Fala galera! Queria agradecer demais os comentários e votos para o segundo capítulo do conto. Ru/Ruanito, Joseph67, Stylo, valeu, que bom que curtiram! Irish, será mesmo (rs)?? Marcos Roger, como se diz aqui na Bahia, você tá ligado no movimento né? hehe. Espero que curtam a terceira parte pessoal! Adianto que o clima vai começar a esquentar. Grande abraço!
Três Formas de Amar – Capítulo 3
Tava meio sem reação, com o carro parado no semáforo, até que voltei à realidade:
- Luciano, o sinal abriu – avisou Rodrigo.
Continuei o caminho até o prédio dele, e ele sinalizou onde eu deveria parar:
- Cara, desculpe se foi um choque pra você. É que o papo sobre o sexo fluiu tão naturalmente que deduzi que você fosse achar... normal – ele tava muito sem graça.
- Que nada Rodrigo, tranquilo! Sem grilos – eu também não escondia estar.
- Bom, espero que isso não seja um problema pra nossa amizade. E peço mais uma vez que fique entre a gente.
- Claro, morre aqui – reafirmei.
Nos despedimos com um aperto de mão, e ele saiu do carro. Segui para casa, pensando mais sobre a revelação do que a aula de técnicas sexuais avançadas. Não que seja contra. Acho que por sempre ter “ficado de fora”, nunca desenvolvi nenhum preconceito. Mas jamais afirmaria que o Rodrigo era gay. Mesma faixa de idade, 25 anos, altão (maior do que eu – ele tinha 1,94m), corpo em cima (ele não era malhadão, era um corpo de quem pratica esporte ativamente), uma voz grossa... nada denunciava. “Que pensamento preconceituoso, Luciano!”, pensei já na garagem. Mas não conseguia parar de imaginar o que viria a seguir. Ele via todo mundo pelado no vestiário, será que fica de olho em todo mundo? Quantos carinhas já deve ter comido? Passei boa parte da noite viajando nisso, sem saber ao certo como agir com ele dali em diante.
...
No dia seguinte, pauta intensa de trabalho, precisava focar um pouco, esquecendo um pouco outros tipos de pensamentos. A caminho de uma breve pausa para um cafezinho, me encontrei com Luiza, que me deu um sorrisinho de canto de boca e seguiu andando. Já tinham mais de quinze dias que não recebia nenhum chamado, e esse chá de espera estava me fazendo subir pelas paredes. Enquanto a máquina do cappuccino terminava seu trabalho, meu celular apitou no bolso. Bingo! Hoje era noite de saideira! Era hora de praticar os ensinamentos (teóricos, diga-se de passagem) do meu amigo gay.
Me certifiquei de matar a pauta a tempo de sair no horário certo (só quem é publicitário sabe que não temos vida) e parti pra casa para tomar um banho. Não comentei aqui, mas depois que me formei e consegui um emprego que me bancasse, minha mãe colocou em prática o desejo de voltar para Vitória da Conquista, no interior do estado, e morar perto da família. Sendo assim, fiquei sozinho no apartamento, que ela deixou para mim. Tudo nos conformes, avisei a Luiza que já estava indo e recebi uma confirmação de que ela já estava em casa.
Bate-papo em dia (a mulher está disposta a transar com você, não se pode negar ouvir o que ela tem a dizer), começamos com uns amassos e logo já estávamos pelados. Luiza estava afoita, mas estava decidido a investir nas preliminares e nas possibilidades que poderiam surgir. Não demorou muito para estar com a cara enfiada na buceta dela, com as suas pernas apoiadas no meu ombro. Sem pedir autorização, desci a língua, bem devagar, e subi de novo. Nessas idas e vindas, cheguei ao cu dela. E vamos à prática! Lambia devagar e comecei a forçar a língua. Ela não fez nenhuma menção para eu parar. Não eram os gemidos liberais que Rodrigo anunciou, mas também não era uma negativa. Prossegui, e comecei a forçar um dedo. Luiza deu uma gemida abafada. Meu pau estava quase furando o colchão, e me segurava ao máximo pra não avançar logo. Mais um dedo e continuava com o vai e vem bem ritmado. No terceiro dedo, Luiza, já ofegante, ordenou:
- Enfia a língua na minha buceta e mete o dedo mais rápido Lu, que eu vou gozar...
- Mas já? – Lá vinha o balde de água fria.
- Vai! – disse quase gritando.
E segui sua ordem, acelerando como ela pedia. Aquele lado mais selvagem dela estava me tirando do sério, e precisava gozar também. Luiza começou a se contorcer gemendo alto e chegou ao clímax. “Ok, fiz meu dever de casa, mas vou ficar na mão”, pensei. Ainda ofegante, Luiza me puxou pra cima, me deu um beijo demorado e perguntou:
- O que você andou fazendo?
- Como assim?
- Você sabe... andou praticando com quem? Quem te ensinou? – disse meio ciumenta.
- Com ninguém, ué. Fiquei imaginando como seria e resolvi colocar em prática – menti.
