Acordei cedo e fui pro trabalho, dei as instruções pros cocheiros e voltei pro centro do joquei. Conversei muito com o seu Ricardo, meu patrão e então fui liberado mais cedo. Passei em casa e a dona mocinha - a mulher que trabalha lá em casa - já havia feito minha comida e então almocei um delicioso bobó de camarão. Descansei um pouco e por volta das 16 fui pra faculdade. Quando cheguei vi que todo mundo estava descendo as escadas e ao perguntar o que tinha acontecido, me informaram que iriamos em uma reunião com o coordenador do nosso curso.
- Então, eu convoquei essa pequena reunião pra informá-los que haverá uma espécie de convenção apenas para acadêmicos de medicina veterinária e zootecnia. A viagem é quarta feira e o custo dela é de (não lembro o valor). Quem estiver interessado poderá realizar o pagamento até amanhã. O congresso durará três dias, ou seja, no domingo vocês estarão de volta. Passagem, custo material e hospedagem já estão inclusos no valor do pacote. - Disse o coordenador Pedro.
Toda a turma ficou bem animada com a viagem e então todos nós fomos. Na quarta feira estávamos embarcando pra capital, numa viagem de apenas 40 minutos. Quando chegamos no aeroporto, um ônibus do hotel foi nos buscar e nos levou até o hotel. O hotel era bem bonito, devia ter uns 10 andares, bem organizado e com uma excelente infra-estrutura. Me dirigi até a recepção pra pegar a chave do meu quarto.
- Olá, tenho uma reserva de um quarto - disse eu.
- Nome completo, por favor.
- Alexandre Antunes Melo
- Desculpe, senhor, seu companheiro de quarto já pegou a chave.
- Perdão, e quem seria o meu parceiro?
- O senhor Maurício Nunes - respondeu a recepcionista.
Naquele momento meu sangue ferveu, eu não queria ficar no mesmo quarto que ele. Meus amigos falaram que era criancice, mas mesmo assim não queria e não aceitaria aquilo. Fui até a recepção e estava disposto a pagar por um quarto, mas infelizmente não havia mais vagas, já que era por volta de junho e é alta temporada. Merda - pensei.
Entrei no elevador muito puto e o pessoal tirava onda com a minha cara. Quando eu fico com raiva, eu cruzo os braços e minha mandíbula se mexe por conta própria, então foi mais um motivo pra me zoarem o dia todo.
Graças a Deus as vezes que fui até o quarto eu não havia tido nem sinal do Maurício. Na hora do jantar, todos nós, incluindo o Maurício fomos até um restaurante que foi muito bem recomendado por uns turistas que estavam no lobby. Ao chegarmos, um evangélico veio até nós entregar um panfleto e o João começou a rir.
- Perdão, João, mas do que você está rindo? - Perguntou Letícia.
- Ah, não sei, só tive vontade de rir mesmo. Esses evangélicos me fazem rir.
- Por que? - perguntei.
- Ah, sei lá. Por exemplo, ninguém merece as 9 da noite ter um evangélico entregando panfleto em pleno restaurante. - ele respondeu.
- Sem contar que tem uns crentes bem sem noções - Disse Ju.
- Então, de onde já se viu "cura gay?". Se a pessoa virou gay é porque ela quis, não é ninguém que vai fazer ela virar homem, só ela mesmo - disse Maurício.
Naquele momento eu havia ficado com raiva. Quanta merda poderia sair da boca de uma pessoa?
- Maurício, você está equivocado. Ninguém vira gay, e sim nasce gay. Eu não escolhi gostar de homens, mas se eu pudesse eu bem que escolheria mesmo. - disse.
Ninguém ficou muito surpreso com a minha revelação, já que eu já tinha comentado isso antes. Ninguém, menos o Maurício.
Depois disso o assunto mudou e começamos a falar de como havia sido o congresso e tal, e por volta das 23, após darmos umas voltas a pé pelo bairro, voltamos pro hotel. Maurício subiu junto comigo e como o esperado não trocamos nenhuma palavra. Entramos no quarto e ele disse que ia tomar banho e eu disse que por mim tudo bem. Coloquei meu celular pra carregar e respondi algumas mensagens no WhatsApp até que finalmente ele havia saído do banho só de toalha e com a roupa na mão. Eu fiquei olhando pra ele, não porque eu estava atraído, mas sei lá, é como se eu estivesse conhecendo uma pessoa nova. Ele se sentiu constrangido e ficou vermelho, pegou sua roupa e jogou na minha cara.
- Porra, tá me estranhando? - ele perguntou.
Eu acordei do transe e fui pro banheiro. Eu não fiquei excitado nem nada, mas algo havia despertado em mim, mas eu não sabia o que era. Tomei meu banho, escovei os dentes e voltei vestido do banheiro. Me deitei na cama, apaguei as luzes e apenas a luz do meu celular e do dele iluminava o quarto. Eu ainda estava no WhatsApp respondendo uns amigos, quando ele liga a luz do abajur dele e fica me encarando.
- Cara, sei lá... não me leva a mal, eu te conheço há um tempão, a gente já brigou, como assim tu é gay? - ele me perguntou.
- Ah, sei lá bixo, eu não me considero gay... mas não me considero hétero. Eu acho que o mundo todo deveria ser assim, curtir tudo. - respondi.
- E como é levar rola no cu? - ele perguntou. O modo com que ele falou me deixou meio irritado, mas ao mesmo tempo me deu vontade de rir.
- Sei lá cara, nunca levei "rola no cu". - respondi.
- Não? Mas então tu é o macho da relação? - ele meio que se sentava na cama.
- Não, caralho, eu não sou nem um nem outro. Nunca me relacionei com homens, nem namorei, nem nada. Aliás, acho que namorar é bobeira. Todo mundo tem que curtir, só isso. Aliás, por que tu tá preocupado com isso? To te estranhando - falei.
- Porra, vai se foder, cansei dessa viadagem, vou dormir - ele desligou o celular e o abajur e se virou pra parede.
- Boa noite, ogro - respondi enquanto ouço uma risada vindo de sua cama. Desliguei meu celular e então dormi.
No dia seguinte acordei cedo com o despertador tocando. O chuveiro estava ligado e quando virei pro outro lado o Maurício não tava na cama. Peguei meu celular e respondi algumas mensagens, até que ele saiu do banheiro, dessa vez já vestido. Acho que ele ficou constrangido pelo ocorrido da noite passada.
- Bom dia - ele veio em minha direção e deu um tapa na minha perna.
- Bom dia - falei meio que com voz de espanto. Ele só riu.
Peguei minha roupa, minha toalha e fui em direção ao banheiro. Entrei no banheiro, liguei o chuveiro, me olhei no espelho e vi que minha barba já estava grande. Decidi que iria até minha mala pegar meu barbeador. Abri a porta do banheiro e dei de cara com o Maurício batendo uma punheta. Enquanto ele punhetava seu pau, a outra mão apertava seus mamilos. Ele demorou uns 10 segundos pra perceber a minha presença e quando me viu, logo subiu a calça e ficou vermelho como um tomateEaí pessoa, nossa, continuo impressionado com as leituras e com os comentários de vocês, obrigado mesmo a todos os comentários. Infelizmente eu tô sem tempo pra respondê-los, mas assim que for possível começarei a responder vocês. Um grande abraço.