Arrá, eu voltei! Gostarão?>.< Tomara que sim! Tem muito tempo que este texto e os outros estavam prontos. Todos já tiveram as mais variadas versões e ajustes. Sim, muitos ajustes (dos maiores possíveis até os inimagináveis) ! Já li todos e continuo criando continuações, claro feito sob medida para aqueles que votam, comentam, opinam e para os que ficam na “moita”. Espero muitíssimo que esteja na medida certa, ao gosto de vocês. Abração meu :D E, hum me desculpem se eu deixei passar algo que não devia. Vou postar o outro no próximo domingo !Havia feito besteiras, no passado, mas não pecados que me condenassem para o resto da vida. Meus dois anos lá fora me serviram de grande “folga” de tudo. Continuava de conversa com Ana, porém não como antes; ela mudara drasticamente e não sei se fora por sua relação com um novo cara. Ela e Felipe tinham rompido feio. Talvez ela devesse dedicar seu tempo ao seu novo namorado e abandonar seus amigos (ao menos eu, amigo do antigo)?
Bom, e por falar de namorados... Direcionei-me apenas para o profissional. Pruf, dãh! SOU EU! Não mudei nada, não é mesmo? Totalmente previsível. Eu “sozinho” na cidade do amor, claro tinha uns gatos pingados mais próximos a mim, mas... Por esses tempos decidi entrar em uns bate-papos, brasileiros, ainda na França. Eu me esbarrei com um carinha interessante por lá.
Agora, eu estou aqui, no Rio. Eu passei um mês em Brasília, para meu aniversário, bom estive por lá. Até ontem, quando empenhado na minha necessidade de esquecer todas as coisas que me ocorreram, principalmente das perdas; meus pais tinham me deixado no aeroporto. Dessa vez não viajei fugido.
Finalmente formado tomei coragem e como disse... Atualmente, estou no Rio. Estava com grandes vagas aos meus pés. Na verdade, havia decidido focar-me mais numa editora.Queria algo para distrair-me, por mais que minha área fosse política. Essa era uma vaga para uma revista voltada para excentricidades do mundo, loucuras e “besteirois”; aquelas coisas que nos fazem rir, ao menos a mim.
Onde eu estava agora? Precisamente num lugar não desconhecido e não sabido, era mais ou menos três da tarde. E nesse momento eu estava indo para meu novo... lar?
Recebi uma mensagem:
Veloso <Já chegou? Tá com raiva de mim? Já Pensou? Cheguei agora.>
<Sim. Não. Não. Tás no Santos Dumont?> Respondi. Ia escrever mais, porém o taxista me interrompeu o raciocínio.
― É aqui ― disse o taxista. Eu, escutei o som das ondas que não teria em Brasília, parei de escrever no Telegram para Veloso, o musculoso do chat. ― Condomínio... ― Escutei blah, blah, blah ao me concentrar numa janela especifica .
Ficou tão chato esse “Sim. Não. Não.”, pensei.
― Sim, sim. Tome aqui. ― disse entregando o dinheiro para ele. ― O senhor poderia me ajudar com as malas? Deixe só eu falar com o porteiro.
― Tudo bem. ― Veio o som do motorista as minhas costa, ele deveria estar se livrando do cinto de segurança.
<Tô.> Veloso respondeu e eu ri
<espera aí> digitei e enviei.
< claro, gracinha> li, sorri e sai.
― Bom dia. Sou o novo morador do décimo andar. Henrique. Acabei de ligar para cá. ― Balancei minha chave como um pêndulo, segurando o meu chaveiro com uma coruja prateada na ponta.
Agora havia me tocado, mas não tinha prestado atenção ao que o taxista havia falado. E se não fosse o condomínio certo? Ia ferrar tudo!
― Ah, claro. ― Ele abriu o portão e colocou as malas para dentro. ― Por favor, me desculpe.
― Obrigado. Você poderia levá-las a meu apartamento? Não uso elevadores. ― falei.
― Você é judeu? ― perguntou.
