Capítulo 6
O casamento é uma data especial para a mulher, sua vida toda estará envolvida após o "Sim". Victoria não está entrando nesse relacionamento iludida, ela sabe bem o que espera desta união. Dyoxe também, os planos de amor ficaram em segundo lugar, para todos estava evidente um contrato comercial.
O luxo estampado por toda a propriedade no campo, principalmente o quintal preparado para a cerimônia do casamento, preencheu a atenção de colunistas e a alta sociedade da cidade. Anna estava em seu quarto, olhando pela janela Dyoxe receber os convidados, nesse momento o prefeito, a "primeira dama" e os filhos chegavam, cumprimentando o noivo, se servindo de champanhe e refrescos franceses.
"Eca, que nojo, vou vomitar ao ouvir o famoso sim."
Anna iria se afastar da janela quando viu Rafaela passar pelos convidados carregando uma bandeja com aperitivos, servindo os convidados. Sorrir foi inevitável, dias sem vê-la e agora ela estava ali tão linda naquele uniforme preto e gravata borboleta.
Desceu para encontrá-la, mas no caminho, ao passar pelo quarto de sua mãe, ouvir um soluçar de choro. A porta entreaberta fez Anna perceber sua mãe sentada em frente à penteadeira, se olhando no espelho, maquiagem borrada pelo choro, com uma foto de Markun na mão e uma seringa na outra. Guardou a foto na gaveta, iria enfiar a agulha no braço, parou com as batidas na porta.
- Mãe, posso entrar?
- Anna... Um momento.
Victoria enxugou o rosto, retocou a maquiagem, escondeu a seringa na gaveta, depois abriu a porta.
- Lindo vestido. Só sinto muito que seja a pessoa errada a te esperar no altar.
- Anna, por favor. Hoje é um dia especial para mim, não estrague tudo. Esteja na primeira fila e sorria para as câmeras, nossa família é uma família feliz.
- Pura aparência! Isso me inoja! Enfim isso está acabando, vou poder ir embora.
- Anna, eu te amo. Na vida precisamos tomar decisões, eu fiz a minha, não posso mais voltar atrás. Um dia será você no altar, e, eu vou estar na primeira fila te apoiando, te desejando toda a felicidade do mundo.
- Victoria, vai lá e se case, se é o que você quer, só não espere que eu vou bater palmas e joguar confetes no casal. - Saiu do quarto.
Victoria pensou se queria se drogar realmente, como seu casamento contaria com presenças ilustres da sociedade, precisa manter absoluto controle sobre seus atos, guardou novamente a seringa preparada com a droga líquida na gaveta.
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Seo Zé me trouxe para o trabalho na mansão Rottler, ao sair da Van minha pistola ficou amostra por debaixo da camisa.
- Você trouxe uma arma pra quê?
- Não se preocupa Seo Zé eu tenho autorização para andar armada, fiz curso, sei atirar, ninguém vai se machucar caso eu precise usar.
- Vai trabalhar de garçonete e não na segurança, deixe a arma comigo. Dá pra mim.
- Seo Zé eu gosto muito do senhor, mas não vou obedecer desta vez.
- Sinto muito, não irá trabalhar hoje.
Seo Zé não viu de onde veio a pancada, Rafaela limpou a coronha da pistola manchada de sangue.
"Sinto muito Seo Zé, vou vingar a morte de meus pais, custe o que custar."
Amarrou firme a corda nos braços e pernas de Seo Zé, colou uma fita adesiva na boca dele e o deixou deitado no fundo da Van, atrás de umas caixas com emblema da padaria.
O frio contribuiu para esconder a arma com uma jaqueta entregue junto com o uniforme. Na cozinha recebeu ordens, trabalharia no jardim servindo aos convidados que fosse chegando, serviria até mesmo ao noivo. Uma dose de veneno no copo de uísque mataria Dyoxe rapidamente, um trabalho limpo, com mínima possibilidade de culpa, mas Rafaela tinha um plano.
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Dyoxe conversava com um político, negociava a possibilidade de um apoio da igreja da família apoiar sua candidatura no próximo ano, Rafaela gentil, sorrindo veio os servir.
- Champanhe? Uísque?
- Com prazer. - Disse Dyoxe.
- Obrigada. - Disse o político.
Rafaela seguiu servindo, Dyoxe não disfarçou o olhar no gingado da bela moça caminhando com a bandeja de bebidas.
- Bela moça, amigo.
- Linda mesmo, mas estou prestes a me enforcar, rsrsrs. Victoria é uma mulher maravilhosa, merece toda minha atenção.
