Para aquele novo passo de nossa vida, na girândola de sensações sublimes que marcavam nossos dias, eu precisaria obviamente dormir na casa dele. Já no sábado arrumei minha trouxa e de noitinha fui para lá. Tinha uma expectativa estranha, um pressentimento de que aquilo nos delinearia para sempre e o que fora até então por nós experimentado não passara de brincadeira.
Tomamos banho separados, após o jantar e um pouco de prosa com a mãe e o irmão dele na sala. Ao nos deitarmos conservamos ainda as cuecas e um certo embaraço passageiro. Fernando, afinal, me abraçou beijando e em pouquissimo tempo tudo parecia ferver e latejar em nós. Beijavamo-nos por inteiro, até a planta dos pés, causando cócegas, a nuca, a espinha e a curvatura das nádegas. Num certo tipo de acordo mudo, ele me manteve de bruços, beijando e mordemdo de leve as abas do meu traseiro, com a ponta do indicador tentando entrar, me arrepiando. "Você é todo branquelo e rosado, Reinaldo ", disse, rindo baixo, se posicionando sobre mim com certa hesitação, como se na dúvoda em como proceder. Afinal senti a cabeça do membro dele tentando passar, por um instante encontrando resistência. Outra tentativa e nessa relaxei por segundos, de modo que ele pode adentrar um pouco, me fazendo sentir uma dor rasgada, faoscante. Solucei um gemido de dor no travesseiro e Fernanddo, apreensivo, perguntou se queria que tirasse.
_Espera_ respirei fundo _Parece que nem começou. Não é assim, não? Dói muito.
_Não sei_ ele esperava, passando a ponta dos dedos devagar por meu braço _ Deve ser igual cachorro, né? É muito bom, não dá vontade mais de sair daqui.
_Fale por você _relaxei mais, sentindo a dor cessando, restando só uma sombra dela _Olha, acho que está passando.
Devagar, mas me apertando muito nos braços, ele começou os movimentos meio desajeitadamente. Ainda doía muito, mas junto dessa doe aguda uma pulsação de crescente e inesperado prazer me tomava a cada minuto, tirando gemidos baixos de minha boca seca. Nosso suor nos fazia escorregar e o Fernando, agora célere, balbuciou que queria me olhar de frente. Virei-me, espaçando ao máximo as pernas e ele, me erguendo pelas nádegas com as duas mãos entrou de novo, duma vez, me fazendo tremer de dor por um minuto. Enroscava sua lingua na minha, me lambia o suor do pescoço e muoto junto ao meu rosto eu o via delirar, mordendo os lábios, ruboruzado, molhando de transpiração as pontas dos cachos dele que se sacudiam contra a testa brilhosa de suor. Tateou entre nós o meu pênis que latejava como uma ferida nova e mal o tocou em duas "batidas", deixei vir tudo, quase engasgando no gemido, ouvindo dele um balbucio de "nossa!". Logo me apertou numa convulsão de gozo, com tanta força que chegou a doer, enchendo-me do liquido quente,que ardeu um bocado.
No relógio da cômoda não eram mais de dez horas, se a penumbra do luar minguante batendo na janela não estivesse me enganando. Vislumbrava, tambem, ao lado o retrato do pai dele nos olhando de cima do móvel, na sua expressão rígida, austera.
_Eu acho...que não tem nada melhor no mundo do que isso _sussurrou Fernando num grande suspiro relaxado, escorregando para o lado, puxando a colcha sobre nós, um sorriso amplo e satisfeito na boca bonita.
_Dói pra burro no começo, mas depois..._dei um sorriso malicioso, afundando meus dedos nos cabelos úmidos de suor dele _ Vai experimentar, tambem.
_Sei que vou, mas...Em uma palavra como você definiria isso?
Sorri, cansado, alegre.
_Batutíssimo!
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Obrigado ,mais uma vez!
Até o próximo.