Rabiscos (parte dois)

Um conto erótico de Gaal
Categoria: Homossexual
Contém 358 palavras
Data: 08/07/2014 02:08:56

Valeu pelos comentários e pelo carinho minha gente! Obrigado.

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Ao anoitecer passamos a noite inteira conversando, falando sobre amor, sobre a sociedade preconceituosa, sobre família, sobre a vida que quem sabe um dia levaríamos juntos. Adormeci estasiado. O que era exatamente aquilo? Estatisticamente... A estatística não poderia responder, não havia dados para coisas incertas. Tampouco um livro na biblioteca para me esclarecer, eu tinha poucos amigos naquele tempo, e os poucos que eu tinha não sabiam sobre mim, então guardei no travesseiro toda a minha ansiedade, toda a minha paixão.

Marcamos de nos encontrar um dia depois e mais uma vez o encontrei na praça. Ele me deu um abraço tão forte, como se eu fosse sua salvação, seu refugio. Ah, e ele era o meu, sentia que ao lado dele eu poderia ser exatamente como eu era, sem máscaras ou medos de fugir dos padrões. M. não pôde ficar por muito tempo pois teria que voltar para a casa de sua avó onde morava, mais uma vez pegamos o ônibus, mas enquanto passávamos pelos pontos turísticos da cidade, longe dos olhos do mundo, seguramos as mãos um do outro. A sensação, o tato, o coração acelerado... Aquilo era o nosso segredo. Nos despedimos quando ele desceu para seguir seu caminho. Antes disso ele me falou sobre paixão, achei precipitado tocar nesse assunto, afinal, é delicado demais para o momento, mas sorri com o quanto da boca e morri de vergonha, por dentro, eu estava feliz, muito feliz. Eu voltei mais uma vez radiante para minha casa.

O tempo passou e marcamos para nos ver novamente, mas dessa vez sabíamos, sentíamos que eramos mais do que amigos, muito mais. Ali, enquanto confessávamos nunca ter beijado alguém. O sol do meio dia à pino, as minhas mãos trêmulas, ele tentou roubar um beijo e quase me derrubou do banco, na segunda tentativa eu o enlacei, no mesmo instante, juro, começou a chuviscar. E ali abençoados pela chuva ele me pediu em namoro. Eu, obvio recusei, era muito cedo. Mas a promessa de que não acabar ali nossa historia era verdadeira. Pena eu não saber o que viria a acontecer...

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Comentários

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Você escreve de uma forma melancólica, me deixa com uma sansaçãozinha de paixão singela mesmo. Gostei de sentir isso. E gostei do seu conto. Espero ver a continuação. Até a próxima!

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