Dois dias se passaram e eu virei notícia nos jornais da minha cidade. Todos falavam sobre o fim do noivado. Diziam sobre amantes de ambos. Eu achava que paz eu teria e estava equivocada.
Não conseguia escapar dos holofotes na minha cidade, precisei me afastar um pouco disso, passear na praia sempre me acalmava.
Aquele lugar me dava uma visão perfeita do céu, das estrelas e da lua. Pensei nela e sorri. Apesar de sermos bem diferentes, ela me completava. Eu gostava e admirava tudo nela. Eu estava apaixonada, completamente apaixonada. Fechei os olhos e imaginei como tudo seria se ela estivesse comigo. Disse em sussurros:
"Lari, Lari..."
Voltei pra casa, conversei com a minha família, consegui cancelar por completo o casamento e fui dormir. Pretendia voltar pra São Paulo o mais rápido possível e para os braços dela também.
Continuava sendo notícia nos meios de fofoca mas, dessa vez não me importei. Aeroporto, SP e coisas novas. Eu sentia que seria apenas coisas boas e mais nada.
Queria fazer surpresa. E dessa vez faríamos amor sem parar por nada. Eu seria capaz de fechar ruas, avenidas, shoppings só pra ficar com ela.
Arrumei o apartamento e me informei em qual lugar ela estaria. Um banho demorado, um desejo latente pelo meu corpo. Eu a queria e seria dela. Coloquei o conjunto que havia comprado. O frio estava cruel, optei pela calça jeans, bota e uma blusa de tecido fino com um casaco. Estava uma típica paulista maranhense. Eu estava linda e era só por causa dela e para ela.
Cheguei na faculdade, fui em direção a biblioteca e a observei de longe em um grupo de estudos. Me aproximei sutilmente e ela parecia "cantar" a menina ao seu lado. Em determinado momento falou ao seu ouvido e beijou sua mão. Não precisava ver mais nada. Dei as costas e saí. Minha vontade era de matar a Larissa. Me senti traída mas, sabia que era só mais uma.
Sua fama a precedia perfeitamente e eu tinha acreditado, rs. Perfeita estúpida.
Aproveitei e fui resolver as pendências na coordenação do curso. Estava estressada, me corroendo de ciúmes. Só que eu decidi rapidamente que não faria parte da lista dela. Eu era uma mulher e não um objeto.
Resolvi reencontrar amigos, reatar as relações que afastei após viajar às pressas.
A mensagem dizia:
"Reunião na minha casa às 21 horas. Saudade de todos. Espero vocês! ".
Em minutos tantas ligações e mensagens. Eu queria me divertir e ia conseguir. Meus amigos ficariam aquela noite comigo e eu estava feliz.
Liguei para Patrícia. Ela sabia de tudo que tinha acontecido e era a pessoa certa pra me fazer esquecer o ocorrido. Eu queria conversar e precisava de ajuda pra organizar os aperitivos para reunião.
Eu e a Patrícia formávamos uma bela dupla. Nossos pensamentos eram conectados e nossas ações condiziam com o que acreditávamos e falávamos. Ela era minha melhor amiga de SP.
Enquanto contava sobre a Larissa, sobre o Rodrigo, íamos escolhendo as bebidas, as comidas até que alguém me puxou o braço.
Achei estranho e quando virei por causa do puxão, vi que era a Larissa me olhando séria e com o celular na mão.
Meu coração na boca e ela foi logo brigando:
"Você chega, chama seus amigos pra festa na sua casa e nem se quer tem a consideração de me avisar? O que pensa que eu sou? Palhaça, Daniela? Me explica isso, agora!"
A Patrícia disse:
"Calma. Meninas, vocês estão no supermercado. Melhor saírem daqui e conversar em outro lugar."
A Lari me soltou e perguntou:
"Nem bem chega e já está com outra, Daniela?" - Virou-se para a Patrícia: "Quem é você?"
Me coloquei na frente da Patrícia tentando protegê.la e disse:
"Eu que deveria ter feito o escândalo quando a vi quase comendo uma menina hoje mais cedo na biblioteca da faculdade. Você não tem o direito de me cobrar algo depois do que eu vi. Então, fique na sua e não se meta mais na minha vida. Não devo satisfações do que faço ou deixo de fazer e principalmente com quem estou!"
Ela disse:
"Você não viu direito e muito menos entendeu, Dani. Ela é minha amiga. Somos amigas de infância."
"Larissa, por favor? Me fazer de besta? Tchau!". Disse isso e puxei a Patrícia e saí. Explicação pior do que essa não existia.
