A VIDA COMO ELA É – CAPÍTULO FINAL

Um conto erótico de KRÉU
Categoria: Homossexual
Contém 2457 palavras
Data: 11/07/2014 12:21:37

Continuação do capítulo 11

O cabo veio e me pegou pelo braço e me levantou. Fiquei ali de pé tremendo e meu medo era visível.

— Olha só Roque. A bichinha tá com medinho...

— Deixa que eu ajeito ele pra você Roque.

O cabo Tavares então mandou que eu me inclinasse e apoiasse as mãos no colchão e abrisse bem as pernas. Na posição indicada pensei: “Eles vão meter o cassetete no meu cu e me arrebentar os intestinos. Já ouvi falar que os homofóbicos fazem isso com os homossexuais.” Foi então que para minha surpresa o sargento Roque veio e começou a meter sua rola no meu cuzinho que já estava bem dolorido. Ufa! Que alívio! Para maior surpresa, ouvi quando o cabo Tavares perguntou para o sargento:

—Quer que passe vaselina?

—Passa né?

Então, formou-se um trenzinho. O sargento metendo em mim e o cabo metendo no sargento. Então era isso? Os dois policiais filhos da puta, metidos a machões também gostavam de rola e faziam troca-troca? O mundo está mesmo perdido! Quando gozaram, inverteram as posições e eu passei a ser comido pelo cabo e ele passou a ser comido pelo sargento. Que dia meu Deus! Quanta adrenalina! Quanta satisfação e que rolas maravilhosas. Quando tudo acabou, fomos tomar banho e só então pude avaliar o quanto de rola eu tinha aguentado. Eles se vestiram e o sargento tirou um cartão de visita do bolso e me deu.

—Aqui tem o endereço e o meu telefone do quartel. Quando você precisar ou tiver a fim de mais umas aventuras, é só me ligar. Tenho mais dois soldados lá que acho que você vai gostar deles. Jogam no nosso time. Agora vamos! Já ficamos muito tempo na rua. Só me prometa nunca mais voltar naquele bairro. Lá é muito perigoso.

Dali eles me levaram até o centro onde tomei um ônibus e fui para casa. Já estava anoitecendo e Dona Filomena falou que o jantar estava pronto e no forno. Ela tinha tomado um remédio para dor de cabeça e ia deitar. O Ambrósio serviria o jantar na hora que eu sentisse fome. Fui para meu quarto e logo depois Ambrósio entrou.

—Puxa Gustavo, nunca mais a gente brincou...

—Tá a fim?

—Tô!

—Então tranca a porta, tira a roupa e deita aqui.

Ele trancou a porta, tirou a roupa e observei como a rola dele tinha crescido e engrossara. Estava quase igual a do seu irmão Anastácio. Também me despi e me deitei de barriga para cima e falei:

—Hoje tu vai ser minha mulherzinha. Começa chupando meu pau, mas faz bem legal.

Ambrosio ficou feliz. Ser fêmea era o que ele mais gostava. Sua sessão de língua foi sensacional; e as mamadas então? Prazer puro! Gozei muito e ele engoliu tudinho. Depois foi minha vez de fazer papel de ativo. Na vida a gente tem que aprender que nem sempre tudo é como a gente gostaria que fosse. Se eu tinha que fazer esse sacrifício, que fosse! Na verdade não foi tão ruim assim. O neguinho tinha um cu quente e apertadinho. Foi bom, mas não como se fosse eu quem estivesse por baixo. Também por hoje chega, não é mesmo? Aqueles dois policiais me deixaram esfolado e ardido. Por fim, dormi com o Ambrosio na minha cama. Na manhã seguinte, levantamos e fomos para a escola. A rotina continuava e a vida, como ela é, tem que seguir em frente. Dizem que jovem não pensa, principalmente quando se é adolescente. Não é verdade! Eu penso e muito! Penso em quando meu pai querido e amado vai chegar; penso em quando vou poder estar com o Luís, meu negão operário; penso nos dois policiais; penso no meu galeguinho portuga; penso e vejo todo dia no meu professor de geologia que vive fugindo de mim como o diabo foge da cruz; penso se um dia vou poder voltar ao hotel fazenda e viver mais um entrevero com o cavalariço fedido e até, quem sabe, conhecer os dois soldados da polícia. Há quem diga (e já disseram nos comentários) que sou ninfomaníaco. Sou o que sou e daí? Quantos também o são e ficam enrustidos? Coragem minha gente! Soltem a franga que há dentro de vocês! Bem deixemos de filosofar e voltemos à narração da vida como ela é. À tarde, depois do almoço tirei uma soneca e já mais para o fim do dia saí para dar uma volta. Havia uma pracinha muito arborizada perto de casa onde os jovens costumavam se reunir para jogar conversa fora e soltar pipas, namorar e passar tempo. Por ali, mais afastado um pouco costumava “morar” um mendigo, desses que não fazem mal a ninguém. Geralmente ninguém mexia com ele e nem mesmo lha davam atenção. Eu, sempre que passava por ali, quer indo quer voltando da escola, sempre lhe dava uns trocados ou um resto de lanche. Bolachas, pão e quando nada tinha, oferecia-lhe um sorriso. Por que nunca havia mencionado isso? Achava não ser relevante, mas um fato me fez passar a descrevê-lo. O mendigo fica sempre sentado com as pernas cruzadas no estilo ioga ou de cócoras abraçando as pernas com seus braços. Nunca o vi em pé ou andando, mas me parece ser um homem bastante alto. Suas roupas esfarrapadas e sujas exalam um fedor acre muito desagradável. Nunca falava e quando eu lhe dava alguma coisa, agradecia com um olhar brilhante e nada mais. Passei por ele e dei-lhe umas moedas e segui em frente. Conversei com alguns meninos conhecidos e segui em frente pensando em ir tomar um sorvete numa sorveteria que ficava quase no final do quarteirão. Tomei um sundae de framboesa com cobertura de marmelo e depois voltei pelo mesmo caminho. Já escurecera e as árvores tornavam o local ainda mais escuro porque a iluminação pública não era das melhores no local. Bem no meio da praça, depois de rodear o chafariz surgiram dois moleques do meu tamanho barrando minha passagem. Um deles estava armado com um canivete e anunciou o assalto:

