Tarquino chegou em casa por volta das 18:00 h, assim que fechou a porta o fantasma chamado solidão entrou junto. Ele andou por todo o lugar e finalmente entrou em seu quarto. Tirou cuidadosamente a roupa, pegou uma toalha limpa no pequeno closet e finalmente foi tomar um banho. Quarenta minutos depois já estava de saída para retomar o cooper que deixara de praticar nos últimos sete meses e meio.
A Avenida Beira-Mar estava fervendo em atividades. Muitas eram as pessoas que como ele, faziam algum tipo de atividade física, ou então se propunham a fazê-la. Decidiu primeiro andar o mais rápido que pudesse, mesmo tendo que desviar das pessoas que invadiam a pista para os pedestres e voltariam correndo pelo mesmo percurso, ou o quanto ele pudesse correr depois de tanto tempo.
Seu calção branco com grossas listras azuis na lateral do mesmo estava quase justo ao corpo como se fosse uma segunda pele. A camiseta que usava fazia o desenho perfeito do seu peitoral ainda mais volumoso. Os tênis preto da Nike, completavam a sua vestimenta, lhe dando uma ar bem esportista e muito sedutor. Foi paquerado na cara dura por alguns garotos que faziam exercícios em aparelhos de academia que haviam sido colocados na orla pela prefeitura num incentivo a pratica de esportes e por jovens mulheres casadas ou não. Não se interessou por ninguém pois seu propósito ali era outro, queria andar, correr, suar muito a camiseta, cansar o corpo, ocupar a mente com a bela paisagem que a orla lhe mostrava e tentar pela primeira vez se ver como um homem livre.
Após o termino dos exercícios, tomou uma deliciosa água de coco num dos poucos quiosques que haviam no calçadão e calmamente andou até o local onde havia deixado o carro estacionado. Quando ia se aproximando, alguém estava escorado em seu carro. O garoto não tinha mais que 21 anos, pelo menos sua aparência lhe fazia ter essa certeza, era alto, tinha um ótimo físico e estava todo vestido de preto, calção, camiseta, meias e tênis. Faltando ainda alguns passos para poder chegar ao carro, acionou o alarme para poder destravar a porta e o barulho do toque de certa forma assustou o garoto que levantou automaticamente de onde estava sentado. Tarquino sorriu e parou quase na frente do garoto.
_ Pô cara, que susto você me deu, mano?
_ Você se assustou, foi? Pô cara me desculpa, não tive essa intenção.
_ Sem grilo, cara. Tava aqui só limpando ele pra você. E começou a sorrir meio envergonhado.
_ Agradeço pelo seu trabalho cara, só que estou sem moedas para o pagamento.
_ Esquenta não mano, a gente pode ver isso depois, numa outra oportunidade.
_ Nesse caso, valeu a limpeza.
E o jeito que teve foi sorrir pela ironia com que os dois estavam se comunicando.
_ Heitor mano, prazer e desculpa pela escora aí no posante. E o jovem estendeu a mão direita pra poder cumprimentar o jovem advogado, que o tocou também com sua mão direita.
_ Tarquino. O prazer é meu. Você não fez ou fazia nada demais para me pedir desculpas, até limpou mesmo o lugar em que sentou.
E os dois rapidamente travaram uma conversa animada e gostosa. Heitor era assíduo no cooper da Beira-Mar, morava há três ruas do local e só não vinha correr nas noites de terça e quinta, pois dava aulas nesses dois numa Universidade particular bem conceituada no Estado.
Tinha voltado a Morar em Fortaleza há pouco mais de três anos quando terminara o seu Mestrado em Economia numa universidade da Inglaterra. Ainda estava se adaptando, uma vez que não era muito de baladas ou farras. Era um cara que conhecia muita gente e tinha poucos e verdadeiros amigos.
_ Posso te fazer uma pergunta Heitor? Você disse que já fez Mestrado e voltou a morar aqui. Qual a tua idade?
_ Já sei dessa história, não aparento ter os 35 anos que já tenho, né mesmo?
_ Cara, quando te vi de longe sentado no capô do carro, pensei se tratar de um garoto de no máximo 21 anos de idade. Aí do nada você diz 35 e eu só posso achar que é uma mentira. É sério, você tem mesmo 35 anos?
_ Feitos há pouco mais de dez dias atrás. E olhando bem pra você, te dou no máximo 30, acertei?
_ Na verdade não. 27, pra ser mais exato. Mais fica tranquilo que pretendo fazer 28, 29, 30...
