Naquela noite, achei que o Bernardo estava um pouco mais solto que o normal. Ele não estava só olhando como costumava a fazer, mas começou a conversar intimamente com uma garota que estava no local. Fiquei na mesa, só de olho. Não ia fazer uma cena, nem nada do tipo porque isso nunca combinou comigo. Porém, era só olhar para minha cara para ver que tinha alguma coisa errada.
Já tinha mais ou menos se passado uma hora enquanto ele conversava com a tal garota, entre risinhos e cochichos, até que me levantei e me encaminhei à saída em silêncio. Paguei a minha parte da conta e estava me dirigindo ao carro, quando ouvi o Kadu me chamar.
- Não ia se despedir de ninguém, não?
- Foi mal, Kadu. Cabeça cheia, é melhor eu ir pra casa.
- Não ta esquecendo nada não? Tá deixando sua bagagem ai.
Ele disse ironicamente se referindo ao Bernardo.
- Acho que sou eu que to sobrando.
- Por que? Você nunca sobra em lugar algum. Eu to aqui, não to?
Eu dei um sorriso e o abracei.
- Valeu Kadu, mas eu vou nessa. Depois a gente se fala, ta?
Ele ainda fez um beicinho, mas concordou. Eu entrei no carro e fui direto pra minha casa. Estava tudo escuro e o resto da família estava dormindo. Chegando ao quarto, me apressei em tirar a roupa e entrar debaixo do chuveiro. Um banho sempre é bom pra relaxar, esfriar a cabeça. Quando sai, enrolado na toalha e sacudindo o cabelo, dei de cara com o Bernardo sentando na minha cama.
- Porra, que susto!
- Por que você me deixou sozinho lá?
- Você já estava acompanhado.
Eu disse virando as costas e indo ao armário pegar um short.
- Vai me dizer que sentiu ciúmes daquela garota?
- Não sei se é ciúmes ou se achei falta de respeito da sua parte.
- Eu não fiz nada, só estava conversando com ela. Normal, ué.
Eu tirei a toalha e ia colocar o short, mas senti suas mãos em mim. Tentei sair, mas ele me segurou com força, beijando minhas costas, enquanto suas mãos apertavam a minha barriga.
- Olha pra você. É perfeito. Eu nunca te trocaria por garota nenhuma. Eu sou louco por você.
Eu virei de frente pra ele e olhei bem nos olhos dele.
- Promete?
- Claro que sim.
Puxei ele pela nuca e o beijei com fome. Ele correspondeu, arranhando minhas costas, enquanto minhas mãos se livravam da sua roupa. Quando a ultima peça de tecido caiu no chão, eu o joguei na cama e em poucos minutos já estava dentro dele, fodendo-o com força, lhe arrancando gemidos altos que eram abafados com meus beijos. A cada estocada, seus olhos se reviravam e eu segurei as suas mãos para que pudesse torturar ele ao máximo. Acelerava os movimentos do quadril até que ele ficasse louco e depois diminuía, me ondulando devagar por cima dele.
Ele tentava soltar as mãos para se tocar, mas eu segurava mais forte e voltava a aumentar as investidas, cada vez mais rápidas e intensas. Assim foi durante muito tempo, a gente já estava suado e sem folego, mas totalmente entregues ao momento. Voltei a foder com força, cada vez mais rápido e fundo, fazendo os corpos estalarem um no outro. Já não estava mais conseguindo segurar o orgasmo que se aproximava, então ele começou a gemer mais alto, quase gritando:
- Ahhhh vaaaiii aaaahhhhhh caralhooo aaahhhhh naaaoo paraaaaa aaaahhhhhhhhhhhhhhhhhh
Senti um jato quente me atingindo a barriga, seguido de outros, ao mesmo momento que senti meu pau latejar soltando litros de porra dentro dele. Olhei para ele e ele estava com os olhos fechados bem apertados, o rosto vermelho pingando suor, os dentes trincados. Seu corpo tremia violentamente, juntamente aos meus espasmos e a um coração que batia descompensado.
Deitei ao seu lado, tentando recuperar o folego. Senti-o sem aconchegando a mim, ainda tremulo.