A Patrícia tentava me acalmar, me fazer pensar na possibilidade da Lari estar falando a verdade e eu a cortei de imediato. Não queria ouvir o nome dela. Já tinha me estressado o suficiente.
Em casa, arrumamos tudo escolhemos várias músicas e disse: " Você vai ficar né? "
Ela sorriu e disse: "Você sabe que eu não posso, Dani."
Me fiz de zangada e falei: "Vou te trancar aqui, Paty. Quero ver se você vai conseguir sair."
Anoiteceu e fui me arrumar. E ela sempre atenta as nossas conversas. Nem vi o tempo passar e já tinha chegado o primeiro convidado e assim por diante. Todos queriam saber o motivo do sumiço e eu apenas sorria dizendo que eu precisava cuidar dos esquemas mafiosos. A Paty queria ir embora e me chamou. Lamentei o fato dela não poder ficar e a abracei. Estava com saudade e a companhia dela o dia todo, fez a diferença. Disse: "Obrigada. Você foi essencial hoje. Te Amo!". Ela me olhou e me deu um beijo na testa. Era uma irmã mais velha que eu tinha conseguido em SP.
Quando viramos em direção a porta, a Lari estava lá. Ela viu tudo. Tomei um susto. Nem tive tempo de reagir e ela já foi dizendo:
"Foi isso que você foi fazer em São Luís? Me trair?"
A Paty, tentou explicar mas ela não queria saber. Se aproximava de mim raivosa e eu chegava para trás. Encostei na parede do corredor da sala e ela dizia: "Você me deve explicações, agora! Eu tenho como provar que aquela garota é minha amiga já você, não. E eu ainda fiquei triste mas, vejo agora que você estava se divertindo com essa mulher. Fala, Daniela. Eu quero explicações. "
Não gosto de me sentir encurralada e eu estava. Não tinha nada para dizer. Como estava tão próxima a mim, puxei e beijei revelando por completo minha saudade, vontade e paixão.
Ela tentou se afastar de mim e eu a segurava. E quanto mais ela se mexia mais eu a segurava, tocava e beijava.
Beijava com vontade. Sem me importar com os outros que ali estavam. Tocava com desespero para fazer com que fôssemos uma só.
Nossos beijos se confundiam e se completavam. Parei para respirar e quando abri os olhos todos observavam. Conseguia ler cada pergunta existente na cabeça dos meus amigos mas, me desfiz da proximidade com a Larissa e me despedi mais uma vez da Paty.
Mudei a música e servi mais aperitivos. Todos retomaram as conversas
A Lari me seguia e resolvi conversar com ela no quarto.
Ela gesticulava e se dizia zangada, ofendida e eu apenas olhava para sua boca, seu corpo, seus olhos. Calça colada, blusa polo com um decote generoso e uma sandália de salto alto.
Aos meus olhos, extremamente sexy.
Comecei a me lembrar dos nossos últimos encontros e senti arrepios pelo corpo todo. Não consegui me controlar e suspirei. Suspirei e fechei os olhos. Eu percebi o silêncio e abri os olhos. Ela me encarava de um jeito que ainda não tinha visto. Veio em minha direção e parou bem próximo a mim.
Olhei em seus olhos, abracei e admiti:
"Senti sua falta! Falta de tudo em você! Seu cheiro, seu toque. Quase morro de ciúmes quando vi você com aquela garota. Eu voltei de São Luís, para ficar com você..."
Me afastei dela e continuei:
"Mas, acontece que eu tenho medo..."
Não me deixou continuar, colocou seu dedo em minha boca, contornou meus lábios com a ponta do seu dedo e disse: "Dani, eu te quero. Quero por completo e só pra mim. Eu preciso ter você. "
Se aproximou do meu ouvido e sussurrou: "Eu te quero e desejo desde o 1 dia que te vi passar na biblioteca. Eu te observei. Eu te observo."
Lambeu e mordeu minha orelha e me abraçou por trás e continuou: "Eu vi você derrubar o suco na roupa nova que estava usando e sorrir por isso. Foi lindo. Eu só consegui me aproximar na sala e nos trabalhos. Você é difícil."
Engatou a mão no meu cabelo, puxou e foi beijando meu pescoço e dizendo: "Têm sempre alguém com você. Por isso, nunca te abordei nos lugares."
Me jogou na cama, deitou por cima, me olhou e disse: "Sou louca por você e eu senti sua falta."
Era o que eu queria ouvir.