Os dois sorriram abertamente um para o outro.
Aí foi a vez de Tarquino falar um pouco sobre ele, não que fosse uma obrigação, falou porque quis e Heitor o ouvia atentamente. Os olhos claros do garoto não desgrudaram dele nem mesmo quando um carro de som bem barulhento passou próximo onde eles estavam. Até que Heitor perguntou:
_ Você já esta de saída?
_ Na verdade estava sim, o dia foi bem longo, tô acordado nem sei desde que horas. E hoje vim descarregar um pouco do stress desse dia longo.
_ Poxa mano, o papo ta tão bom. Como a gente faz pra continuar? E ansiosamente esperou a resposta de Tarquino.
_ Você sempre esta por aqui, menos nos dias em que dá aulas, assim será fácil te ver novamente. Eu agora virei com mais regularidade, mesmo nos dias em que você não aparecer por aqui. E caso você queira entrar em contato comigo, vou te dar meu cartão.
Tarquino abriu o carro e do porta luvas retirou a carteira e dela o seu cartão pessoal que entregou para o jovem amigo. Heitor guardou o cartão na sua carteira de cédulas.
_ Só não fala comigo, se não quiser. E Tarquino sorriu mais uma vez pra ele.
Os dois então se despediram e Tarquino seguiu para o apartamento se sentindo muito mais relaxado e leve. Chegou em casa perto das 22:00 h. Verificou a secretária eletrônica e nenhuma chamada havia sido feita para o seu fixo. Verificou o celular e havia uma mensagem de Adso avisando que na volta de sua viagem iria sempre estar em contato com ele. Preparou algo para comer rapidinho, macarronada, e foi tomar banho. Jantou assistindo a TV na sala mesmo, lavou a louça que sujara e foi pra pequena varanda acompanhado de um bom livro, dessa vez, Eça de Queiroz, Os Maias.
Cinquenta minutos de leitura fora suficientes para que os olhos começassem a pesar de sono e ele então levantou-se da cadeira, apagou as luzes que ainda deixara acesas e foi para o quarto dormir. O sono veio logo após o término de suas orações e ele só acordou por volta das 08:00 h de um sábado de céu azul e com muito sol. Tomou café rapidinho, vestiu a sunga de banho vermelha, pegou a carteira, as chaves do carro e rumou direto para a praia do futuro. A barraca estava ainda com poucos clientes quando ele após tomar uma excelente água de coco, resolveu mergulhar nos verdes mares do Ceará.
Quando já voltava, uma voz conhecida se fez ouvir duas mesa após a sua:
_ Isso é o que eu chamo de coincidência. Tudo bom Tarquino? Quando ele olhou para o lado em que a voz falara, pôde ver que Heitor estava com uma sunga preta totalmente colada ao belo corpo de pele branca que tinha, óculos preto de sol, cabelo de um castanho claro quase loiro e com um enorme sorriso de dentes brancos e perfeitos enquanto esperava resposta ao seu cumprimento.
_ Olá Heitor, tudo bem sim e com você, cara?
_ Vou bem. Também vim nadar e pegar uma corzinha, né?!!...
_ Você vei acompanhado?
_ Sozinho. Você pode vir pra cá se não for atrapalhar.
Tarquino pegou apenas as chaves do carro, a camiseta, os chinelos de dedo, o coco que havia bebido e mudou pra mesa do novo amigo com o maior sorriso na boca.
_ Rapaz pra que não faz exercícios como você mesmo disse, tá bem hein? Faz qualquer garotão ficar no chinelo.
_ E você, tá bem do mesmo jeito.
E os dois passaram praticamente o dia na praia. Tinham muita coisa em comum. Moravam sozinhos. Eram formados e atuantes em suas carreiras. Era jovens e bonitos, tinham um bom papo e era visível que haviam gostado da companhia um do outro. Por volta das 16:00 h após almoçarem frutos do mar na barraca da praia, resolveram que iriam pra balada nessa noite quente de sábado. E que se encontrariam numa badalada casa noturna da cidade para aproveitarem a noite. Se despediram e cada um entrou em seu próprio carro, depois de terem acertado os detalhes do encontro de logo mais à noite.