― Não, é uma fobia minha mesmo. ― Ele tava fazendo merda na cabeça dele, que idiota ... Novelas implantado caquinhas desde mil novecentos e tarará.
― Nesse caso... Tudo bem. ― falou ele pensativo. Se eu fosse uma loira: peituda, arrogante e com garras enormes, não pestanejaria.
Meu celular vibrou quando comecei a subir a escada
<Já? Cadê tu?> Veloso.
<Eu não tô mais no aeroporto ashuhuashuashuashu’> Enviei com um emoji.
< Vacilou comigo, né? Tá bom então!> Envio-me um emoji com raiva.
<Que horas, quando e onde?>
Pensei e sim, eu tinha ‘vacilado’ com ele, então... Sabia que era meio perigoso, mas eu falava com ele desde quando estava na França! Perguntei subindo as escadas.
< Hoje,aqui minha cama, pode ser? ;) KKKK’> Veloso em linguagem de emojis.
Ele era muito safado. Uma vez estava conversando com ele pelo skype e, só para ver se ele era ele mesmo, eu havia aceitado um convite de chamada de vídeo. Mal começou e, ele já tava se alisando e tudo.Eu nem preciso comentar que quase desmaiei de tanta excitação fazia tanto tempo que o meu corpo não sabia o que era um homem a não ser pelo pensamento (nesse aspecto, claro, também não havia mudado nada, até hoje me dava muito bem com minhas mãos. Eu, sinceramente, parecia até ter vocação para o “lesbianismo”[ meus dedos que o digam] ou melhor para ser “ninfomaníaco”. Aliás, existe coisa melhor que homem? Não!)
Ele me convidou várias vezes para fazer sexo virtual óbvio que... Rejeitei! Ele também é super gente boa. Para dizer a verdade SIMPATICÍSSIMO! Ele tem 24 anos, é lindo de morrer e ― como todo cara que gosta de mim― tarado (claro conheci ele num chat! Carência é fogo). Na verdade, só tinha entrado naquele chat para matar o tempo e conversar. Mas, rolou. A conversa, lógico. Ele? Ele queria que rolasse algo mais, evidentemente, penetração.
< Safado :P> Respondi correndo, depois de pensar todos esses detalhes. O porteiro deveria estar quase no décimo, se não estava! Ele me enviou um capetinha e uma foto de seu peito para baixo e outra dele mordendo o lábio inferior. “Il est très mignon”.
<Quê? Fiz uma coisa para ti!> Veloso.
Abri a porta da escadaria e o porteiro ainda não havia chegado. Abri a porta do apartamento e estava do meu jeito! Com meu sofá!! Ah, eu amei aquele sofá desde o primeiro momento, ele era de couro e à sua frente estava a mesa de centro com duas estatuetas, de alazões negros, de ferro com base de madeira que eu havia escolhido. O porteiro apareceu atrás de mim.
― Muito obrigado ―falei me virando e ajeitando uma mecha invisível.
― Tá. ― disse ele, mal-humorado, dando meia volta. Esperei a porta de o elevador fechar. Dei-lhe uma banana. Fechei a porta. Passei os olhos pelas paredes brancas e em uma delas estava um quadro do gênero POP ART. Fui abrir a porta de correr da varanda.
< Por que não fostes trabalhar?> perguntei para Veloso.
< Preguiça ZzzZ. Mas, já tenho que ir àquela porra :@. Que achas da gente se encontrar numa boate?> Veloso.
< Ahn, não gosto dos preguiçosos, viu? ;) Não gosto de boates, arg! :P Que fizeste para mim?>
Ele me enviou uma foto, de um desenho, estava deitado na cama com ele me beijando.
<Gostou?> Veloso.
<¿¿Qué es eso?? Loco!> falei. Cai no sofá rindo. Ele me “divertia” com as ‘brincadeiras’ dele. Ele amava desenho e espanhol.
<Nosostros ;)> Veloso.
<Então, onde vamos nos encontrar? Escolhes, pois nunca pisei aqui no Rio. Pode ser num motel hassushaushauhu’. Tô brincando!> respondi.
