O Amor Sintônico – Parte 6 – Até que a verdade seja dita, ou...
* * *
Minhas costas doíam e aquilo estava me incomodando, havia acabado de acorda e não estava nem um pouco afim de sair da cama. Ontem à noite, infelizmente por causa da dor eu lembrei de ontem à noite. Eu não deveria ter feito aquilo, mas já era tarte, muito tarde para se culpa agora.
Levei o travesseiro ao rosto, e abafei os meus gritos. Alguém bateu na porta do meu quarto e eu mandei entra, eu já estava quase ciente de que era ele, e aquilo fez com que meu coração batesse rápido, como se ele estivesse perdendo o controle total da situação.
- meu lindo amor. – falaram, mas não era voz do Ryan.
- fala sério, o que faz aqui Miguel¿ - perguntei tirando o travesseiro do rosto.
- eu vim te acorda. – respondeu.
- eu já estava acordado. E mesmo assim obrigado, já pode sair. – falei me levantando e tentando arrasta ele pra fora do quarto.
Ele me jogou contra a parede do meu quarto próximo a porta, e a dor voltou, enchendo meus olhos de lágrimas. Fechei os olhos e tentei não chora, e conseguir.
- vaza. – gritei.
- não até você me conta se brigaram ou não. – falou.
- eu já mandei vaza, não sou obrigado a te dizer nada. – gritei.
E ele colocou a mão em minha boca, e eu mordi.
- caramba, porra isso dói sabia¿ Caralho.
Aproveitei esse momento de dor, e causei mais dor nele. Chutei seu pênis com a maior força que tinha, e ele levou as mãos nele, e eu o puxei pela gola da camisa e o joguei pra fora do meu quarto, passei a chave na porta e tranquei. E ele ficou lá batendo feito louco, querendo saber se brigamos ou não. Eu acho que ele estava falando de mim e do Ryan.
Corri pro banheiro, tomei banho, escovei os dentes, vestir uma camisa branca e uma bermuda vermelha, coloquei os chinelos. Como hoje era sábado e não teria faculdade porque era aniversário da cidade.
Eu ia aproveita esse dia para passa com Ryan, e então conta o ocorrido de ontem à noite, que infelizmente aconteceu, mas foi bom, eu gostei. Merda Michel, para você é um cara comprometido – pensei.
Assim que ia saindo do quarto, meu celular começou a toca, coitado já ia esquecendo dele, meu celular é minha segunda vida, sem ele eu sou nada. Era um número desconhecido, não sou acostumado a atender números desconhecidos. E não atendi, coloquei ele no bolso e desci as escadas voando. Dei bom dia pro meu pai e Jean, e um mal dia pro Miguel, que estava no sofá assistindo um seriado chamado De Férias Com o Ex.
Não tomei café, iria aproveita pra toma café na padaria com o Ryan. Estava quase chegando, como a casa dele era próxima a minha, umas cinco esquinas depois da minha, e as esquinas são enormes, digamos que uns trezentos metros (eu acho que exagerei, mas é quase isso), sempre é bom se exercita. E o celular voltou a vibra no meu bolso, era o mesmo número, não atendi.
* * *
Toquei a campainha uma quarta vez, quando o Sr. Maxwell abriu a porta. Ele me deu bom dia, com um sorriso lindo no rosto, o qual me fez lembra do sorriso do Ryan, os dois se pareciam bastante, diferente do Eduardo, que se aparecia mais com a sua falecida mãe.
Subir as escadas assim como o Maxwell anunciou, que o Ryan se encontraria em seu quarto, por sorte no caminho não esbarrei com o Eduardo, e dei graças a Deus por isso não ter acontecido.
Bati somente uma vez e ele me mandou entra, ele estava fofo, com sua carinha de quem acabou de acorda, e usava apenas um samba canção e estava sem camisa deitado estirado na cama. Seu cabelo desarrumado, me deitei ao seu lado e ele se ajeitou.
- fiquei surpreso quando o meu pai anunciou que você estava aqui. – falou.
- ué por quê¿ - perguntei.
- você quase nunca acorda cedo Michel, não sei como consegue não perde o horário da faculdade.
- eu tenho meus truques. E sim, topa toma café comigo na padaria¿ Estou faminto.
- topo sim, espera eu toma um banho, escova os dente e fica mega cheiroso pro meu namorado¿ - perguntou beijando minha testa.
- sim, só não demora. Já estou sentido saudades. – falei assim que ele entrou no banheiro.
Continuei deitado na cama, dessa vez olhando pro teto pensativo. Sempre aqui estou, pensando, eu gostaria que o cérebro humano tivesse um botão de desligar tudo, te fazer esquecer das coisas que não devem ser lembradas, mas isso só existe em seriados vampiresco. Volte pra realidade meu caro Michel. – pensei.
Logo ele saiu do banheiro, com a toalha enrolada na cintura e a água pingando de seu cabelo molhado em seu tanquinho, aquilo o deixou tão sexy, que levantei da cama e fui beija-lo. Que saudades eu estava dessa boca.
- nossa, eu estou tão lindo assim¿ - perguntou.
- oi¿ Não entendi. – falei colocando meus braços em volta do seu pescoço.
- você, me beijou do nada. Você nunca faz isso.
- é que você tá tão sexy molhado, e senão fosse minha fome eu te levaria pra cama agora mesmo.
- podemos aproveita, quem sabe você não mate sua fome me comendo.
- eu não quero te come, não agora, eu estou com fome de comida. Quem sabe hoje à noite. Podemos fazer loucamente. – falei fazendo um olha de safado.