- Caralho, você viu isso? Eu não me toquei...nossa...que foda! Como você fez isso?
- Sei lá..
Eu consegui responder, ainda sem ar. Tomamos banho e ele acabou dormindo lá em casa. Para minha mãe isso era normal, fazíamos isso desde moleques, só não sei como ela não acordou com tamanha barulheira.
O tempo foi passando.
O Bernardo progrediu na faculdade de medicina e iniciou um projeto social aos fins de semana que resultou numa total falta de tempo. A gente nunca conseguia se ver e o que eu achei ser passageiro, tornou-se uma rotina. Sentia a sua falta, mas procurava incentiva-lo e apoia-lo, pois sabia que era uma profissão de suma importância, que precisava de muita dedicação.
Meus dias se resumiam em faculdade, academia e casa. Dava meus treinos e por conta da ausência do Bernardo, aumentei minha carga horária. Às vezes saia com meus amigos, mas quase sempre sem ele.
Era raro conseguirmos passar algumas horas juntos e tentávamos aproveitar como dava. Ele sempre estava cansado demais e quase sempre dormia enquanto estava comigo. Com isso nossa relação esfriou bastante. Distanciamo-nos, porém sempre achei que todo relacionamento é assim mesmo, tem fases e fases. Ele estava se preparando pra um futuro, construindo uma carreira e eu tinha que estar ao lado dele, da melhor maneira que eu podia.
Nesse ritmo se passou quase um ano.
O Kadu tinha alugado um apê com um colega dele de faculdade e chamou os amigos para o open house na área comum do prédio. Avisei ao Bernardo com dois dias de antecedência, mas isso não adiantou nada. Ele não queria ir, mas não queria que eu fosse só, então acabou concordando em me acompanhar.
É claro que no dia ele esqueceu- se da confraternização, me deixando muito irritado. Liguei várias vezes pro celular dele, que só estava fora de área. Mandei várias mensagens e por ultimo pedi que ele me encontrasse lá.
Cheguei ao endereço bem atrasado e quando o Kadu me viu, seu rosto iluminou-se num sorriso.
- Porra, achei que não vinha mais! Cadê o mala?
- Ele vai vim mais tarde. Parabéns, Kadu! To tão feliz por você!
Eu o abracei forte, mostrando o quanto aquela realização dele era importante pra mim. Ele retribui o abraço e falou:
- Liberdade!!! Nem acredito! Depois te mostro o apê. Vem, pega alguma coisa pra beber ai.
Sentamos numa mesa e ele me apresentou o tal colega da faculdade, que também tinha convidado alguns amigos para o churrasco.
- Ei Kadu, rola alguma coisa entre vocês?
Perguntei cheio de curiosidade.
- Quem?
- Você e esse colega da facul que você vai morar.
- Ah não. Não rola nada não, é só amizade mesmo. Ele tava procurando alguém pra rachar um teto e a gente se da super bem. Ele tem namorada.
- Ah ta, sei qual é.
- Ciúmes?
- Ah para, né Kadu?!
Eu disse, empurrando ele e rindo em seguida. O clima estava descontraído e alegre. A musica rolava alta e sol já tinha se posto. Já era noite e toda hora eu olhava no relógio, mas nada do Bernardo chegar.
- E ai, bora lá conhecer o apê?
O Kadu perguntou animadamente.
- Ta, tudo bem.
Eu respondi um pouco inseguro. Quando estávamos atravessando o hall pra pegar o elevador, o Bernardo entrou pela portaria e nos olhou de cara feia.
- Pra onde vocês estão indo?
- Nossa, você demorou.
Eu falei me aproximando dele.
- Eu tinha esquecido completamente. Fiquei preso lá no projeto, mas agora eu já estou aqui.
Ele disse olhando para o Kadu.
- Ah, jura? Nossa Bernardo, nem tinha percebido.
Ele devolveu a provocação, revirando os olhos e eu intercedi antes que pudesse sair alguma confusão.
- O pessoal ta lá atrás, vamos?