<Brincar cm fogo é perigoso sabia? Mas, eu adoro essas brincadeiras ^.^. Vamos para boate mesmo, tá blz?> Veloso.
<Não.> digitei me virando para cima e colocando o telefone acima de meu rosto, com os braços esticados. Pensei melhor < Tá. Onde é?>
<Eu te pego ai na tua casa :DDD> falou ele.
<Agora tenho que ir.> falei.
<Eu também qualquer coisa vou te chamar.> falou ele.
Tinha uma entrevista com meu, possível, chefe. Peguei minhas chaves e desci para pegar um táxi. Consegui. Liguei para o carinha que havia me entrevistado. Fiquei pensando nas fotos dele com os amigos dele no Instagram e, eles eram tipo UAU.
― Alô ― ele respondeu, o rapazinho da revista.
― Vou perder o emprego? ― perguntei.
― Não recebi nenhuma ligação dele. ― respondeu
― Qual é o endereço mesmo?
Ele me repassou o endereço e eu tinha dado o certo. O táxi parou em frente ao editorial. Olhei para um carinha, de blusa social e calça jeans, saindo do carro cheio de marra e digitando, eu tirei meus fones de ouvido e fui caminhando à entrada da editora. O carinha esbarrou em mim.
― Ow, olha por onde anda! ― falou.
Virei meu rosto para o lado e vi aquele mesmo cara que me desenhou na cama dele.
― Ah, ei ― falou ele fazendo uma careta. ― Que fazes aqui?
― Eu? Trabalho e tu? ― Ele me olhou desconfiado.
― Hum. Vamos entrar? E, hum, desculpa. ― falou ele abrindo a porta.
― Claro. Obrigada.
Eu não havia conseguido vencer meu senso de feminino e masculino na hora de agradecer.
Fui ao balcão e falei quem eu era e que estava indo para uma entrevista e que o porteiro conferisse com o Fagundes da É ISSO.
― Disseste É ISSO? ― disse Veloso.
― Foi. Por quê? ― respondi.
― Entrevista, né? ― falou.
Claro, como pude ser tão anta?
― É comigo. ― Pegou um crachá de visitante e colocou no meu pescoço. ― Vamos?
― Se tás dizendo. ―falei enquanto ele segurava meu pulso. ― Obrigada, senhor! ― falei acenado para o porteiro. ― Nem pensar ― eu falei assustado quando ele me puxou para uma lata de sardinha ambulante.
― Ei. Por que tás assim? ― perguntou ele.
― Por que tás insuportavelmente arrogante e antipático? ― falei como se fosse obvio me encostando de costas na parede.. ― E eu não pego elevadores. Acho que você só é bom à longa distância mesmo. Por isso nem vou ser entrevistado.
― Não, não faz isso. Desculpa. Não me lembrei. ― falou. ― E se me abandonas aqui vou demitir o Lair.
Eu não aguentaria saber que alguém foi demitido por minha culpa.
― Tudo bem. ― falei subindo os degraus da escada.
― Queres que eu vá contigo? ― falou ele na porta do elevador.
― Não precisa. ― falei dando de ombros.
Eu não queria, mas é assim. Os caras que são a fim de mim, em geral, são uns putos metidos pra caralho a besta. Dei meia volta, talvez ele não demitisse o Lair. Eu ia desistir dele e do emprego, por que ninguém merece um chefe que quer transar contigo... Ai eu seria “a secretaria”-self-service.
― Eu vim te acompanhar. ― disse ele com cara de cachorro molhado. ― Não faz isso comigo branquinho. ― Ele era branco, mas perto de mim todos perdiam então ele era moreno. ― Me desculpa mesmo. É que eu sou assim, sabe? Meio arrogante.
― Sei, sei muito bem. Todos são: galinhas, arrogantes, (no fim, no fim) preconceituosos, beberrões e outras infinidades de coisas! C’est fini!
― Mas e o nosso encontro?
― Não sei de nada. Agora, me deixa passar, porfa? ― sinalei com a mão.
