Eu sabia desde o início de tudo, que eu estava errado, completamente errado na verdade, existem atitudes que te definem para sempre, algumas te definem como algo bom, outras como algo ruim, a verdade é que eu sempre soube que meu lado ruim um dia afetaria minhas decisões e acho que esta história tem tudo haver com este fato: Eu decididamente nunca fui uma pessoa boa.
Chamo-me Caio, sou um cara bonito, definitivamente chamo a atenção de muitas pessoas, não, eu não sou um cara convencido, simplesmente não acho que eu deva mentir ou ocultar qualquer coisa nisto que eu chamo de confissão, não estou me redimindo, no entanto e nem reagindo de modo a ter uma redenção, como disse antes, não sou uma boa pessoa e não vou ser não sou personagem de filme que muda no final ou que morre para que assim nos livremos de sua maldade, no entanto não sou desumano e nem mato animaizinhos, mas prático maldades, sei conseguir o que quero custe o que custar, não tenho medo de ser quem eu sou, jamais tive. Por isso, quando digo que sou bonito, acredite.
Sou branco, cabelos pretos curtos, olhos verdes, meu corpo é naturalmente escultural e mantenho com leves exercícios, sou bem nascido, rico, chego a ser mimado, mas não de uma maneira insuportável, não sou mesquinho e nem arrogante, sou realmente o cara bacana que irá te sabotar em poucos segundos.
Algumas pessoas definitivamente me rotulariam de psicopata, mas acho um termo muito forte, acho que estou mais para um homem que busca de satisfazer sexualmente, um homem que leva seus desejos carnais a sério, isso, essa é a minha definição, vou à busca dos meus desejos sexuais, não paro quando percebo que beira a loucura ou que é errado, não, eu não paro.
Tenho vinte e cinco, pode parecer que sou mais velho pelo modo que penso, mas felizmente me toquei de quem eu realmente era bem cedo, então, não me venha com julgamentos e hipocrisias, sou assim e muita gente gostaria de ser.
É preciso, no entanto, explicar tudo do início.
Não sou assumido, não tenho vontade de ser, não tenho preconceitos, apenas acho que é melhor que eu seja assim, não gosto de mulher, jamais gostei, mas não sou nem um pouco afeminado ou delicado, sou um cara grande, forte, uso barba, sou grosseiro quando tenho que ser, sou bom de briga e bom de cama.
Cresci junto de meus melhores amigos, Pedro e Clara, ambos sempre foram lindos, louros, angelicais, e eu sempre fui o mais sombrio, o pobre menino rico, por assim dizer. Os dois sempre foram pobres, bem pobres perto de mim, sempre fiz questão de leva-los a todas as viagens, tudo o que eu tinha eles tinham que ter, obviamente papai e mamãe nunca se importaram de fazer isso, sempre adoraram os dois.
Obviamente que o casal perfeito teria que se unir uma hora ou outra, eles começaram a namorar e claro que fui deixado de fora, foi então que decidi me esbaldar, cai na noite, me joguei na balada, bebi, fumei, me droguei, trepei, fiz orgia, fiz o que tinha que fazer, trepava na rua, trepava no carro, chupava no banheiro da boate, comia quem eu bem entendesse. Era assim, eu começava na quarta-feira e dava um tempo na segunda-feira. Eu nem falava mais com Pedro ou Clara, na verdade nem sabia mais o que rolava com eles, a vida era aquilo agora, foder e foder mais, obviamente me cuidando muito bem, não sou nenhum idiota.
Mas quando eu deitava no travesseiro algo me incomodava, eu pensava em Pedro, aquele deus grego, loiro, corpo másculo e completamente forte, sem pelos, uma barba loira, os olhos azuis, a boca vermelha, eu tinha inegavelmente uma queda por ele desde que me entendo por gente, e agora ela havia roubado ele de mim, eu queria ele pra mim, queria possui-lo.
Eu sabia que ele era fraco, eu sempre soube do desejo de Pedro ser mais do que o menino pobre bonitão, Pedro odiava clichês, mas ele definitivamente era um clichê. Eu sabia disso e usaria disso para ter o que eu queria.
Foi a bondade de Clara que fez com que tudo caminhasse ao meu favor, ela percebeu que eu estava mais magro, mais sombrio e mais cansado do que o normal, disse para Pedro conversar comigo. Quando veio fiz a minha cara de dó e disse que estava me sentindo muito sozinho, disse que queria meus amigos perto de mim. Decidi então convidar os dois para uma viagem com tudo pago para Paris.
