Três Formas de Amar - 06

Um conto erótico de Peu_Lu
Categoria: Homossexual
Contém 1775 palavras
Data: 26/07/2014 20:05:26

E aí pessoal! Não resisti e hoje resolvi postar uma dose dupla de capítulos do conto. Marcos Roger, Stylo, Geomateus e Weverton22, muito obrigado pelos comentários! Espero que continuem gostando. Quem puder votar e comentar, agradeço desde já. Amanhã tem mais! Vamos láFormas de Amar – Capítulo 6

“Ok, caras se pegando pode ser excitante”. Era a única coisa que eu poderia concluir naquele momento. Não queria pensar na possibilidade de ser gay. Não que eu fosse contra (até então, eu achava que não era). Mas se começasse a viajar nisso naquele momento, não conseguiria dormir.

...

O fim de semana chegou e eu parecia estar hibernando. A semana foi arrastada e eu estava um poço de desânimo. Acho que pela primeira vez estava apreensivo em receber uma mensagem da Luiza, no mau sentido. A quinta do vôlei estava chegando e eu precisava ir. Não tinha como evitar Rodrigo a vida toda. “Eta vidinha complicada...”.

No dia do jogo, não escondia certo nervosismo. Não com a partida e o treino, mas as possibilidades do ritual da galera no vestiário. Seria a primeira vez que nos veríamos nus desde a nossa aventura sexual. Quando ele chegou, percebeu a minha presença e deu boa noite a todos, sem muita animação. Tudo transcorria normalmente, e antes de todos seguirem para o banho, o técnico avisou de um jogo no sábado que poderia ser uma boa prévia do campeonato. Todos toparam. Peguei minha mochila e segui para o chuveiro, evitando olhar para os outros caras pelados, até ouvir um sonoro “Falou galera, até sábado!”. Olhei e vi que o Rodrigo saiu, sem tomar banho. “É, as consequências chegaram”, pensei.

...

Na sexta pela tarde, pauta respirando, galera da criação combinando happy hour e meu celular apitou:

- “Topa uma saideira Lu?”.

Não sabia o que responder pra Luiza naquela hora. Achei que se fosse transar com ela, começaria uma conversa, que poderia levar a uma discussão e minha cabeça já estava cheia demais:

- “Poxa Lu, vou ficar devendo. Minha mãe tá chegando hoje de noite pra passar o fim de semana comigo...” – inventei a desculpa, já estendendo a história pelos próximos dias.

Ela não respondeu mais nada. Era muito raro aquilo acontecer. Talvez já estivesse recorrendo ao Rodrigo. A desculpa já serviria perfeitamente para eu abrir mão de qualquer saída com o pessoal do trabalho. Casa e cama: era tudo que eu precisava. Me joguei no sofá, dando prosseguimento a um hábito criado nos últimos dias, e fiquei olhando pro teto, pensando no nada. Mentira, estava pensando em tudo. Maldita hora em que um mundo de coisas resolveu acontecer ao mesmo tempo. Levantei preguiçoso, fiz uma pipoca e fui procurar algo legal no Netflix. Nada chamava minha atenção.

Larguei o notebook na cama e fiquei pensando “naquela” noite. Toda vez que via a cabeça do Rodrigo enfiada na bunda da Luiza só lembrava a conversa da pizzaria. “Enfia a língua com calma”, “Mete um, dois, três dedos, e vai sentindo ela gemendo”... e como ela gemia. Aquele pensamento começou a me excitar e comecei a pensar se não tinha sido cruel demais com ele. Foi gostoso sim. Pra todo mundo.

Peguei o computador de volta e fui procurar algo que pudesse ser mais interessante. “Deus do céu, que dia insuportável”, nada vinha à minha mente. Depois de um tempo olhando fixamente para a tela, me veio uma bobagem à mente. Digitei “homem+ruivo+pelado” no google, ri um pouco da minha imbecilidade e dei um enter. Lá estavam eles. Aqueles pentelhos cor de fogo que realçavam ainda mais o pau dos caras, as sardas evidentes, os pelos no peito, descendo pelo umbigo, fazendo o “caminho da felicidade”. “Puta que pariu, que tesão”. Já não negava a mim mesmo que aquilo mexia demais comigo. Daí pra começar a ver vídeos de ruivos se pegando (e olha que é difícil achar) foi um pulo. E me entreguei àquela nova tara. Tome-lhe punheta, uma atrás da outra, cheias de pensamentos e imagens loucas na minha mente. E de repente a minha noite estava sendo sensacional.