― Me dá pelo menos um beijo? ― Ele agarrou minha mão. Levantou-me imprensando na parede.
Ele me beijou forte, minha cabeça bateu na parede gemi; parei o beijo e lhe dei-lhe uma bofetada.
― Isso bate mais forte que eu gosto. ― Ele me imprensou mais seu pau contra mim beijando meu pescoço (é ele sabia que eu não beijava ninguém há dois anos, desnecessário ele saber disso, mas ah...( só uma vez em uma brincadeira autorizado pela namorada do Jean, nem queria, achava ofensivo para ela). Eu abri a camisa dele e beijei o pescoço dele fazendo um chupão. (Lembrei da minha avó quando Licca apareceu com um chupão em casa “Isso é coisa de gente da zona, de puta”).
Eu apertava suas escapulas fortes, minhas pernas estavam enroladas na dele. Eu gemia (praticamente estávamos fazendo sexo de vestidos!). Eu tava como um puto vagabundo em cima da calça dele, me esfregando e gemendo. O Iphone dele tocou. Desconcentrou-me. Ele me soltou.
― Alô? ― falou ele meio respirando fundo. Ele fechou a camisa. Pegando na testa. ― Não, já vou para aí. Só um instante. ― Sai sorrateiramente e ele me agarrou por trás.
― Preciso ir. ― falei.
― Posso ir lá contigo? ― falou ele segurando o telefone longe.
― Aonde? ― perguntei.
― Aonde quiseres. ― falou.
― Acho que quero ficar em casa mesmo. ― falei me virando.
― Posso ir agora contigo? Ah, aceitas o emprego? ― perguntou.
― Não, suponho que não. Sobre as duas propostas.
― Agora tu que estás sendo antipático.
― Minhas sinceras desculpas. ― falei.
<Olha acho que não vai dar para eu ir ai não> Ouvi ele atrás de mim. < Tá, tudo bem.>. Enquanto eu descia a escada eu sentia seus olhos me seguindo.
― Vários meses que quero te conhecer branquinho. ― ele, apertando minha cintura, falou e eu ri. Só ele me chamava assim.
― Mas eu já te conhecia. ― falei.
― Ah, não pessoalmente. ― falou ele colado (agora uma dúvida nas minhas costas o na minha bunda?) em mim. ― Queres ir ao hospital visitar minha mãe? Ele foi retirar um cálculo renal. ― Acho que isso não era uma coisa adequada para se dizer, mas tudo bem. Saímos da escada e entreguei meu crachá de visitante.
― Ele já está contratado! ― Avisou para o porteiro. Fiz que não com a cabeça. Ele riu e abriu a porta. Levou-me ao carro quase em seu colo.
―Acho que aqui nos separamos. ―Eu disse acenando para um táxi. ― Tchau.
― Ei, não, deixa que eu te levo ― disse ele segurando meu braço.
― Realmente não precisa. ― disse sorrindo e me soltando. ― Talvez, nos falamos mais tarde. Tchau.
― Não. ― ele disse, mas o Siena já saíra do seu lado comigo dentro.
Acho que se ele insistisse mais um pouquinho eu cairia rapidinho na cama dele.
< Não vais à boate, não?> chegou ao meu celular. Ignorei.
Parei numa franquia da Casa do Enroladinho e comprei um balde de pão de queijo com um copão, que só eles sabiam fazer, de cappuccino.
<Oi. Já tás no RIO?> Perguntou Jaqueline namorada do Jean.
< Sim!!!! Como tá ai em Paris?> perguntei.
< Um tédio! Para completar peguei aquele puto gemendo na cama com uma vadia: loira, gata, morena e charmosa.> falou ela.
<Tu não te viste com ele, não? hahahahahahhaaha> perguntei.
<Ai, deixa de graça Henrique. > falou ela.
< Com certeza você é muito mais bonita que ela e, eu sempre te disse que ele era um cafajeste, não? Pois então! Sempre deste muita liberdade!>
< Não disse nada! Nunca dei liberdade.>perguntou ela.
<Não disse, mas quase falei.> respondi. <Agora passa por cima disso e bola para frente. :D> falei.
