Finalmente Tarquino saiu do banheiro usado na verdade como um refúgio pela primeira vez na vida, desde que conhecera o amado Marco Antônio.
Voltou ao quarto lentamente e pensou muito em sua vida, melhor, nos últimos oito anos de sua vida e chegou a conclusão de que estava sozinho, ou melhor, que sempre esteve sozinho desde aquele dia triste e chuvoso em que tudo o que ele tinha foi tirado dele como num passe de mágica, melhor dizendo, quando uma dura realidade se fez presente na sua jornada.
Deitou na cama e chorou sozinho no escuro do seu quarto que só não estava totalmente escuro porque ele havia deixado a porta do banheiro aberta assim como a luz.
Os minutos viraram horas que passaram tão rápido que quando ele menos percebeu, a claridade da aurora lentamente fez com que ele começasse a sentir sono. Olhou o visor do celular e ele estava indicando 05:17 h. Mesmo sem querer levantou da cama, caminhou em direção ao banheiro, tirou o roupão que lhe aquecera por toda a madrugada e entrou no box. A água quente foi um bálsamo que ele se permitiu por longos minutos, assim como o sabonete líquido que sempre gostava de passar com a esponja cheia de espuma sobre o corpo.
Já estava na cozinha praticamente todo arrumado e tomando café quando o celular tocou, o visor só mostrou um nome: VERMELHO. Não atendeu. Menos de um minuto depois do último toque do celular, o fixo chamou na sala. Tarquino ouviu apenas duas das várias chamadas, pegou a chave do carro , abriu e fechou a porta com muita calma. Assim que estava no trânsito ele finalmente falou pela primeira vez no dia:
_ Acho que vou acordar muito mais cedo todos os dias, vale a pena. E dirigiu com segurança até seu local de trabalho.
Marco Antônio entrou em seu escritório particular na grande mansão em que morava com a esposa e os filhos desde sempre e ligou por volta das 10:40 h da manhã para falar com Tarquino, uma vez que a esposa e o filho haviam saído para fazer compras para a viagem familiar no começo da próxima semana. Ao terceiro toque, a ligação foi finalmente completada:
_ Por que você não me atendeu? Foram as primeiras palavras de Marcos para o jovem amado.
_ Sinceramente não sei te dizer... Talvez não estivesse muito afim de falar contigo...se você não se importa, estou cheio de serv...
_ Não me interessa se você tem que salvar o mundo. Preto, o que aconteceu com você cara? Isso é algum ato de rebeldia atrasado? E eu mereço ser o alvo dele?
_ Não sei se você lembra que já estou bem grandinho para atos de rebeldia atrasados. Que tal trocar as palavras rebeldia atrasada por decepcionado atrasadamente?
_ Não faz isso Preto, nunca escondi nada de você desde o inicio do nosso caso. Você sempre pareceu me entender e eu sempre fui grato a você por isso. Posso te ver na hora do almoço?
_ Não, não pode me ver não. Você acabou de falar nosso caso, não foi? E isso me fez pensar que é esse o ponto de toda a nossa discórdia. Eu nunca tive um caso com você Marco Antônio, pois meus sentimentos em relação a nós dois sempre foram outros. Essa palavra, caso, me parece algo como descartável, você não acha?
Como Marco Antônio nada disse, Tarquino continuou:
_ Parece que você fica sem palavras quando eu me torno um ser pensante, né? Quem é você Marco Antônio Mascarenhas de Brito? Que poder você tinha sobre mim, que me deixou ficar nulo por tanto tempo? O que você tem pra me oferecer daqui pra frente, que não seja essa vida escondida e cheia de luxúria?
_ Já estou a caminho, chegando aí a gente se fala, tudo bem?
_ Faça um favor a você mesmo, primeiro só venha se valer a pena, e segundo se você tiver respostas para me dar caso contrário não gaste seu precioso combustível vindo até aqui. A ligação foi desfeita.
Marco Antônio não foi ao encontro de seu amado, um telefonema da filha ocupou quase uma hora de seu tempo e com certeza Tarquino já havia saído do Cartório. Ele voltou a ligar para o celular do seu Preto e não obteve sucesso. Mandou a seguinte mensagem:
" POR FAVOR, PRECISO TE VER E FALAR SOBRE NÓS. ME ATENDA, POR FAVOR ".