Nós fomos, decidi mostrar ao Pedro o mundo que ele não tinha, os levei nos restaurantes mais elegantes, fomos nas baladas mais fervidas de Paris, comemos do bom e do melhor.
Foi em uma noite de domingo que eu finalmente me insinuei para Pedro, ninguém queria sair, decidimos então ficar no hotel, assistir televisão, Pedro estava sem camiseta, o corpo esculpido, calça de moletom azul marinho, carinha de sono, cabelo bagunçado, Clara estava de baby doll branco levemente transparente, seus cabelos loiros arrumados em um belo coque, entrei no quarto deles vestindo apenas uma cueca boxer preta, meu corpo esculpido, levemente peludo, a barba por fazer, cabelo bagunçado, deitei com eles como fazíamos quando criança, exceto que agora tínhamos desejos sexuais, assistimos a um reality show culinário, foi quando Clara ficou com fome e disse que queria ir em bistrô ali pertinho, eu não queria ir, nem Pedro, Clara não ficou brava, foi sozinha. Ficamos eu e ele ali naquela cama, em Paris, olhei pra ele pouco depois que ela saiu, ele me encarou com seus olhos azuis.
- Eu sei o que você está pensando... – comecei baixinho.
-Claro! Você sabe me provocar – disse Pedro
-Sei? – perguntei cheio de malicia, me aproximando dele, sentindo o cheiro dele, o calor dele.
- Não faz isso Caio – ele disse todo mole.
- Isso o que? – eu disse e peguei-o de jeito, nos encaramos bem de perto, ele estava todo arrepiado e já se derretia nos meus braços , nossas barbas se encostaram, brigaram por espaço, minhas mãos desceram até seu peitoral, o calor dele me enlouquecia.
- Nós prometemos... – ele começou
-Foda-se – eu disse bem vulgar.
Ele me puxou pra ele e finalmente nos beijamos com muita vontade.
Para que vocês entendam, eu e Pedro já havíamos tido um breve romance, foi tudo muito rápido, muito intenso e muito doloroso, ele não conseguia se deixar levar, era grilado com tudo, mas não podia suportar me ver, ele sempre queria que eu estivesse com ele, Pedro me desejava, Pedro sonhava comigo, sem masturbava pensando em mim, entrava no meu quarto de madrugada e fazíamos o mais selvagens dos sexos já feitos, ele se entregava, eu me entregava, quando ele começou a namorar com Clara, se distanciou completamente, então eu fui à forra e não a fossa, fui trepar mesmo, eu sabia que ele morria de ciúmes de mim, eu sempre soube, ele ardia de ciúmes quando me via com os carinhas ricos que eu costumava trepar. Foi em um dia que falei para ele que se ele topasse poderíamos fugir, morar em outro País, ser livres. Mas ele disse que estava apaixonado, eu disse a ele que amor não existia, existia o prazer e os que eram tolos demais para nega-lo. Foi então que a viagem aconteceu, eu sabia que ele não podia negar, Clara estranharia, eu sabia que ele ia ficar louco, Pedro era assim como eu, nunca foi um cara bom, mas sua cara angelical não deixava que ninguém percebesse, ele gostava de status, gostava de dinheiro e na minha cama ele se transformava em um animal.
Nossas bocas ficaram grudadas, sentia seu hálito quente, seu pau já dava sinais de vida, assim como o meu, ele me olhou sério e disse.
- Você faz isso por maldade?
- Não, faço isso porque quero você pra mim.
- Fala isso como seu eu fosse um objeto.
- Pedro, você se importaria de ser o meu objeto?
Ele me olhou, ele sabia que não, ele realmente sabia que não.
Ele se levantou e foi até a sacada do hotel, dali podíamos ver a Torre Eiffel, as luzes de Paris, o ar frio, ele encostou ali, fui até ele, encostei meu corpo no dele, encoxei ele, Pedro gemeu baixinho, passei minhas mãos nas costas largas e fortes dele. Mordisquei a orelha dele e sussurrei:
- Vem, vamos morar aqui em Paris, só eu e você.
-Para!
- Pedro, também posso ser seu objeto, se você quiser.
Vi-lo-ei com tudo e o beijei com muito tesão, ele me puxava pra ele com força, nossas bocas se devoravam, ele ardia, eu ardia. Meu pau explodia de tesão, apertava seu corpo contra o meu, apertava ele inteiramente nos meus braços.