...

Acordei sábado, pelado na cama, com o notebook já descarregado. Era quase uma da tarde. Levantei, adiantei umas coisas, fiquei morgado na sala vendo televisão e no fim do dia, parti para o jogo de vôlei. O treinador não quis dizer, mas o time adversário também estaria nas regionais. Logo, era um amistoso com gostinho de campeonato. Cheguei animado e fui falar com todo mundo. Na hora de falar com o Rodrigo, esbocei um meio sorriso, dei um breve abraço e perguntei como ele estava.

- Tudo tranquilo... – ele respondeu, meio acuado.

Alguma hora tinha que quebrar o clima. E acho que o primeiro passo foi dado. O jogo? Aquilo estava tão emocionante que a gente se sentia nas olimpíadas. Os moleques da escola (era comum a gente utilizar as quadras de algumas escolas particulares da cidade) chegaram a vibrar com a partida. Pontos disputados na garra e no suor. Cada bloqueio suado que o Rodrigo segurava era uma comemoração de todos. E lá vinha ele no high five, sempre seguido de um abraço. Todo mundo se soltou mais e o time se entrosou. O técnico, claro, sorria de um dente a outro. Nem preciso dizer que vencemos. O campeonato regional prometia.

No vestiário, só comemoração, e dessa vez o Rodrigo ficou. E não, não ficava olhando pra ele. Tinha que me comportar pra não dar bandeira, e não queria dar o braço a torcer tão assim na lata, para ele não ficar achando que estava querendo algo a mais. “Mas será que eu estou querendo algo a mais?”. Seria no mínimo contraditório, depois da nossa discussão. O fato é que a alegria estava tão evidente no grupo, que resolvemos sair para comemorar. Meu carro estava longe pra caramba e como já tinha escurecido e não estava afim de ser assaltado, deixei minha mochila no carro do Beto, e combinei de pegar na saída do bar. Não queria exagerar, mas logo o papo entre os caras chegou no sexo, e sabia que iria ficar meio constrangido quando chegasse na minha perturbação. Comecei a pedir umas caipirinhas e não demorou muito pra começar a rir sozinho. Nem assimilava ao certo as piadinhas e ria com todos eles. Rodrigo começou a achar graça da minha cara e se mostrou mais aberto a algumas conversas.

Já tinha passado da meia noite e alguns colegas começaram a ir embora, já que alguns tinham namoradas e esposas pra dar satisfação. A “diretoria” ficou e logo Beto e Luís começaram a discutir quem iria me levar para casa. Enquanto um tentava passar o pepino para o outro, Rodrigo se prontificou:

- Eu levo, de boa.

- E você sabe dirigir Murilão? – Beto indagou.

- Claro que sei. Você só me vê a pé porque moro perto do Clube – respondeu rindo.

- Não precisa, eu tô bem – me apressei em rejeitar a ideia.

- Só se for pra bater as botas. Fica na sua Sandro Luciano que hoje você tem chofer. Passa pra cá, vamos...

A contragosto, joguei a chave pra Beto, e ele passou pro Rodrigo. Percebi que a coisa não estava realmente bem, quando mirei nele e acertei um copo na mesa. Mais umas conversas fora, pagamos a conta e partimos. A caminho do carro, só pensava em agir naturalmente, apesar de toda a bebedeira:

- Sabe onde eu moro né? – disse tentando parecer simpático, enquanto ele colocava o cinto.

- Sei sim 801 – disse rindo – e coloca o cinto, você não vai querer fazer nenhuma loucura.

- Engraçadinho... – saquei o sarcasmo.

