez não deva misturar-se trabalho com paixonites, pois, onde se ganha o pão não se come a carne. De certo, não era só eu que era ridículo ali. Talvez, eu aceitasse minha “ridicularidade”. Mas, ele também o era, afinal era ele que só queria sexo! O incrível era obsessão que eles ficaram.
Peguei meu bloco e escrevi «Demito-me, mas as minhas matérias podem ser publicadas, claro, se quiser». Arranquei a página. Coloquei a alça da bolsa em meu ombro e sair. Ele nem ao menos me olhou, continuou fazendo alguma anotação ou algo do tipo, Fabíola estava ao seu lado. Eu não gostaria de ser confundido com ninguém, mas, ah tanto faz, não? Coloquei o papel dobrado ao lado dele e sair.
Estava tão atordoado que nem ao menos prestei atenção enquanto apertava o botão do elevador. Fabíola mexeu sua mandíbula, mas não tentei compreendê-la. Ele abriu o papel ainda olhando para o de Fabíola. Depois, ele o leu e virou a cabeça para o elevador como me desafiando. A porta fechara.
Entrei no elevador e pensei <Viu?! Não há nada para se temer>
Respirei fundo e falei que não havia nada ali para se temer. Fui para longe do painel. Ele começou a andar com aquele assustador barulho eletromagnético. O elevador parou no trigésimo andar. Comecei a suar frio. Liguei para Veloso. Ele não atendeu.
<Nada de mal vai me acontecer!> pensei.
Talvez eu devesse sofre, talvez fosse meu carma... Eu simplesmente o tinha.
< Touch me, touch me don’t be swet...> O elevador começou a descer ou será que estava a cair? Estava descendo era muito rápido. < Ah sim... Vou morrer!>. Eu estava lagrimando com os olhos fechados. Esperei o ponto de impacto. Pulei. Abriram-se as portas do elevador.
O porteiro veio me socorrer. Olhei mais uma vez para trás, mas como ele disse a porta do elevador havia se fechado. O Sr.porteiro voltava para seu posto. Quando estava saindo duas crianças (uma menina e um menino) sorridentes corriam na calçada e uma caiu chorando a outra ficou desolada.
― Não chora. Logo, vai passar. ― falei sentando elas à escadaria. ― Cadê seus pais?
― Estão vindo aqui. ― falaram as duas crianças duma de maneira incompreensível.
― Eu quero entrar! ― falou a menina enquanto o menino terminava de se lamentar.
― A gente tem que esperar seus pais, tá? ― falei. ― Esperar deixa eu te ajudar.
― Não vai ser mal com a gente, né? ―perguntou a menina.
― Eu tenho cara de ser mal? ― perguntei rindo.
Tirei um lenço e uma garrafinha d’água da bolsa. Joguei um pouco d’água no joelho dele. Molhei o lenço e comecei a limpar.
― Tá melhor, né? ―falei apertando a sua bochechinha.
― Sim, tá “bosíssimo”. Não dói mais. ― falou me fazendo rir e lembrar de como eu falava quando pequeno.
― Não é assim! É boníssimo! ― Corrigiu a menina. Ela me lembrava da minha irmã.
― Tô nem ai. ― retruncou o irmão.
― Onde estavam? Quem é você? ― perguntaram um homem e uma mulher.
― Pai, mãe! ― falaram as crianças.
― Eu os achei. Ele tinha caído. Desculpa. Eu me chamo Henrique.
― Tudo bem. Obrigado. ― falou aquele que deveria ser o pai.
― De nada. ― falei me despedindo e dando as costas.
Fui para a praça mais próxima, comprei um sorvete de chocolate. Deixei meu orgulho de lado e liguei para Ana, por mais que eu tivesse outros amigos ela era incomparável e não sei... A Ana era a Ana (dizem que o melhor ser que uma mulher pode ter amizade tem que ser gay. Pois, concluo que para os gays o melhor ser para se ter amizade tem que ser mulher)!
Ana não atendia. Estava me odiando. Liguei para vovó, ela atendeu:
― Alô? ― disse sua voz que com tempo enfraquecia mais.
― Vó, sou eu Henrique. ― falei com carinho. Dei uma lambida girando o sorvete.
― O que foi meu amor? Por que essa vozinha? ― perguntou ela bem calma
― Ai, vó, nem sei mais o que fazer. Tô tão confuso. Desculpa, mas a senhora é minha única amiga.
― Por que isso? Você não queria ir morar no Rio por causa da proposta de emprego, ser independente? Então.
― Perai, vó. ― Coloquei o fone de ouvido, cruzei minhas pernas sob o banco e apoiei meu rosto no punho fechado. Coloquei o celular em minha entre pernas. ― É, vó, mas é complicado.
