Depois que tenho essa revelação, aquela maldita sensação na barriga me faz perder meus sentidos e um medo enorme percorre o meu corpo. Mas a razão de estar sentindo tal emoção não tem motivos. Como iria ter medo de algo que nunca nem poderia acontecer. Mas mesmo assim senti como se a mão que me salvaria de cair de um prédio tivesse sido recolhida.
Eu: Vou me deitar mãe. — Não sei se conseguiria ficar em pé mais alguns minutos.
Mãe: Você nem jantou e já são oito horas. Vá comer alguma coisa. Não vai voltar para o quarto sem comer algo.
Eu: Mas eu não estou com fome. — falo olhando para seu rosto.
Pai: Mas por que você não quer comer. Devia estar morrendo de fome já que ficou a tarde toda trancado no seu quarto. — meu pai fala entrando na sala com Dr. Gabriel atrás dele. O que ele está fazendo aqui.
Mãe: Será que vamos ter que fazer a mesma coisa da última vez Roberto? — ela olha para mim com um sorriso.
Dá última vez que não quis comer nada, meu pai me pegou no colo e me prendeu enquanto minha mãe me dava comida na boca. Foi humilhante e se isso acontecesse na frente do Dr. Bonitão não sairia nunca mais de casa.
Eu: Não precisa. Estou com uma fome imensa agora. — fui em direção à cozinha.
Mãe: Tudo bem Dr. Gabriel? — ela se levanta e cumprimenta-o com um beijo no rosto.
Dr. Gabriel: Tudo sim e com você? Por favor me chame de Gabriel.
Mãe: Ótima. Meu excelentíssimo marido me convidou para jantar fora. Mas você já jantou?
Gabriel: Acabei de sair do hospital e vim direto para cá como o me... O Victor está.
Mãe: Então, por favor, acompanhe ele. Ele também ainda não jantou. Peço desculpa por não poder acompanhar.
Gabriel: Não precisa. Não quero incomodar.
Mãe: De maneira nenhuma vou deixar você sair sem nada na barriga. Ele está na cozinha. Boa noite e se não comer vou saber.
Gabriel: Obrigado. Não vou desobedecer a essa ordem. — ele mostrou aquele sorriso perfeito.
Meus pais saíram e ele se vira olhando em meus olhos. Sorrio e estendo minha mão. Quando ele me toca o choque de temperatura de nossas mãos me faz arrepiar. Ele estava quente e eu gelado. Olho seu rosto e percebo os traços fortes que possui. E sua barba castanha clara leva meu olhar ao seu pescoço e me fazer querer olhar todo seu corpo quando percebo que estou olhando igual um idiota para ele. Fomos para a cozinha e ele se senta no banco em frente ao balcão e fica a me olhar enquanto vejo o que Janaina fez para o jantar.
Eu: Bom, nós temos lasanha. Finalmente a Janaina fez o que queria.
Gabriel: Sem problemas. — Enquanto pego os pratos o silencio fica no ar e percebo que ele quer falar algo para mim.
Eu: Pode falar. — ele suspira. — Não precisa ter medo de mim você é mais forte que eu. Não tem como eu te machucar.
Gabriel: Eu... Não consigo te tirar da cabeça. — ele ri não acreditando que iria falar o que estava querendo. — O meu plantão todo eu fiquei pensando em você. Querendo olhar pra você, tocar em você. A primeira coisa que fiz depois de sair do hospital foi vir aqui te ver, pois não aguentaria dormir sem ver seu rosto. — Eu escutava tudo em silêncio e me sentindo tímido. Meu coração acelerou e toda aquela sensação de quando você fala com a pessoa que gosta veio pra mim. — Eu devo estar parecendo um idiota falando essas coisas pra você, mas eu quero estar próximo a você. Sentir você em meus braços.
