Fala galerinha da Casa dos Contos. Sou leitor assíduo e fã de alguns contos daqui, mas nunca tive coragem de me arriscar a escrever os meus. Bom, acho que o primeiro passo foi dado. Já vou avisando que não sou nenhum escritor profissional (hehe), então aceito dicas e críticas. Leiam e comentem! Abração!
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Três Formas de Amar - Capítulo 01
Aquilo estava bom demais e não conseguia mais segurar:
- Lu, vou gozar... – sussurrei
- Então acelera, acelera vai!
Comecei a fazer movimentos impensáveis, de tão rápidos que eram, e meu corpo explodiu numa última estocada:
- Ahhhhh!
Pingando de suor, desfaleci em cima da Luiza e me deitei ao seu lado, tentando recobrar a respiração. Olhando meu estado, ela começou a rir, aprovando a transa. Ficamos um tempo em silêncio, e aquilo que martelava minha mente durante toda a semana, voltou à tona. Pensei se deveria ou não introduzir aquele assunto, mas a curiosidade falou mais alto:
- Lu, posso te perguntar uma coisa? – balbuciei do lado dela
- Claro, o que foi?
- Hum... não me entenda mal, é uma curiosidade minha.
- Certo, manda!
- Você já... hum, liberou a retaguarda? – falei de uma vez.
Luiza me olhou, surpresa e pensativa. E logo começou a gargalhar:
- Você quer saber se eu já dei o cu, é isso?
Não consegui ver meu rosto naquele momento, mas já podia me imaginar bem vermelho. E não esperou minha confirmação:
- Já sim Lu, pra um único cara.
- Sério? Então você curte? – já me interessei cheio de esperança.
- Curto, mas calma lá. Eu só dou pra esse cara...
- Como assim?- interroguei
- Luciano, você não acha realmente que é meu único amigo “colorido” né?
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Alguns anos antes
Começou com uma brincadeira e já tinha se tornado um ritual quase sagrado pra mim. Luiza mandava uma mensagem pelo celular, uma frase/senha mágica (“Hoje tem saideira”) e eu largava tudo, rumo a casa dela. Sem cobranças, sem juras de amor, só prazer. Sexo casual com contrato prolongado. Poderia ser duas vezes na semana ou uma vez por mês. Luiza usava esse período entre namoros fracassados pra se satisfazer e eu usava a disponibilidade dela pra correr atrás do tempo perdido.
Sim, perdi a virgindade tardiamente, depois dos 20 anos. Com quem? Com ela. Cursamos faculdade de Publicidade em Salvador e nessas festinhas de turma, nos tornamos grandes amigos. Entre uma bebedeira e outra, soltei a revelação pra ela, que não acreditou. Mas era a pura verdade.
Bom, me chamo Luciano, um baiano muito, mas muito tímido. Era uma timidez crônica. Sempre vivia enfurnado lendo hq’s e vendo filmes, numa pegada bem nerd, level hard. Era o tipo de pessoa que tinha mal tinha amigos virtuais, reais então... Sempre tive uma grande dificuldade pra começar um papo ou demonstrar algum interesse em assuntos mais comuns a todos (futebol, shows, etc). O fato de ser altão (1,90m) também não ajudava muito. Era o esquisitão da escola. Precisou de uma reunião de pais para minha mãe perceber que talvez eu precisasse mesmo de uma ajudinha psicológica. E foi mesmo uma santa ajuda! O divã ajudou a me soltar mais, encontrar um refúgio no esporte (comecei no basquete, mas descobri uma paixão no vôlei), o que me trouxe benefícios concretos: um corpo mais esguio, com um porte legal e um pouquinho mais comunicativo. Claro que não saí por aí fazendo amigos em cada esquina, mas virei um ser humano mais sociável.
A questão é que tudo isso veio tarde demais. Já fazia alguns semestres da faculdade de comunicação, com meus 20 e poucos anos... e ainda era virgem. E na noite que revelei isso pra Luiza, minha colega de sala, ela parecia incrédula. Bêbada, mas incrédula:
- Como isso é possível? – ela disse ainda chocada
- Bom, coisas da vida – respondi aos risos. Um riso mais de quem está mais bêbado do que achando graça.
- Mas... como? Você não conhece nada sobre, você sabe...
- Luiza, tenho alguém pra apresentar pra você: minha mão, uma colega para todas as horas – apontei pra minha mão aberta, arrancado risos dela – e saiba que existe um farto material “educativo” na internet.
- Mesmo assim Lu, isso é uma... judiação! Logo você, alto, legal, corpo bonito, esses olhos azuis. Ninguém nunca deu em cima, se insinuou, nada?
- Bom, não sou muito de tomar iniciativas. Muito menos de entender sinais.
- Precisamos resolver essa situação! – disse quase aos gritos
Rimos mais daquela situação, inacreditável pra ela, constrangedora pra mim. Até que ela disse decidida, e inesperadamente:
- Eu serei sua colega de todas as horas!
Bom, o que veio depois, vocês já imaginam. Me tornei um adolescente que descobriu o paraíso. Aprendi com uma amiga desencanada o que era sexo. Queria aquilo, todo dia, toda hora, dentro dos limites da minha timidez. Fazíamos o que Luiza permitia e aquilo parecia suficiente para mim. Mas nos desencontramos quando Luiza trancou alguns semestres, resolveu viajar, fazer intercâmbio e eu retornei à minha vidinha solitária e longe de um relacionamento estável.