- Sei... só pela sua mentirinha, você deveria ficar na mão amiga. Mas para o castigo não ser severo demais, vai ficar na boca amiga, só porque foi bom...
- Foi bom? – me senti vitorioso.
- Calma taradão. Não foi um peça vencedora do Leão de Cannes, mas foi bom.
E começou a descer pro meu pau, me fazendo gozar em poucos minutos.
...
Já em casa, parecia criança quando acaba de ganhar um pirulito. Foi bom demais. Não importava se foi a oitava maravilha ou não. Rodrigo tinha razão. As preliminares eram a chave. Mais um pouco e eu não ia dever nada pro outro carinha que comia a Luiza. Precisava agradecer a ele, mas não tinha muito clima pra desenvolver o assunto.
No domingo seguinte, tinha jogo contra um time profissional do interior. Eram os preparativos pra um campeonato regional que ia rolar. E também era a primeira vez que encontrava o Rodrigo depois da sua revelação. Antes da partida, dei um breve aperto de mão, ainda meio encabulado com a situação. E acho que ele percebeu. Vencemos com muitos pontos de saque (alguns dele) e bons bloqueios contra o adversário. No vestiário, o clima era de comemoração. Todo mundo começou a tirar a roupa pra tomar banho e me veio aquele pensamento novamente. “O cara vai me ver pelado”. Se eu deixasse pra tomar banho depois, ou evitasse tirar a roupa, ele ia sacar e o clima ficaria ainda mais chato. Resolvi desencanar. Abaixei a bermuda e a cueca, e segui para o chuveiro. Os caras abraçavam Rodrigo, aquele clima de zoação tomando conta do recinto, todo mundo se divertindo, e eu evitando maiores contatos. Rodrigo dava risada, mas estava ligado em tudo, quando percebia que eu ficava mais afastado.
Na saída, cada um seguia pro seu carro, e passando por mim, Rodrigo deu uma breve acenada, dizendo:
- Cara, deixa eu te falar uma coisa. Não é porque eu te vi pelado que eu vou querer te comer não, beleza? Somos amigos, não viaja.
E continuou a andar. Fiquei roxo de vergonha, não sabia onde enfiar a cara. Ele estava certo. O cara me ajudou quando pedi e estava retribuindo da pior forma possível. Saindo do clube, o vi caminhando e encostei o carro do lado dele:
- Entra aí! Vamos almoçar. É por minha conta.
- Tá me convidando pra um encontro Luciano? – ele disse rindo.
- Não exige demais!
...
Saímos pra comer uma pizza, resolvi abrir a mente e colocar o papo em dia:
- Rodrigo... eu queria te pedir desculpas. Sei lá, nunca tive um amigo gay, fui meio cretino com você.
- Relaxa, acontece – ele disse meio sério.
- Você está certo. Somos amigos e não temos motivos para não ser.
Ele esboçou um sorriso. Era hora de quebrar o gelo:
- Mas vamos ao nosso assunto preferido: sexo! Eu tenho novidades... – puxei uma risada, para superar a vergonha.
- Opa, se o assunto é esse, eu também tenho!
- Olha só, novas peripécias sexuais? – indaguei.
- Talvez, mas conta a sua primeiro.
- Bom, coloquei em prática o que você me falou...
- Sério, e aí, como foi?
- Não cheguei aos finalmente, mas fiz ela gozar com três dedos enfiadas no cu – falei de uma maneira totalmente sem vergonha para alguém tão tímido.
- Já pegou o jeito hein?? – ele se mostrava surpreso.
- Se tudo der certo, da próxima vez, meu pau estará indo onde jamais esteve!
Gargalhamos na mesa, enquanto comíamos a pizza.
- Mas conta, qual a sua novidade.
- Bom, digamos que estou prestes a chegar num novo patamar sexual na semana que vem, e vou realizar um fetiche que tinha quando era adolescente.
- Sério? Qual? – disse entusiasmado.
- Eu fui chamado para... fazer sexo a três! – disse um empolgado Rodrigo
Sério, eu até tentei. Mas não conseguia esconder meu espanto:
- A três? – Perguntei
Rodrigo começou a rir, achando graça da minha cara.
- Tipo, você e mais dois caras? – continuei questionando.
- Hum, seria interessante. Mas não, haverá uma mulher no meio.
Não entendia essa possibilidade vinda dele:
- Como isso funciona? Você curte homens, mas come mulheres...
- De vez em quando. Cara, pode parecer estranho, mas sou bem reservado. Me mudei para Salvador tem pouco tempo, não conheço ninguém. Não vou sair caçando caras por aí. Conheci uma garota no supermercado há um tempo e você sabe, a necessidade faz o homem – disse rindo.
- Entendi. E ela sabe de você?
- Não acho necessário contar. Nunca pensei nisso. Prefiro continuar num clima “amigos com benefícios”, até conhecer alguém bacana. E nos vemos com pouca frequência.
- Saquei.