― Você já encontrou com Olinda? E seus primos?― Tentou mudar de assunto. ― Você precisa de companhias!
― Não vi ninguém e nem quero ver vó. Tô pensando seriamente em tomar uma mão enorme Diazepam, Racumim, Ácido Caustico e morrer.
Como se tivesse coragem, pruf. Que tonto.
― Não fale besteiras! ― falou ela irritada. ― Você tem toda uma vida pela frente. Não pense nessas coisas! Você pode fazer uma família linda. E feliz
“ Vovó sempre vai estar aqui. Você pode recomeçar sua vida por aqui ou por Goiânia. Vovó sempre vai lhe ajudar sempre, sempre. Tá, meu bebê? Lembra quando a vovó cantava para você? Eu agradeço a Deus, por você sempre continuar livre, mas sem essas merdas que essa vida podre pode oferecer.”
― Mas eu sou infeliz, vó. ― falei.
― Levante as mãos para os céus e agradeça por tudo. ― falou.
― Tá, vó, obrigado ― falei. ― Te amo muito.
― Também. Qualquer coisa já sabe. Vem para o lado da sua velhinha. Beijo, meu filho . ― falou ela.
― Beijão, Chica maravilha. ― Demos uma risadinha e desligamos.
O sorvete, por incrível que pareça, ainda estava inteiro. Levantei-me ouvindo Blonde (sim, eu sou doente mental e quando pego algumas músicas fico com elas até enjoar). A figura mais manjada do mundo, para mim, apareceu ao meu lado. Tinha tantos lugares na cidade e ele tinha que estar justamente ali?!
Se ele ao menos ele me tocasse tacava o sorvete na cara dele. E perguntaria “Não tens vergonha na cara?!”. Ai ele, com aquela cara cínica e fofa (own), ia me perguntar “Por quê?”. Eu iria responder “Primeiro: Não podes me controlar!” Ele ia tentar falar, mas eu ia tapar sua boca e continuaria “Segundo: És um safado e nananinanão” ele ia abrir a boca “...calado! Terceiro: Tás com a MÃE da Larissa e eu não sou brinquedinho para ser usado. Ok? OK”
O ponto de táxi ficava do outro lado da praça caminhei. Olhando à paisagem (e que paisagem) bem chamativa... Músculos suados que acabaram de sair da academia perto do prédio preto e branco. Ah, acalmem-se, acalmem-se hormônios!
― Ei, ei! ― Me virei com a interjeição. Era um brancão (possivelmente futuro fisiculturista), loiro todo suado, com uma regata preta. Ele tava sentado num banco depois do que eu estava sentado; tinha outro cara lá, acho que deve ser amigo. Estava rindo dele. ― Sabes onde fica a Rua Marechal Deodoro da Fonseca?
― Desculpa, mas não sei não. ― falei me controlando para não rir. Quando ficamos perto dum cara gato os nervos formigam. Admitam!
― Hum, sabe, só tô aqui para dizer que meu amigo ali tá querendo te conhecer. ― falou ele colocando a mão nos bolsos do short prata de algodão.
― Desculpa, mas eu namoro. Inclusive estava esperando ELA. ― Aquilo parecia um show de comedia. A qualquer momento eu explodiria de tanto rir
― Tá de curtição, sério? ― balancei a cabeça. ― Puts, desculpa “aê”. ―falou desconcertado.
Augusto estava no mesmo banco que eu estava há pouco, ele desviou o olhar quando os meus encontraram os dele.
― Mas, sorte ai, viu? ―falei dando um tapinha no ombro dele.
― Pô, valeu. ― falou muito mais envergonhado.
Pensei: ‘Só assim para eu rir’. Fui para casa com ‘Crepúsculo’ e um pote de sorvete na mão. Coloquei uma roupei bem jogada e confortável. Camisa e calça moletom. Fechei todo e qualquer tipo de conexão com o mundo exterior. O apartamento estava um breu total. Coloquei o split no máximo. Eu estava deitado na sala, no meu sofazinho. A campainha toca.
Os carinhas da praça estavam aqui. Mas... como?
― Oi? ― falei. Ele tomou um susto.
― Damião? ― falou ele.
― Como sabes meu nome e endereço? ― perguntei. Nisso Augusto passa por detrás dele com Vanessa, que me olhou com um desprezo incomensurável. Augusto estava cheio de malas.
― Hum... Coincidência, não? ― falou ele sorrindo. ― Não vai me convidar para entrar? ― perguntou. ― Sou teu primo Gustavo, ao menos eu acho... E... Hum... Desculpa-me pela praça?
― Ah, sim, o neto da tia Olinda? Praça? Ah, caro, claro. ― falei. ― Ele também é meu parente? Entrem, entrem. ― disse saindo do caminho.
― Não, é meu ‘personal’. ― falou.