Anos depois, me formei, comecei a trabalhar como redator em uma agência de publicidade aqui em Salvador, e num belo dia me bati com ela no corredor, a caminho da sala de reuniões. Luiza começou a trabalhar como atendimento de contas, no mesmo lugar que eu, em andares diferentes. Nos cumprimentamos com sorrisos amarelos, uma rápido papo e seguimos. Não demorou muito pro nosso esquema atual aflorar. Luiza não estava querendo nada sério, e eu não estava afim de exercitar minha comunicação com desconhecidos. Ambos usufruíam do sexo casual e tudo seguia tranquilamente.
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Alguns meses depois
O pulo do gato, a questão do sexo anal, surgiu curiosamente num papo com a galera do vôlei. Encontrava com uma turma de amigos (esses sim, um presente do esporte) todas as quintas para uma partida. Às vezes jogávamos profissionalmente, por isso rolava um treino com partida em um clube daqui da cidade, após a aula juvenil. Nesse dia, fomos apresentados a um novo integrante, Rodrigo, que tinha se mudado há pouco tempo, e também jogava em um time em Belo Horizonte. Talvez o mais alto do grupo, Rodrigo se destacava por ser ruivo, e lembrava bastante a fisionomia do Murilo (o jogador da seleção brasileira de vôlei), apelido que logo pegou. Discussões técnicas, saques e sets depois, todos seguiram para o vestiário.
Confesso que essa também foi uma das vitórias da psicóloga: ficar pelado na frente os outros. Não sabia o motivo, mas era travado em muitos aspectos com relação ao meu corpo. Não era magro, nem esquelético, não tinha pau pequeno, nada anormal. Mas era travado. Hoje, desencanei, e aprendi a ficar na minha. Ficava peladão lá com os caras colocando o papo em dia. Nesse dia, o assunto do momento era a nova empreitada do Luís, um colega do time: comer o rabo da namorada. Como ele tinha convencido ela, semanas de negociação, os outros dando dicas e eu, um mero iniciante nessa arte, bastante interessado. Até que ouvi uma voz estranha no meio da conversa:
- Cara, se você comer o rabo dela, você não vai querer saber de outra coisa por um bom tempo.
Todos se viraram para o Rodrigo
- Olha só, é especialista Murilão? – indagou Luís
- Bom, quem experimentou sempre pediu bis – disse rindo com sua voz grossa, uma característica marcante – Vai com jeito que ela gama pra sempre!
Risada geral e todo mundo parecia afiado:
- E você Sandro Luciano? Tá pegando geral com essa lábia irresistível? – disse Beto já soltando uma risadinha.
Às vezes o pessoal me chamava de Sandro, outro jogador de vôlei (que joga no Sesi São Paulo), que todo mundo dizia que eu era idêntico, com exceção dos olhos azuis. E realmente parece. O pessoal meio que sabia da minha timidez crônica e não perdia a chance de fazer uma brincadeira. Não era de abrir muito a minha vida, mas sabia que não tinha jeito, entrava na onda:
- Pois é, provavelmente pegando muito mais mulher do que você. Toma vergonha na cara e vai tirar a teia do pau rapaz... – falei entrando na zoação.
Os caras começaram a azucrinar o Beto, e a prosseguir com a conversa sobre sexo, contando mais casos, trepadas inesquecíveis e técnicas infalíveis. Claro que aquilo começou a me deixar meio excitado. Pra não dar muito na telha e virar alvo de mais brincadeiras, saí do chuveiro e fui me enxugar. Enquanto trocava de roupa, Rodrigo ainda falava sobre algumas transas e todo mundo só queria saber disso. Já tinha virado o centro das atenções. Confesso que fiquei com um puta tesão e bati uma boa punheta quando cheguei em casa, pensando nessa possibilidade: comer o cu de alguém. E claro, no meu caso, só podia ser o da Luiza. Não conseguia parar de pensar nesse assunto.
Foram necessárias algumas “saideiras” pra eu conseguir introduzir o assunto naquela noite, afinal, uma negativa dela e lá se vai todo o meu sexo sem compromisso:
- Espera, você transa com quantos caras? – me revirei na cama pra olhar para o rosto dela.
- Opa, calma aí, também não sou nenhuma piranha não! Transo com você e com mais outro cara, apenas. Mas sexo anal, só com ele.
- Porque essa exclusividade? Então sexo normal, só comigo?
- Hum, sim – ela disse rindo – Ah Lu, não surta. Lembre da nossa regra: sem compromisso. Na verdade o sexo com o outro cara só rolou porque... ele sabe fazer muito bem!
- Há quanto tempo você transa com ele?
- Tem um tempo. Não saímos muitas vezes não, relaxa.
- Então mostra pra mim como ele faz... – já estava de pau duro pensando naquela possibilidade, que já tinha virado uma obsessão velada.
- Engraçadinho... Abaixa isso aí que amanhã temos uma campanha para apresentar. E cedo. Vai vestindo sua roupa, novato. Um dia, quando você aprender, a gente brinca em outros lugares.
“Quando você aprender”. Aquilo ficou martelando na minha mente no caminho de volta pra casa. Não ia procurar no Google “como comer um cu com maestria”. Se ela insinuou que o cara a fazia ver estrelas, eu teria que pegar umas dicas com um especialista para poder superá-lo. E já tinha um nome em mente para concretizar meu plano.