- Você não tem dó da Clara? – perguntou Pedro quando nos soltamos.
- Dó? – eu perguntei.
- Me roubar dela.
- E você foi dela algum dia?
Ele me olhou, ele estava com uma leve raiva de mim, ele sabia que aquilo era verdade. Pedro sempre me pertencera, sempre fora apenas meu e de ninguém mais.
- Foge comigo, deixo uma carta, explico à Clara tudo o que ela precisa saber, espero você hoje ainda na rua, se você não vier não me verá nunca mais.
Pedro não veio.
VINTE ANOS DEPOIS...
Era Brasil de novo, meu país, eu era outro, trinta e três anos, minha concepção de ser bom ou ruim já não delineava minha personalidade, eu não me sentia um cara ruim, me sentia um cara normal, me assumi, morei anos na Europa, pensei em Pedro durante dois anos e depois esqueci, juro, esqueci.
Os anos haviam feito bem, eu estava mais forte, cabelos cortados estilo italiano, o corpo ainda mais másculo, peludo, barbudo. Definitivamente assumido e definitivamente másculo. Comprei um apartamento para mim no Rio de Janeiro, onde sempre morei, não queria voltar pra casa dos meus pais.
Nos anos fora tive diversas aventuras sexuais, coisas fora do limite, orgias, putarias pesadas de verdade, depois cansei, tive romances, vivi diversos romances, mas nunca me entreguei a nenhum de verdade. Eu nunca pesei que fosse capaz de amar, mas hoje confesso que amei Pedro, amei de verdade. ]
Desci para praia, eu podia estar com vinte anos a mais, mas estava totalmente em forma e muitos olhares se dirigiam a mim, notei, no entanto olhar de um jovem, ele estava com uma sunga branca, devia ter uns dezenove anos no máximo, era loiro, a pele bronzeada, cara de moleque, ele me olhou sem medo, gostei daquilo, mergulhei no mar e depois sentei na areia pra curtir a praia, o moleque veio até mim e sentou do meu lado.
- Oi – ele disse com a voz arrastada, carioca.
- Oi- respondi.
- Você é daqui?
- Sou, mas não venho a praia há 20 anos;
O Moleque riu, uau, que sorriso encantador, nunca me interessava por garotões, sempre gostei de caras da minha idade, mas aquele moleque estava me deixando louco;
- Porque tudo isso?
- Estava morando na Europa;
- Que delícia, sempre quis conhecer.
- Você iria adorar.
- Como sabe?
- Porque tenho certeza que um jovem como você adoraria passar a noite em uma sacada de hotel olhando a torre Eiffel, tomando um belo champanhe...
- Adoraria sim, mas faltou acrescentar uma coisa.
- O que?
- Você completamente nú – ele disse isso baixinho, me olhou nos olhos, ele era provocante, sorriu pra mim, me puxou pela mão – Me come.
Caralho fiquei louco com aquele pedido, aquele jeito direto, aquele ar de moleque que sabe o que quer, não hesitei, o levei pro meu apartamento, entramos no elevador e já começamos o amasso ali, nos pegávamos, o moleque era indecente, subiu no meu colo, coloquei ele contra a parede, beijava sua boca, ele puxava meus cabelos, arranhava minhas costas, entramos e fomos arrancando o resto de nossas roupas, que moleque delicioso, seu corpo era delicioso, uma bundona enorme e empinada, pelos loirinhos desenhavam aquele corpo delicadamente, sua pele salgada de mar, seu cheiro de leve suor, peguei o moleque pela bunda e coloquei ele no meu colo, nos beijávamos com urgência, ele estava louco comigo e eu com ele, caímos no chão, nos beijando, nos apalpando, nos descobrindo. Deitado no chão frio o moleque colocou meu pau em sua boca, ele me olhava e chupava meu pau como um mestre, seu olhar me deixava afoito, ele tinha um jeito selvagem de me chupar, engasgava no meu pau, me mostrava do que era capaz, meu suor escorria e me grudava no chão, eu apalpava sua bunda, apertava e chupava meus dedos e depois socava no seu rabo, ele me olhava com uma carinha de pidão que me fascinava. Ele socava a rola toda na boca e me olhava como se dissesse “Olha pra mim, olha o que eu faço com você”.