< É isso ai! Hoje eu vou para La danceuse curtir a vida> disse ela e se foi.
Estanhei a reação dela. Mas tá, né. Sai do carro comendo meus pãezinhos e tomando meu cappuccino que estava dentro do balde. Havia começado a chover. Entrei no saguão e subindo as escadas meu telefone vibra, quando estava abrindo a porta da escadaria.
― Alô? ― digo.
― Onde você está? ―perguntou-me Veloso ao telefone.
― Quase no meu apartamento. Por quê? ― disse colocando a chave na fechadura.
―Vira para trás. ― Olhei rápido e depois olhei de novo. Deixei meu celular cair no meio dos pães de queijo.
― Quer namorar comigo? ― perguntou ele, ensopado, segurando uma caixa de uma floricultura, outra caixa e mais sua pasta do trabalho.
― QUÊ? ―falei boquiaberto.
― Quer namorar comigo? ― falou ele pausadamente.
― Sério? Quer entrar? ― perguntei abrindo finalmente a porta. ― Deve estar com febre!
― Tô com febre por ti. ― falou ele passando por mim. ― E, são para você (Uau, ele estava usando a linguagem formal comigo...).
― Ah, muito obrigada. ― falei. Mas não havia como eu segurá-las, as caixas. ― Você está ensopado. ― Corri e peguei uma toalha para ele. Havia colocado sua pasta e os presentes em cima do sofá.
― Obrigado. ― disse.
― Desculpa, mas acredito que minhas roupas não deem em você. ― Eu era P e ele era no minimo M.
― Posso ficar ... ― ele pensou bem no que ia dizer. ― de cueca?
― Claro. ― eu disse. Num piscar de olhos ele estava apenas de boxer cinza de pano macio, leve e mole (do tipo que marca qualquer coisa, qualquer coisa mesmo), com uma abertura, abotoável. ― Vou fazer um ovomaltine para nós, certo? ― fiquei muito rogado.
Sorte que minha dispensa estava cheia antes de chegar.
― Eu tenho uma ideia muito melhor ― disse ele. ― Por que você não vê as flores que eu te trouxe, come uns bombons e me responde aquela pergunta?
Caminhei até o sofá, peguei a caixa de flores e falei:
― Vou colocas naquele vaso da varanda. Mas amanhã tudo bem? A chuva está muito forte. ― falei me virando e dei de encontro com ele que me olhava. ― “Di-cul-pá”.
Ele não me deu chance e atacou.Ele agarrou meus dois braços e olhou no fundo dos meus olhos, eu me arrepiei (os bons caçadores são assim, não deixam a presa se mover, nem dão a chance). Ele me beijou, depois que não expressei mais resistência ele desceu a mão e apertou minha bunda. Ele queria me carregar, parei e ele me olhou com uma carinha de cachorro que não entendeu a mágica.
Levei-o para o quarto, ele sorriu e começou a me agarrar. Ele havia aberto os botões da cueca dele. Desabotoou minha bermuda, tirou minha camisa. E pulou logo para cima de mim, eu gemia e ele me imprensava mais contra o pau dele. Até que ele quis tira minha cueca.
― Desculpa, não dá. ― sussurei no ouvido dele apertando seu pau, antes dele colocar a cabeça. ― Não posso!
Eu queria muito fazer, mas... Não sei.
― Puts ― Ele se levantou com a cabeça do pau, roxa, descoberta. Estava todo melado, era o que me atiçava mais.
― Relaxa. Não quero te machucar de jeito nenhum. ― falou ele ainda tentando me acariciar.
O dedo dele, geladíssimo, me lubrificou. Ele foi colocando. Eu fechei os olhos e apertei meus dedos nas costas dele, minha boca se abriu. Mas só o que soltei foi uma longa expiração. A luz se apagou.
― Não posso, desculpa. ― falei empurrando-o de cima de mim.
Sim, eu sou um ótario.
― O que deve ter sido isso? ― falei.
― Queda de energia. ― Ouvi o barulho da cueca dele. ― Eu é que pergunto o que foi isso...
