- Isso mesmo que você ouviu. Eu te amo. Sempre te amei!
Christian ficou completamente absorto com a revelação dele. Ele se levantou da cama e ficou em pé, parado na janela.
- Co-co-como assim? Eu não estou entendendo. – ele olhou para o amigo.
Anderson respirou fundo, pausou a voz e continuou.
- Desde o dia em que nos conhecemos, eu havia me encantado por você. Como eu não sabia ainda, que você era gay, e fiquei com medo de uma reação estranha da sua parte, eu preferi mentir e dizer que era hétero e que pegava muitas mulheres... Eu peguei, de fato! Mas no fundo, eu estava sofrendo. Naquela sexta-feira em que você apareceu aqui, há mais ou menos sete anos, eu estava disposto a revelar o meu sentimento. Eu havia tomado coragem... Mas você chegou todo sorridente, alegre; e eu pensei: hoje é o dia certo! Mas foi aí, que você me disse que o Douglas era o amor da sua vida e que vocês finalmente estavam namorando. Eu fiquei sem chão. Foi um verdadeiro banho de água fria. Meu coração se entristeceu e minha coragem havia se perdido.
- Mas nós dois sempre nos tratamos como irmãos! – Christian dizia.
- Eu procurei uma forma de sofrer sozinho, na solidão do meu próprio sentimento, simplesmente para não ficar longe de você. Toda vez que vinha aqui, chorando, depois de ter brigado com o Douglas... Eu sempre tive vontade de te beijar e cuidar de você. Eu queria te proteger e te amar.
- Mais... E as garotas?
- Não foram tantas assim, e apenas com duas eu consegui me envolver sexualmente.
- Anderson, eu não sei o que dizer. Eu estou surpreso! Eu sempre te amei como um amigo querido, um irmão, um parceiro. Eu estou surpreso com tudo isso que está me dizendo.
- Eu sei disso. – Christian percebeu um ar de tristeza nos olhos dele.
- Nos conhecemos há tanto tempo... Eu quero preservar este carinho e respeito que existe entre nós. Eu te amo também, mas não do jeito que você queria que fosse. Eu sei que dói pra você, está ouvindo isso de mim, mas eu tenho de ser sincero.
Christian o abraçou ainda em estado de choque e surpresa. Nunca passou pela sua cabeça que ouviria aquelas palavras dele.
- Eu precisava falar isso. Estava me sufocando. Mas pode ficar tranquilo que nada vai mudar entre a gente. – no fundo, ele estava sofrendo muito.
- Se você quiser eu posso ir embora hoje mesmo.
- Não, não! Fique! Eu sou forte o bastante. E também sei separar as coisas.
- Desculpa. Eu não queria vê-lo desse jeito. – Chris afagou o rosto dele. – Você é um homem lindo! Incrível! Eu te admiro muito. Sei que vai encontrar alguém merecedor de todo esse amor.
- Relaxa. Bom, eu vou dormir. Tô muito cansado.
- Não. Eu não vou permitir que durma no chão novamente. Esta cama cabe duas pessoas.
- Eu prefiro assim. – ele se deitou no chão e virou para o lado. – Christian respeitou a decisão dele e também foi dormir. Anderson na verdade, chorava baixinho, a dor de amar e não ser amado.
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NO DIA SEGUINTE...
- Olha só, quem é vivo sempre aparece! – disse um cara barrigudo e com a camisa suja. Ele estava fumando um cigarro, sentado na calçada de uma casa velha.
- Qual é Jorge! Beleza cara? E aí, a galera da comunidade? – Vanessa o cumprimentou com um sorriso.
- Fala Vanessinha. Continua delícia hein? – o cara dizia, olhando para as curvas dela.
- E a galera, cadê? Quanto tempo que eu não venho nesse lugar.
- Pois é mina. Pow, depois que tu arranjou aquele play boyzinho da área nobre, não quis saber mais das tuas raízes. – ele riu alto. Um sorriso assustador e podre.
- Não fala assim. Eu tenho a comunidade no meu coração.
- Tu tá sabendo que o Sandrinho foi morto?
- Sério Jorge?
- Os polícia veio aqui e meteu tiro no moleque. Ele tava sendo procurado. Mas também, era o maior vacilão.
OS dois se despediram, e ela entrou num beco sujo e apertado, atrás da tal “galera”. Na verdade, era um grupo de quatro marginais ao qual a Vanessa mantém uma amizade. Um dos caras, já chegou a namorar com ela, na época em que a mesma morava na favela.
Ela entrou numa birosca, onde o grupo estava repartindo dinheiro gerado pelo tráfico.
- E aí gostosa! Sumida hein? Virou famosa foi? – um dos caras debochou.
- Fala aí galera. Eu vim aqui trocar uma ideia.
- Iiiiiii... Qual é Vanessão? Que papo é esse? A galera já tá sabendo que tu foi trocada por um viadinho. – todos riram, causando irritação nela.
- Trocada um caralho! O Douglas que não era macho o suficiente pra mim. Vem cá, eu vim aqui pra vocês fazerem um serviço pra mim, e em troca eu dou 300 pra cada um.
- Hummm... Aí galera, a Vanessa tá rica.
- Que rica idiota? É o seguinte, vocês vão me ajudar e ganhar essa grana, ou não vão? Trezentinhos, hum?
- E qual é a parada? – um negro alto, de voz grossa se aproximou.
- Eu quero que vocês, os quatro... Peguem uma pessoa pra mim, e deem um trato.
- Tu tá querendo que a gente dê uma surra num mané?
- Não! Eu quero que vocês estuprem este filho da puta. Que vocês deem o que ele realmente gosta. – ela mostrou aos homens, uma foto do Christian e todas as informações.
- Tô dentro! Ganhar dinheiro pra comer cú de viado é a coisa mais fácil do mundo.
- Podem castigar! Eu quero ver aquela bicha ridícula me pagar pelo que ele fez.
Vanessa havia conseguido 1.500 reais, oriundo das suas saídas com homens mais velhos, e ela jurou que se vingaria do Chris. A Vanessa era a pior espécie de cobra já existente. Agora, a vida do Christian estava em risco.
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- Você vai ficar bem?
- Sim. Fica tranquilo. – disse o Anderson.
- Beijos! Mais tarde eu to de volta.
- Tem certeza que há a necessidade de ir para faculdade a esta hora da noite, só para fazer um trabalho?
- Anderson, eu preciso entregar isso amanhã no último tempo, ou serei reprovado na matéria.
- Não quer que eu te acompanhe?
- Não precisa. Fica um pouquinho com a sua mãe. Ela tá sentindo falta disso. Daqui a pouco eu to de volta e as ruas são movimentadas.
- Mas rola muito assalto naquela área.
- Relaxa. Tchau! Eu tenho de correr para elaborar o trabalho a tempo.
Ele partiu e o Anderson apenas o olhava...
Christian pegou um ônibus e desceu numa rua que era próxima a faculdade. Já eram 21:30 da noite e a rua estava deserta. Aliás, o bairro em si, era pouco movimentado. Ele seguia andando, ouvindo o seu mp3, e nem se deu conta de que alguém o seguia... O pior estava por acontecer!
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CONTINUA...
Oi meu queridos. Hoje eu quero dedicar o conto a uma pessoa muito bacana e muito carinhosa: Drica(Drikita) . Beijos linda! Galera, eu pretendo não ir muito longe com este conto. Não farei muitas partes. Obrigado pela atenção de vocês e por todos os comentários, que mais uma vez, ressalto a importância deles para nós autores. Aos que me pediram e-mail: ale-daring@hotmail.com