Eu disse, meio que arrastando o Bernardo para a churrasqueira do prédio. Sentamo-nos à mesa e depois de um tempo o clima estava descontraído de novo. Tinha uma galera que tocava ukulele e carron e nossos amigos como sempre estavam falando de mulher na mesa. A gente ria, opinava, mas não passava disso. Um amigo nosso, que conhecemos desde moleques também, virou em nossa direção e falou:
- Vocês dois que eu vou te contar hein? Mais devagar impossível. Faz séculos que eu não vejo vocês pegarem ninguém. Acho que a Jackie te jogou uma macumba, Biel. Acha, não?
- Nada a ver, Renan. Não é porque eu não fico me agarrando na frente de vocês que eu deixo de pegar.
- Ah sim, você sempre foi “come quieto” mesmo, demorou uma cara pra assumir a Jackie, mas e você Dado? (Dado era um apelido do Bernardo pelo qual chamavam ele).
- Eu o que?
- Você era pegador, cara. Desde que voltou dos “States” não pega ninguém. O que foi? Deixou o coração com alguma americana?
Achei que o Bernardo fosse responder tranquilamente, como eu fiz, mas ele travou. Ficou sem fala e terrivelmente sem graça. Os garotos entenderam que ele teve sim alguma paixão no exterior e não queria falar a respeito. Nós dois sabíamos que não se tratava disso. Eu olhei pra ele e perguntei:
- Ta tudo bem?
- Ta sim.
Ele respondeu, forçando um meio sorriso e voltou a ficar sério. O resto da noite ele ficou estranho, não interagia com os outros na mesa, nem parecia estar se divertindo.
- Vamos embora? Eu to tão cansado.
- Tudo bem.
Eu respondi a ele e fui me despedir das pessoas. Entramos no carro e eu perguntei se ele queria dormir lá em casa, mas ele negou alegando que preferia ir para a sua casa para poder descansar melhor. No dia seguinte iria acordar cedo para mais um dia de projeto.
Fiquei um pouco chateado, mas ultimamente isso era normal. Parei com o carro na frente da sua casa e antes que ele pudesse sair do carro, eu falei:
- Be, a gente precisa conversar.
- Tem que ser hoje, Biel? Eu to tão cansado.
- Ai que está Bernardo, você ta sempre cansado. A gente não tem mais tempo um pro outro. Quando você espera ter essa conversa com a agenda que você tem?
Ele se acomodou no banco, virando de frente pra mim e falou:
- Tudo bem, o que você quer conversar?
- Eu quero saber o que está acontecendo. Eu sei que medicina é curso foda e que toma muito tempo. Eu sei que você tá engajado nesse projeto e acho muito nobre da sua parte, mas eu quero saber se tem mais alguma coisa. Tem?
- Não entendi. Tem o que?
- Tem mais alguém?
- Claro que não. Eu não tenho tempo pra porra nenhuma, como você pode pensar nisso?
- Como? Quando foi a ultima vez que fizemos amor? Que nos beijamos até? Eu mal te vejo. Poxa, a gente vai fazer um ano de namoro. Eu pensei da gente fazer algo legal, viajar, passar um tempo só nós dois.
- Eu acho ótimo, só tem que ver se eu vou ter tempo. Vamos fazer assim, amanhã eu já organizo algumas coisas e vejo se consigo tirar uma semana, ta bom? E amanhã, podemos passar o resto dia juntos, me pega lá na sede. Pode ser?
- Tudo bem, eu passo lá no final da tarde.
Nos beijamos e cada um foi pra sua casa. No dia seguinte, me arrumei e fui pegar ele. Já tinha planejado fazer um programa legal, jantar e depois passar a noite juntos, para que isso nos reaproximasse e quem sabe melhorasse as coisas entre nós.
Parei quase em frente à sede que ele tinha o projeto, em uma comunidade mais humilde da cidade e fiquei esperando por ele. Quase meia hora depois, nada dele sair. Então olhei para a esquina e vi um grupo de pessoas sentadas na mesa de um boteco e o reconheci no meio delas. Ele estava bebendo cerveja, rindo animadamente com mais três garotas e um cara.
