Fugindo das lembranças do passado, Christian procurou se concentrar em preparar a janta. Ligou a TV na cozinha abriu um vinho, e seguiu sua rotina de cortar legumes.
- Oi amor! Cheguei! – anunciou o Douglas ao entrar. Ele se livrava daquelas roupas formais, incluindo terno, gravata, sapatos e calça social. Uma única questão desapontava o Chris... Era que o Douglas espalhava toda a roupa no chão da sala.
- Hummmm... Que cheirinho bom hein? – ele surgiu só de cueca para o marido.
- Você está suado Douglas. Acabou de chegar do trabalho. Vá tomar um bom banho, que eu irei por a mesa.
- Tomando vinho? – ele riu. – Isso é sinal de que hoje tem.
- Hoje não tem nada! – Chris fez charme, e aceitou o cheiro no pescoço, dado pelo Douglas.
- Tenho uma noticia pra te contar.
- Pode falar. – Chris se virou para ele.
- Minha mãe me ligou, e pediu para que eu te avisasse, se você poderia ajudá-la amanhã nos preparativos para a festa surpresa do meu pai.
- Nossa! Eu esqueci completamente do aniversário do senhor Otávio! Sem problemas. Diga a ela que eu irei ajudá-la. Vou ter de passar no shopping e comprar algo pra ele.
- Eu fiz isso ontem. Comprei um relógio. Acho que ele vai gostar. Mas acabei deixando no trabalho e terei de passar amanhã para pegar.
- Mas amanhã é sábado!
- Eu sei! Vou rapidinho. Aproveito e te dou uma carona até a casa dos meus pais. Combinado? – ele segurou a cintura do marido.
- Ok! Depois eu compro o meu presente. Agora para de me enrolar e vá direto para o banheiro. Ah, e nem pense em deixar suas roupas jogadas na sala.
- Tá bom senhor Chris! – ele saiu rindo dele.
A princípio tudo parecia indo muito bem. Os dias estavam mais agradáveis e eles deram uma trégua às brigas. Até mesmo o ciúme do Christian parecia ter reduzido.
Já com a mesa posta, ele esperou o Douglas sair do quarto. Aproveitou para organizar as almofadas do sofá, e por acaso, acabou encontrando um bilhete dobrado no tapete. Abaixou-se e o abriu rapidamente, onde estava escrito: “Não se esqueça de me ligar amanhã. Precisamos ter uma conversa séria”!
Com certeza aquele bilhete havia caído das roupas do Douglas, mas o Christian se questionou a todo o momento, do que se tratava a tal conversa séria. Ele procurou não armar escândalo, sem antes descobrir o que era aquilo. Escondeu o bilhete e fingiu que nada havia acontecido.
- Pronto! Agora estou cheirosinho pra você. – ele deu um beijo na boca do Chris.
- Vamos jantar? – eles comeram em silêncio e o Christian apenas o observava. Não quis pensar besteiras com aquele bilhete encontrado e curtiu um pouco mais o seu marido. Eles jantaram, assistiram TV, e até mesmo conversaram sobre diversos assuntos, algo que nunca o Douglas havia feito antes.
- Vamos pro quarto? – sugeriu o Douglas com segundas intenções, pois ele não parava de passar a mão por entre a bermuda do Chris e acariciar sua bunda.
- Sim. – ele desligou o aparelho, e ambos foram pra o quarto. O Douglas já excitado, já atacava o Chris, que não negava fogo. Os dois se beijaram muito, até ficarem despidos.
- Eu tava louco pra chegar do trabalho e te comer sabia? Eu amo muito o sue corpo. – Douglas se esfregava nele ao mesmo tempo em que dizia aquelas palavras.
Uma coisa era inegável entre o casal: eles pegavam fogo quando se uniam. Douglas devorava o Chris com a sua boca selvagem, assim como Chris, que chupava o marido por inteiro.
Fizeram um sexo avassalador, com o Douglas mostrando sua força nas pegadas fortes, para a loucura e tesão do Chris. Depois que ambos gozaram, dormiram agarradinhos, com o Douglas sempre envolvendo o amado em seus braços.
O dia seguinte, como combinado, Douglas levaria o marido à casa do seus pais, e passaria no trabalho para apanhar o presente do pai. Eles tomaram café, e por volta dás 10h00min da manhã, partiram.
- Tchau. Não demora a voltar hein? – Chris o beijou e seguiu para o portão a casa, onde foi atendido pela empregada.
- Oi Christian. Quanto tempo não aparece por aqui. – uma sorridente senhora abriu o portão para ele.