Ele parecia nunca ter sido recusado e parecia estar revoltado. Coitadinho.
― Disso eu sei. ― falei sentado em cima dos travesseiros da cabeceira.
― Ha-ha, eu sabia, eu sabia! Todo certinho. Mas, acho que posso te esperar. ― disse ele me beijando e rindo. ― Perai, amor. ― disse ele me deitando ― O que é isso? Tá ouvindo?
Por que eles sempre me chamavam, sem ao menos serem meus namorados, de amor?
―Não. ― eu falei.
― Oh, Oh, ouve só. ― ele disse e as luzes se acenderam.
― É mesmo, estão gritando. ― falei abraçando as costas dele. ― Tô com medo. Vai lá primeiro. Vou me vestir. ― falei pegando minha bermunda.
― Ah, eu que tenho que ir? ― perguntou ele sentado na ponta da cama.
― Deixa que vou lá. ― falei dando de ombros.
― Eu vou, eu vou. ― Disse ele.
Eu abri a porta e disse:
― Não tem nada por aqui. ― Quando eu tô fechando a porta.
Passou um home com varias maletas e uma mulher, parecia muito com a babá, estava com uma criança no colo. Eu tive vontade de falar “Ô, e agora quem poderá me socorrer?”, mas o "Chapulín” colorado é do México.
Eles reclamavam: “Porra, ninguém socorreu a gente! Nem deram a mínima!”
― Henrique!? ― falou Augusto me olhando com muita admiração.
― Ohooo ― Não consegui falar “Oi”. Bruno riu da minha cara. Olhei para ele e segurava uma criança. ― Entrem. ― desengasguei.
― Ah, obrigado. Vai trocar a Larissa. Vai, Ligía.― disse Augusto dando um olhar cumplice.
― Non, papa, papa! ― falou a menininha querendo ir para o colo do Augusto.
― Para de tolice Lala! Ai, ai. ― disse a babá.
― Papai fala com você depois! ― disse Augusto e a menina ficou quietinha. A babá a levou.
― Quer se sentar? ― perguntei. Sentindo-me um pouco nervoso.
― Ah, obrigado. ― ele se sentou. ― Cara, nem sei por onde começar. ― Foi interrompido.
― Henrique? Eu pedi uma pizza para gente, tá bem ?― Apareceu Veloso,claro, só de cueca. Augusto arregalou os olhos como se exigisse uma explicação. Veloso apontou para Augusto. ― Quem?
― Augusto. ― falou, se levantando, com a voz desnecessáriamente grossa.
― Veloso, prazer. ― falou gentil.
― Pois é, amor, pedi uma pizza. Vou estar lá no quarto, tá bem? ― Augusto escreveu um bilhete e ao mesmo tempo Veloso levantou meu queixo e me deu um selinho.
― Mas, eu ia fazer um Ovomaltine. ― falei me rendendo.
― Acho que já vou. ― disse Augusto.
― Flw, cara. ― disse Veloso uma rapida continencia, um toque de dois dedos ― indicador e médio, da mão direita, e foi para o quarto.
― Já vai? ― perguntei em vão.
Augusto levantou minha mão e colocou um post-it dobrado. Se foi. Eu abri o bilhete e dentro estava escrito uns rabiscos com caneta vermelha:
«Eu pensei que quando encontráramo-nos, nós estaríamos prontos um para o outro, sem impedimentos. Te esperei, mas esquece...».
Entrei no quarto e Veloso estava vendo Tropa de Elite. Ele queria que eu dormisse abraçando-o, mas não rolou. Para mim o dia acabou ali. Eu já não fazia a mínima vontade de comer de mais nada.
Desnecessário não? Só para me sentir a pior pessoa do mundo depois de aceitar. Só para me fez relembrar que aquela marca ainda estava comigo. Sim, Ricardo, o impedimento de Augusto foi assassinado por aquela porca, eu a odiei e a odiarei para todo o sempre. Ele realmente foi o homem que eu mais amei. E nunca amarei mais, homem nenhum.