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Ele me recebeu tão simpaticamente que eu não senti apreensão em entrar normalmente na sua casa. Assim que atravessamos a porta principal avistei uma casa enorme, era detalhadamente linda e cada espaço parecia ter sido bem planejado. Chegamos à sala e havia uma mulher loira de pé nos aguardando, ela também mostrou um sorriso simpático. O Gui foi em direção a ela e beijou sua mão, como se pedisse sua bênção.
- Olá, me chamo Mariana – disse a mulher dando dois beijos em cada lado do meu rosto. Apresentei-me como Henrique. O Gui se sentou e o Bertoli pediu para que eu me sentasse também, nós estávamos de frente para eles.
- Bom, o Tito nos disse pouca coisa sobre o que aconteceu. Eu queria entender tudo desde o começo, mas ele me pediu que esperássemos por ele. Você o conhece, não é? – disse o sr. Bertoli e fez a pergunta para o Gui que apenas confirmou com a cabeça. Logo ele continuou – Enquanto isso nós queríamos falar sobre outras coisas. Espero que você não se importe Henrique – Eu não entendi, mas falei que tudo bem.
- Gui, você sabe que sempre lhe amamos como se fosse nosso próprio filho – agora quem falava era a Mariana – quando vocês assumiram que estavam namorando foi um choque, nossos dois filhos namorando, era estranho, era errado, era... Um pecado. Mas você é tão bem resolvido, sensato, achamos que não seria uma má ideia, afinal, você nem é do nosso sangue.
- Apesar de que nós o amamos como fosse – disse o sr. Bertoli.
- Exato. Nós deixamos nossos conceitos de lado, não há certo ou errado quando falamos de amor, e eu o entendo, meu filho. E independente dos seus relacionamentos você continua sendo nosso filho e estamos com você torcendo pela sua felicidade, okay?
O Gui foi em direção a ela novamente e lhe abraçou, não dava para saber se ele chorava, mas eu fiquei emocionado com todo aquele carinho e aquelas palavras. Fiquei pensando nos meus pais, eles nunca me entenderiam daquela forma, nunca chegariam a pensar como estas pessoas de mente extremamente aberta. Ele voltou a sentar-se ao meu lado e segurou em minha mão. O Bertoli olhou para mim sem muita emoção, apenas mirou-me.
- E quanto a você, Henrique? O que faz aqui? – Perguntou-me como se não estivesse entendendo nada. Agora quem não estava entendendo nada também era eu.
- Ora, não lembra o que eu falei para vocês, pai? O Gui me traiu... Adivinhe com quem! – disse o Thiago chegando, ele tinha um sorriso de deboche no rosto. Olhei rapidamente para o Bertoli, ele agora estava mais sério, olhando para mim como se eu tivesse cometido um crime, o que dependendo do lugar poderia ter sido sim um crime.
- Como? – perguntou, seu tom de voz estava um pouco mais alterado.
- Aaah, papai. Esqueci-me de falar mais uma coisa. Vocês lembram-se daquele amigo de infância que o Gui falava tanto? O que acabou com a vida dele? Pois então... – ele caminhou até próximo a mim, estendeu o braço em minha direção – Apresento-os o próprio!
Aconteceu rápido, o sr. Bertoli levantou-se rapidamente e junto a ele sua mulher, ela segurou no seu peito enquanto ele estava vermelho de raiva e fazia menção de querer partir para cima de mim. Nós também já estávamos de pé, o Gui estava na minha frente enquanto o Thiago assistia a tudo com um sorrisinho.
- Pai, o senhor tem que me escutar! – falou o Gui com as mãos pedindo calma.
- O que Guilherme? Você não se lembra de como você era quando chegou aqui? Estava perturbado pelo mal que esse cara e os seus outros parentes fizeram com você! Agora me pede para escutar? – ele ainda estava sendo segurado pela sua mulher, ele falou algo para ele e ele estava mais calmo.
- Não, pai. Eu estava perturbado por viver sem ele! O senhor tem que me escutar! Vamos nos sentar e nós contaremos toda a história, afinal, estamos aqui por isso. Foi para isso esse show, não é Thiago? – disse e encarou o Thiago, que sorrindo confirmou com a cabeça.
Todos voltaram a sentar, o Thiago estava em uma poltrona entre nós e os pais dele.
