E aí galera, como prometido está aqui o penúltimo capítulo. Se você chegou até aqui saiba que você tem um lugar guardado no meu coração kkk vou tentar parar com a ladainha (mas é verdade).
Então hoje o negócio vai ser um pouco especial. O capítulo se chama "Simples canção", e por causa disso vai ter uma canção (óbvio). Talvez vocês não curtam a música que eu escolhi por vários motivos (é chata; eu nunca ouvi; eu preferiria outra; seria melhor se fosse uma da Joelma) mas acontece que eu comecei a escrever essa budega por causa dessa música e foi dela que eu tirei grande inspiração pra escrever a história inteira. Então nada como prestar uma homenage ( o ménage, os entendedores entenderão).
A música é gringa e se chama "Simple Song" da banda "The Shins". No conto eu uso alguns trechos dela (quase todos,só que no caso em uma tradução meia boca) e então se você quiser ler e escuta-la eu vou deixar o link por aqui. E se não der certo taca o nome da música no Google ou sei lá, dá seus pulos por aí.
https://www.youtube.com/watch?v=GyAJ4V06izg
Então vamos primeiro aos comentários da galera...
"SafadinhoGostosoo": Seria maneiro se um deles morresse né kkk brincando (ou não), mas lindo é você que desde o começo esteve aqui comentando cada capítulo... Valeu cara :D
" Riquinho_": ASHUAHUSAH ri muito, vai nessas ideia de chinelada pra ver o que te acontece rapaz kkk mas não se preocupe porque eles estão bem (talvez) kkkkk obrigado por tudo cara e um abraço pra ti :D
"HenriQ": É cara vai se acostumando que isso vai voltar a se repetir daqui pra frente kkkkk é zueira, mas vlw por todos os comentários cara :D
"geomateus" Fica triste não pois a vida é bela e vai dar tudo certo kkkkk vlw por tudo cara e um grande abraço pra ti :DIX- Simples canção
"Bom, esta é apenas uma simples canção
Para dizer o que você fez
Eu contei a você sobre todos aqueles medos
E da forma que eles se foram
Você deve ser forte
Quando sente-se como um oceano
Sendo aquecido pelo sol..."
Era a milésima vez que escutava essa música.Talvez eu até poderia trocar e ouvir outra mas não dava, sempre que ela acabava eu voltava desde o começo.
Nunca fui de escutar muita música, não que eu não curta, mas a única coisa que eu queria fazer naquele dia era ficar deitado e pensar na vida. Aquele estava sendo o pior sábado da minha vida e o tempo parecia não passar, cada minuto durava uma eternidade e eu já não sabia o que fazer.
Queria começar a minha vida do zero, poder voltar no tempo ou sei lá, fazer qualquer coisa que pudesse mudar a minha situação. Só que não ia rolar, a única coisa que poderia fazer era concertar a cagada que eu tinha feito então comecei a relembrar cada coisa que tinha acontecido naquela quinta-feira.
"Quando eu tinha apenas nove anos
Eu juro que eu sonhei
com seu rosto em um campo de futebol
E um beijo que eu mantive
Sob meu colete
Separado de tudo, exceto do coração em meu peito..."
Estávamos na quadra municipal disputando o campeonato, era minha vez de sacar e eu estava nervoso pra caramba.
Rodrigo veio até mim e me deu um beijo na boca e disse que me amava. Fui até a linha com a bola na mão e saquei. A bola foi em uma velocidade espantosa e caiu no campo adversário sem ninguém ter percebido de tão rápida que tinha passado. A escola comemorou e a gente saiu de lá gritando "É CAMPEÃO, É CAMPEÃO". Encontrei Rodrigo e agarrei ele com vários beijos, depois disse um "eu te amo".
Até aí dava para acreditar só que depois todo mundo começou a dançar e cantar, parecia High School Musical só que no caso a música era do Latino. Acordei meio assustado sem saber direito onde estava.
Olhei pro lado e percebi que eu estava em um hospital. Tentei chamar alguém mas a minha voz não saia. Procurei alguns botões que nem tem em filme mas também foi inútil. Sentia um pouco de dor na cabeça e uma fraqueza no corpo inteiro. Consegui virar a cabeça e olhar para uma janela e vi que era noite.
A porta se abriu e um médico e uma enfermeira entraram na sala. Eu pedi um pouco de água e enquanto a enfermeira ia buscar o médico começou a conversar comigo. Ele disse que eu tinha sido atropelado e tinha sofrido com uma pancada na cabeça que me fez desmaiar. Levantei um pouco a cabeça e vi que não tinha nenhum gesso então deduzi que não tinha quebrado nada. Passei a mão na cabeça e vi que ela tinha um curativo. Meus braços estavam ralados mas nada era tão anormal assim.
A enfermeira voltou com água e também com meus pais. O médico disse que eu ficaria bem mas teria que ficar lá por um dia de observação. Concordei meio desanimado e enquanto conversava com meus pais eu também comi uma sopinha lá porque eu estava morrendo de fome. Depois disso meu pai começou um sermão típico de "Você tinha que tomar cuidado" mas por sorte minha mãe estava lá e ela disse que foi tudo culpa do motorista que tinha me atropelado. Eu sabia que ela estava errada mas mesmo assim fiquei quieto. Minha mãe ia passar a noite comigo e meu pai ia pra casa. Ela me ajudou a tomar banho e a me deitar novamente, assim eu dormi.