- então eu vou me arruma e vamos para a padaria. A mesma qual nos conhecemos¿ - perguntou.
- pode ser. – coloquei as mãos nos bolsos e o fiquei esperando troca de roupa.
Quando o celular tocou mais uma vez, retirei e olhei a tela, era novamente o número desconhecido e cancelei a chamada. Não atendi.
- quem era¿ - perguntou.
- ninguém, desconhecido e se fosse alguém importante não ligaria no inibido.
- hum... você tá com cara de preocupado. Tem certeza de que não era ninguém¿ Foi seu tio, o que esse idiota fez dessa vez¿ - perguntou ele vestido a bermuda e colocando a camisa.
- ele não fez nada, só tentou me inferna hoje pela manhã.
- todo dia agora. Eu vou quebra a cara dele.
- deixa pra lá, não vale a pena.
- ok então, vamos. – ele me deu a mão e descemos as escadas e com quem nos barramos. Sim a cobra viva em pessoa. Eduardo.
- vão para¿ - perguntou.
- para onde você não deve saber. – respondeu Ryan.
- sabe, eu fico surpreso. O fato de você Michel, conseguir namora alguém por quase três meses e ainda não ter colocado chifres.
- e eu acho incrível o fato de você passa esses quase três meses tentando me beija. – retruquei.
- toma, eu ficaria calado da próxima vez. Irmãozinho menor. – falou Ryan. Abrindo a porta e me puxando pelo braço.
- brasileiro nunca desiste. – gritou Eduardo.
Ryan tirou a moto e me entregou o capacete, coloquei e montei na moto, o segurando pela cintura. E fomos em direção a padaria, se as pessoas pudessem ouvir o barulho que meu estomago estava fazendo, com certeza elas se assustariam.
Não demorou muito, a padaria era próxima da minha casa e da casa dele. Creio que ele só veio de moto, por causa do medo de eu desmaia, sei lá. Ele estacionou a moto na frente da padaria e descemos.
Lá dentro da padaria tinha uma lanchonete, uma das melhores do Barrio. Entramos e eu se sentei em uma das cadeiras de metal prata, de frente para uma mesa redonda também no metal prata. E ele colocou os capacetes em uma das cadeiras, haviam quatro ao redor.
- coxinha de frango e pastel de forno, também de frango. – falei. – e um refrigerante em lata. – completei.
- você é muito folgado, se eu não te amasse tanto quanto eu te amo, eu juro que o forçaria ir até o balcão e fazer você pedi os seus próprios lanches. – falou saindo.
Ele sempre foi assim, cavaleiro, e eu gostava de abusa um pouquinho disso. Ninguém é santo, e relevamos, eu sou a preguiça em pessoa. Estou pensando seriamente em muda meu sobrenome pra preguiça, porque quando eu me sento, não me levanto mais. Principalmente se for pra comer.
Ele voltou com os meus lanches e os seus, ele pediu uma coxinha e um bolinho de queijo grande, ele amava bolinho de queijo, eu até gostava, mas me dava enjoo logo após de ingerir e uma vontade enorme de vomita depois.
Começamos a comer e do nada a minha bexiga pesou, me bateu uma vontade estrondosa de ir ao banheiro aliviar, coloquei meu celular em cima da mesa e avisei ao Ryan que iria ao banheiro.
Me levantei e como o banheiro ficava próximo a lanchonete, não demorei, entrei em uma das cabines e esvaziei. Ufa, sabe quando você está bem apertado, e não ver a hora de chega em casa ou chega em algum local onde tenha banheiro, para que você possa tirar a água do joelho¿ E quando chega se sente uma nova pessoa¿ Então foi assim que eu me senti.
Fui em direção as pias e, lavei as mãos com o detergente líquido que saia de um pote branco com um tubo transparente grudado na parede. Peguei papeis toalhas e enxuguei minhas mãos e voltei a mesa.
Me sentei e o Ryan tinha parado de come, e ficou me olhando de forma séria e percebi que ainda a coxinha e o bolinho estava em seu prato branco de isopor. Alguma coisa aconteceu, ele só perde a forme quando algo grave acontece.
- perdeu o apetite meu amor.
- sinceramente Michel, quando você iria me conta¿ - perguntou cruzando os braços e se apoiando na cadeira.
- conta o que¿ - perguntei.
- que o meu ex-namorado anda por ai beijando outros caras.
- ex-namorado¿ - perguntei. – quem é o seu ex-namorado¿
- você Michel, você é o meu ex-namorado e por favor, não me procura mais. Eu nunca mais quero olha na sua cara de novo. – disse se levantando e indo em direção a saída.
Eu corri atrás dele e o segurei pelo braço.
- eu não estou entendendo nada Ryan. – falei.
- não está entendendo¿ Não se faça de santo Michel, você me traiu e com o idiota do seu professor de academia. Ele me disse, ele jogou tudo em minha cara de forma gentil, até mesmo ele jurava que você já tinha me contado, ele me disse que você ficou culpado depois do beijo. E sinceramente se você não confiou em mim, não me contou antes é porque não me contaria depois. E minha confiança por você acabou.
- você vai mesmo termina comigo¿ - perguntei já chorando.
Ele subiu na moto e ignorou minha pergunta, deu a partida e me deixou lá plantado na calçada da padaria chorando. As lágrimas era algo visível em meu rosto, até para alguém a distância, eu não sabia gritava ou se me culpava mais. Eu deveria ter contado, assim que o vi deitado naquela cama, mas o medo de perde-lo não me deixou, e do mesmo jeito, eu perdi.
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A sétima parte já foi postada.
Beijão, até mais!