Segunda feira dia de voltar para a rotina, estava meio cansado, afinal trabalhar como barmen de um dos clubes mais agitados de São Paulo não é uma vida fácil, ainda mais quando está terminando a faculdade terceiro ano. Meu nome é Gabriel curso educação física, não sei explicar o motivo de ter escolhido esse curso, pra falar a verdade era bem preguiçoso no ensino médio, meu irmão me chamava de Zé Soneca todo dia de manhã quando me acordava,é estranho pensar em como mudei, de magricelo para bombado, não muito bombado, digamos que um modelo de cueca, fortinho, voltando, fez uns dois anos que trabalho no bar, aceitei o emprego mais para provocar meu pai, meu irmão assumiu que era gay no meu primeiro ano do ensino médio, desde então meu pai começou a controlar minha vida, então para provocá-lo aceitei o único emprego que ele não queria que eu tivesse. Realmente me divirto no trabalho, principalmente quanto o assunto é conquista, ajuda o fato de ser quase perfeito, herdei o gene bom da família, loiro, olhos castanho claro, pele rosada, sem mencionar o corpo definido, com 1,78 de altura, sempre tive interesse em mulheres, mas acho que o fato do meu irmão ter ficado com um cara e continuado a ficar com ele por quase seis anos me influenciou um pouco, quando aceitei o emprego no meio do primeiro ano fiquei curioso quanto a sexualidade, acabei ficando com uns caras, mas nunca deixei de ficar com mulheres, me divirto com os dois, mas nunca fixei com ninguém, apesar de sentir um pouco de inveja do Rafael, meu irmão mais velho, que está desde o ensino médio com o Izaki, os dois se completam, espero um dia achar alguém que me complete.
Izaki estava voltando de Milão, fazendo estágio em uma empresa grande de publicidade, ele acabou seguindo os passos da mãe, fazendo fotografia, claro que meu irmão não ia deixar por nada, estava planejando algo, sou muito ligado nos dois, são meus melhores amigos, amo meu irmão, sempre me apoiou, lembro quando disse que iria fazer educação física, ele riu durante minutos sem parar me olhou e disse “Ok Zé Preguiça, mas faça seu melhor”, muitos chamam o Izaki de arrogante, mas a verdade essas pessoas não tem noção de como ele é divertido e aberto. Acabei reservando uma mesa para essa reunião no clube, não temos muitos amigos, poucos, mas bons amigos, Raquel amiga de escola do Rafael, fez direito com meu irmão, hoje trabalham juntos na própria firma de advocacia, Matheus empresário, o típico estereótipo de “machão” do grupo, herdou tudo do pai e Diego que faz designe de interiores, sentimental, com os melhores conselhos.
Passei o dia estagiando em uma academia, voltei pra casa, é eu tenho um apartamento, presente de mãe, tomei um banho me arrumei afinal não iria à festa, mas trabalhar no bar, ainda sim podia ficar perto de todos. Por volta das nove Raquel, Diego e Matheus já estavam na mesa, passei para dar um oi, alguns minutos depois Rafael, Izaki me olha.
- O fortinho – escorando no balcão- quero algo especial.
- Tinha esperança de que tivesse deixado a arrogância em outro país. – disse levando um gin tônica.
- Eles não iriam aguentar. – rindo.
- Verdade o país ia entrar em crise – animado para saber sobre a viagem.
- Cara, senti sua falta Gabriel – me abraçando.
- Também senti a sua, é muito difícil controlar seu namorado. – rindo.
- Há há – Rafael me olha- você não tem algumas mesas para olhar não?
Estava feliz, realmente senti falta do Izaki, um mês fez você pensar como um amigo faz falta. Acompanhei os dois até a mesa.
- O fortinho eu quero um desse também. – Matheus levantando a mão e zoando com a minha cara.
- Também vou querer um Gabriel. – Diego falando delicadamente.
- E você Raquel, o que vai ser hoje? Algo com fogo, purpurina? – sacaneando ela, por ser a aventureira do grupo.
- Quero o com fogo se tiver. – falando sério.
- Não sei porque falo. – ri.
- Sério gente, vocês fazem falta. – disse Izaki sentado.
- Você também faz. – Rafael tentando ser o romântico.
- Você não conta, a gente faz sexo, é claro que você sentiu minha falta. – e assim todos riram com a fala do Izaki.