Minha mãe me acordou no outro dia dizendo que eu tinha visitas. Perguntei quem era e ela disse que era uma menina e um menino. Pedi pra minha mãe me fazer um favorzinho e como ela é da "zueira" ela acabou aceitando. Ela saiu e depois de uns três minutos Bia e Rodrigo entraram na sala.
Quando minha mãe disse que era uma menina e um menino pensei que poderia ser Igor ou Denis mas não era nenhum dos dois.Meu coração disparou, olhei para Bia e ela estava com uma cara de acabada e Rodrigo estava meio angustiado. Sua aparência estava normal apenas com um olho pouco inchado e um curativo na testa parecido com o meu.
Eu fingi que estava confuso e os dois foram chegando mais perto, Bia carregava uma cesta que ela colocou em cima da minha cama.
- E aí, como que você está ? - ela perguntou.
- Quem são vocês ? - eu perguntei.
Tinha falado para minha mãe dizer para eles que eu perdi um pouco da memória e pelo jeito eles estavam caindo.
- Somos seus amigos - ela disse chateada.
- Eu não tenho nenhum amigo, exceto pela galinha pintadinha.
Rodrigo ficou assustado mas Bia deu uma risadinha.
- Você não consegue mentir para mim e muito menos a sua mãe.
Rodrigo olhou pra ela como quem não entende nada e virou pra mim como que se tivesse caído a ficha.
- Vai se fuder - ele disse rindo.
- E aí, como você está? - Bia disse chegando mais perto
- Tô bem, só bati a cabeça e vou ter que ficar mais esse dia aqui.
- Nossa, vai ficar mais retardado do que já é
- Tá muito piadista em menina
Ela pegou a cesta e colocou perto de mim.
- Fizemos isso pra você, a sala foi na padaria e cada um comprou alguma coisa, então eu pedi dispensa e vim aqui com o Rodrigo.
- Nossa valeu - eu abri a cesta e vi um monte de guloseimas e também um bilhetinho "MELHORAS PARA NOSSO
COLEGUINHA DE SALA PORQUE COISA RUIM NÃO MORRE CEDO". - quanto amor.
- Sim, eu vou procurar uns copos lá na recepção, ok ? - Bia disse me olhando com malícia e saiu da sala me deixando sozinho com Rodrigo.
A partir daí tudo começou a dar errado.
...
A música acabou e eu coloquei mais uma vez para tocar. Aproveitei para ver as horas, eram seis e meia. Nessa hora o time já devia estar se aquecendo para o jogo que ia começar as sete da noite. Meu pai me chamou na cozinha para jantar e eu disse que não estava com fome.
Fiquei me perguntando quanto tempo eu levaria para sair do meu quarto e ir até o ginásio municipal. Pensei que talvez desse tempo de eu chegar lá mas mesmo assim o que poderia fazer ? Meus braços estavam todos ralados e minha cabeça ainda doía de vez em quando, então jogar eu não poderia e ainda por cima eu não ia conseguir olhar para a cara do Rodrigo. Tirei essa ideia da cabeça e voltei a me deitar e escutar a minha música.
"Sei que as coisas podem ficar difíceis
Quando se decide fazer tudo sozinho
Não pense que você tem de ser durão, sangrar como uma pedra
Pode ser que não haja mais nada tão crítico em nossas vidas
Quanto este pequeno buraco"
...
- E aí como você tá ? - eu perguntei para o Rodrigo.
- Não muito melhor que você - ele riu - me trouxeram para cá também, mas eu sai ontem a noite.
- A Bia disse que você tinha quebrado alguma coisa.
- É, pensaram que eu tinha quebrado o nariz. - Ele se sentou numa cadeira do lado da minha cama - Mas como você sabe isso ?
- Antes de eu ser atropelado a Bia me ligou pra avisar e então... - eu não sabia como falar.
- Então você correu para me salvar né.
Ficamos em silêncio por um longo momento até eu achar algo o que falar.
- Eu estava preocupado, pelo jeito que a Bia estava falando eu pensei que eu ia chegar lá e te encontrar morto.
- Estava tão preocupado que nem se quer tomou cuidado em atravessar a rua ? Pior super-herói do mundo - ele disse rindo
- Eu só queria te ajudar
- Ah claro, e você ia chegar lá e fazer o que ? Eu já tinha apanhado e estava desmaiado no chão.
- Desculpa se eu tentei te ajudar.
- Ajudar como ? Se jogando na frente de carros? - ele falou um pouco mais alto mas depois se arrependeu - desculpa é que você me deu um baita susto. Eu estava fazendo o curativo quando fiquei sabendo que você tinha sido atropelado. Fiquei chorando por umas 2 horas pensando que você iria morrer.
- Imagino
- Você é muito especial para mim e eu não quero que você faça mais essas cagadas para tentar me ajudar entendeu?
