O cabo Martinho era para mim uma espécie de tutor. Era a ele que eu recorria para sanar dificuldades em minhas matérias da escola. Naquele tempo, não havia tanta informação disponível como hoje em dia. Por isso, muito se comentava, em rodinhas de amigos, a respeito de relações sexuais que nenhum de nós conhecia. Só imaginava. Muitas dúvidas eu tinha na cabeça. Da turma, todos diziam bater punheta e esporrear. Bom, eu também batia. E era gostoso. Mas, quanto à tão falada porra, que diziam sair do pau, isso não me acontecia. Eu nunca tinha visto.
Por isso, numa tarde em que o cabo Martinho me dava lições , eu lhe expus algumas das minhas dúvidas e angústias. Ele buscou, então, um livro ilustrado sobre o assunto e se pôs a me explicar o mecanismo da concepção.
Hoje em dia, qualquer adolescente (e até criança) tem uma boa ideia a respeito do assunto. Mas, naquela época, as coisas eram diferentes. Para que tenham uma ideia, as mães contavam que quem trazia os bebês era a cegonha!
Bom, o vocabulário do livro era bem diferente das palavras que eu ouvia com frequência.
— “Ejacular” é o mesmo que “esporrear”? — perguntei.
— Isso mesmo — confirmou ele. — Então você já sabe: aquele líquido que sai do pênis quando você se masturba se chama “esperma”.
Prosseguiu:
— “Masturbação” é o que o pessoal chama de “bater punheta”. Isso você conhece, não?
— Sei, sei — disse eu, muito interessado.
Ele deu o assunto por encerrado e voltamos aos exercícios que eu tinha para resolver. Mas a minha curiosidade ainda me atiçava. Eu não conhecia o esperma; nunca tinha visto. Já havia cogitado em pedir que algum dos rapazes mais velhos me mostrasse como era; mas nunca surgia a oportunidade. E quem mais indicado para satisfazer minha curiosidade do que o cabo Martinho, que, apesar de morar há pouco tempo no bairro, já conquistara o respeito e admiração de toda a comunidade?
Fiquei algum tempo na dúvida, mas, por fim, criei coragem.
— Sabe qual é a minha maior curiosidade? — disse eu.
— Pode dizer.
— Bom, eu bato punheta, como todos — declarei francamente. — Mas eu não esporreio. Só sai uma gosminha. E eu morro de vontade de ver. O senhor não quer me mostrar?
Ele riu, acendeu um cigarro, ficou pensativo. Ora seu olhar se perdia em pensamentos, ora se fixava em mim, percorrendo o que podia do meu corpo, pois estávamos sentados. Depois de um tempo que pareceu uma eternidade, ele falou, enfim, com o rosto vermelho:
— Você quer muito, mas muito, ver?
— Quero, sim, seu Martinho.
— Você faria qualquer coisa pra ver? — insistiu.
— Qualquer coisa, seu Martinho.
— E promete nunca, mas nunca mesmo, contar nada pra ninguém?
Prometi com tamanha convicção que ele se convenceu da minha sinceridade. Então ele apagou o cigarro e falou lentamente, nestes termos:
— Olha, vocês, nessa idade, batem punheta por qualquer coisa. Mas depois de certa idade, as coisas são diferentes. Eu só posso bater, se o meu pau estiver duro. Mas não está. Então, se quiser ver sair porra, você tem que me ajudar.
Eu estava ansioso, morrendo de curiosidade, e disposto a tudo.
— O que eu tenho que fazer?
— É só mostrar a bunda e deixar eu encostar. Aí meu pau endurece e você mata a curiosidade.
— Só isso?
Como disse, era verão. Estávamos ambos de calção. Eu me levantei, baixei o calção, ele veio por trás de mim e eu senti o contato de algo duro em minha bunda. Era o seu pau, claro.
E já estava duro!
Segurando-me pela cintura, o cabo Martinho me fez empinar a bunda (eu não reclamei) e começou a esfregar o pau entre minhas nádegas. Eu era alto para a minha idade; ele, baixo para a sua. Supus que esse exercício fizesse parte do procedimento de deixar o pênis em ponto para a esperada punheta de exibição. Mas, confesso, eu estava gostando daquilo.
— Já tá pronto, seu Martinho? — perguntei.
— Ahn? Ah, sim — disse ele.
Então, tornando a sentar, eu vi seu pênis. Recordo bem os pentelhos espessos e a glande rosácea com o orifício da uretra avantajado. Diante dos meus olhos, ele fez os movimentos que eu conhecia e, oh!, lá veio o jato de esperma, que me deixou boquiaberto de admiração. Ele aparou na mão em concha uma boa quantidade para me mostrar. Eu estava fascinado.
— Então é isso que é a porra...
— Sente o cheiro — disse ele aproximando a mão de meu nariz.
Aspirei. Era bom.
— Que gosto será que tem?
Passando um dedo no líquido cremoso e leitoso, recolhi uma amostra, provei, gostei, quis mais. E tive mais. Ele aproximou a mão de minha boca, eu lambi. Lambi tudo. Então ele guardou o pau no calção e retornamos aos exercícios. Mas a minha cabeça estava a mil. Que experiência! Quando saí, ele me fez de novo jurar segredo sobre o que havia acontecido e eu fui para casa contenteEste e outros relatos fazem parte da Coletânea “Ele & Ele”, que pode ser acessado seguindo este link:
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