Até uns dez minutos antes do carro de Maria Luiza chegar, ele ligou a cada dois minutos para o celular do seu amado e ele não atendeu a nenhuma das ligações.
Assim que Adso Cavalcanti Mascarenhas de Brito desce do carro em companhia da mãe Maria Luiza Cavalcanti Mascarenhas de Brito, abraçou o pai que estava na varanda da mansão e lhe perguntou:
_ O senhor irá ao Cartório hoje à tarde pai?
Após beijar o rosto da esposa, olhou para o filho e respondeu sua pergunta:
_ Sim meu filho, por volta de 14:00 h.
_ Gostaria muito de ir com o senhor, afinal de contas eu serei a próxima geração da família a trabalhar na firma, certo?
Marco Antônio olhou para o filho e o achou um intruso pela primeira vez na vida, ele planejara ir pro Cartório e conversar o tempo que fosse preciso em sua sala com o amado Tarquino e a ida de Adso com certeza atrapalharia seus planos e muito. Ele finalmente respondeu ao filho:
_ Será um prazer poder chegar lá hoje em sua companhia. E o filho lhe deu um abraço antes de se retirar para poder finalmente tomar um banho , se vestir e seguir junto do pai.
O expediente da tarde já começara em quase todos os setores do Cartório, quando Marco Antônio e Adso chegaram juntos ao grande prédio que pertencia a família Mascarenhas de Brito localizado numa das áreas mais nobres de Fortaleza, onde o Cartório ocupava dois dos quinze andares do edifício Tereza Mascarenhas de Brito, mãe de Marco Antônio.
Tarquino se encontrava em sua sala revisando alguns documentos referentes a títulos em protesto, quando os dois chegaram sem serem anunciados. Ele prontamente levantou e olhou primeiro o pai e logo em seguida o filho. Fez menção de vestir o paletó azul marinho, uma vez que a linda camisa branca com listras finas em verde oliva lhe deixava o peitoral bem marcado, quando Adso disse:
_ Não precisa vestir o paletó não Tarquino. Como você esta? E lhe estendeu a mão.
_ Vou bem Adso. E você, como vai?
_ Muito bem. Acabo de chegar em casa e já terei que voltar para o Velho Mundo novamente. Papai lhe disse que Amaranta esta se formando e que todos remos?
_ Ele comentou algo sobre isso. Parabéns a você pela sua graduação. Quando virá finalmente para o batente, rapaz?
_ Em breve, pode deixar que precisarei muito de você para pegar o jeito das coisas por aqui.
Os dois falavam como se não tivesse mais ninguém na sala. Finalmente Marco Antônio disse:
_ Boa tarde pra você também, Tarquino.
_ Ah desculpa Marco Antônio, eu já ia falar com você. Boa tarde. Tava aqui acabando de revisar os pagamentos feito na pasta de títulos em protestos. Hoje pela manhã já despachei de volta ao Fórum os títulos que não foram pagos, para que sejam revisador pelos Juízes competentes. Acho que mais tardar na terça-feira teremos o envio de novos valores a serem cobrados aos devedores.
_ Você como sempre eficiente. Obrigado. Vamos, filho? E Marco já foi saindo da sala do seu funcionário sem olhar sequer para trás.
_ Foi legal te rever Tarquino. Quantos anos já haviam passado? Quatro?
_ Na verdade quase seis anos Adso. Na última vez que te vi, você era apenas um garoto de 18 anos de idade. Bem vindo.
_ A gente ainda vai se ver muito por aqui...Abraço Tarquino. E olha, você mudou muito, tá mais forte, sério, sei lá, ta bem diferente.
Finalmente o garoto saiu da sala e Tarquino ficou olhando a porta fechada e seu pensamento começou a lhe inquietar...
" Adso C. M. Brito. Com certeza 1.85 de altura, olha lá se não tiver mais. Forte na medida e peso proporcional , olhos que lembravam duas esmeraldas brilhantes igualzinho a mãe, sorriso franco, tremendamente carismático, ruivo como o pai e lindo, quer dizer, mais que isso, espetacularmente lindo ".
Tarquino tentou voltar a sua normalidade no trabalho e não conseguiu pois o cheiro do garoto havia ficado nele desde a hora em que apertou sua mão. Adso tinha o cheiro de vida, de uma bela vida...
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Oi GHIAR, querida amiga eu sempre digo o seguinte, quando a gente ta indo pra casa, nada fica ruim... Obrigado também por você estar sempre aqui, viu? Concordo sobre não poder viver dividido. Beijo minha amiga.