― Desculpem-me por estar tudo assim. Sentem-se, por favor.
Tentei embolotar toda aquela bagunça em uma trouxa só. Eles olharam para a Bella no carro do pai dela e se olharam. Eu estava de costas para eles.
― Querem algo?
― Tua avó ligou para minha avó. Ela disse que tava só por aqui, que tava pra baixo.
― Não acredito. ― falei.
Eu tinha acabado de ligar para ela!
― Querem sorvete? ― disse com a boca um pouco ocupada...
― Acho que não tô a fim de ficar um gordo. ― disse Gustavo. Tomei como pessoal. ― Não que você seja gordo. Pelo contrario... É muito fragilzinho. Não é, Samuel? ―falou.
― É, sim. Vai lá na academia qualquer dia desses. ― disse ele sorrindo para Gustavo.
― Desculpa pela grosseria, mas, não acho que seja local para mim. ― falei pegando uma mão de pipoca. Ponto para mim HA!
― Onde é o banheiro? ― perguntou Samuel sem jeito.
― Cozinha é a última porta do lado direto. Você vai à área de serviço. É a porta que é defronte.
― Tá, valeu. ― falou Samuel quase que correndo. ― Tentando traduzir... ― Retruncou.
― Bom, vim te convidar para o aniversário da vovó. Tava pensando também em fazer uma festinha, depois, sabe? Só para os mais íntimos... ― Ele falou com a voz bem quente dando aquela pegada.
― Acho que sei... ― falei desconcertado dobrando as pernas sob o sofá. ― Mas tenho muitas coisas para fazer. Desculpa e... Não vai dar, desculpa. ― falei me levantando. ― Mas, talvez eu vá para a festa da tia Olinda.
―Tá, tá. ― falou ele desanimado. ― Foi mal mesmo.
― Eu vou mandar o convite para cá belê?
― Tudo bem. ― respondi.
― Mas... Cadê a tua namorada? ― falou ele digitando algo.
Ele me pegou. Puta merda!
― Tá... hum... Tá na... Na... academia ― fingi um falso esforço para pegar o sorvete.
Ele entregou em minhas mãos.
―Na?
― Gym! ― falei no impulso.
― Academia? ― perguntou agora me olhando.
― Isso! A-ca-de-mi-a ― falei como uma criança
― Por que Gym? ― falou ele cruzando os braços e rindo.
― Gymnastique. Cheguei da França tem pouco tempo. ― falei colocando uma colherada gigante de sorvete na boca.
―Maneiro! Mas e a tua namorada. Qual a academia dele? Foi mal... dela.
― Acredita que não sei? ― falei querendo rir da cara dele.
Meu celular tocou fui tentar pegar, mas cai tropeçando em um par de sapato diante Gustavo.
― Eu também quero participar da festinha. ― Apareceu Samuel vindo do corredor. Eu me levantei imediatamente.
― Se toca! ― olhei para ele.
― Não tem festinha nenhuma aqui. ― falou Gustavo com a voz brava. Levantou-me.
― Foi mal! Foi mal! Tava tirando. ― falou Samuel.
― Tudo bem. ― falei e continuei. ― Bom, obrigado, obrigado por vir aqui ― falei abraçando-o desengonçadamente.
― Valeu. Até mais. ―disseram Gustavo e Samuel.
― Até. ― disse os vendo entrando no elevador.
Vi Augusto no banco de cerca de 150 cm², que ficava entre duas mini palmeiras. Encostei a porta, peguei a caixa com o laço vermelho, caminho até o banco e deixo-a ao lado de Augusto.
― Nem vistes o que é. Não? ― falou abaixando o Ipad.
― Não. ― falei por cima do ombro. A aliança dele brilhava. Doeu-me o coração. ― Não preciso.
― É isso mesmo que queres? ― falou enquanto eu lhe dava as costas.
Poderia ser meio criança de minha parte, mas fiquei em silêncio. Estava urgentemente precisando de um psicólogo, analista ou quaisquer diabos que me ajudasse a achar-me. Fechei a porta e escorreguei até o chão. Criei coragem e me joguei no sofáGUINHO, geomateus: Obrigado, me deixa muito feliz saber que o conto está bom. Que está sendo agradável. Beijo ;D
Ru/Ruanito: Que bom que você também está gostando. Mas, com relação ao "OBEIGADA" é um detalhe do personagem. Anotei aqui, pode deixar. Prometo que não haverá mais ;). Acho ótimo quando tem a aprovação de vocês, porque me fascina quando fascina vocês! (Kibei a frase do vlogger ashhuashusahushuauhas’. #disfarça). Não sei se você já notou, mas ele é (eu acho) meio PAM huashuhasuhuashusahu'.
E me desculpem por ter saído um pouco longo e se houver algum erro. Sempre feito com muito carinho ;).