— Vacilou moleque! Vai tirando o tênis e passa o “biscoito” (relógio). Tira a bermuda também!

Tentei correr, mas levei uma rasteira e caí no chão. Os dois se atiraram sobre mim e começaram a me bater. Lutei, mas eles eram dois e não tinha como me safar. Foi aí que de repente surgiu um vulto enorme na escuridão e um dos moleques foi arrancado de cima de mim e atirado longe. O outro, que estava com o canivete, levantou-se e entrou em luta corporal com aquele homem enorme. O primeiro veio se juntar à luta que durou uns dois minutos. Depois os dois saíram correndo. Tudo foi tão rápido que eu permaneci no chão tentando organizar minhas ideias. O vulto enorme se aproximou de mim e estendendo a mão para me ajudar a levantar, perguntou com uma voz rouca:

—Tu tá ferido?

—Acho que não.

Segurei naquela mão enorme e algo viscoso lambuzou minha mão. Fiquei em pé e agradeci a ajuda reconhecendo o mendigo.

—Obrigado! O senhor me salvou! Mas o que é isso que sujou minha mão?

—É sangue. Ele me feriu na perna e no braço com o canivete.

—Vamos ali naquele poste de luz pra eu ver isso.

Realmente ele tinha sido ferido levemente na coxa e no antebraço. Estava sangrando, embora os cortes não tivessem sido profundos. Naquele momento senti uma profunda gratidão pelo seu gesto e apesar do seu cheiro desagradável, abracei-o. Ele era um mulato muito alto e quando o abracei, minha cabeça só chegava à altura do seu peito.

—O senhor não pode ficar sangrando assim. Vamos à minha casa fazer um curativo aí nesses cortes.

—Num precisa não...

—De jeito nenhum! Vem comigo.

Fomos para casa e o levei direto para o banheiro. Ambrósio e sua mãe estavam vendo a novela da Globo no quarto dela e não perceberam quando entramos. Tranquei a porta do quarto e mandei que ele tirasse sua roupa porque primeiro, tínhamos que lavar bem os ferimentos para depois fazer os curativos. Minhas roupas também estavam sujas de sangue, por isso, também me despi. Ele tirou os trapos que foram um dia roupas e ficou só de cueca. Gente! Como ele era grande. Muito mais alto de qualquer homem que já tinha visto.

—Tira a cueca também. O senhor precisa tomar um banho completo.

—Mas tu tá aqui também...

—O senhor tá com vergonha? Minhas roupas estão sujas de sangue também e vou tomar banho também...

Sem mais palavras tirei minhas roupas, fiquei pelado e abri o chuveiro de água quente.

—Vem!

O mendigo vacilou um pouco e depois tirou a cueca. PAI DO CÉU! QUE ERA AQUILO? Juro pra vocês que até aquele momento eu não tinha pensado em nada que não fosse gratidão. Mas agora, meus instintos luxuriosos foram acionados e por mais que eu tentasse pelo menos uma vez na vida ser normal, aquela visão me entorpeceu completamente. Daquele instante em diante eu só pensei na rola que estava bem ali a menos de vinte centímetros de mim. Mole, pendurada, mas majestosamente grande e bela. O sangue escoria junto com a água pelo braço e pela coxa do mendigo. Afastei aqueles pensamentos lascivos de minha mente e cuidei de ir atender às necessidades do mendigo.

—Pressione os ferimentos com as mãos para estancar o sangramento. Enquanto isso eu vou lavá-lo, posso?

Ele pensou um pouco me olhando com seus olhos brilhantes e quando me respondeu, seus dentes apareceram em meio ao vasto bigode e a farta barba negra.

—Tá bom!