Sai do carro e fiquei olhando em direção a eles. A garota ao lado praticamente se jogava pra cima dele, sendo muito bem amparada pelo mesmo, que esbanjava charme ao grupo. Eu estava usando um boné virando pra trás e óculos escuros, então eu virei o boné pra frente, cruzei os braços no teto do carro e fiquei só olhando.
Depois de um tempo, ele me viu parado ao lado do carro, se despediu sorridente das pessoas e foi ao meu encontro.
- Nossa, eu não tinha te visto. Ta há muito tempo ai?
- Tempo o bastante.
Entrei dentro do carro e liguei o motor. Ele entrou no veiculo e estava colocando o cinto quando falou:
- Você podia ter me avisado, ué. Mandado uma mensagem ou ter ligado.
- Não quis atrapalhar a sua diversão. Achei que sua falta de tempo era geral e não só comigo, mas estou revendo os meus conceitos.
- Nada a ver, Biel. É que acabou antes do previsto e como eu já tinha que te esperar, eles chamaram pra tomar uma cerveja e eu topei.
- Tudo bem, Bernardo. Eu não vou discutir. Nem mesmo por causa daquela garota que tava praticamente sentada no seu colo.
- Exagerado. Ela é uma colega, bem gata aliás, né?
- Não reparei, mas se você acha tão gata assim por que não fica com ela?
Falei meio irritado e também fazendo um charminho, pois queria o ouvir falar que não existia ninguém além de mim. Às vezes é só isso que a gente precisa ouvir pra ficar tudo bem aqui dentro. Eu sempre fui ciumento, mas não com qualquer besteira, porém todo aquele distanciamento estava gerando uma insegurança em mim que com um pouco de carinho logo se dissiparia. Porém ele olhou pra mim e falou:
- Na real, eu já pensei nisso.
- Hã? Pensou em que?
- Em ficar com ela. Na real, eu quero isso.
....Continua.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Fala galera,
Eu acho que eu preocupei vocês falando que penso em parar de escrever. Não é que eu não goste, eu me amarro, só me falta tempo às vezes. De qualquer forma, com tanta gente acompanhando eu nunca largaria de mão assim. Tenho muita gratidão e respeito por vocês pra fazer algo do tipo. Tranquilizem-se, ok?
Como vocês puderam ver, teve passagem de tempo. Como eu disse no começo do conto, eu não tenho muita paciência pra enrolação e me prendo aos fatos mais relevantes senão a narrativa fica arrastada pra vocês.
Indeciso: Pode deixar que eu não deixei nada de importante de fora e você já troca e-mails comigo, qualquer duvida é só falar. ;)
P3dr0r!ck: Eu fui lá no seu conto e achei bem legal. Essa temática de vampiros é bem legal. Parabéns.
Essa parte eu escrevi super correndo, e espero que tenha ficado bom. Desculpem os erros ou qualquer coisa.
Eu vi que tem pessoas que não estão recebendo as respostas dos e-mails, não sei o que acontece se vai pra “spam” ou “lixo eletrônico”, mas eu respondo a todos. É muito foda essa interação com vocês e faço questão de responder um a um. Muito obrigado de verdade pelos emials. (biel.sabatini@yahoo.com.br)
A esses o meu abraço mais apertado: (Lu Almeida, Kevina, Passarinho50, Laca, Santos, Pêpeu, senhorita Castro, Jhoen Jhol, P3dr0r1ck, Tack, MorenaAsanhada, jrdacruz2, vini..., Crystal*.*, NPdotado, Biel Azevedo, Theflyer, Igor Alcântara, IceWolf1994, Monster, Nizan, Potterhead, diiegoh, Noni, Drica Telles(ametista), Vick Tinho, Luna-, Babado Novo, PedroJr, Riquinho, lucas/, Fel.97, Lukas Powel, Gael, Vi(C)tor, Agatha1986, juniormoreno, Nandoo_, Rôh, Lost boy, Henrique, Irish, Lucasm., DinhoCdC, Henri19, Chele, Tom!!!, indeciso, $léo$, love31, DW-SEX, Petricky, Beto240, Gik, Melk Serra, esperança, Cassio_Du, Alê12, CrisBR1, Perley, Alguem93, Matt_18, Coelhinho33)