Eu olhei para ele e sorri, por um momento pensei que tudo ia ficar bem mas então eu falei.
- Você também é um bom amigo cara.
- Eu te considero bem mais que um amigo - ele sorriu e se aproximou um pouco mais de mim me dando um selinho. Foi bem rápido, mas mesmo assim fez meu corpo inteiro se arrepiar. Ele me olhou e viu que eu não estava tão feliz assim - O que foi ? Não gostou ?
- É que eu acho melhor ficarmos no "amigos" mesmo. - eu disse meio sem graça.
- Ah sim...
- Não é que eu não goste de você, é que eu não quero me arrepender mais pra frente e perder sua amizade. Eu não estou pronto pra isso e talvez eu acho que não seja a coisa certa.
Ficamos em silêncio mais uma vez. Dessa vez foi ele que quebrou o gelo:
- Você só está com medo - ele disse já meio bravo - ou com vergonha de mim.
- Não é isso cara ... - eu tentei mas ele me cortou.
- Me diz como eu posso ser amigo de uma pessoa que toda vez que eu chego perto faz o meu coração bater mais forte!
- Você não entendeu...
- Hem? Me diz como ser seu amigo se toda vez que eu penso em perder você eu já tenho vontade de chorar!
E infelizmente ele já estava começando a chorar
- Eu só quero ser seu amigo
- Amigo ? Toda vez que olho pra sua cara eu sinto que te amo cada vez mais.
- Calma, não foi você disse que nunca mais iria querer olhar na minha cara??
"Falei merda", pensei. Ele apenas olhou pra minha cara e disse se levantando:
- Era o que eu deveria ter feito - e lá foi ele saindo da sala. Eu até tentei falar um "espera aí", mas não ia rolar.
E dessa vez as lágrimas saíram dos meus olhos.
...
O que estava acontecendo comigo? Eu sei que eu tinha feito a coisa certa mas mesmo assim parecia que o certo era o errado ou tudo estava errado. Pensei em ir dormir mas nem isso eu conseguia fazer direito.
-Qual é o meu problema?, Que merda eu estou fazendo? - eu disse em voz baixa pra mim mesmo
E a resposta veio com a música:
"Lembra de quando caminhamos uma milha até sua casa, com um brilho no escuro
Fiz um jogo desastrado com o seu coração
E o ato acendeu uma faísca
Você usou um encanto sobre a cadeia que eu roubei especialmente para você
O amor é uma ação delicada que fazemos
Sem nada a provar.
Isso eu nunca soube"
Me levantei da cama. Não iria deixar aquilo acabar desse jeito. Já eram sete horas e o jogo já devia ter começado mas mesmo assim eu iria estar lá. Não só pelo jogo mas também pelo Rodrigo. Me troquei rapidamente e fui falar para o meu pai me levar até o ginásio. Ele sismou um pouquinho mas eu insisti tanto que ele foi pegar a chave do carro.
Rodrigo tinha razão, eu estava com medo, tinha sido um covarde e agora eu iria consertar as coisas. Liguei para Bia e rapidamente ela me atendou, escutei o barulho e a gritaria típica de jogos e falei:
- Alô Bia, como tá as coisas por aí ?
- Estão mal, eles estão perdendo o primeiro set.
Talvez se eu tivesse lá poderia dar uma ajuda, talvez, meu pai me chamou com o carro já do lado de fora da garagem.
- Está bem, daqui a uns cinco minutos eu chego aí
- Mas como... ? - ela tentou, mas eu desliguei e entrei no carro.
Estava na hora de eu demonstrar meus sentimentos pelas coisas que eu amo. E assim eu desliguei o foda-se e comecei a realmente me importar com o vôlei, com meus amigos e principalmente com o Rodrigo .
E no caminho inteiro eu fui escutando com o meu fone de ouvido:
"Bom, esta é apenas uma simples canção
Para dizer o que você fez
Eu contei a você sobre todos aqueles medos
E da forma que eles se foram
Você deve ser forte
Você se sente como um oceano
Sendo aquecido pelo sol... "Então é isso galera até semana que vem eu posto o ÚLTIMO CAPÍTULO, e agradeço desde já a quem leu e a quem comentou pois tudo isso é para vocês. Não se esqueçam de deixar a opinião pois ela além de bem-vinda é de extrema importância pra eu saber o que vocês estão curtindo pra ir melhorando cada vez mais nos próximos (calma kkk só vai ter mais um), eu tenho umas ideias na mente mas antes de eu falar eu gostaria de saber se vocês curtiriam uma nova temporada, um "Só nós conhecemos 2", ou um "Só eles conhecem", sei lá como que chama. Eu to tentando escrever uma nova série só que no caso ela vai ser mais séria, um pouco mais madura e bem diferente dessa que eu tento puxar mais para o humor e eu vejo que vocês curtem mais o humor, então eu to perguntando por causa disso.
Mas por hoje é só, muito obrigado pra todo mundo e fiquem aí com a "sinopse" do último capítulo.
X- "Desliguei o foda-se": Cesar terá que tomar atitudes racionais e saber lidar com os desafios, pois todos os seus amigos dependem disso.