Quando voltou pro apartamento e verificou suas chamadas na secretária eletrônica, viu que 6 das 11 ligações eram de Marco Antônio e as outras 5 eram de seu filho Adso. Resolveu não retornar para nenhum dos dois. Foi até área de serviço, tirou a roupa que usara para ir à praia, colocou tudo na máquina de lavar e foi tomar seu banho. Após se refrescar por quase uma hora no banho, passou hidratante no corpo todo, programou o despertador do celular para chamá-lo as 19:00 h e dormiu completamente nu, tendo como última visão do próprio corpo, a marca da sunga desenhada nele.
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Oi ATP, acho que depois da leitura de hoje sua opinião vai mudar...Abraço amigo.
Oi EDU 19 e 15, por enquanto as coisas não estão tão certas ainda. Espera só mais um pouco e vamos ver o que será... Abraço meu amigo.
Oi AGATHA1986, é verdade e Tarquino nunca desconfiou de nada. Parece que ele não vai ter o que sempre desejou...Beijo minha querida.
Oi KYRYAQ, parece que a nova fase de sua vida, acabou de começar...Um beijo carinhoso nas minhas queridas amigas.
Oi RIQUINHO, também senti tua falta garoto. Acompanha por aí, o bicho vai pegar. Abração amigo.
Oi ESPERANÇA, tá vendo no que você ajudou a me transformar. Meu rico e lindo Talismã, só posso agradecer a você todas as conquistas. E o conto ainda vai ter muitas outras coisas. beijo minha linda amiga.
Oi CRISBR1, na verdade o triângulo será muito mais que isso... Obrigado amigo pela foça e companhia. Grande abraço.
Oi MAMA, você é que é a mais forte de nós dois. Reconheço que em você vejo minhas vontades acontecerem, é estranho isso. Um novo amor chegou pra mim, assim espero, e pra Tarquino também. Vamos nos permitir, assim disse Lulu Santos... Beijos D. Rose.
Oi NUNOCAPIXABA, se consigo fazer uma síntese de teu comentário, concordo com você no que diz respeito ao não se acomodar e procurar mesmo sofrendo ou fazendo sofrer, ter uma vida real, sem tanta ilusão ou sonho, afinal de contas as realidades de nossa vida, são algo duro de encarar no dia a dia. Abração meu querido e mais uma vez obrigado pelas palavras.
Oi GEOMATEUS, MARAVILHOSO e simples. Você me desarma com suas análises meu querido amigo. ARRASOU. Um grande e apertado abraço. Logo mais estarei na praia do futuro. Que tal ir lá me ver, hein?
Oi CHELE, nada como conduzir e gerir a própria vida, né mesmo? Parece que nosso amigo Tarquino resolveu levantar as mangas e correr atrás do prejuízo. beijo minha querida.
Oi DRICA (DRIKITA) Concordo, Marco Antônio foi e é um fraco e sou capaz de entender suas razões. Tarquino parece ter cansado mesmo dessa vida cômoda e sem graça que levava ao lado do seu Vermelho. O bom de tudo isso é que a partir de agora, cada um seguirá em frente. A vida pediu mais. Beijos minha linda amiga.
Oi GUINHO, posso até adivinhar quem seja. Ser comparado me deixa orgulhoso, pois você pode ter certeza de que cada vez que aqui volto para escrever algo, ele sempre há de me inspirar. Obrigado meu amigo por tudo. Abraço.
Oi Humberto, seja bem vindo a esta página. Abraço.
Oi NINHA M, o que mais posso dizer depois desse lindo comentário? Fica certa minha querida amiga que voltarei aqui sempre com novas tramas, recheadas de situações que quase sempre vemos no nosso dia a dia. vale a pena sim, pois foi falando sobre isso, as verdades de nossa vida, que consegui conhecer cada um de vocês e você e a Ju, em particular. Beijos meus amores.
Oi NEGUINHA, Minha querida agora chegou a minha vez de perguntar algo a você: O que posso fazer para que o seu sorriso volte a ser lido por mim? Como eu gostaria de poder sentar junto e falar e ouvir e saber tudo sobre nós. Tô achando que você tá meio presa, quieta demais. Você é vulcão, alegria, espaço, você é mais, muito mais do que me mostra...Não deixa que pensamentos angustiantes ou mesmo frustrantes façam morada nesse coração gigantesco que você tem, tá? Se disse que te amo, haverá alguma melhora? pois lá vai ... EU TE AMO...EU TE AMO... EU TE AMO... EU TE AMOOi aos demais amigos. Abraços .
P.S. Meus queridos e queridas, logo mais tem praia do futuro para este pobre e velho professor que teve que corrigir uma porrada de provas. Peço desculpas por postar só agora. Beijo do Nando Mota.