Oi ATP, você não apareceu hoje, né? Em todo caso, teremos outras oportunidades. Amigo e essa leitura tá apimentada assim? Grande abraço e obrigado por caminhar juntinho.
Oi KYRYAQ, querida amiga concordo com tudo o que você falou, é um verdadeiro banho de água fria. O legal disso tudo é poder saber que estou mais uma vez conseguindo essa troca boa de pontos de vista entre nós. Obrigado pelo carinho de sempre. Beijos nas duas amigas.
Oi IMOR, Querido amigo, quando a gente ama, perde um pouco da razão e a emoção toma conta. Acho que Tarquino deu a partir de agora uma guinada na sua vida. Vejamos o que o futuro lhe reserva, ok? Abraço meu amigo junto com meu agradecimento.
Oi MAMA. Querida ROSE acho que mudanças irão começar a acontecer na vida de alguns dos personagens, até mesmo porque o momento atual de Tarquino pede esse tipo de acontecimento. Marco teve sua chance. Adso é um cara que despertou algo a mais com certeza. Vamos ver o que poderá acontecer? Continuo nas suas dicas minha lindona. Beijaço minha querida.
Oi NUNOCAPIXABA, começo dizendo que o e-mail não chegou ainda. Meu amigo pelo comentário que foi feito, só posso pedir desculpas a você por mais uma vez te centralizar numa trama que escrevo. Só que dessa vez não sabia dos detalhes revelados. Desculpa se te faço ver situações que possam te deixar incomodado. Quanto a cama, concordo com você, solução e prazer são um casamento bem interessante. O jogador me mandou mensagens pelo tal do whatsApp...Estamos seguindo em frente. Abração amigo. Obrigado por tudo.
Oi CHELE, já já poderei responder suas perguntas minha querida. Grande beijo. E obrigado mais uma vez por sempre voltar aqui e deixar um carinho no meu coração.
Oi NINHA M, essa cabecinha aqui, como vc mesmo diz, tá pegando fogo em ideias e situações. Pode deixar que arranjarei uma maneira de colocar tudo no lugar certo. Saudade de vc querida. Beijo bem grande.
Oi ZÉ CARLOS, meu querido não posso fazer nada quando esse velho coração sente sua falta. Obrigado por mandar notícias e sem palavras para o revide...Também te amo, cara. Beijão nessa bochecha.
Oi DRICA (DRIKITA) minha querida só posso concordar novamente com suas palavras. Prefiro sempre a pancada do que a mão que ao afagar pela manhã irá me bater no resto do dia. Beijão meu doce.
Oi NEGA PERNAMBUCANA, minha linda e eu não sei? rsrsrsrs. mais um agradecimento que preciso fazer a vc por tanto carinho que sinto vindo dessa parte do País. Ah minha querida como eu gostaria que os mais de 400 alunos que tenho, também ficassem assim que nem vc...quetinhos, quetinhos... Beijão do FESSOR seu.
Oi AGATHA1986, minha querida sabe aquela história de valorizar pra não perder? Acho que o Marco estava só acostumado com sua vida de conveniência. Mulher, família, filhos, amante...vida que segue, né? O bicho vai pegar pro lado dele...Beijo carinhoso nas duas.
Oi EDU 19 e 15, será que vc tava na torcida para que a vida do Marco não sofresse nenhuma alteração? Preciso que vc me diga algo sobre essa torcida. Abraço meu querido e obrigado por seguir juntinho comigo e os demais amigos.
Oi ESPERANÇA. Querida o amor pode ter várias facetas e uma delas pode bem se chamar comodismo, né não? Só que as coisas mudam. Obrigado pelo carinho de sempre meu lindo Talismã. Beijão do Nando Mota.
Oi GEOMATEUS, meu querido que bom ler seu comentário. Acho que o fato de trabalhar no interior atrapalha essa nossa conversa diária, né? Espero antes de tudo que vc esteja muito bem e gozando de uma saúde maravilhosa. Quero também te agradecer pelos comentários que vi e sempre vejo. Termino mandando um abraço bem carinhoso e o mais apertado que chegar por aí.
Querido não citar seus nomes não quer dizer que os esqueci. A cada um de vcs o meu abraço e beijo mais carinhosos que chegarem até onde esta cada um.
Nando Mota