Sai para pegar os drinques, afinal estava trabalhando, não pude ficar muito tempo com eles, mas sempre que podia passava na mesa pra ver como estavam. Por sorte consegui que um colega cobrisse meu turno, era segunda e não tinha muito movimento apenas o bando de bêbados que sempre inventavam desculpa para beber. Consegui passar o final da noite com eles, sempre divertido, acabei ficando com uma menina no final, mas ela acabou indo antes de rolar algo.
Acordei com o barulho da porta, mais uma vez minha mãe cortou meu clima, o de sono, levantei e fui pra sala.
- Meu filho já não te falei pra dormir com mais roupa. – entrando na sala.
- Bom dia para a senhora também, e tecnicamente eu estou vestido, apenas a bermuda do pijama, mas... - inclinando para receber o beijinho que éramos obrigados a receber ou acabava em escândalo – mas o que está fazendo aqui?
- Fiquei sabendo que o Izaki voltou – sentando no sofá- chateada por ninguém ter me avisado, a gente vai almoçar com ele.
- A gente?
- Quanto tempo você não almoça com sua mãe Gabriel? – me olhando séria.
- Jantei com você e com o pai sexta passada. – indignado com o drama.
- Perguntei almoço, não foi? – tentando não rir – vai se arrumar, temos uma hora pra chegar no restaurante.
- Ok.
Mãe é mãe, não tem como discutir, fui para o quarto, tomei um banho, coloquei uma calça jeans, cinto, blusa de manga comprida vinho, relógio e arrumei o cabelo, topetinho charmoso, afinal nunca se sabe com quem vai encontrar. Fomos para o restaurante, não demorou muito para Rafael e Izaki chegarem, Rafael inclinou para receber o beijo de mãe o mesmo aconteceu com o pobre do Izaki. O almoço foi tranquilo, esperado de como seria, minha mãe tem meio que uma paixão pelo Izaki, e a mania de monopolizar todas as conversar com ele. Ficamos todos na mesa escutando minha mãe e o Izaki conversarem após o almoço, reparei que Rafael estava distraído olhando para alguém.
- Pensei que o relacionamento estava bem. – brincando com ele.
- Eu conheço aquele menino, mas não consigo lembrar de onde – apontando para um cara sentado em uma mesa com uma mulher – e isso está me matando.
- Simples, vai lá e pergunta.
- Não, não – me olhando com cara de assustado – não faz meu tipo.
- Verdade, é o garoto tímido da família.
- Izaki – Rafael colocando a mão sobre o braço de Izaki- a gente conhece aquele menino, fala que você sabe da onde.
- Ele é o filho daquele cara que você fez estágio e me obrigou a ir em todas as festas. – Izaki colocou a mão sobre a testa. – Thales eu acho.
- Verdade, depois vou lá cumprimentá-lo.
Não demorou muito para os dois saírem da mesa e irem em direção a saída do restaurante, Rafael levantou.
- Thales? – Rafael perguntou como se estivesse chutando.
- Sou eu, você fez estágio com na firma do meu pai Rafael. – respondeu com um sorriso forçado.
- Isso, e seu pai como vai?
- Está bem, desculpa Rafael, gostaria muito de conversar com você e com o Izaki.
- Você lembra de mim. – Izaki interrompendo.
- Claro, mas ainda tenho muita coisa pra fazer.
- Sem problemas, aqui – Rafael entregou um cartão – quando tiver tempo me liga pra marcarmos algo.
- Irei, foi bom te ver, e você também Izaki. – voltando a caminhar.
- Apressadinho ele. – respondi.
- Pois é. – minha mãe completou a fala.
- Ele deve estar atrasado pra alguma coisa. – Rafael tentando defende-lo.
- Verdade, deve ser de faculdade, lembro que há quatro anos, quando estava estagiando ele estava no segundo ano. – Izaki completando.
- Ele é um pouco mais novo que você Gabriel.
- Há quatro anos ele estava no segundo e eu e o Izaki no terceiro ano, a diferença e pouca.
- Depois a gente marca alguma coisa, puxar um pouco de saco dele pode ser bom. – disse Rafael com segundas intenções.
Após o almoço fui para a academia, tinha que cumprir as horas do estágio, o resto do dia foi bem tranqüilo, terça a academia estava como sempre ainda mais a tarde, a noite bar e casa, estava cansado.