Peguei ele de jeito, beijei sua boca, levei ele pro banheiro, entramos no chuveiro, água quente, escorria por nossos corpos, beijos, me ajoelhei, coloquei ele sentado na minha boca, chupei seu cuzinho com tanto tesão, ele gemia, sentava na minha boca, me olhava nos olhos, pedia mais, rebolava, enfiava o rabão bem na minha cara, eu dava tapas fortes, ele ria malicioso, me chamava de puto. Fiquei de pé, o encostei na parede, cuspi na mão passei bem no meio do cu dele, apertei as nadegas, soquei sem medo, soquei forte e fundo, ele mordeu meu ombro, me chamou de vagabundo, fodi-lhe como uma animal selvagem, comi seu rabo de acordo, sim, foi sem camisinha, não me julguem. Metia nele com vontade, a água quente caia em nossos corpos, nos beijamos, eu chupava seu mamilo, socava fundo, ele gemia, me arranhava, suas pernas balançavam no ritmo das minhas estocadas, eu trepava de verdade com aquele garotão que eu nem sabia o nome.
Corremos pelados e molhados pelo apartamento, abri uma champanhe, bebi no bico, cuspi na boca dele, ele se deliciou com aquilo, trepei na sacada, trepamos alucinados, comi aquele moleque de todas as formas possíveis, ele era insaciável e eu também. Estávamos na minha cama, ele cavalgava pra mim, quando gozei na cara dele ele gozou ao mesmo tempo, nos beijamos bem devagar e caímos no sono.
O Tempo passou e eu e Gustavo, sim, esse era o nome do moleque, fomos ficando cada vez mais apegados, eu levava ele a todos os lugares, comia ele em todos os lugares, havíamos nos tornado amantes.
Obviamente ele me queria garotão, gostoso, eu era gostoso e muito rico, eu proporcionava tudo o que ele queria e comia ele de jeito, acabamos nos apaixonando.
Um dia depois de uma bela foda ele me disse que gostaria que eu conhecesse seus pais, eu topei, afinal queria ficar com aquele moleque pra valer.
Fui então, em um domingo até uma área de classe média aqui do Rio, Gustavo estava na porta me esperando, sorrindo.
Sai do carro, fui andando e me deparei com o pior.
Pedro e Clara eram os pais de Gustavo, eles me olhavam sem saber o que fazer, fiquei olhando eles, Gustavo sorria inocente sem saber do passado de nós três. Clara me chamou pelo nome, chorou, disse que estava morrendo de saudade, que se fosse pro filho dela ficar com um homem que fosse eu mesmo, que estava feliz. Pedro não disse nada, só me olhou, ele estava ainda mais bonito, mais robusto e másculo.
Quando entrei pela porta, Clara já estava na cozinha, paramos na porta eu, Gustavo e Pedro, nos olhamos.
- Ta aí Pai, algo que eu sou melhor do que você – disse Gustavo.
Pedro o encarou e eu Também.
- Consegui pegar pra mim o macho que você teve medo de se entregar.
- Que? – perguntou Pedro
- Depois daquele dia que nós brigamos eu fiquei com raiva e mexi nas suas coisas, achei uma moleskine, continha uma foto e coisas escritas sobre uma viagem à Paris, mas eu não podia esperar que você aparecesse assim Caio, não tive duvidas que era você, ainda mais depois das respostas que me deu, eu tinha que te seduzir, tinha que ter você, e agora eu concluo isso : Tá ai papai, te enchi de orgulho? Cansei de competir com você, de você me dizer que eu não era bom suficiente, agora sou?
Gustavo riu com maldade, beijou minha boca com vontade e saiu como um rei.
- Você foi usado por essa putinha – disse Pedro.
- Você acha que eu ia me entregar sem primeiro investigar ? Eu sabia de tudo desde o início, quer vingança melhor que devorar o filhinho do cara que destruí seus sonhos?
Dei dois tapinhas na cara dele e sai, beijei Gustavo delicadamente e ele disse baixinho:
- Eu sabia desde o início de tudo, que eu estava errado, completamente errado na verdade, existem atitudes que te definem para sempre, algumas te definem como algo bom, outras como algo ruim, a verdade é que eu sempre soube que meu lado ruim um dia afetaria minhas decisões e acho que esta história tem tudo haver com este fato: Eu decididamente nunca fui uma pessoa boa.
Beijei ele novamente enquanto Pedro entrava tentando disfarçar o quanto estava abalado, sentamos a mesa, pedi Gustavo em namoro, olhei nos olhos de Pedro e pedi o filho dele em namoro.
É, eu definitivamente nunca fui uma boa pessoa.