Eu: Não está parecendo um idiota. O que está me dizendo é lindo e está sendo corajoso em me dizer isso. — Estava inseguro. Eu gostei dele desde a primeira vez que o vi, mas como não sabia se ele só queria me comer ou não decidi ver onde isso iria dar. — Mas vamos ir com calma. Vamos nos conhecer melhor e nos aproximar lentamente, sem pular as barreiras e aproveitando os momentos juntos.
Gabriel: É claro. Não quero que pense que só quero curtir você e depois sair fora. Eu não sou assim.
Eu: Tudo bem. Então, vamos jantar e você me conta mais sobre você.
Gabriel: Claro.
NO decorrer do jantar ele me contou que tinha 27 anos e que tinha uma irmã de 25 que tinha acabado de ter um filho lindo. Morava com a mãe e que seus pais eram separados e que seu pai era alcoólatra e sua mãe o suportava nesses momentos até o dia em que ele levantou a mão para o Gabriel e Lara, sua irmã. Depois disso ela cuidou de seus filhos, sozinha e que tem muito orgulho da mãe que tem. Assumiu-se gay desde o começo da adolescência quando percebeu que não gostava das garotas do seu colégio e sempre teve o apoio da família. Formou-se em Medicina e pode dar um futuro melhor para ela. Sua irmã teve um filho na adolescência, mas está passando um tempo na casa dele, pois a mãe dos dois quer ficar perto do netinho.
Gabriel: É isso. — ela termina de comer e começa a me encarar. — Agora me conte sobre você.
Eu: Bom, pretendo ser um Designer de Interiores, tenho 19 anos, sempre fui gay e não tive problemas e me assumir. Amo cachorros, e só. Minha vida é muito chata. — sorrimos e tomamos o suco de hortelã que Janaina tinha preparado. Pergunto se iria comer mais
Gabriel: Não obrigado. Estava uma delícia. — ele se levanta. — Nossa já dez horas?! Bom, eu tenho que ir. Mas quero saber se aceita ir ao cinema comigo amanhã. Vai ser minha folga. Quero aproveitar esse meu tempo.
Eu: Vai ser um prazer. — O levo ao portão e ele pega a chave do carro em seu bolso. Ele me dá um abraço e um fogo toma conta de mim quando sinto sua barba passar em meu pescoço, seus braços em volta de mim e seu corpo encostando-se ao meu. Olho para ele e seguro seu rosto em minhas mãos, passando meus dedos em sua barba. Em um movimento rápido ele me puxa pra perto de si e encosta no carro, me prendendo em um beijo molhado, forte e bruto que me deixou bobo. Sua respiração quente e seu peitoral buscando oxigênio com dificuldade, me fazendo sentir seus músculos e sinto seu pau duro em minha barriga. Ele me aperta cada vez mais até que o ar frio da noite toca meus lábios separando um beijo necessitado e de puro desejo. Ainda abraçados podia sentir seu membro vibrando em meu corpo e um ultimo beijo.
Eu: Vou deixar avisado na portaria para que você possa entrar amanhã aqui sem precisar esperar muito. — Digo ofegante olhando para seu rosto perto do meu, com um sorriso com lábios vermelhos.
Gabriel: Tudo bem. Eu tenho que dizer que não quero te soltar de jeito nenhum. — ele me beija o pescoço me causando arrepios. Para provoca-lo passo minha mão bem perto do seu membro e encosto. Causado um gemido misturado com sua respiração.
Eu: Até amanhã Dr. Bonitão.
Gabriel: Até meu anjo. — Me dá mais um beijo rápido e entra em seu carro partindo dali.
Entro em minha casa e coloco Mali para dentro. Apago as luzes e vou dormir como aquele homem em minha cabeça. Sentindo o seu beijo e minha boca gelada causada pela ausência de seus lábios. Durmo pensando em sentir seu corpo no meu e com arrepios pensando em o que seus toques poderiam fazer em meu corpo.
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Desculpem pela demora. Mas está aqui mais uma parte.
Um beijo para vocês e espero que estejam gostando.