Peguei a esponja e comecei a ensaboá-lo. Comecei pelas costas e depois passei para o tórax forte sem ser musculoso. Evitei a genitália passando às coxas e pernas. Quando lavei o corte na coxa vi que não era profundo, Foi apenas superficial. Lavei a outra perna e quando cheguei na virilha passei a lavar por ali na maior calma, embora meu coração estivesse disparado. Comecei pela pentelhada e senti no mendigo certo desconforto. Não dei atenção e então peguei naquilo e comecei a ensaboar. Fui ao saco imenso e voltei ao pêndulo do Big Ben (como se o Big Ben tivesse pêndulo). Sua consistência já não era a mesma de antes. Sua flacidez ia dando lugar a um conjunto de nervos mais densos, mais duros. Suas imensas e grossas veias começaram a se encher de sangue e o braço mecânico começou a se erguer lentamente. O mendigo ainda tentou retirar minha mão dali, mas falei com naturalidade:

—Não se preocupe se ela tá ficando dura. Isso é normal.

Continuei a lavá-la carinhosamente e sua pele (prepúcio) que encobria a glande começou a se retrair expondo a cabeçorra pontuda e grossa. Linda! Maravilhosa! Agora que completara seu processo de ereção pude avaliar realmente o que tinha nas mãos. Uma preciosidade! Uma joia de grande valor! Imensa, grossona, bela, saborosa!

Deixei-a lá, solitária, apontando pra frente e fui lavar os braços que havia deixado por último. Lavei o braço são e por último o braço ferido. Também no braço o ferimento havia sido superficial. Mandei que continuasse pressionando os ferimentos e fechei o chuveiro. Peguei uma toalha e o enxuguei com carinho. Depois, passei creme hidratante em todo seu corpo e pedi que viesse para o quarto. Peguei a caixa de primeiros socorros e fiz os curativos na coxa e no braço.

—Pronto! Agora deita aí e descansa porque vou ver se arrumo umas roupas do meu pai para você.

Peguei uma calça, duas cuecas e duas camisas do meu pai e trouxe para ele. Ele vestiu uma cueca que ficou apertada, mas deu para usar; a calça coube, mas ficou pescando siri, mas ele quis ficar com ela, assim como as camisas. Peguei as roupas, ou melhor, os trapos deles e coloquei no lixo. Depois de vestido, ele me agradeceu:

— Menino, obrigado por ter cuidado de mim de maneira tão carinhosa.

— Sou eu quem tem que agradecer. Você me salvou daqueles ladrões e correu risco de ser esfaqueado de verdade. Onde você mora?

— Moro no mundo. O mundo é minha casa, mas me diga uma coisa: Você é...

— Sou! Sou sim e fiquei louco com sua... Mas achei que devia respeitá-lo. Não era a hora de...

— Você é muito jovem e não sei se deveria seguir com essa vida. Agora, jovem como é, ainda não pensa como vai ser no futuro. Pense quando você estiver mais velho e sua juventude desaparecer e com ela seus atrativos físicos; quando sua pele ficar enrugada e as pessoas começarem a rir de você. A vida é sua e você poderá fazer dela o que quiser, mas apenas me prometa pensar sobre isso. Eu fico sempre ali, até quando Deus quiser. Se um dia você quiser conversar sobre isso que lhe falei, estarei lá! Agora vou embora. Obrigado mais uma vez.

Acompanhei-o até a porta e depois voltei para colocar minhas roupas no tanque. Dona Filomena daria um ataque se as visse manchada de sangue. Naquela noite tive pesadelos e não dormi direito. Acordei na manhã seguinte com o corpo todo dolorido das porradas que levei dos pivetes, mas fui para a escola mesmo assim. Ainda bem que hoje é sexta feira e amanhã meu pai vai chegar. Engraçado, parece que já não sou o mesmo. Sinto-me diferente. Será o “efeito pós-traumático” de que tanto falam? Ou será porque o mendigo abalou meus alicerces com as suas palavras? Por que ontem eu não tentei seduzi-lo, mesmo quando ele estava excitado? Será que tudo que vivi até hoje foi apenas uma fase? Me arrependi das loucuras que fiz? Não! Não me arrependi, mas faria de novo? Não sei... No sábado meu pai não veio. Telefonou avisando que ficaria mais uma semana fora, pois estava concretizando um negócio de compra de uma casa em outra cidade e que se desse certo nos mudaríamos para uma cidade no litoral de Santa Catarina. Na semana seguinte passei pela praça procurando o mendigo e não o encontrei. Perguntei por ele e ninguém sabia, aliás ninguém nunca tinha visto nenhum mendigo por ali. Quanto mistério! Enfim, continuei esperando meu pai chegar e em meus pensamentos não mais pensei nos “amigos” que me satisfizeram por aqueles tempos. Por fim meu pai veio já preparado para a mudança. Dona Filomena e Ambrósio voltaram para sua cidade de origem e eu e meu pai nos mudamos para Imbituba. Cidade nova, escola nova, novos amigos, vida nova. Depois descobri que meu pai tinha arrumado um “amigo” naquela cidade e por isso mudamos para lá. Não me incomodei. Minha cabeça tinha sido transformada e agora tinha outros planos. Enfim, temos que nos adaptar porque a vida é como ela é e só nos resta vivê-la enquanto temos tempo.

Fim!

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