- Atraente conta bancária de Victoria, concordo prestar toda sua atenção. Sejamos francos meu amigo, Victoria já teve seus anos de sedução, o que faz nosso sangue ferver e nosso "amiguinho" ficar animado são essas belezinhas que estão desfilando nesses uniformes. Tem certeza que são todas maiores de idade? Pode intermediar o contato com uma delas para o final da noite, em um motel?
- Fique tranquilo Nobre Deputado, depende do quanto estiver disposto a pagar, meninas de todas as idades estão disponíveis, rsrs. - Deu um tapinha nas costas do político.
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O entra e sai de funcionárias com bandejas na cozinha era intenso, o estado alcoólico de Anna atrapalhava sua visão e o reconhecimento de Rafaela, no entanto Anna estava encostada em um canto esperando por ela.
Rafaela balançou a cabeça negativamente, não podia se distrair agora, também não podia deixar a moça bêbada jogada no chão da cozinha minutos antes da noiva ir para o altar.
"Caramba!"
- Anna? Anna, acorda. Sua mãe já vai casar, levanta do chão... Vem! - Levantou ela usando certa força, Anna abriu os olhos. - Que bom que acordou, vamos ali no banheiro melhorar um pouco essa sua aparência.
Rafaela lavou o rosto de Anna e lhe deu um remédio para amenizar o mal-estar. Iam sair, Anna segurou o rosto de Rafaela, a beijando.
- Tá louca, menina? - Rafaela a empurrou, depois saiu apressada.
"Eu beijei ela, eu beijei... Ai meu Deus, que boca deliciosa! Bem diferente de beijar um menino, delicada, boca macia, ela é cheirosa... Huuuuuum!!!" (como tem sempre estraga prazeres...começou tocar a marcha nupcial)
Atrasada, Anna deixou seus pensamentos, sorrisos, o doce sabor dos lábios de Rafaela, esquecido, indo para a cerimônia.
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Após o "Sim" a festa continuou, a lua iluminava a noite. Por todo o jardim e cômodos do casarão tinham pessoas, Dyoxe aproveitou um descuido de sua mulher que estava conversando com amigos, para ir à cozinha propor um trabalho extra às garçonetes.
- Rafaela?
- Senhor...?
- Quero que reúna umas dez meninas, as mais bonitas, tenho um comunicado a fazer.
Rafaela ouviu a conversa nojenta sobre as garçonetes se prostituir após a festa. Mesmo assim pediu para as mulheres pararem seus afazeres momentaneamente e ir à cozinha para um comunicado importante do noivo.
- Obrigada, linda. - Se referiu à Rafaela. - Belíssimas! Vou direto ao assunto; temos convidados importantíssimos, eles se encantaram por tamanha beleza das senhoritas e propõe para vocês um trabalho extra esta noite.
- Para mim não serve, sou atendente de padaria e não puta. Com licença, Sr. Dyoxe. - Rafaela saiu com uma bandeja de bebidas em mão.
- E vocês, meninas? Serão muito bem recompensadas.
De 11 mulheres, 5 aceitaram, inclusive concordariam com menage e sexo grupal.
Dyoxe passou o número das mulheres para os "amigos" interessados no negócio, depois procurou por Rafaela, a repreenderia pelo modo ofensivo que o tratou.
Passando pela casa de banho da piscina viu Anna sentada em uma cadeira completamente bêbada, olhou para um lado, olhou para o outro, viu todos ocupados conversando, bebendo, namorando, brigando com as crianças, ninguém o viu entrar e encostar a porta.
- Quem está ai? Estou mal, me ajude.
- Anna, querida.
- Dyoxe... Aí... Meu estômago...
- Shiu, vou cuidar de você, rsrsrs.
- Mas o quê você está fazendo? Me larga!
Dyoxe tentava abrir a roupa de Anna, ela o empurrou, levantou, mas não conseguiu ir muito longe, foi capturada por Dyoxe. Ele a jogou no chão, ela sem condições de reagir, rapidamente estava nua, com ele em cima dela, ainda de roupa, beijando a costa de Anna.
- Hoje você vai ser minha, vai saber porque sua mãe gamou aqui no vagabundo, haha. - Conseguiu abaixar a calça, junto com a cueca. - É um prazer ser o seu primeiro, você nunca mais esquecerá. Preparada? Lá vou eu...
Dyoxe iria penetrar Anna, ela medindo forças com ele, se debatia com a pouca força que tinha... O corpo de Dyoxe parou inerte sobre o corpo dela, algo gosmento, quente tocando suas costas.
Anna engatinhou para longe dele, o viu ferido na costa e pescoço. Correu para fora, pedindo socorro.