Ela olhou para meu rosto, percebeu a surpresa, mas evidentemente não notou nenhum ar de censura.
- Lu, esse é nosso vizinho, o Caleb. - Apresentou ela. - Caleb, esta é a Lu, minha esposa.
- Prazer. - Apertei a mão de Lu meio inseguro ainda com a surpresa.
Percebi que o Ahnrí o tempo todo ficou apenas me encarando pra ver qual seria minha reação, percebi que ele não aprovou aquela forma como a mãe apresentou a esposa, se eu fosse um fanático religioso poderia expulsar todos do meu AP aos gritos.
Depois de dar a água, eles voltaram novamente para o Ap deles, o Ahnri ficou um pouco para tras e antes de sair falou comigo, pensei que ele podia abordar algo sobre a mãe dele, mas apenas queria saber se eu ia estudar no mesmo colégio que ele começaria pela manhã, que ficava a apenas dois quarteirões do condomínio.
- Estudo lá sim, vamos juntos pela manhã? - Sugeri.
- Claro. Preciso ir montar meu guarda roupa e minha cama, arrumar tudo, senão a gente conversava mais.
- Quer ajuda não? Com dois fica mais fácil.
- Poxa cara, você me ajudaria? - Perguntou ele surpreso com um sorriso animador no olhar.
- Claro, to sem nada pra fazer. - Falei rindo. Na verdade, queria observar ele mais de perto. Saber que a mãe dele era lésbica assumida aguçou muito minha curiosidade.
Estava um verdadeiro vendavel de coisas jogadas por toda parte. Mari e Lu estavam na cozinha ajeitando as coisas por lá, acenaram para a gente quando passamos para o quarto do Ahnri.
A cama dele era de madeira, daquelas que tinha que encaixar e parafusar. Deu um bom trabalho e com ele sozinho seria mais sacrificante ainda. Ele suou mais do que ja tinha suado e eu também suei bastante. Para minha decepção, ele não tirou a camisa em momento algum. Após montar a cama, colocamos o colchão em cima e o montamos o guarda roupa, que não tinha sido completamente desmontado, então foi bem fácil colocar ele no lugar.
Ele me chamou pra fazer um lanche na cozinha, àquela altura já tinha água e a geladeira já estava funcionando. Sua mãe tinha saído, ele afirmou que devia ter ido ao super mercado comprar algumas coisas, a noite já estava fechando.
- Caleb, janta com a gente? Minha mãe vai fazer comida, ela me mandou uma mensagem aqui no whatssapp.
- Claro. - Aceitei sorrindo. - Minha mãe voltaria para casa apenas à meia noite, então eu teria que eu mesmo fazer comida para jantar. Sem falar que queria conhecer ele melhor, já que durante a montagem da cama trocamos poucas palavras.
Ele abriuum biscoito e me ofereceu suco em caixinha, era o que tinha pronto para comer na cozinha ainda bem desorganizada.
- Dificil mudança né? - Comentei.
- Oh se é. - Riu ele.
- Sem querer ser indiscreto, Ahnri. - Falei cautelosamente. - Mas você é filho das duas?
- Não. - Ele riu. - A Lu é companheira da minha mãe apenas, meio que madrasta minha. Minha mãe já foi casada, tenho até um irmão mais velho.
- Ah, entendi. Foi só para eu não causar confusão depois. Acho bem legal a forma que sua mãe é assim assumida, sem ter medo de nada. Admiro isso.
- Acho que às vezes ela passa da conta sabe, não precisa querer enfiar a sexualidade dela pela goela de todo mundo, mas cada um sabe o que é melhor para si mesmo. Mas e você, tem família diferente também? - Falou ele mudando de assunto e adotando um tom bem mais leve.
- Mais ou menos. - Falei simpático. - Moro com minha mãe, ela é separada do meu pai.
- Ela está trabalhando?
- Sim, é enfermeira, pegou um plantão hoje de meio dia à meia noite.
- Entendi, minha mãe é professora e a Lu tem um salão de beleza.
- Que legal, sua mãe vai ensinar no colégio da gente? - Perguntei interessado.
- Não, ela ensina no fundamental. Mudando de assunto, o que aquele cara que você pensou que eu era fez pra você ficar tão bravo?
- É um otário lá do colégio, a gente ia fazer um trabalho em dupla e acabei me estressando com ele.
- Deu medo viu? - Ele riu.
- Desculpa. - Falei rindo também. - Agora você tem um bom motivo para não me fazer raiva.
- Vou sempre querer te agradar então.
- Isso é facinho facinho. - Falei com ar de malícia correndo meu olhar por todo o corpo dele. - Ele me encarou com certo ar surpreso mas o momento foi interrompido quando meu celular anunciou mensagem. Abro e vejo que é o Whatssapp.
“cadê você? Bati na porta e você não abriu.”.
Era o David, um ficante meu do bloco 8. Ele tinha 28 anos e morava com os pais, quando os dois saiam ele costumava me chamar pra jogar video game e às vezes rolava. Eu tinha certo receio porque ele era bem mais velho e só queria me explorar sexualmente. Mas eu sempre ia quando ele chamava porque ele era um dos poucos que me beijava e fazia carinho, era como ficar com um namorado, algo que eu nunca tive, sem falar que ele transava bem e quebrava um galho nas poucas vezes que os pais dele saíam e eu podia ir para lá, já que eu não gostava muito de trazer caras do próprio condominio para meu AP, os vizinhos todos iam comentar e minha mãe não ia gostar.
Encarei o Ahnri por alguns segundos e fiquei na dúvida. Estava sendo ótimo conhecer ele, e podia até rolar algo, talvez. Mas não era sempre que tinha a oportunidade dos pais do David sairem de casa. E então, vou ou fico?
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