- Então... O Daros, ou Henrique, é sim o meu amigo de infância, foi ele sim que me fez um mal tremendo. Mas graças a vocês que me ensinaram a perdoar eu decidi dá-lo chance de se explicar. Nós acabamos nos entendendo, no começo eu fiquei muito mal, por isso não ia mais trabalhar na empresa. Mas... Eu não sei explicar, nós nos amamos desde quando éramos criança, e mesmo depois de todas essas histórias tristes nós conseguimos nos acertar, isso não deve ser por nada...
- Deve ser para nós notarmos como você é tolo e burro! – disse o sr. Bertoli. A Marina o repreendeu – Eu não retiro o que eu falei, você está sendo burro, Guilherme! Olha a merda que você está se enfiando.
- Não vim aqui para ser julgado. Sou eternamente grato por tudo que vocês fizeram por mim, eu devo a minha vida a vocês, por isso estou aqui tentando esclarecer a história. Mas é a minha vida e eu vou vive-la da minha forma. Não sou o mesmo adolescente “perturbado” que o senhor acolheu.
- É assim que você agradece... – disse o sr. Bertoli.
- O senhor vai jogar as coisas na minha cara agora? – perguntou o Gui, ele estava indignado. As veias da sua garganta estavam começando a aparecer.
- Você está se comportando de forma desprezível! – disse o Bertoli.
- Desculpe, mas a única atitude desprezível aqui é a sua – eu disse baixo e calmo.
- O QUE? – ele se levantou e se jogou contra mim, o Gui o abraçou, impedindo-o de chegar mais perto de mim – QUEM É VOCÊ PARA FALAR SOBRE SER DESPREZIVEL?
- Quem sou eu? Finalmente você fez uma pergunta qual eu possa responder. EU sou o melhor amigo do seu filho, EU sou a pessoa que ele sempre amou, eu sou a pessoa que fez tanta, mas tanta besteira que não entendo como ainda posso ser digno do amor do Guilherme. Eu sou a pessoa que também sofreu com o afastamento do melhor amigo, eu sou a pessoa que carrega mais culpa do que qualquer um aqui. Eu sou aquele que nunca teve nem a confiança, nem o apoio de ninguém, mas consegui chegar onde estou. EU SOU o homem que ama o Guilherme mais do que todos, o que quer se redimir por tantas burrices! Eu sou aquele que pediu uma ultima chance e nunca a estragarei. Não importa quem, ou o quê, eu sempre estarei junto dele até ele dizer o contrário.
Todos nós ficamos calados nos entreolhando, eu não queria ter que aumentar a voz, mas tinha que tomar alguma atitude. Era horrível a sensação de ter todos te julgando por algo que você fez em um passado distante. As pessoas deveriam perceber que essas desgraças doem mais em mim. Eu queria que eles entendessem isso, queria falar para eles como foi a minha vida sem o Guilherme, queria fazê-los sentir o que eu senti para eles perceberem que eu nunca voltaria a fazer qualquer coisa parecida.
- Não julguem o Guilherme por algo que não pudemos controlar, nós nos amamos e como a senhora mesmo citou há pouco, não há certo ou errado quando se ama. Vocês só precisam saber que nós estamos juntos e eu dou minha palavra de que nunca farei mal ao Gui novamente. Eu sou um novo homem que vocês não conhecem, se quiserem me dar uma oportunidade eu ficarei muito feliz, caso contrário, não posso fazer nada, a única pessoa que me importa é o Gui. Agradeço por escutarem e espero que vocês pensem sobre...
Eles continuaram calados me encarando, aposto que não esperavam que eu tivesse voz. O Gui me olhava emocionado e com um sorriso de canto, notei que ele estava com vontade de me agradecer. Ele caminhou até o meu lado e entrelaçou seus dedos nos meus.
- Acho que não preciso mais explicar nada, gostaria de ter entrado e ter tido uma conversa civilizada com vocês, eu esperava mesmo que todos nós tivéssemos nos entendido como sempre foi, mas como não aconteceu só peço para deixarem que eu pegue as minhas coisas em paz...
O Bertoli apenas saiu da sala e seguiu para algum lugar da casa. O Thiago levantou-se e saiu da casa, a Mariana se levantou chegou mais perto de nós.
- Pegue suas coisas e o que precisar também, meu filho. É coisa demais para resolver apenas em um dia, conversarei um pouco mais com o seu pai quando ele estiver mais calmo – ela deu um beijo na testa do Gui e olhou para mim estendendo a mão – Quero que tudo que você falou seja verdadeiro, até logo! – disse apertando minha mão e indo no mesmo caminho que o Bertoli fez.