Mas as brincadeirinhas pararam por aí. No resto do caminho, o silêncio reinou. Ao chegar ao meu prédio, sinalizei que ele poderia ficar com o meu carro e me entregava no dia seguinte. Rodrigo dispensou. Disse que preferia pegar um táxi. Até que me dei conta de uma grande merda:

- Puta que pariu! – exclamei.

- O que foi cara?

- Minha mochila. Ficou no carro do Beto. Porra!

- Relaxa, amanhã você pega.

- A chave de casa tá na mochila. Tenta ligar aí pra ele, na moral...

Rodrigo discava e eu pensava em como solucionar o problema. Ou tentava pensar:

- Tá dando caixa.

- Merda...

- Faz assim, dorme lá em casa, amanhã você pega seu carro e vai buscar sua mochila.

Parei, olhei para a cara dele e não sabia o que responder. Rodrigo me olhou com uma cara ofendida:

- Respeito Luciano... respeito. Se você quiser te deixo aí com seu carro no meio da rua e você dá um jeito de convencer o Beto a atravessar a cidade pra te entregar uma mochila.

Fiquei mais um tempo calado e respondi com um “tudo bem” mais acanhado do mundo.

No novo caminho, mais silêncio:

- Rodrigo, desculpa se te ofendi.

- Relaxa.

- E sobre aquela noite...

- Luciano – ele me interrompeu – esquece aquela noite. É passado.

Seguimos sem falar mais nada. Não sei se era longe ou não, mas achei que tínhamos andado um bocado, apesar de saber que ele morava próximo ao clube (que também era perto da minha casa). Coisas que o silêncio provoca.

...

Rodrigo reapareceu na sala me entregando uma toalha e uma bermuda:

- Não costumo oferecer cueca minha, mas se quiser... – disse rindo.

- Precisa não, valeu.

- Também sempre durmo sem camisa, se quiser alguma me fala.

- Tô tranquilo.

Enquanto me dirigia para o banheiro, o vi colocando uns travesseiros e um lençol no sofá. Tirando (ou tentando tirar) a roupa desajeitadamente, tomei um susto quando ouvi alguém batendo na porta:

- Luciano, me esqueci de te dar um sabonete! – Rodrigo exclamou do lado de fora.

Só de cueca, abri a porta:

- Valeu, nem tinha me ligado nisso – falei pegando o sabonete da mão dele.

- Beleza, vou tomar banho também.

Olhei atônito pra ele, que fez nova cara de ofensa:

- No meu banheiro Luciano! Não viaja – saiu andando – E já te vi em situação muito pior! – resmungou do quarto dele.

“Puta merda, seu babaca!”, disse a mim mesmo. “Larga de ver maldade em tudo, porra!”.

Depois do banho, fui ao quarto dele perguntar aonde colocava a toalha, a tempo de ver rapidamente a bunda dele, enquanto colocava uma cueca. Ele me olhou com cara de poucos amigos.

- Boa noite – disse meio ríspido, tomando a toalha da minha mão e caminhando para a sala.

- É para eu dormir aqui? – apontei para sua cama.

Ele se absteve de responder e apagou a luz.

...

Acordei domingo com uma puta dor de cabeça e o sol incomodando os meus olhos. Sim, parecia que aquela cena estava se repetindo demais na minha vida. Me virei bocejando, dei uma espreguiçada com o braço e senti que bati nas costas de alguém. Aquilo só podia ser brincadeira: Rodrigo estava dormindo do meu lado.

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Comentários

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Sera que ele o levou nos bracos para cama kkk?!

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Muito bom, porra tu é foda demais. Até eu ficaria com raiva de ti tbm! Mas, sei como é isso no começo. Medo toma conta de tudo e não deixa a pessoa raciocinar direito. Perfeito apenas!

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Luiza dançou sim, graças a deus, agora é só esses dois gostosos aproveitando o melhor da vida: sexo homo! Mal vejo a hora de eles se pegarem pra valer. Adorando o rumo que sua historia tomou, mino!

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hahha so falta ele pensar q o rodrigo atacou ele enquanto durmia rs. é parece q a luiza ficou na mão neh? bem melhor assim! to curtindo muito o conto.

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