- É a mesma situação com os caras do time – continuou – Não vejo necessidade de contar as minhas preferências sexuais. Se falasse que a maioria das minhas transas foram com homens, eles não se mostrariam interessados, ia ficar o climão que você conhece bem e provavelmente seria um excluído do grupo.
Fiquei meio encabulado, lembrando como agi:
- Ei, relaxa! Você não foi o primeiro. Acontece, e ainda acontecerá – ele tentou me tranquilizar.
Mais algumas fatias de pizza, e continuei com o tema:
- Mas vem cá... e se o cara der em cima de você na hora agá? Vai dispensar a garota?
Rodrigo começou a rir:
- Não acredito que isso vá rolar. Ela deve estar armando pensando mais na fantasia dela. Ser completamente preenchida. Mas topei na hora. Um pouco pela minha fantasia, um pouco por voltar a ter algo de contato sexual com outro cara, mesmo que de forma indireta.
- Poxa cara... posso sondar com alguém lá da agência, um estagiário talvez, alguns lugares gays para você frequentar, conhecer alguém, ter algo mais sério, sei lá.
- Sondar com alguém? Tá louco Luciano? – disse gargalhando – Relaxa meu velho. Não sou muito festeiro, e isso é um baita contra, mas tô sossegado. Uma hora surge algo interessante.
Rodrigo era mineiro. Veio morar em Salvador quando a empresa, a qual era um dos gerentes de marketing, mudou de agência, obrigando-o a coordenar a transição com mais cuidado. O que era pra ser algo temporário estava virando fixo, mas não parecia desagrada-lo. Era outro tema que tínhamos em comum, a comunicação. Às vezes a gente trocava uma ideia sobre campanhas e outras coisas do meio publicitário. Mas naquele dia, vinha um mar de curiosidades sobre as suas “preferências” à mente. Só não sabia muito como perguntar:
- Tá pensando o que – ele disse rindo, percebendo minha paralisia temporária – Vai, pergunta...
- O que?
- O que você tá querendo perguntar...
- Sei lá... é uma curiosidade. Você vê o pessoal do vôlei pelado no vestiário. Isso não... te excita?
- Hum, eu procuro me controlar. Acho que tem que ter respeito. Se alguém demonstrasse algo por mim, talvez visse com outros olhos, mas procuro ficar na minha.
Continuava pensativo sobre o tema, e ele prosseguiu:
- Calma, não fico olhando pra sua bunda e seu pau toda hora... só às vezes.
Gargalhamos e o papo prosseguiu por um bom par de horas. Rodrigo contou sobre os seus breves namoros, suas desilusões, nossas pretensões amorosas, profissionais e aquilo parecia fortalecer mais a nossa amizade. Ficava numa boa em conversar alguns assuntos com ele e já tinha uma abertura maior, sem grilos.
...
A semana parecia promissora, já que o meu primeiro passo com Luiza tinha sido dado. Um próximo encontro e talvez eu descobrisse novas coisas sobre ter uma vida sexual ativa em todos os sentidos (se é que me entendem). Sim, continuava parecendo um adolescente ávido pelo novo, ansiando um possível chamado. Que não chegou.
A segunda e a terça se mostraram bem tediosas e já estava analisando a possibilidade de tomar uma iniciativa. Mas na noite da terça, a chance surgiu. Meu celular apitou, e não escondi a pressa em tirar do bolso. Lá estava:
- “Amanhã tem saideira”.
- “Viva a saideira! \o/” – respondi.
- “Tá animadinho?”
- “Você deve imaginar o quanto”.
- “Fica mesmo, eu deixo. Tenho uma surpresa pra você amanhã”.
Quase dei um grito de êxtase no meio da criação. Ela ia liberar! Queria sair abraçando todo mundo, mas claro, só queria. No dia seguinte, na quarta, trabalhei com uma disposição incomum. Queria matar tudo no tempo certo, na medida do possível, no desejo de ter uma noite inesquecível. Seria quase como perder a minha segunda virgindade (sério, cheguei a me sentir assim). Tudo certinho, fui pra casa, tomei um banho e avisei a Luiza que estava saindo.
...
Luiza me recebeu com uma exagerada animação:
- Lu! Até que enfim! – disse me abraçando.
Me deu um beijo demorado, que claro, fiz questão de retribuir. Na sala, vi uma garrafa de tequila aberta na mesa, e logo entendi a vibração extra:
- Animadinha hoje hein? – resolvi provocar
- Quer uma dose de tequila?
- Não, valeu.
- Hoje será uma noite especial Lu – ela riu me chamando com os dedos, de um jeito bem safado.
“Imagino”, pensei. Puxei-a para o sofá, começamos uns amassos quentes, e minha boca já percorria o corpo dela, me deixando excitado demais. De repente, a campainha tocou. Tomei um susto e perguntei se ela estava esperando alguém. Luiza levantou em direção à entrada, se esforçou para alcançar o olho mágico e abriu a porta:
- Oie! Entra Digo! – ela disse.
“Digo?”, pensei me inclinando para ver quem era. Puta que o pariu, o que Rodrigo estava fazendo ali?