Ajudei o Gui a levar suas coisas para os nossos carros, ficamos quase uma hora e meia transportando tudo. O meu carro lotou apenas com as suas roupas, já no dele ele colocou seus livros, objetos, perfumes, sua coleção de carrinhos e de moedas, e mais outras coisas. Conclusão, o antigo quarto do casal ficou quase vazio.
Estávamos indo para a minha casa, eu ia à frente, certo momento recebi uma ligação do Guilherme e olhei pelo retrovisor, ele continuava lá.
- Oi? – atendi.
- Onde meu homem está?
- Estou entrando em um mo... Empre... Hipermercado.
- Por que gaguejou?
- Porque o sinal abriu hahaha se eu levar multa você que irá pagar, mas o que aconteceu?
- Vou passar em um hiper e comprar umas coisas que eu precisarei para morar contigo... Tem um espaço no carro ainda. Vá para casa e logo, logo chegarei.
- Tudo bem. Beijos, te amo.
- Eu também te amo.
Desligamos e eu segui. Estacionei na frente de casa e o carro do Marvin estava do outro lado da rua, sorri pensando em colocar o papo em dia, fazia um pouco de tempo que nós não nos falávamos, e ele também poderia me ajudar a transportar as roupas do Gui para dentro.
Desci do carro e o portão estava aberto, imaginei que ele estivesse esquecido. Mas a porta também se abriu, era o Marvin saindo da minha casa com o nariz sangrando.
- Marvin o qu... – ele passou por mim me esbarrando com força, tentei segui-lo gritando o seu nome, mas ele entrou no seu carro e saiu cantando pneu.
Fiquei olhando para o carro sumindo, voltei meu olhar para a minha casa e mais um rapaz saiu de lá com o supercílio sangrando e uma escoriação no queixo. Esse rapaz aparentava ter seus 17 anos, era branco e tinha o cabelo castanho, era bem alto e magro, tinha cabelo grande para cima. Ele jogou seu skate no chão e subiu nele indo embora. Não esperei para ver até onde ele ia e corri para minha casa e quando entrei logo avistei minha sala toda bagunçada, o Jake estava sentado no chão encostado no sofá. Ele estava com a mão na boca.
- Que merda aconteceu aqui, Jake?
...
Olá meus fofos, finalmente voltei a postar - mesmo que tenha ficado um pouco curto, desculpem-me por isso -. Como já havia avisado, estava viajando. Voltei para casa de novo, talvez viaje mais uma vez, vai depender do amor, se eu for viajar novamente não me esquecerei de avisar e deixar pelo menos um capítulo pronto.
Vou responder os comentários dessa vezAlguém93, Obrigado, adoro seus comentários! Reli aquele conto e vi que foi você que comentou sobre o Daros ter um filho haha, pode mandar mais ideias se quiser. Abraços.
. Marcos Roger, muito obrigado, cara, eu me sinto honrado e nada disso de “fã” haha, somos colegas! Abraços.
. CrisBR1, espero ter respondido com esse conto haha. Muito obrigado! Abraços.
. Neguinha_evangélica*, muito obrigado, flor. Adoro seus comentários, incluindo os que você MANDA eu postar logo hahaha. Abraços.
. Perley, bela foi sobre o Brasil hahaha. Continuando ;) abraços.
. Gik, mas pelo menos achou \o/ Espero que esteja gostando. Abraços!
. Ru/Ruanito, obrigado! :)
. geomateus, continuando ;)
. Pedrolima03, eu fico feliz em saber, e bom, sobre ser melhor autor achei exagero, há tantos bons autores criativos aqui que eu me impressiono por eles estarem apenas aqui e não escrevendo um livro. Mas muito obrigado pelo elogio! Fico muito feliz mesmo! / Sinto-me cumprindo o meu papel, realidade foi o que eu tentei, agradeço a sua percepção haha. E sobre ir até 165, MINHA NOSSA, você quer esgotar minhas ideias hahaha, ainda tenho que ser um bom profissional, mas você também pode ir me dando ideias aí, quando eu conseguir eu encaixo na história e ainda dou créditos hahaha / Um rapaz observador pelo o que eu notei, dessa vez comente com o seu email e diga de qual estado eu sou e SE você acertar eu te mando um e-mail hahaha. Abraços, cara. Obrigado!
. @Santos_Lucas1, senti sua falta, jovem. Obrigado por voltar haha. Outro para você, amigo! :)
. GUINHO, muito obrigado, cara. Gentileza sua! Abraços!
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Obrigado a todos que acompanham independente de comentar ou não, fico feliz do mesmo jeito. Desculpem-me os erros e a demora. Até a próxima.
Abraços a todos!