- Oi Maria. Pois é. É falta de tempo.
- Tio Chris. – o pequeno Mateus correu em direção a ele. Tratava-se do irmão mais novo do Douglas, que possuía cinco anos.
- Oi meu bebezão. Dá um abraço bem gostoso no tio. Como você tá?
- Estou bem. Eu ganhei um vídeo Game sabia?
- Nossa! Que bacana. Depois você vai me ensinar a jogar no seu game. Ok?
- Tá bom. – o garotinho saiu correndo pelo jardim, enquanto o Chris entrava na casa.
- Meu querido. Como vai? – uma senhora elegante apareceu. Era a dona Célia, mãe do Douglas.
- Estou ótimo dona Célia. Quanto tempo. Desculpa, mas é que a faculdade me deixa sem tempo de vir aqui.
- Eu entendo meu querido. Cadê o Douglas? Não veio?
- Passou no trabalho antes.
- Não me diga que ele vai trabalhar hoje! Mas é sábado. – ela protestou.
- Não. Ele só foi pegar o presente do senhor Otávio. Acabou esquecendo lá. Bom, eu vim para ajudá-la no que precisar. Estou à disposição.
- Obrigado meu amor, por ter vindo. Mas é que eu preciso fazer uns doces e como sei que você é um talento na cozinha... E faz coisas maravilhosas...
- Claro! Pode deixar que os doces da festa eu cuido! Só vou precisar da ajudinha da Maria com os utensílios.
- Pode ficar tranquilo. Enquanto isso, eu vou ao supermercado escolher as bebidas, ligar para o Buffet, e contratar os garçons. A casa é toda sua.
- Obrigado. Ele sorriu.
- Ah!O Douglas me falou do seu desejo em adotar uma criança... Eu acho ótimo! Quero muito um netinho.
- Mais o seu filho não quer de jeito nenhum. Ele diz que a gente não tem neste momento, a capacidade de dar atenção a uma criança. Sem contar, que ele também de queixa das despesas como um todo.
- Eu vou insistir com ele sobre este assunto. Acho lindo um casal de dois homens cuidarem de uma criança que precisa de amor e carinho. Você sabe que te considero como meu filho e eu e o Carlos, ficaremos muito felizes em saber que vocês adotaram uma criança.
- Eu sei que a senhora nos apoia muito. O Douglas tem a sorte de ter pais maravilhosos.
- O meu filho é que tem a sorte de ter encontrado alguém especial como você. Beijos meu querido. Como eu disse, a casa é sua! E pode pedir a ajuda da Maria quando quiser.
Ela saiu, deixando a casa sob os domínios dele. O pai do Douglas estava trabalhando naquele sábado.
Christian foi para cozinha e pôs a mão na massa. Ele tinha talento para tudo e iria fazer os mais diversificados doces. A Maria o ajudava, enquanto o pequeno Mateus assistia desenhos na sala.
Já fazia mais de três horas, e o nem um sinal do Douglas. Christian deixou a Maria mexendo uma das panelas, e foi até a sala ligar para ele.
- O que você está fazendo aqui? – ele gritou ao se deparar com uma loira bonita e com roupa vulgar. Era a Vanessa.
- Oi Christian. Como vai?
- Não te interessa! O que está fazendo aqui? Quem deixou você entrar?
- Eu vim ver o Mateus. Tenho muito afeto por ele e estava morrendo de saudades. Ah! Vim também para dar um beijo no meu sogrinho, pois afinal, hoje é o niver dele.
- Ele não é o seu sogro! Saia daqui. – Christian perdia o sentindo quando se deparava quando aquela mulher.
- É à força do hábito! Às vezes penso que estou com o Douglas e...
- E... Um cacete! Você não passa de uma vadia golpista! E nunca vai se conformar em ter perdido o seu homem para mim.
Ela ficou com raiva ao ser ofendida por ele.
- Pois fique sabendo, que comigo, ele era um touro na cama. E nem precisa dizer o que eu tenho a mais do que você... – ela debochou.
- Você pode ter o que for, mais é comigo que ele se satisfaz! – Christian rebateu.
- Você quer que eu te diga como ele fazia comigo?
- Cala essa boca vadia! Saia daqui! Você não é bem vinda nesta casa.
- Calma queridinho. Tem medo que eu roube o seu maridinho?
Antes de o Christian perder a cabeça e avançar para batê-la, o Douglas surgiu.
- O que você está fazendo nesta casa, Vanessa? – ele disse firme e percebeu o clima tenso.
CONTINUA...