Olá pessoal, meu nome é Alexandre mas todo mundo me chama de lex ou ale, tenho 20 anos e na época desse conto eu tinha 18. Vou contar uma história verídica que me rende boas recordações até hoje.
A história se passa em 2012, em uma cidadezinha muito pequena onde todos se conhecem ou onde todo mundo é primo de todo mundo. Como a cidade é muito pequena, há uma desigualdade social muito grande, como se a cidade fosse dividida em duas: do centro pra cima é onde as pessoas de classe alta e média moram. Depois do centro é onde as pessoas pobres moram.
Eu morava no bairro Abreu Peixoto, conhecido por ser praticamente o centro da cidade e o bairro mais nobre. Lá é onde há de tudo: as duas escolas da cidade, o único hospital, as lojas, cinemas, restaurantes e etc. Meu pai era o prefeito da cidade, por isso todo mundo conhecia ele e consequentemente a minha família.
Desde pequeno eu sempre tive o interesse por animais, fato que me levou a prestar o vestibular pra Medicina Veterinária na única universidade que havia naquela cidade. Eu nunca fui o mais inteligente da sala, nem o mais bonito, mas sempre fui o mais querido. Sempre fui o mais simpático, brincalhão, alegre e amigo de todas as salas que vim a estudar no meu colégio. Não existia um Alexandre infeliz. Pelo menos não aparentemente.
Além de ter fama de palhaço, eu tinha fama de playboy galinha, mas quem me conhecia de verdade sabia que não era assim. Nunca fiz questão que meu pai concertasse as minhas burradas nem nada do tipo, aliás, odiava o fato de ser filho do prefeito, já que pra mim tudo era fácil demais. Eu sempre soube que eu era bissexual, na verdade, bissexual não, eu era muito era esperto! Eu curtia tudo e achava que todas as pessoas deviam ser assim também, curtir tudo sem ligar pra nenhum esteriótipo.. mas apesar de eu "curtir tudo", eu sempre fui muito discreto, mas não escondia minha sexualidade de ninguém, e isso gerou um grande problema em minha casa. Quando eu me assumi bissexual para meus pais, minha mãe amou ter um filho "gay", já que eu poderia ajudar ela nas roupas e tudo mais (só que não era nada assim ahahah). Já meu pai passou meses sem falar comigo, já que ele não aceitava ter filho "viado" em casa, mas depois de muita conversa ele aceitou, com a condição que eu fosse sempre responsável com minhas atitudes e que não agisse como uma mulher. Não que eu fosse afeminado que saia dizendo na cara que era gay pra todo mundo, mas acho que ser gay é uma coisa normal em pleno século 21.
Bom, como eu disse, assim que saí do ensino médio, logo fui aprovado na unica universidade da cidade. Com isso finalmente consegui minha completa independência: um apartamento mobilhado e meu tão sonhado carrinho, além de um estágio em um joquei de um amigo do meu pai. O que eu poderia querer mais?
No primeiro dia de aula da faculdade eu me sentei na primeira fila e já fiz logo três amigos: João Fábio, um cara bonitão, devia ter uns 19 anos, forte mas muito, mas muito tímido; a Letícia, uma loirinha linda, ela devia ter uns 18 anos, tinha uma voz e um jeito de criança que encantavam todos as sua volta; e a Juliana, filha de um grande empresário de redes de supermercados da cidade, ela era a menina mais nova da sala, só tinha 17 anos e era também a mais linda: olhos verdes, cabelos loiros, pele bem branquinha e uma boca rosada.
Pra minha infelicidade, na minha turma tinha também o Maurício, meu único e verdadeiro inimigo. Nossa história não começava naquele dia e sim há 9 anos atrás no mesmo joquei onde hoje eu trabalho.
- Bom alunos, hoje finalmente começam as aulas de três tambores da turma dedisse nosso treinador. - Bom, cada um de vocês irá escolher o cavalo que mais se identificar - disse o velho treinador Oscar.
Eu mirei direto numa égua branca muito linda, eu fui em direção dela e de repente sinto alguém pisando no meu cadarço que estava desamarrado. Eu caí no chão de boca na areia do estábulo e então o menino que pisou no meu pé foi até a égua branca e disse que queria aquela. Eu fiquei com muita raiva, então não escolhi nenhum cavalo do joquei e trouxe o meu da minha própria fazenda. E foi aí que uma grande inimizade começou.
Eu sempre fui o competidor mais rápido, claro que por uma injustiça já que meu cavalo já era treinado há mais tempo, mas o Maurício sempre ficava atrás de mim por pouco. Nós dois éramos como loucos, treinávamos até tarde e nos encarávamos como dois touros quando estávamos na arena.
Pra piorar, nós estudávamos na mesma sala desde que nós entramos na 5ª série até hoje. Nosso Ensino Fundamental foi marcado por brigas, hematomas e xingamentos, o que era estranho pra nossos pais que eram amigos de longa data. No Ensino Médio, as coisas ficavam ainda piores, a nossa convivência ficou insuportável já que agora não era só a disputa na arena e sim disputa por mulheres, futebol, notas, até por quem tinha o sapato mais bonito. Nossa convivência só ficou suportável depois do terceiro ano, onde os ânimos se acalmaram e finalmente nós deixamos de competir no três tambores.
Bom pessoal, esse é meu primeiro capítulo escrevendo, não usei linguagem muito formal e nem tem muito diálogo porque esse capítulo foi mais uma introdução do Alexandre e do Marcelo. Espero que vocês gostem, não deixem de comentar, por favor! :)